Eficiência do inseticida Clorfenapir no controle de Lobiopa insularis

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Transcrição:

Eficiência do inseticida Clorfenapir no controle de Lobiopa insularis na cultura do morango José Usan Torres Brandão Filho 1 ; Humberto Silva Santos 1 ; Paulo Francisco Maraus 1 ; Valdenir Catapan 1 ; Daniel Kernkamp 1. 1 Universidade Estadual de Maringá. Av. Colombo, 5790 Departamento de Agronomia, CEP 87.020-900, Maringá-PR; danielkernkamp@hotmail.com. RESUMO O Brasil produz aproximadamente 105.000 toneladas de morango, em quatro mil hectares. Entre os insetos prejudiciais à cultura, destaca-se a broca-do-morangueiro, Lobiopa insularis. Tanto os adultos como as larvas de L. insularis se alimentam da polpa dos frutos, tornando-os imprestáveis para a comercialização. Nesse trabalho objetivou-se avaliar o efeito inseticida e a eficiência agronômica de cinco doses de inseticida Clorfenapir (240 g L -1 ) visando o controle da broca-do-morangueiro (L insularis) na cultura do morango. O experimento foi realizado em Cianorte PR, de abril a setembro de 2010. Utilizou-se mudas de morango, cultivar Dover. Adotou-se delineamento estatístico experimental de blocos ao acaso, com seis tratamentos e quatro repetições. O tratamento 1 constituiu a testemunha sem aplicação de inseticidas. Nos tratamentos 2, 3, 4, 5 e 6 utilizou-se o inseticida Clorfenapir (240 g L -1 ) nas doses 12,0; 24,0; 48,0; 96,0 e 120,0 g i.a. 100 L -1, respectivamente. Foram realizadas no total cinco avaliações, sendo uma prévia e as demais aos 3, 7, 12 e 18 dias após a aplicação (DAA). Em doses a partir de 48,0 g i.a.100 L -1, o inseticida Clorfenapir (240 g L -1 ) pode ser utilizado para o controle de infestações de L. insularis na cultura do morango. PALAVRAS-CHAVE: Fragaria x ananassa Duch., fitossanidade, inseticidas. ABSTRACT Efficiency of insecticide Clorfenapyir to control Lobiopa insularis on strawberry crop Brazil produces approximately 105,000 tons of Strawberry, in four thousand hectares. Among the harmful insects to the crop, stands out Lobiopa insularis. Both adults and larvae of L. insularis feed on the flesh of the fruit, making them useless to marketing and consumption. This work aimed to evaluate the effect of insecticide and agronomic efficiency of five doses of insecticide Chlorfenapyr (240 g L -1 ) aiming at the control of L. insularis in strawberry crop. The experiment was performed in Cianorte-PR-Brazil, from April to September 2010. Used Strawberry seedlings, cultivar Dover. The experimental statistical design was blocks at random, with six treatments and four repetitions. The Treatments were a control without spraying, and five doses of insecticide Chlorfenapyr (240 g L -1 ) under rates of 12.0; 24.0; 48.0; 96.0 and 120.0 g a.i. 100L -1, respectively. Were carried out five evaluations, being a preview and the other to 3, 7, 12 and 18 days after spraying. In doses from 48.0 g i.a. 100 L -1, the insecticide Chlorfenapyr (240 g L -1 ) can be used to control infestations of L. insularis in strawberry crop. Keywords: Fragaria x ananassa Duch, plant health, insecticides. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1470

O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) pertence à família das Rosáceas, sendo um híbrido resultante das espécies americanas F. chiloensis, F. virginiana e F. ovalis, e da européia Fragaria vesca. No Brasil, a cultura encontra-se difundida em regiões de clima temperado e subtropical, onde se produz morango para consumo in natura e para a industrialização. O Brasil produz aproximadamente 105.000 toneladas de morango, em quatro mil hectares. Minas Gerais é o maior produtor, com cerca de 40 mil toneladas por ano, seguido por São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina. O Paraná, em 2008 produziu 15,9 mil toneladas, cujo valor bruto da produção foi de 56,1 milhões de reais e com tendência de crescimento, graças à sua boa rentabilidade para o pequeno produtor familiar e geração de emprego, principalmente na colheita do produto. O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) pertence à família das Rosáceas, sendo um híbrido resultante das espécies americanas F. chiloensis, F. virginiana e F. ovalis, e da européia Fragaria vesca. No Brasil, a cultura encontra-se difundida em regiões de clima temperado e subtropical, onde se produz morango para consumo in natura e para a industrialização (FILGUEIRA, 2003). Entre os insetos prejudiciais à cultura, destaca-se a broca-do-morangueiro, Lobiopa insularis, um pequeno besouro da ordem Coleoptera, família Nitidulidae, que ataca e danifica os frutos do morangueiro, inviabilizando-os para consumo e comercialização. Os adultos da broca-dos-frutos possuem corpo levemente achatado, com cerca de 4 a 8 mm de comprimento; coloração marrom escura, com as margens laterais amareladas. Antenas com 11 segmentos, sendo os três últimos dilatados, em forma de clava. Élitros (1 o par de asas modificado e esclerotizado) cobrem quase totalmente o abdômen, deixando os últimos segmentos expostos. Pernas com tarsos 5-segmentados (fórmula tarsal: 5-5-5), nos três pares de pernas (GALLO et al, 2002). Os besouros adultos são atraídos aos frutos do morangueiro por meio de compostos voláteis exalados de frutos maduros ou em fermentação no solo. A broca-domorangueiro ataca preferencialmente os frutos maduros, sendo aqueles localizados próximos ou rente ao solo os mais atacados (GUIMARÃES et al, 2009). Tanto os adultos como as larvas de L. insularis se alimentam da polpa dos frutos, tornando-os imprestáveis para a comercialização. As fêmeas do inseto depositam seus ovos nos frutos, dos quais emergem as larvas, que passam por três ecdises e, quando totalmente maduras, deixam os frutos para empuparem no solo, logo abaixo da planta. Em cultivos de morango com cobertura plástica do solo ( mulching ), as larvas Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1471

geralmente empupam logo abaixo do plástico, na base das plantas (SALES, 1983; ANTUNES & DUARTE FILHO, 2010). Além disso, os adultos de L. insularis, ao voarem de um fruto para outro, podem atuar como vetores de fitopatógenos oportunistas, que causam podridões e ampliam ainda mais as perdas na produção (FADINI, 1999). A broca-do-morangueiro é um inseto generalista, que na ausência do morangueiro, ataca também frutos do tomateiro, pessegueiro, goiabeira, macieira, laranjeira, meloeiro, entre outros. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em área de produção de hortaliças e frutas localizada nas coordenadas 23º 37 26 S e 52º 36 16 W, no município de Cianorte, Estado do Paraná, no período de abril a setembro de 2010. O solo da área experimental foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO Distrófico, textura arenosa, o qual foi preparado previamente por meio de revolvimentos e encanteiramento com rotoencanteirador. Nesta ocasião, previamente ao plantio, foi realizada a adubação utilizando-se 1,0 Kg de esterco de galinha e 100 g do adubo formulado 04-14-08 por m -2. Utilizou-se mudas de morango, cv. Dover, as quais foram transplantadas em 10/04/2010 para os canteiros adotando-se o espaçamento de 0,35 x 0,35 m. As técnicas de condução foram as usuais em cultivos comerciais incluindo mulching de casca de arroz, controle manual de plantas daninhas e irrigação por aspersão. Não foram feitas aplicações de outros inseticidas e fungicidas além dos tratamentos experimentais. O delineamento estatístico experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com seis tratamentos e quatro repetições. Cada parcela, contendo 36 plantas, foi constituída por uma área de 1,6 m de largura por 4,2 m de comprimento, ou seja, três fileiras de 12 plantas. Os tratamentos submetidos à avaliação tiveram como alvo biológico a broca-do-morangueiro (Lobiopa insularis). Foram testadas cinco doses do inseticida Clorfenapir (240 g L -1 ), nos níveis de 12,0; 24,0; 48,0; 96,0 e 120,0 g i.a. 100L -1, o tratamento testemunha correspondeu às parcelas não pulverizadas. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1472

Foi realizada uma pulverização, com cada um dos respectivos tratamentos experimentais, no dia 03/09/2010, aos 146 DAT (Dias Após o Transplante), quando a cultura encontrava-se em fase de produção e com infestação da praga. Para as aplicações foi utilizado um pulverizador costal pressurizado à base de CO 2, equipado com bico cônico D2-13, calibrado para pressão constante de 35 PSI, o que permitiu uma vazão de 1000 L de calda inseticida por hectare. Foram realizadas no total cinco avaliações, visando quantificar a variação populacional da praga na cultura, sendo a primeira (avaliação prévia) procedida momentos antes da pulverização, no dia 03/09/2010. As demais aconteceram nos dias 06/09, 10/09, 15/09 e 21/09/2010, respectivamente aos 03, 07, 12 e 18 dias após a aplicação (DAA). A metodologia empregada foi a coleta de dez frutos maduros, um por planta, na parcela útil e verificadas as injúrias e presença de larvas vivas. Os resultados foram submetidos à análise de variância, e os dados originais foram transformados de acordo com a recomendação do teste de homocedasticidade (BOX & COX, 1964) e, em seguida, as médias foram comparadas entre si por meio do teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade, de acordo com Canteri et al. (2001). As porcentagens de eficiência dos inseticidas testados foram calculadas pela fórmula de Abbott, de acordo com Nakano et al. (1981), sendo considerados eficazes os tratamentos que superaram os 80% de controle da praga. RESULTADOS E DISCUSSÃO Por ocasião das avaliações não foram observados sintomas visuais de fitotoxicidade nas plantas ou qualquer anormalidade atribuível aos tratamentos experimentais, a fatores nutricionais, climáticos ou ao manejo da cultura. Os resultados quantificados no ensaio estão demonstrados na Tabela 1 e corresponde ao número de frutos danificados e com presença de larvas vivas de broca-do-morangueiro em dez frutos maduros amostrados. O coeficiente de variação e a ausência de diferenças significativas verificadas entre o número de indivíduos quantificados na avaliação prévia mostraram que a praga encontrava-se uniformemente distribuída na área experimental. Em todas as avaliações realizadas até os 18 dias após a aplicação, os valores verificados nas amostras realizadas nas parcelas tratadas foram significativamente inferiores ao ataque quantificado na testemunha não pulverizada, ou seja, todos os tratamentos Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1473

químicos apresentaram expressiva redução da infestação da praga. Exceto na avaliação realizada aos 3 DAA, onde não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos químicos, mas a menor dose do produto (12 g i.a.100 L -1 ) não diferiu da testemunha não pulverizada. Nas avaliações realizadas aos 07, 12 e 18 DAA não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos químicos correspondentes às doses de 48,0; 96,0 e 120,0 g i.a. 100 L -1 que por sua vez superaram o efeito das doses menores (12,0 e 24,0 g i.a. 100 L -1 ). A avaliação da eficiência com que os tratamentos químicos controlaram a praga evidenciou que o inseticida Clorfenapir (240 g L -1 ), em doses a partir de 48,0 g i.a. 100 L -1 apresentou a maior consistência quanto a sua eficácia, a qual se mostrou satisfatória a partir do sétimo e se prolongou até os 18 DAA. Portanto, a eficiência biológica do inseticida Clorfenapir (240 g L -1 ), na dose adequada, mostrou-se uma boa opção dentro do manejo de controle da praga na cultura do morango, o que assegurou a integridade dos frutos e, conseqüentemente, reduziu os riscos de perdas quantitativas e qualitativas na produção. REFERÊNCIAS AGROFIT. Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários. Disponível em http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 21 de abril de 2010. ANDREI, E. Compêndio de defensivos agrícolas. São Paulo: Organização Andrei Editora Ltda. 2009. 1378p. ANTUNES, L.E.C.; DUARTE FILHO, J. Sistema de Produção de Morango. Embrapa Clima Temperado. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br /FontesHTML/Morango/SistemaProducaoMorango/index.htm> Acesso em 05 de outubro de 2010. BOX, G. E. P.; COX, D. R. An analysis of transformation. Journal of the Royal Statistical Society, B. London, v. 26, p. 211-243, 1964. CANTERI, M. G.; ALTHAUS, R. A.; VIRGENS FILHO, J. S.; GIGLIOTI, E. A.; GODOY, C. V. SASM Agri : Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scott-Knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, v. 1, n. 2, p. 18-24. 2001. FADINI, M. A. M.; ALVARENGA, D. A. Pragas do morangueiro. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 20, n. 198, p. 75-79, 1999. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1474

FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2003. GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BAPTISTA, G. C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIN, J. D. X.; MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002, 920p. GUIMARÃES, J.A.; MICHEREFF FILHO, M.; RIBEIRO, M.G.P.M.; LIZ, R.S.; GUEDES, I.M.R. Ocorrência e manejo da broca-do-marangueiro no Distrito Federal. EMBRAPA HORTALIÇAS, Brasília, 2009, 5p. (Comunicado Técnico, 74) NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R.A. Entomologia Econômica. São Paulo: Livroceres, 1981, 314p. SALLES, L.A.B.; WILLIAMS, R.N. Broca do morango (Lobiopa insularis). Pelotas: Embrapa/UEPAE de Cascata, 1983. 10 p. (Embrapa. Documentos, 17) Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1475

Eficiência do inseticida Clorfenapir no controle de Lobiopa insularis na cultura do morango. Tabela 1. Média do número de frutos atacados por amostra (M) e porcentagem de eficiência (%Ef.) dos tratamentos com diferentes doses de Clorfenapir (240 g L -1 ) visando o controle da broca-do-morangueiro (L. insularis) na cultura do morango. (Average number of attacked fruits (M) and percentage of efficiency (% Ef.) of treatments with different doses of Clorfenapir (240 g L -1 ) aiming at the control of L. insularis in strawberry crop). Cianorte PR, 2010. Avaliações (dias após a aplicação) Tratamentos Doses Avaliação 2 a Av. - 3 DAA 3 a Av. - 7 DAA 4 a Av. -12 DAA 5 a Av. - 18 DAA (Ingrediente Ativo) (i.a. g 100 L -1 ) Prévia 06/09 10/09 15/09 21/09 M* M 1 % Ef. 2 M % Ef. M % Ef. M % Ef. 1 Testemunha - 1,53 a 4,35 a - 3,65 a - 2,73 a - 3,75 a - 2- Clorfenapir (240 g L -1 ) 12,0 1,43 a 2,38 ab 45,4 2,10 b 42,5 1,28 b 53,2 1,68 b 55,3 3- Clorfenapir (240 g L -1 ) 24,0 1,68 a 1,55 b 64,4 1,58 b 56,8 0,93 b 66,1 1,33 b 64,7 4- Clorfenapir (240 g L -1 ) 48,0 2,10 a 1,43 b 67,2 0,38 c 89,7 0,28 c 89,9 0,75 c 80,0 5- Clorfenapir (240 g L -1 ) 96,0 1,95 a 1,33 b 69,5 0,20 c 94,5 0,23 c 91,7 0,60 c 84,0 6- Clorfenapir (240 g L -1 ) 120,0 1,85 a 1,03 b 76,4 0,10 c 97,3 0,10 c 96,3 0,45 c 88,0 C.V. (%) - 21,00 18,54-17,50-24,17-16,94-1/ Médias das quatro repetições do número de frutos atacados encontrados por amostragem representada por dez frutos maduros, as quais quando seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de significância. 2/ Porcentagens de eficiência, calculadas de acordo com a fórmula de Abbott. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 1476