THE SOYBEAN PRODUCTION CHAIN IN BRAZIL: AN INPUT-OUTPUT MATRIX APPROACH TO ENERGY CONSUMPTION AND CO2 EMISSIONS IN THE PERIOD 2000 TO 2013

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Transcrição:

A CADEIA PRODUTIVA DA SOJA NO BRASIL: UMA ABORDAGEM INSUMO- PRODUTO DO PIB, EMPREGO, CONSUMO DE ENERGIA E EMISSÕES DE CO2 NO PERIODO DE 2000 A 2013 Marco Antonio Montoya 1 Luís Antônio Sleimann Bertussi 2 Ricardo Luis Lopes 3 THE SOYBEAN PRODUCTION CHAIN IN BRAZIL: AN INPUT-OUTPUT MATRIX APPROACH TO ENERGY CONSUMPTION AND CO2 EMISSIONS IN THE PERIOD 2000 TO 2013 Grupo 4. Sistemas Agroalimentares e Cadeias Agroindustriais. Resumo O artigo com base na construção de uma matriz energética e de emissões compatível com as matrizes insumo-produto do Brasil, avalia no complexo soja, do período de 2000 a 2013, a geração de renda e emprego, bem como suas implicações sobre o consumo de energia e emissões de CO2 por fonte de energia. Verificou-se que o complexo soja responde no agronegócio por 12,6 do PIB, 11,8% dos empregos, 9,8% do consumo de energia e por 7,8% das Emissões de CO2 decorrentes do consumo de energia. Palavras Chave: Complexo soja, Agronegócio, Insumo-produto, Energia, Emissões de CO2. Abstract The article based on the construction of an energy and emissions matrix compatible with the Brazilian input-output matrix, evaluates in the soybean complex, from 2000 to 2013, the generation of income and employment, as well as its implications on the consumption of energy and Emissions by energy source. It was found that the soybean complex accounted for 12.6% of GDP, 11.8% of jobs, 9.8% of energy consumption and 7.8% of CO2 emissions from energy consumption. Keywords: Soya complex, Agribusiness, Input-output, Energy, CO2 emissions. 1. Introdução As fortes ligações Inter setoriais que o complexo soja apresenta com a produção de carne bovina, suína e de frango, aliado ao seu crescente volume de produção em grande parte também devido ao aumento do consumo global de carnes têm dado a soja brasileira o reconhecimento de ser um componente crítico para o crescimento econômico nacional e o status de referência 1 Doutor em Economia Aplicada. Professor Titular da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade de Passo Fundo FEAC-UPF. End.: Campus I Bairro São José BR 285 Km 171 CEP 99001-970 Passo Fundo RS. Caixa Postal 611/631. E-mail: montoya@upf.br 2 Mestre em Economia. Professor Assistente II da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade de Passo Fundo FEAC-UPF. End.: Campus I Bairro São José BR 285 Km 171 CEP 99001-970 Passo Fundo RS. Caixa Postal 611/631. E-mail: luisbertussi@upf.br 3 Doutor em Economia Aplicada. Professor Associado da Universidade Estadual de Maringá UEM. E-mail: rllopes@uem.br

mundial no fornecimento de matéria-prima para alimentação animal, produção de óleos, biocombustíveis e outros produtos. Contudo, para atender à crescente demanda mundial por soja são necessárias cada vez mais terras e tal expansão vem gerando inúmeras críticas já que, quase sempre, é feita sem padrões de sustentabilidade ambiental e social. Por exemplo, estima-se que as emissões de dióxido de carbono (CO2) oriundas da conversão do Cerrado equivalem à metade das emissões do Reino Unido em 2009 e provavelmente já superam as emissões provocadas pelo desmatamento da Amazônia (Associação Internacional para a Responsável - RTRS, 2016). Frente a esse panorama, muito se tem discutido sobre o aumento da fronteira agrícola, o processo de degradação do meio ambiente e as emissões de CO2 decorrentes do desmatamento da Amazônia e destruição do cerrado brasileiro. Porém, uma questão, de suma importância e ainda pouco discutida de forma empírica é: dado o acelerado crescimento da produção do complexo soja e o aumento do consumo de energia que isso implica está resultando no uso de maior energia renovável ou está promovendo o crescimento no uso de energia fóssil? De fato, não é difícil perceber que o crescimento do complexo soja tem um relevante papel no aumento do consumo de energia e, portanto, nas emissões de gases no meio ambiente, principalmente o de dióxido de carbono (CO2). Cabe lembrar que as previsões sobre a demanda de energia para o Brasil indicam no período de 2006 a 2030, que o mercado energético nacional aumentará 196,25%, passando de 202,9 milhões de tep para 398,2 milhões de tep em 2030 (BERS, 2010; IEO, 2011). Assim, fica evidente que os riscos e as incertezas das maiores emissões de CO2 por conta do maior consumo de energia para crescimento das atividades produtivas da soja tornam-se um tema relevante a ser avaliado no agronegócio brasileiro, isso até porque, segundo Montoya et. al. (2016), o agronegócio brasileiro consome entorno de 35% da energia do país. Nesse contexto, a fim de compreender melhor alguns aspectos econômicos e ambientais que envolve as atividades do complexo soja, neste artigo questiona-se especificamente: de que maneira o crescimento do complexo soja afeta o consumo de energia e emissões de CO2? As emissões de CO2 estão aumentando ou diminuindo no complexo soja? Como está evoluindo o consumo de energia renovável versus não renovável? Qual é a intensidade das atividades produtivas do complexo soja nas emissões de CO2? Comparativamente, a intensidade nas emissões de CO2 do complexo soja são maiores ou menores que no agronegócio? Certamente, a resposta dessas questões permitirá avaliar, com mais precisão seus impactos no meio ambiente e, principalmente, visualizar para os próximos anos se seu crescimento econômico apresenta perspectivas que conciliem suas atividades econômicas com a preservação ambiental. Com esses fins, o presente artigo, considerando o período de 2000 a 2013, tem como objetivo, avaliar no complexo soja brasileiro a geração de renda e emprego, bem como suas implicações sobre o consumo de energia e emissões de CO2 por fonte de energia. Com isso espera-se, num primeiro momento, compreender com mais detalhe as interações das atividades do complexo soja com o meio ambiente, bem como, fornecer subsídios para um melhor planejamento energético e de emissões nos próximos anos. O presente artigo está dividido da seguinte maneira: na seção 2, é apresentada uma breve referência sobre a evolução da metodologia insumo-produto utilizada na economia brasileira

para mensurar a renda, o emprego, o consumo de energia e as emissões de CO2, bem como à estrutura matemática; a seção 3, avalia na estrutura do complexo soja de 2000, 2005, 2010 e 2013, a evolução do PIB, do emprego, do consumo de energia renovável e não renovável e, das emissões de CO2 pelo consumo dessa energia; na última seção são apresentadas as principais conclusões obtidas no decorrer da análise. 2. Metodologia Para avaliar o desempenho do complexo soja brasileiro são utilizados indicadores de desempenho setorial, tais como produção, produtividade, área plantada, entre outros. Esses indicadores são analisados de forma a identificar mudanças estruturais no complexo soja, bem como salientar de forma comparativa sua importância relativa no ranking internacional. Seguidamente, para o cálculo do PIB do complexo soja utilizaram-se como referencial as metodologias de Davis & Goldberg (1957), Malassis (1969) que utilizam as matrizes insumoproduto desenvolvidas por Leontief (1951), bem como das contribuições de Araújo et al. (1990), Lauschner (1993), Furtuoso (1998), Montoya & Guilhoto (2000), Guilhoto et al. (2000), Montoya & Finamore (2001), Cepea (2013), entre outros. Já para calcular o Consumo de Energia e as Emissões de CO2 do complexo soja, utiliza-se como referencial as metodologias de Montoya et al. (2014), Montoya e Pasqual (2014) e Montoya et al. (2016) que compatibilizam as Matrizes Insumo-Produto (MIP) com as matrizes energéticas e de emissões de GEE do Balanço Energético Nacional (BEN). 2.1 Mensuração do complexo da soja Para a operacionalização desse modelo proposto, foi necessária a compilação de uma matriz insumo-produto com tecnologia produto-produto, de forma a desagregar o setor em Grão da agropecuária, que, numa tecnologia indústria-indústria, incorporava vários produtos tanto da agricultura quanto da pecuária. Os procedimentos adotados para a estimativa do complexo soja, se dá pelo enfoque do produto tanto a preços de mercado quanto a preços básicos. O valor total do PIB foi dividido em quatro segmentos: I) Insumos em Grão; II) Produto em Grão; III) Industria da IV) Serviços do Complexo Além desse procedimento, para uma análise comparativa, neste trabalho é desagregado o segmento Serviços do Complexo em mais dois subsegmentos: IVA) Serviços na em Grão; IV.A.a) Serviços de comercialização da soja em grão; IV.A.b) Serviços de transporte da em grão; IV.A.c) Outros serviços da soja em grão IVB) Serviços na Industria da IV.B.a) Serviços de comercialização da indústria da soja;

IV.B.b) Serviços de transporte da indústria da soja; IV.B.c) Outros serviços da indústria da soja Para o cálculo do PIB do segmento I ou Insumos em Grão são utilizadas as informações disponíveis nas tabelas de insumo-produto, compiladas numa tecnologia produtoproduto, referentes aos valores dos insumos adquiridos pelos produtores de soja em grão. A coluna com os valores dos insumos é multiplicada pelos respectivos coeficientes de valor adicionado (CVAq). Para se obter os Coeficientes do Valor Adicionado por atividade (CVAq) divide-se o Valor Adicionado a Preços básicos (VAPBq), pela Produção da atividade (Xq), ou seja, VAPBq CVAq (1) X em que: Tem-se, então: PIB I n Z q 1 q q CVA q = 1, 2,..., 128 produtos ou atividades q PIB I = PIB do segmento I ou Insumos em grão do complexo soja; Z q = valor total do insumo da atividade q para a produção de em Grão; CVA q = coeficiente de valor adicionado da atividade q. Ou seja, para se estimar o valor adicionado do segmento I, ou setor a montante do complexo soja, multiplicam-se os valores comprados pela produção da em Grão de cada atividade pelo coeficiente de valor adicionado dessas atividades. Salienta-se que, para se evitar dupla contagem, esses valores estimados devem ser subtraídos dos outros segmentos a seguir, de forma a não haver dupla contagem. Para o segmento II, considera-se no cálculo o valor adicionado gerado pela produção da em Grão e subtraem-se do valor adicionado desse setor os valores que foram utilizados como insumos, que já foi incorporado no PIB do segmento I. Tem-se, então, que: PIB VA Z CVA (3) ql em que: II PB ql ql Zql = valor do insumo soja adquirido pela própria atividade da em Grão; PIB II = PIB do segmento II ou Produto em Grão. No caso da estimação do segmento III ou Industria da soja, adota-se o somatório do valor adicionado das atividades ou produtos da Industria da, subtraídos dos valores adicionados que foram utilizados como insumos no segmento I, conforme equação 4. em que: PIB VA Z CVA (4) III PB Z = valor do insumo da Industria da soja adquirido pela produção de soja em grão; = PIB do segmento III ou da Industria da. PIB III (2)

Para fins de definir o valor da Industria da, utilizou-se a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 1.0 do IBGE. Como resultado, o segmento da Indústria da composto pelas indústrias esmagadoras, refinadoras e produtoras de derivados de Óleos estão contidas no setor Óleo de soja em bruto e tortas, bagaços e farelo de soja; no setor Óleo de soja refinado; no setor Óleos e gorduras vegetais e animais e; no setor Rações balanceadas para animais. No caso do segmento IV, referente à Distribuição Final, considera-se para fins de cálculo o valor agregado dos setores relativos ao Transporte, Comércio e Serviços. Do valor total obtido destina-se ao complexo soja apenas a parcela que corresponde à participação dos produtores de soja e a parcela da indústria da soja na demanda final de produtos, respectivamente. A sistemática adotada no cálculo do valor da distribuição final do complexo soja pode ser representada por: DFG IIL PI DFD (5) ou DF DF ( VAT PB PB PB qs qs PIB PIB PIB VAC VAS ) ( Z * CVA ) =MC (6) MC DFql DFD (7) DF IVA * IVB IV MC * DFD (8) PIB PIB (9) IVA IVB DFql DF PIBIV MC * (10) DFD em que: DFG = demanda final global; IILDF = impostos indiretos líquidos pagos pela demanda final; PIDF = produtos importados pela demanda final; DFD = demanda final doméstica; VATPB = valor adicionado do setor transporte a preços básicos; VACPB = valor adicionado do setor comércio a preços básicos; VASPB = valor adicionado do setor serviços a preços básicos; Zqs = valor do insumo dos setores de serviços adquiridos pelos produtores de soja; MC = margem de comercialização; DFql = demanda final doméstica da produção de soja em grão; DF = demanda final doméstica do setor indústria da soja; PIB IVA = PIB do subsegmento Serviços da em Grão; PIB IVB PIB do subsegmento Serviços da Industria da ; PIB IV = PIB do segmento IV ou Serviços Complexo.

Para evitar uma dupla contagem no cálculo do PIB do complexo soja, é necessário subtrair as parcelas de insumos utilizados nos setores de serviços, pertencentes ao segmento I, do valor adicionado do setor de serviços (equação 6). O PIB total do Complexo é dado pela soma dos seus segmentos, ou seja: PIB PIB PIB PIB PIB (11) Complexo I II III IV 2.2 Mensuração da mão-de-obra ocupada, do consumo de energia e da emissão de CO2 Para se obter os valores da mão-de-obra ocupada, consumo de energia em tep e emissões de dióxido de carbono (CO2) de cada segmento do complexo soja, o processo metodológico é similar ao da obtenção do PIB, apresentada anteriormente. Contudo, são necessárias algumas adequações, bem como salientar que os cálculos são efetuados separadamente para cada variável, generalizada com o símbolo L que representa as variáveis de interesse. Inicialmente deve-se calcular o coeficiente do produto ou atividade por unidade monetária para cada uma das variáveis de interesse L, conforme equação 12. Lq CLq (12) X em que: em que: em que: em que: q Lq = Quantidade do produto da variável L; CLq = Coeficiente do produto da variável L por unidade monetária. Tem-se, então: E I n Z q CLq q 1 (13) q = 1, 2,..., 128 produtos ou atividades EI = Quantidade de L no segmento I. E L Z CL (14) ql II ql ql Lql = Quantidade de L da atividade soja em grão; CLql = coeficiente de L da produção de soja em grão; EII = Quantidade de L no segmento II. E L Z CL (15) III L = Quantidade de L da atividade indústria da soja; EIII = Quantidade de L no segmento III. DFG IILDF PI DF DFD (16) ( LT LC LS) ( Z * CL ) LCM (17) qs qs

L L L LMC DFql DFD (18) DF IVA * IVB IV LMC * (19) DFD L L (20) IVA IVB ou DFql DF LIV LMC * (21) DFD em que: LT = Quantidade de L da atividade transporte; LC = Quantidade de L da atividade comércio; LS = Quantidade de L da atividade serviços; CLqs = Coeficiente de L da atividade comercialização; LCM = Quantidade de L da atividade comercialização; LIV = Quantidade de L do segmento IV; DFql = demanda final da produção de soja em grão; DF = demanda final da indústria da soja. O total de L do complexo soja é dado pela soma dos seus segmentos, ou seja: L L L L L (22) Complexo I II III IV 2.3 A matriz energética nacional e as emissões de gases do efeito estufa No Brasil, embora o BEN e a MIP apresentem setores consumidores compatíveis com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 1.0 do IBGE, o nível de agregação é diferente, já que a Matriz Energética do BEN apresenta 22 setores consumidores em unidades físicas e a MIP 56 setores em unidades monetárias. Em decorrência disso, a compatibilização das informações gera um reduzido número de setores e/ou atividades consumidoras o que afeta os resultados e as análises do sistema. Para superar esse problema e calcular o impacto do complexo soja no consumo energético e nas emissões de gases de efeito estufa é necessário compatibilizar e desagregar por produto ou atividade os dados do BEN, tomando como referência os dados da MIP. Para tal procedimento utilizou-se a metodologia desenvolvida por Montoya; Lopes e Guilhoto (2014). Com base nesse método que compatibiliza, por um lado, os setores consumidores de energia e, por outro, os fluxos das Fontes de Energia com os setores consumidores, se obteve, para cada ano (2000, 2005, 2010 e 2013), uma Matriz Energética Nacional desagregada setorialmente em 56 setores compatíveis com o número de setores consumidores que apresenta a MIP do país. Seguidamente, foi necessária a compilação das matrizes insumo-produto com tecnologia produto-produto, de forma a desagregar o setor em Grão da agropecuária. Este

procedimento torna-se necessário para mensurar o consumo de energia do complexo soja e suas emissões de GEE por fontes de energia. 2.4 Base de dados A MIP mais recente publicada pelo IBGE refere-se ao ano de 2010. Assim com fins de estabelecer uma visão mais atualizada da economia brasileira, para o cálculo do complexo soja os dados utilizados foram extraídos da Matriz Insumo-Produto do Brasil de 2000, 2005, 2010 e 2013 estimada por Guilhoto; Sesso Filho (2005 e 2010) e da Matriz Energética do Brasil de 2000, 2005, 2010 e 2013 publicada pelo EPE (2015). Para calcular as emissões de gases de efeito estufa da economia brasileira foi necessário fazer a conversão da matriz energética estimada em mil tep para uma matriz de emissões por produto ou atividade em Gg de CO2-eq. Para isso foram utilizados os coeficientes de conversão encontrados na Matriz Energética e de Emissões (COEFICIENTE..., 2000) os quais representam a quantidade total de GEE medido em Gg/1000 tep emitidas na atmosfera. Em geral, as estatísticas do país utilizadas representam as últimas informações disponíveis em matéria de insumo-produto; portanto, o presente estudo, baseado nas fontes empregadas, tem o grau máximo de atualização possível. 3. PIB, Emprego, Consumo de Energia e Emissões de CO2 no Complexo A seguir são apresentados os principais resultados do complexo soja. A organização dos mesmos permite uma visualização das mudanças significativas que ocorreram no período, bem como as implicações da atividade econômica sobre o consumo de energia e as emissões de CO2 decorrentes desse consumo. 3.1. O Produto Interno Bruto A dimensão da cadeia da soja a preços básicos (Quadro1), no ano 2000 foi responsável por 1,40% do PIB nacional e em 2013 sua contribuição passou para 2,60%. Em relação ao PIB do agronegócio apresentou uma evolução significativa no periodo, passando de R$ 38.491,00 milhões em 2000 para R$ 120.119,00 milhões em 2013. Em termos relativos foi responsável por 6,00% do PIB do agronegócio em 2000, por 8,5% em 2005, por 9,4% em 2010 e por 12,5% em 2013. Isto é, uma mudança estrutural significativa na renda do agronegócio. No que se refere à a estrutura da cadeia da soja, observa-se que o segmento insumos têm a menor participação relativa com 7,80% em 2000, 8,90%, em 2005, 7,3%, em 2010 e 6,9% em 2013. Já dentro da propriedade o produto soja em grão apresenta uma participação expressiva no total, com 37,10% em 2000, 35,90%, em 2005, 36,5% em 2010 e 40,50% em 2013. O valor do produto apresentou uma sensível redução nos anos de 2000 e 2005, com significativo avanço em 2013. Porém o componente com maior peso na cadeia soja, é o segmento serviços, com participação de 39,80% em 2000, 39,10%, em 2005, 44,70% em 2010 e 43,10% em 2013. Nos serviços, em particular destacam-se o subsegmento outros serviços da indústria da soja com

uma participação decrescente na cadeia da soja de 20,70% em 2000, 17,80%, em 2005, 21,10%, em 2010 e 15,10% em 2013. Simultaneamente, o subsegmento outros serviços da soja em grão evidencia um significativo aumento, o qual representava 10,60% da cadeia da soja em 2000, 12,5%, em 2005, 14,40% em 2010 e 18,70% em 2013. Nesse contexto, observando-se na participação dos subsegmentos, serviços de comercialização, transporte e outros serviços, no PIB do segmento Serviços da cadeia da soja, um significativo aumento de outros serviços da soja em grão, passando de 26,60% em 2000 para 43,30% em 2013 e uma redução expressiva nos Outros serviços da indústria da soja de 52,00% em 2000 para 35,10% em 2013. Isto é, uma quase inversão nas participações relativas dos serviços entre soja em grão e indústria da soja, ou seja, de 2000 para 2013 os serviços da soja em grão passaram de 33,90% do total dos Serviços da cadeia da soja para 55,20%, enquanto que os serviços da indústria da soja passaram de 66,10% para 44,80% no período citado. Provavelmente, a explicação de primeira ordem se deve a uma mudança estrutural na cadeia da soja no período avaliado, o qual demonstra que de 2000 para 2013 o produto da soja em grãos avançou de 37,10% do total da cadeia da soja para 40,50%, enquanto que a indústria da soja passou de 15,30% para 9,40% e o serviço da indústria da soja passou de 26,30% da cadeia para 19,30%. Portanto, evidencia-se uma mudança estrutural em favor da produção de grãos em detrimento da industrialização e processamento da soja no período analisados. 3.2. A Geração do Emprego O número total de empregos gerados pelo complexo soja entre os anos 2000 a 2013 passou de 2.352.839 para 3.559.715 conforme mostra o Quadro 2. Em nível nacional essa parcela de empregos representa 3,00% em 2000 e 3,50% em 2013. Já no agronegócio, a participação da cadeia da soja é mais relevante e com significativa ascensão no período avaliado, isso porque em 2000 representava 7,80%, evoluiu para 10,30% em 2005, reduziu para 9,30% em 2010 e atingiu 11,80% em 2013. Na cadeia da soja pode-se observar que o segmento insumos soja em grão representa a menor parcela do complexo e com tendência a redução uma vez que foi responsável por 7,00% dos empregos em 2000, 7,30%, em 2005, 5,10%, em 2010 e 5,60% em 2013. Embora, na propriedade agrícola, o segmento produto soja em grão gere a maior parcela dos empregos, observa-se uma mudança estrutural na composição do emprego na cadeia da soja pautada pela redução significativa e constante deste segmento que contribuiu, com 71,60% em 2000, com 68,50%, em 2005, com 58,20% em 2010 e com 55,10% em 2013. Esta tendência decrescente de empregos no segmento produto soja em grão, comparada com a tendência crescente que apresenta na contribuição do PIB (Quadro 1) sugere inovação tecnológica com ganhos de produtividade na mão de obra. O segmento indústria da soja teve uma contribuição crescente no emprego na década, passando de 6,20% em 2000, para 10,30% em 2010. Contudo no ano de 2013 recuou para 9,10% em função da menor atividade econômica do segmento em favor do segmento produto soja em grão (Quadro 1), ou seja, um processo de desindustrialização da soja.

Quadro 1: Dimensão Econômica da Cadeia da Brasileira de 2000 a 2013 (em milhões de reais de 2013 e percentual) SEGMENTOS Valores a preços básicos milhões de reais PIB Ano 2000 Ano 2005 Ano 2010 Ano 2013 Participação Participação Participação Valores a Participação Participação Participação Valores a Participação Participação Participação Valores a Participação Participação relativa dos dos da Cadeia preços relativa dos dos da Cadeia preços relativa dos dos da Cadeia preços relativa dos dos segmentos subsegmentos da no básicos segmentos subsegmentos da no básicos segmentos subsegmentos da no básicos segmentos na subsegmentos na Cadeia nos Serviços Agronegócio milhões na Cadeia nos Serviços Agronegócio milhões na Cadeia nos Serviços Agronegócio milhões Cadeia da nos Serviços da da Cadeia da e no país de reais da da Cadeia da e no país de reais da da Cadeia da e no país de reais da Cadeia da Participação da Cadeia da no Agronegócio e no país I Insumos em grão 2.988 7,8% 5.693 8,9% 5.646 7,3% 8.327 6,9% II Produto em grão 14.295 37,1% 22.965 35,9% 28.321 36,5% 48.657 40,5% III Industria da 5.894 15,3% 10.302 16,1% 8.941 11,5% 11.321 9,4% IV- A. a) Serviços de comercialização da em grão 763 2,0% 5,0% 1.607 2,5% 6,4% 2.304 3,0% 6,6% 4.941 4,1% 9,5% IV- A. b) Serviços de transporte da em grão 344 0,9% 2,2% 704 1,1% 2,8% 606 0,8% 1,7% 1.247 1,0% 2,4% IV- A. c) Outros Serviços da em grão 4.079 10,6% 26,6% 7.966 12,5% 31,9% 11.137 14,4% 32,1% 22.418 18,7% 43,3% A) Serviços da em grão 5.186 13,5% 33,9% 10.277 16,1% 41,1% 14.047 18,1% 40,5% 28.606 23,8% 55,2% IV- B. a) Serviços de comercialização da indústria da 1.490 3,9% 9,7% 2.301 3,6% 9,2% 3.381 4,4% 9,8% 4.009 3,3% 7,7% IV- B. b) Serviços de transporte da indústria da 672 1,7% 4,4% 1.007 1,6% 4,0% 890 1,1% 2,6% 1.012 0,8% 2,0% IV-B. c) Outros Serviços da indústria da 7.965 20,7% 52,0% 11.405 17,8% 45,6% 16.345 21,1% 47,2% 18.188 15,1% 35,1% B) Serviços da Industria da 10.127 26,3% 66,1% 14.714 23,0% 58,9% 20.616 26,6% 59,5% 23.208 19,3% 44,8% IV Serviços da Cadeia da (A + B) 15.313 39,8% 100,0% 24.990 39,1% 100,0% 34.663 44,7% 100,0% 51.814 43,1% 100,0% Cadeia da (I + II + III+ IV) 38.491 100,0% 63.950 100,0% 77.571 100,0% 120.119 100,0% Agronegócio 644.746 6,0% 750.012 8,5% 825.281 9,4% 950.362 12,6% Nacional 2.824.222 1,4% 3.244.825 2,0% 4.034.238 1,9% 4.538.596 2,6% Fonte: Dados da pesquisa Quadro 2: Número de empregos gerados na Cadeia da Brasileira de 2000 a 2013 (número empregos). SEGMENTOS Número de Empregos Número de Empregos Ano 2000 Ano 2005 Ano 2010 Ano 2013 Participação Participação Participação Número Participação Participação Participação Número Participação Participação Participação Número de Participação Participação relativa dos dos da Cadeia de relativa dos dos da Cadeia de relativa dos dos da Cadeia Empregos relativa dos dos segmentos subsegmentos da no Empregos segmentos subsegmentos da no Empregos segmentos subsegmentos da no segmentos na subsegmentos na Cadeia nos Serviços Agronegócio na Cadeia nos Serviços Agronegócio na Cadeia nos Serviços Agronegócio Cadeia da nos Serviços da da Cadeia da e no país da da Cadeia da e no país da da Cadeia da e no país da Cadeia da Participação da Cadeia da no Agronegócio e no país I Insumos em grão 163.560 7,0% 259.439 7,3% 147.410 5,1% 199.488 5,6% II Produto em grão 1.684.824 71,6% 2.421.337 68,5% 1.675.822 58,2% 1.960.820 55,1% III Industria da 146.987 6,2% 251.827 7,1% 295.923 10,3% 324.488 9,1% IV- A. a) Serviços de comercialização da em grão 31.795 1,4% 8,9% 66.029 1,9% 10,9% 80.490 2,8% 10,6% 149.605 4,2% 13,9% IV- A. b) Serviços de transporte da em grão 8.087 0,3% 2,3% 16.549 0,5% 2,7% 16.452 0,6% 2,2% 32.103 0,9% 3,0% IV- A. c) Outros Serviços da em grão 81.179 3,5% 22,7% 165.841 4,7% 27,5% 211.856 7,4% 27,8% 411.740 11,6% 38,3% A) Serviços da em grão 121.060 5,1% 33,9% 248.419 7,0% 41,1% 308.797 10,7% 40,5% 593.448 16,7% 55,2% IV- B. a) Serviços de comercialização da indústria da 62.089 2,6% 17,4% 94.539 2,7% 15,6% 118.130 4,1% 15,5% 121.376 3,4% 11,3% IV- B. b) Serviços de transporte da indústria da 15.792 0,7% 4,4% 23.695 0,7% 3,9% 24.145 0,8% 3,2% 26.045 0,7% 2,4% IV-B. c) Outros Serviços da indústria da 158.528 6,7% 44,3% 237.447 6,7% 39,3% 310.927 10,8% 40,8% 334.050 9,4% 31,1% B) Serviços da Industria da 236.408 10,0% 66,1% 355.680 10,1% 58,9% 453.202 15,7% 59,5% 481.472 13,5% 44,8% IV Serviços da Cadeia da (A + B) 357.468 15,2% 100,0% 604.099 17,1% 100,0% 761.999 26,4% 100,0% 1.074.920 30,2% 100,0% Cadeia da (I + II + III+ IV) 2.352.839 100,0% 3.536.703 100,0% 2.881.154 100,0% 3.559.715 100,0% Agronegócio 30.066.458 7,8% 34.336.249 10,3% 30.918.872 9,3% 30.195.871 11,8% Nacional 78.972.347 3,0% 90.905.673 3,9% 98.116.218 2,9% 102.537.434 3,5% Fonte: Dados da pesquisa

Já o segmento serviços da cadeia da soja avançou significativamente ao ponto de duplicar sua importância relativa no período. Isto é, a escalada do segmento serviços foi de 15,20% em 2000, de 17,10% em 2005, de 26,40% em 2010 e de 30,20% em 2013. O número de empregos que foi de 357.468 em 2000 e atingiu 1.074.920 em 2013 evidencia que a dimensão do mercado de trabalho deste segmento triplicou (1.074.920 /357.468 = 3) no período. Uma análise mais detalhada dos subsegmentos dos serviços da cadeia da soja indica perda significativa de mão de obra de serviços da indústria da soja em relação aos serviços da soja em grão. Este fato novamente corrobora que a mudança estrutural do complexo soja está direcionada para a produção de grãos em detrimento da agregação de valor da atividade industrial 3.3. O Consumo de Energia O crescimento da economia do complexo soja de 2000 a 2013 pressionou o aumento do consumo de energia dada a vital importância desse insumo para o desenvolvimento de suas atividades produtivas. Por conta disso, o consumo total de energia do complexo soja (consumo energético), que em 2000 foi de 2.651 mil tep, em 2013 alcançou a magnitude de 7.021 mil tep, ou seja, o mercado aumentou em 2,65 vezes, esse aumento é significativamente maior ao do agronegócio, que foi de 1,72 vezes. Nesse contexto, o consumo do complexo soja em 2000 representava 6,4% do consumo do agronegócio, em 2005 foi para 8,5%, em 2010 recuou para 8,0% e retomou sua escalada em 2013 alcançando 9,8% do consumo do agronegócio. Os quatro segmentos do complexo soja no período de 2000 a 2013 mostram uma contribuição relativamente estável no consumo de energia. Em primeiro lugar destaca-se o segmento indústria da soja com uma participação média de 45,78%, seguido pelo produto soja em grão com 26%, pelos serviços com 16,22% e, pelos insumos com 11,98%. Nos subsegmentos dos serviços da cadeia da soja, emergem no período de 2000 a 2013 dois padrões de comportamento no consumo de energia: os serviços da indústria da soja apresentaram uma contribuição decrescente no consumo de energia e os serviços da soja em grão uma contribuição crescente. Isto é, o consumo do subsegmento serviços da indústria da soja em 2000 representava 11,4% do consumo do complexo soja, em 2005 foi para 10,01%, em 2010 para 8,3% e, em 2013 continuou sua queda alcançando 7,5% do consumo do complexo. Concomitantemente, no mesmo período, o consumo de energia do subsegmento serviços da soja em grão cresceu em termos relativos passando de 5,8% em 2000 para 7,0% em 2005, recuando para 5,7% em 2010 e avançar significativamente para 9,2% em 2013. Cabe salientar ainda que os serviços de transporte tanto para soja em grão como para a indústria da soja concentram o maior consumo de energia dos serviços.

Quadro 3: Consumo de Energia no Complexo no Período de 2000, 2005, 2010 e 2013. Em 1000 tep SEGMENTOS Valores em 1000 tep Consumo Energético (tep) Ano 2000 Ano 2005 Ano 2010 Ano 2013 Participação Participação Participação Valores Participação Participação Participação Valores Participação Participação Participação Valores Participação Participação relativa dos dos da Cadeia em 1000 relativa dos dos da Cadeia em 1000 relativa dos dos da Cadeia em 1000 relativa dos dos segmentos subsegmentos da no tep segmentos subsegmentos da no tep segmentos subsegmentos da no tep segmentos na subsegmentos na Cadeia nos Serviços Agronegócio na Cadeia nos Serviços Agronegócio na Cadeia nos Serviços Agronegócio Cadeia da nos Serviços da da Cadeia da e no país da da Cadeia da e no país da da Cadeia da e no país da Cadeia da Participação da Cadeia da no Agronegócio e no país I Insumos em grão 328 12,4% 543 12,3% 593 10,7% 881 12,5% II Produto em grão 711 26,8% 1.092 24,7% 1.367 24,7% 1.952 27,8% III Industria da 1.156 43,6% 2.041 46,1% 2.794 50,5% 3.015 42,9% IV- A. a) Serviços de comercialização da em grão 4 0,1% 0,8% 7 0,2% 1,0% 19 0,3% 2,5% 40 0,6% 3,4% IV- A. b) Serviços de transporte da em grão 115 4,3% 25,3% 225 5,1% 29,8% 173 3,1% 22,2% 357 5,1% 30,5% IV- A. c) Outros Serviços da em grão 35 1,3% 7,8% 78 1,8% 10,3% 123 2,2% 15,8% 250 3,6% 21,3% A) Serviços da em grão 154 5,8% 33,9% 310 7,0% 41,1% 315 5,7% 40,5% 647 9,2% 55,2% IV- B. a) Serviços de comercialização da indústria da 8 0,3% 1,6% 10 0,2% 1,4% 28 0,5% 3,6% 32 0,5% 2,8% IV- B. b) Serviços de transporte da indústria da 225 8,5% 49,3% 323 7,3% 42,7% 253 4,6% 32,6% 290 4,1% 24,7% IV-B. c) Outros Serviços da indústria da 69 2,6% 15,1% 112 2,5% 14,8% 180 3,3% 23,2% 203 2,9% 17,3% B) Serviços da Industria da 302 11,4% 66,1% 445 10,0% 58,9% 462 8,3% 59,5% 525 7,5% 44,8% IV Serviços da Cadeia da (A + B) 456 17,2% 100,0% 755 17,0% 100,0% 776 14,0% 100,0% 1.173 16,7% 100,0% Cadeia da (I + II + III+ IV) 2.651 100,0% 4.432 100,0% 5.530 100,0% 7.021 100,0% Agronegócio 41.687 6,4% 52.120 8,5% 68.890 8,0% 71.832 9,8% Nacional 136.968 1,9% 160.403 2,8% 177.784 3,1% 192.257 3,7% Fonte: Dados da pesquisa Quadro 4: O Consumo de Energia Renovável e Energia Não-Renovável do Complexo por. Em 1000 tep e percentual SEGMENTOS Consumo de Energético (tep) Ano 2000 Ano 2005 Ano 2010 Ano 2013 Consumo de Energia Renovável (tep) Consumo de Energia Não- Renovável (tep) Consumo de Energia Renovável (tep) Consumo de Energia Não- Renovável (tep) Consumo de Energia Renovável (tep) Consumo de Energia Não- Renovável (tep) Consumo de Energia Renovável (tep) Consumo de Energia Não- Renovável (tep) Valores em 1000 tep Percentual Valores em 1000 tep Percentual Valores em 1000 tep Percentual Valores em 1000 tep Percentual Valores em 1000 tep Percentual Valores em 1000 tep Percentual Valores em 1000 tep Percentual Valores em 1000 tep Percentual I Insumos em grão 81 24,6% 247 75,4% 144 26,4% 400 73,6% 214 36,1% 379 63,9% 311 35,3% 570 64,7% II Produto em grão 290 40,7% 421 59,3% 484 44,3% 609 55,7% 384 28,1% 984 71,9% 594 30,4% 1.358 69,6% III Industria da 1.028 89,0% 127 11,0% 1.897 92,9% 144 7,1% 2.617 93,7% 177 6,3% 2.820 93,5% 195 6,5% IV- A. a) Serviços de comercialização da em grão 4 94,4% 0 5,6% 7 92,7% 1 7,3% 15 77,9% 4 22,1% 31 77,6% 9 22,4% IV- A. b) Serviços de transporte da em grão 14 12,6% 101 87,4% 30 13,4% 195 86,6% 1 0,7% 171 99,3% 3 0,8% 355 99,2% IV- A. c) Outros Serviços da em grão 22 63,4% 13 36,6% 54 69,1% 24 30,9% 64 51,7% 59 48,3% 121 48,3% 129 51,7% A) Serviços da em grão 41 26,2% 114 73,8% 91 29,2% 220 70,8% 80 25,3% 235 74,7% 155 23,9% 493 76,1% IV- B. a) Serviços de comercialização da indústria da 7 94,4% 0 5,6% 10 92,7% 1 7,3% 22 77,9% 6 22,1% 25 77,6% 7 22,4% IV- B. b) Serviços de transporte da indústria da 28 12,6% 197 87,4% 43 13,4% 279 86,6% 2 0,7% 252 99,3% 2 0,8% 288 99,2% IV-B. c) Outros Serviços da indústria da 44 63,4% 25 36,6% 77 69,1% 34 30,9% 93 51,7% 87 48,3% 98 48,3% 105 51,7% B) Serviços da Industria da 79 26,2% 223 73,8% 130 29,2% 315 70,8% 117 25,3% 345 74,7% 126 23,9% 400 76,1% IV Serviços da Cadeia da (A + B) 120 26,2% 336 73,8% 221 29,2% 534 70,8% 197 25,3% 580 74,7% 280 23,9% 893 76,1% Cadeia da (I + II + III+ IV) 1.518 57,3% 1.133 42,7% 2.745 61,9% 1.687 38,1% 3.411 61,7% 2.119 38,3% 4.004 57,0% 3.017 43,0% Agronegócio 25.324 60,7% 16.363 39,3% 34.542 66,3% 17.578 33,7% 50.389 73,1% 18.501 26,9% 51.430 71,6% 20.402 28,4% Nacional 54.984 40,1% 81.984 59,9% 71.089 44,3% 89.313 55,7% 86.839 48,8% 90.945 51,2% 90.711 47,2% 101.546 52,8% Fonte: Dados da pesquisa

Nesse contexto e considerando que o aumento do consumo de energia contribui com o aumento dos riscos e das incertezas sobre seu impacto ambiental, torna-se necessário avaliar a tendência do consumo de energia renovável versus não renovável no crescimento econômico do complexo soja. Com base no Quadro 4, pode-se afirmar que a economia do país apresentou expressiva participação de energia renovável no consumo energético. Em 2000, nada menos que 40,1% do consumo de energia no Brasil foi originária de fontes renováveis e em 2013 alcançou a marca significativa de 47,2%. Esse fato tornou-se da maior relevância se considerarmos que, segundo o Key World Energy Statistcs (IEO-2009), no âmbito mundial esse percentual foi de 12,7% e nos países da OCDE foi de somente 7,2%. Com relação ao consumo do agronegócio, os resultados foram mais expressivos uma vez que a presença da energia renovável é majoritária e crescente no período, passando de 60,7% em 2000 para 71,6% em 2013. Já na composição do consumo de energia do complexo soja, embora a energia renovável seja majoritária, verificou-se que a participação da energia renovável em relação ao agronegócio apresenta um padrão relativo de menor consumo. Em 2000 a participação da energia renovável foi de 57,3%, em 2005 aumentou para 61,9%, em 2010 se manteve em 61,7% e recuo levemente para 57,0% em 2013, consequentemente diminuindo o consumo de energia não renovável no complexo soja de 42,7% para 43,0% entre os anos de 2000 e 2013. Portanto, fica evidente no período uma relativa estabilidade do consumo de energia renovável e não renovável nas atividades econômicas do complexo soja. Embora no complexo soja o uso de energia renovável seja predominante, os segmentos insumos, produto soja em grão e serviços utilizam majoritariamente energia não renovável em todo o período analisado. Entre 2000 e 2013 a participação relativa do consumo de energia não renovável no segmento insumos, em média, foi de 69,4%, do segmento produto soja foi de 64,1% e do segmento serviços 73,85%. A pesar de se observar tendências decrescentes no uso de energia não renovável no segmento insumos e tendências crescentes nos segmentos produto da soja e serviços, o grande consumo de energia renovável que apresenta o complexo soja foi impulsionado fortemente pelo segmento indústria da soja. Isto é, a indústria da soja além de consumir, em média, 45,78% (Quadro 3) da energia total do complexo no período, 92,3% dessa energia é renovável e somente 7,7% é energia não renovável. Se considerarmos o crescimento econômico acelerado do complexo soja, o consumo de energia continuará a crescer, assim será necessário reduzir significativamente o uso de energia não renovável nos segmentos insumo, produção de soja e serviços a fim de conciliando suas atividades econômicas com a preservação do meio ambiente. 3.4. As emissões de CO2 pelo Consumo de Energia O crescente consumo de energia observado na economia do agronegócio no período de 2000 a 2013 salienta a importância de avaliar as emissões de CO2, em particular no complexo

soja que apresentou acelerado crescimento no consumo de energia. Assim, verifica-se, com base no Quadro 5, que de 2000 a 2013 as emissões do agronegócio passaram de 100.600 para 193.306 Gg de CO2, ou seja, as emissões aumentaram 92,15%, já as emissões do complexo soja, no mesmo período, passaram de 6.523 para 17.065 Gg de CO2, aumentaram em 161,61%, ou seja, 69,46 pontos percentuais mais que o agronegócio. Por conta disso, a participação relativa ou peso do complexo soja nas emissões do agronegócio aumentou significativamente, passando de 6,5% em 2000, para 8,8% em 2013. Nota-se nesse panorama que, em média, o segmento indústria da soja (64,50%), contribui no período de 2000 a 2013 com a maior parcela das novas emissões do complexo soja, seguido de longe pelos segmentos produto soja em grão (17,45%), serviços (10,27%) e insumos (7,78%). Contudo, para estabelecer uma análise mais objetiva de controle das emissões, tornase necessário avaliá-las por fonte energética renovável e não renovável. Isso até porque, os riscos sobre as alterações do clima devido ao efeito estufa se agravam na medida em que o aumento das emissões de CO2 forem oriundas do uso de combustíveis fósseis, ou seja, o acúmulo de CO2 na atmosfera terá um impacto maior se as emissões forem produtos da queima de combustíveis não renováveis. Nesse sentido, as emissões de fontes renováveis devem ser vistas como ecologicamente mais adequada para o gerenciamento do efeito estufa. Embora a queima de biomassa e bioenergia contribua para emissão de CO2, este efeito é minimizado pela absorção das plantas durante seu crescimento, no processo de fotossíntese, o que ajuda a minimizar o impacto ambiental. Portanto, o foco para conciliar o crescimento econômico com a preservação do meio ambiente passa também pela maior utilização de fontes energéticas renováveis. No Quadro 6, como esperado, em função da composição do consumo de energia, os resultados para a economia brasileira, para o agronegócio e para o complexo soja, em geral mostraram que as emissões de CO2 oriundas da queima de energia não renovável apresentam uma tendência decrescente no período em análise. Em particular, no complexo soja as emissões pelo consumo de energia não renovável foram relativamente pequenas, em 2000 representavam 31,84%, passando em 2005 para 24,74%, em 2010 para 25,23% e em 2013 com um significativo aumento para 30,0%. Nota-se que essas emissões se localizam num patamar relativo inferior ao da economia brasileira e superior ao do agronegócio. Entretanto, com exceção da indústria da soja, que além de apresentar as menores emissões de energia não renovável, conseguiu reduzir essas emissões de 5,7% para 2,8% entre 2000 e 2013, resta muito por fazer nos demais segmentos do complexo soja para reduzir as emissões decorrentes do consumo de energia não renovável. Isso até porque no segmento serviços, em média, 84,02% das emissões decorrem do consumo de energia não renovável, no segmento produto soja em grão e segmento insumos essas emissões participam com 68,05% e 66,85%, respectivamente. Portanto, os esforços para substituir combustíveis fósseis deveriam focalizar esses segmentos que emitem majoritariamente CO2 de energia não renovável.

Quadro 5: Emissões de CO2 pelo Consumo de Energia no Complexo no Período de 2000, 2005, 2010 e 2013. Em Gg de CO2 SEGMENTOS Valores em Gg de CO2 Emissão de CO2 pelo Consumo de Energia Ano 2000 Ano 2005 Ano 2010 Ano 2013 Participação Participação Participação Valores Participação Participação Participação Valores Participação Participação Participação Valores Participação Participação relativa dos dos da Cadeia em Gg de relativa dos dos da Cadeia em Gg de relativa dos dos da Cadeia em Gg de relativa dos dos segmentos subsegmentos da no CO2 segmentos subsegmentos da no CO2 segmentos subsegmentos da no CO2 segmentos na subsegmentos na Cadeia nos Serviços Agronegócio na Cadeia nos Serviços Agronegócio na Cadeia nos Serviços Agronegócio Cadeia da nos Serviços da da Cadeia da e no país da da Cadeia da e no país da da Cadeia da e no país da Cadeia da Participação da Cadeia da no Agronegócio e no país I Insumos em grão 548 8,4% 897 7,8% 950 6,6% 1.415 8,3% II Produto em grão 1.284 19,7% 1.994 17,3% 2.167 15,2% 3.004 17,6% III Industria da 3.902 59,8% 7.291 63,2% 10.074 70,5% 11.014 64,5% IV- A. a) Serviços de comercialização da em grão 1 0,0% 0,1% 1 0,0% 0,1% 18 0,1% 1,7% 30 0,2% 1,9% IV- A. b) Serviços de transporte da em grão 217 3,3% 27,6% 426 3,7% 31,4% 303 2,1% 27,6% 628 3,7% 38,4% IV- A. c) Outros Serviços da em grão 49 0,8% 6,2% 131 1,1% 9,6% 124 0,9% 11,3% 243 1,4% 14,9% A) Serviços da em grão 267 4,1% 33,9% 559 4,8% 41,1% 445 3,1% 40,5% 901 5,3% 55,2% IV- B. a) Serviços de comercialização da indústria da 1 0,0% 0,1% 2 0,0% 0,1% 27 0,2% 2,4% 25 0,1% 1,5% IV- B. b) Serviços de transporte da indústria da 425 6,5% 53,9% 611 5,3% 44,9% 444 3,1% 40,5% 509 3,0% 31,2% IV-B. c) Outros Serviços da indústria da 96 1,5% 12,1% 187 1,6% 13,8% 182 1,3% 16,6% 197 1,2% 12,1% B) Serviços da Industria da 521 8,0% 66,1% 800 6,9% 58,9% 653 4,6% 59,5% 731 4,3% 44,8% IV Serviços da Cadeia da (A + B) 788 12,1% 100,0% 1.358 11,8% 100,0% 1.097 7,7% 100,0% 1.632 9,6% 100,0% Cadeia da (I + II + III+ IV) 6.523 100,0% 11.541 100,0% 14.289 100,0% 17.065 100,0% Agronegócio 100.600 6,5% 133.133 8,7% 190.216 7,5% 193.306 8,8% Nacional 256.450 2,5% 312.736 3,7% 356.485 4,0% 376.040 4,5% Fonte: Dados da pesquisa Quadro 6: Emissões de CO2 do Complexo pelo Consumo de Energia Renovável e Energia Não-Renovável. Em Gg de CO2 e percentual SEGMENTOS Emissões de CO2 pelo Consumo de Energia Renovável Valores Percentual em Gg de CO2 Consumo de Energético (tep) Ano 2000 Ano 2005 Ano 2010 Ano 2013 Emissões de CO2 pelo Emissões de CO2 pelo Emissões de CO2 pelo Emissões de CO2 pelo Emissões de CO2 pelo Emissões de CO2 pelo Consumo de Energia Não- Consumo de Energia Consumo de Energia Não- Consumo de Energia Consumo de Energia Não- Consumo de Energia Renovável Renovável Renovável Renovável Renovável Renovável Valores em Gg de CO2 Percentual Valores em Gg de CO2 Percentual Valores em Gg de CO2 Emissões de CO2 pelo Consumo de Energia Não- Renovável I Insumos em grão 158 28,9% 390 71,1% 271 30,1% 627 69,9% 354 37,3% 595 62,7% 514 36,3% 902 63,7% II Produto em grão 538 41,9% 746 58,1% 917 46,0% 1.077 54,0% 429 19,8% 1.738 80,2% 605 20,1% 2.399 79,9% III Industria da 3.678 94,3% 224 5,7% 7.057 96,8% 234 3,2% 9.791 97,2% 283 2,8% 10.705 97,2% 308 2,8% IV- A. a) Serviços de comercialização da em grão 0 26,4% 0 73,6% 0 32,0% 1 68,0% 11 62,7% 7 37,3% 16 53,1% 14 46,9% IV- A. b) Serviços de transporte da em grão 0 0,0% 217 100,0% 91 21,4% 335 78,6% 2 0,7% 300 99,3% 6 0,9% 622 99,1% IV- A. c) Outros Serviços da em grão 26 52,0% 24 48,0% 90 69,0% 41 31,0% 32 26,1% 92 73,9% 45 18,5% 198 81,5% A) Serviços da em grão 26 9,6% 241 90,4% 182 32,6% 376 67,4% 46 10,3% 399 89,7% 67 7,4% 835 92,6% IV- B. a) Serviços de comercialização da indústria da 0 26,4% 1 73,6% 1 32,0% 1 68,0% 17 62,7% 10 37,3% 13 53,1% 12 46,9% IV- B. b) Serviços de transporte da indústria da 0 0,0% 425 100,0% 131 21,4% 480 78,6% 3 0,7% 441 99,3% 4 0,9% 505 99,1% IV-B. c) Outros Serviços da indústria da 50 52,0% 46 48,0% 129 69,0% 58 31,0% 47 26,1% 134 73,9% 36 18,5% 161 81,5% B) Serviços da Industria da 50 9,6% 471 90,4% 261 32,6% 539 67,4% 67 10,3% 585 89,7% 54 7,4% 677 92,6% IV Serviços da Cadeia da (A + B) 76 9,6% 713 90,4% 443 32,6% 916 67,4% 113 10,3% 984 89,7% 121 7,4% 1.512 92,6% Cadeia da (I + II + III+ IV) 4.451 68,2% 2.072 31,8% 8.687 75,3% 2.854 24,7% 10.687 74,8% 3.601 25,2% 11.944 70,0% 5.121 30,0% Agronegócio 70.066 69,6% 30.534 30,4% 103.375 77,6% 29.758 22,4% 159.174 83,7% 31.043 16,3% 159.159 82,3% 34.147 17,7% Nacional 115.651 45,1% 140.799 54,9% 159.667 51,1% 153.069 48,9% 200.488 56,2% 155.998 43,8% 202.424 53,8% 173.616 46,2% Fonte: Dados da pesquisa Percentual Valores em Gg de CO2 Percentual Valores em Gg de CO2 Percentual Valores em Gg de CO2 Percentual Valores em 1000 tep Percentual

O Quadro 5 apresenta a evolução das emissões de CO2 da cadeia da soja no período de 2000 a 2013, observa-se que a cadeia da soja apresentou uma evolução de emissões de 6.523 unidades em 2000, para 17.065 em 2013, representando 2,54% do total nacional em 2000 e 4,54% em 2013. Em termos absolutos a indústria da soja representa a maior parcela de emissões, com 11.014 do total de 17.065. De modo geral a cadeia da soja aumentou as emissões em 11,40% ao ano entre 2000 e 2005, acima do total nacional que cresceu 4%, sendo a maior contribuição para a variação total feita pela indústria da soja, com 67,54%, seguido pelo produto da soja em grão, com 14,45%. As taxas de crescimento demonstram que a indústria da soja apresentou a maior taxa, 12,50%, seguido pelo serviço da cadeia da soja com 10,90% e pelos insumos da soja em grão, com 9,90%. Por fim, a menor taxa de crescimento foi apresentada pelo produto soja em grão, 8,80%. Entre 2005 e 2010, a taxa de crescimento de emissões foi de 4,30% na cadeia da soja, acima do total nacional, com 2,60%, novamente a maior contribuição foi feita pela indústria da soja, com 101,30% de contribuição para a variação total das emissões, seguida pelo produto da soja em grãos com 6,29%. A maior taxa de crescimento de emissões se deu na indústria da soja com 6,50%, seguida pelo produto da soja em grão com 1,70%. Para 2010 e 2013, a cadeia da soja apresentou taxa de crescimento de 5,90%, enquanto que o total nacional aumentou 1,80% e o agronegócio, apenas 0,50%. A maior taxa de crescimento de emissões se deu nos insumos da soja em grão, com 13,30%, seguida pelos serviços da cadeia da soja, com 13,20%, após, o produto da soja em grão com 10,90% e a indústria da soja, com 3,00%. A maior contribuição para o aumento de emissões foi da indústria da soja, com 33,83%, seguida de perto pelo produto da soja em grão com 30,13%. 4. Conclusões O artigo avalia no complexo soja brasileiro, do período de 2000 a 2013, a geração de renda e emprego, bem como suas implicações sobre o consumo de energia e emissões de CO2 por fonte de energia. Verificou-se que o complexo soja responde no agronegócio por 12,6 do PIB, 11,8% dos empregos, 9,8% do consumo de energia e por 7,8% das Emissões de CO2 decorrentes do consumo de energia. Em particular, o PIB do complexo soja indica que existe uma mudança estrutural na geração de serviços em favor da soja em grãos, isto é, no período se observa que os serviços da indústria da soja vêm perdendo significativo espaço para a soja em grão. Isto permite afirmar que existe uma constante especialização dos serviços para a exportação com pouco valor agregado. Com relação à geração de emprego no período de 2000 a 2013, verifica-se que o volume de geração de emprego na propriedade agrícola diminuiu em pouco mais de 300 mil empregos, contudo essa perda foi mais que compensada pelo segmento serviços uma vez que foram criadas, neste, pouco mais de 700 novos empregos.

Por sua vez, verificou-se que o consumo de energia no complexo soja é intenso apresentando no período uma taxa de crescimento de 7,56% a.a., contudo ficou evidente que em torno de 60% a energia consumida é renovável, com destaque do segmento indústria por consumir entorno de 90% de energia renovável. Em virtude disso, as emissões de CO2 pelo Consumo de Energia indicam que o segmento indústria concentra pouco mais de 65% das emissões do complexo soja, seguido pelo produto soja em grão com aproximadamente 16%. Em síntese, o conjunto de informações geradas permitem compreender com mais detalhe as interações das atividades do complexo soja com o meio ambiente, bem como, fornecem subsídios para um melhor planejamento energético e de emissões nos próximos anos. Referências ARAÚJO, N. B. et. ali. Complexo agroindustrial. O Agribusiness Brasileiro. São Paulo. Dez.1990. 228 p. CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP Disponível em: <http//www.cepea.esalq.usp.br>. Acesso em: 28 març. 2013. DAVIS, J. & GOLDBERG, R. A concept of agribusiness. Boston: Harvard University, 1957. DAVIS, J. H., GOLDEBERG, R. A. A Concept of Agribusiness. Division of Research. Graduate Scholl of Business Administration. Boston: Harvard University, 1957. ELAMIN, N.; KHAIRA, H. Tariff escalation in agricultural commodity markets. In: FAO. Commodity market review 2003-2004. Rome: FAO, 2003. p. 101-120. Disponível em: http://www.fao.org/docrep/006/y5117e/y5117e0e.htm>. Acesso em: 23/03/2017. FINAMORE, E, B. & MONTOYA, M. A. PIB, tributos, emprego, salários e saldo da balança comercial no agronegócio gaúcho. Revista Ensaios FEE. Porto Alegre - RS. Porto Alegre RS, v24, n. 1, p. 93-126, 2003. FURTUOSO, M. O produto interno bruto do complexo agroindustrial brasileiro. Tese (Doutorado) Esalq/USP, 1998. GUILHOTO, J.J.M., U.A. SESSO FILHO. Estimação da Matriz Insumo-Produto Utilizando Dados Preliminares das Contas Nacionais: Aplicação e Análise de Indicadores Econômicos para o Brasil em 2005. Economia & Tecnologia. UFPR/TECPAR. Ano 6, Vol 23, Out 2010. GUILHOTO, J.J.M.; SESSO FILHO, U.A. Estimação da matriz insumo-produto a partir de dados preliminares das contas nacionais. Economia Aplicada. v. 9. n. 2. p. 277-299. abr-jun. 2005. GUILHOTO, J.M.G.; FURTUOSO, O.C.M.; BARROS, G.S.C.O Agronegócio na Economia Brasileira 1994 a 1999. Confederação Nacional da Agricultura, 2000. LAUSCHNER, R. Agribusiness, cooperativa e produtor rural. São Leopoldo: Unisinos, 1993. 296 p.