Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: - Relatório -

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2 Não foram apresentadas contra alegações. 4 - Colhidos os vistos legais, cabe decidir.

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1.1. Terminou a alegação de recurso com as seguintes conclusões:

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Acordam, em conferência, nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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Nas alegações, conclui o seguinte:

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Transcrição:

Página 1 de 8 Acórdãos STA Processo: 058/14 Data do Acordão: 14-01-2015 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ISABEL MARQUES DA SILVA Descritores: IMPUGNAÇÃO JUDICIAL IRC REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA ESTABELECIMENTO ESTÁVEL PRINCÍPIO DA IGUALDADE Sumário: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo I A taxa regional reduzida de IRC é aplicável aos sujeitos passivos que tenham sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável da Região Autónoma da Madeira, de harmonia com o disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º do DLR n.º 2/2001/M de 20 de Fevereiro (antes da alteração introduzida pelo DLR n.º 3/2007/M, de 9 de Janeiro). II O conceito de estabelecimento estável para efeito dessa redução de taxa abrange instalações, onde seja exercida efectiva actividade económica, dos sujeitos passivos residentes ou não residentes no território nacional, sob pena de violação do princípio da igualdade (artigo 13.º da CRP). Nº Convencional: JSTA000P18441 Nº do Documento: SA220150114058 Data de Entrada: 20-01-2014 Recorrente: FAZENDA PÚBLICA Recorrido 1: CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, SA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: Texto Integral Texto Integral: Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: - Relatório - 1 A Fazenda Pública recorre para este Supremo Tribunal da sentença do Tribunal Tributário de Lisboa, de 25 de Outubro de 2013, que julgou totalmente procedente a impugnação judicial deduzida pela Caixa Geral de Depósitos contra o indeferimento de reclamação graciosa tendo por objecto liquidação adicional de IRC/2003 relativamente à actividade exercida na Região Autónoma da Madeira e respectivos juros compensatórios, anulando a liquidação sindicada e correspondentes juros compensatórios, apresentando para tal as seguintes conclusões: 1) Entendeu a sentença recorrida que, da interpretação literal quer do artigo 2.º, n.º 2, do Dec. Legislativo Regional n.º 2/2001/M, de 20/2 quer do artigo 13.º da Lei n.º 13/98,

Página 2 de 8 de 24/2, não se retira que o conceito de «estabelecimento estável» se refira apenas a entidades não residentes e as expressões «sucursais, delegações, agências, escritórios, instalações ou quaisquer formas de representação permanente sem personalidade jurídica própria» se reporte a entidades residentes (com sede ou direcção efectiva em território nacional) ( ). 2) De acordo com o estabelecido no n.º 2 do art. 2.º do Dec. Legislativo Regional n.º 2/2001/M, de 20/2, a taxa referida no número anterior à aplicável aos sujeitos passivos de IRC que possuam sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável na Região Autónoma da Madeira e o imposto em causa constitua receita da Região, nos termos previstos nas alíneas a) e b) do artigo 13.º da Lei de Finanças das Regiões Autónomas, sendo que, delimitando, desde logo, o âmbito de aplicação do supratranscrito preceito, refere-se no preâmbulo do decreto legislativo em questão que, através do diploma legal em causa, se estabelece a redução da taxa de IRC em relação aos rendimentos dos sujeitos passivos residentes na Região Autónoma da Madeira, tal como definidos na alínea a) do artigo 13.º da Lei n.º 13/98, de 24 de Janeiro. 3) Ora, a mencionada al. a) do art. 13.º do predito normativo refere-se ao imposto sobre o rendimento devido por pessoas colectivas ou equiparadas que tenham sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável numa única Região, não sendo esse, notoriamente, o caso da impugnante, à qual, pelo contrário, se deverá adequadamente, considerar aplicável o estabelecido na subsequente al. b), na medida em que esta se refere a pessoas colectivas ( ) que tenham sede ou direcção efectiva em território português e possuam sucursais, delegações, agências ( ) em mais de uma circunscrição, nos termos referidos nos n.ºs 2 e 3 do presente artigo, razão pela qual se conclui que, tendo em vista a clareza das disposições legais em apreço, no respeitante à expressão da vontade real do legislador, resulta manifestamente infundada a alusão à suposta violação do princípio constitucional da igualdade. 4) Aliás, dando aplicação ao estabelecido na supra transcrita al. b), constata-se que, no exercício em causa, a colecta da Região Autónoma da Madeira, no que à impugnante respeita, foi apurada, precisamente, com base

Página 3 de 8 na aplicação do rácio de 0,01 (correspondente à percentagem do volume de negócios realizado na região em relação ao volume total de negócios) ao valor resultante da aplicação da taxa de 30% ao valor da matéria colectável. 5) Conclui-se, assim, que, atendendo o disposto no art. 9.º do Código Civil, particularmente o preceituado no respectivo n.º 3, deverá considerar-se que foi claramente intenção do legislador (tal como, aliás, resulta, desde logo do respectivo preâmbulo, o qual se refere, exclusivamente, à previsão contida na al. a) do n.º 1 do art. 13.º da Lei n.º 13/98) limitar a aplicação do estabelecido no n.º 2 do art. 2.º do Dec. Legislativo Regional n.º 2/2001/M, de 20/2, às entidades que possuam sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável na Região, não sendo esse o caso da impugnante, a qual deverá considerar-se abrangida pelo disposto na alínea b) do n.º 1 do art. 13.º da Lei n.º 13/98, de 24/2, razão pela qual, tendo a sentença recorrida decidido com base no entendimento contrário ao que resulta das presentes conclusões, assim violando o questionado art. 2.º, n.º 2, do Dec. Legislativo Regional n.º 2/2001/M, de 20/2, deverá a mesma ser revogada, com as legais consequências. 2 Contra-alegou a recorrida, concluindo nos seguintes termos: Pelo exposto, a liquidação anulada padece, entre outros, dos seguintes vícios: a) Vício de violação do disposto no art. 229.º, n.º 1, alínea i) da Constituição da República Portuguesa, que consagra que as Regiões Autónomas têm um poder tributário próprio e devem adaptar o sistema fiscal nacional às suas especificidades. b) Vício de violação do art. 37.º, n.º 1, f) do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, que atribui competência à Assembleia Legislativa Regional para exercer poder tributário próprio e adaptar o sistema fiscal nacional; c) Vício de violação do art. 13.º, n.º 1, b) da Lei de Finanças das regiões Autónomas, na medida em que este determina que o imposto sobre o rendimento de agências de pessoas colectivas sedeadas em território português, sitas nas Regiões Autónomas, constitui receita destas;

Página 4 de 8 d) Vício de violação do art. 2.º do Dec. Legislativo Regional n.º 2/2001/M, por vedar a um sujeito passivo sedeado no continente, mas com estabelecimentos estáveis na região Autónoma da Madeira, a aplicação da taxa reduzida de IRC, relativamente aos rendimentos obtidos nesta Região; e) Das Alegações apresentadas pela Representação da Fazenda Pública não resulta qualquer argumento que permita concluir pela inexistência de qualquer destes vícios, reconhecidos e confirmados pela douta sentença recorrida, termos em que só se poderá concluir pela sua manutenção na íntegra. Por tudo o exposto, deve a douta sentença recorrida ser mantida, reiterando-se a anulação da liquidação impugnada, assim se fazendo a verdadeira e costumada JUSTIÇA! 3 O Excelentíssimo Procurador-Geral Adjunto junto deste Tribunal emitiu o parecer de fls. 149 a 153 dos autos, nele defendendo que se impõe a baixa dos autos à 1.ª instância, a fim de se proceder à ampliação da matéria de facto, com a obtenção dos elementos sobre a forma como a recorrida exercia a sua actividade, no exercício de 2003, na região autónoma da Madeira e que, caso assim não se entenda, a questão de direito suscitada no recurso, deve ser decidida no sentido de que a taxa reduzida prevista no n.º 2 do artigo 2.º do Decreto Legislativo Regional n.º 2/2201/M é igualmente aplicável aos sujeitos passivos residentes no território nacional que desenvolvam a sua actividade na região autónoma da Madeira mediante sucursais, delegações, agências, escritórios, instalações ou quaisquer formas de representação permanente, motivo pelo qual deve o recurso ser julgado improcedente. Colhidos os vistos legais, cumpre decidir. 4 Questão a decidir - Fundamentação - É a de saber se a sentença recorrida incorreu em erro de julgamento ao julgar procedente a impugnação judicial deduzida contra liquidação adicional de IRC relativa a 2003, no entendimento de que a taxa reduzida de IRC prevista no n.º 2 do artigo 2.º do Decreto Legislativo Regional n.º 2/2001/M é também aplicável aos sujeitos

Página 5 de 8 passivos residentes que desenvolvam a sua actividade na Região Autónoma da Madeira através de estabelecimento estável aí situado. 5 Matéria de facto Na sentença objecto do presente recurso foram fixados os seguintes factos: 1. A impugnante tem sede em Lisboa, na área do 5.º Serviço de Finanças de Lisboa cfr. fls. 25 do processo administrativo em apenso aos presentes autos; 2. No exercício de 2003, a ora impugnante, tinha estabelecimento estável na Região Autónoma da Madeira Acordo; 3. Em 26/05/2005, a impugnante procedeu à entrega da declaração Mod. 22 de IRC/2003, tendo efetuado a autoliquidação do IRC/2003 no montante de 58.518.517,96 cfr. fls. 25 a 29 do processo administrativo em apenso aos presentes autos; 4. Posteriormente, a impugnante foi notificada da liquidação adicional n.º 2004 2310230438, no valor de 26.211,42, a que acrescem juros compensatórios de 3.615,36, no montante total de 29.826,79, face à alteração efetuada ao valor da colecta à taxa da região autónoma da Madeira no valor de 1.099.268,04, para 1.221.408,93, a taxa em vigor no continente cfr. Fls. 22 do processo administrativo em apenso aos presentes autos; 5. Em 25/01/2006, deduziu reclamação graciosa que foi indeferida com os seguintes fundamentos: ( ) apesar da reclamante afirmar que tem estabelecimento estável e os rendimentos serem obtidos na RAM, a sede efetiva é no continente ( ) tendo em conta a Circular n.º 14, de 09/05/2005 da Direcção de Serviços do IRC, é entendimento da administração fiscal que a taxa aplicada à matéria colectável do exercício de 2003 é de 30% e não de 27% ( ) Cfr. Fls. 41 a 44 do processo administrativo em apenso aos presentes autos; 6. Em 02/07/2008, a ora impugnante, foi notificada do indeferimento da reclamação cfr. Fls. 45 a 46 do processo administrativo em apenso aos presentes autos;

Página 6 de 8 7. Em 09/07/2008, é entregue neste Tribunal petição inicial que consubstancia a presente impugnação cfr. Fls. 2 e segs. dos presentes autos. 6 Apreciando 6.1 Do alegado erro de julgamento da sentença recorrida A sentença recorrida, a fls. 86 a 93 dos autos, julgou totalmente procedente a impugnação judicial deduzida pela ora recorrida contra o indeferimento de reclamação graciosa da liquidação adicional de IRC do exercício de 2003 relativa à actividade exercida na Região Autónoma, no entendimento de que aos rendimentos obtidos pelo seu estabelecimento estável situado naquela região era aplicável, não a taxa normal de IRC, mas a taxa reduzida prevista no artigo 2.º, n.º 1 do Decreto Legislativo Regional n.º 2/2001/M, e 20 de Fevereiro, na sua redacção inicial (vigente em 2003). Para assim decidir, considerou a sentença recorrida, depois de proceder à transcrição do n.º 2 do artigo 2.º do Decreto Legislativo Regional 2/2001/M de 20.02 e do artigo 13.º da Lei n.º 13/98, não resultar da interpretação literal de tais preceitos que o conceito de «estabelecimento estável» se refira apenas a entidades não residentes e as expressões «sucursais, delegações, agências, escritórios, instalações ou quaisquer formas de representação permanente sem personalidade jurídica próprias» se reporte a entidades não residentes (com sede ou direção efetiva em território nacional), ao contrário do que alega a Fazenda Pública e que se conformarmos a interpretação destes dispositivos legais à Lei Fundamental (CRP) sempre se dirá que uma interpretação no sentido de excluir do âmbito de aplicação da taxa reduzida de IRC, as entidades com sede e direção efetiva no território português, fora da Região autónoma da Madeira, que possuam nela instalações qualificáveis como «estabelecimento estável» podemos concluir que a mesma será materialmente inconstitucional por violação do princípio da igualdade ( ) pois que não se vislumbra qualquer razão, nem o legislador mencionou ou deixou antever o que possa levar a que empresas com sede e direção efetiva fora da Região Autónoma da Madeira que nela tenham instalações idênticas qualificáveis como «estabelecimento estável», à face do art. 5.º do CIRC, e que desenvolvam a mesma atividade, possam beneficiar de taxas de IRC diferentes pelo facto de a sede ou direção

Página 7 de 8 efetiva se situar no território nacional ou no estrangeiro, pois a razão que justificou a criação de taxas reduzidas de IRC para entidades não residentes na Região Autónoma da Madeira, que é «fomentar o investimento produtivo na Região Autónoma da Madeira» (Preâmbulo do Decreto Legislativo Regional n.º 2/2001), vale igualmente para o investimento por empresas estrangeiras e por empresas nacionais (cfr. sentença recorrida, a fls. 91/92 dos autos). Citou ainda em apoio desta tese o Acórdão do STA de 7 de Janeiro de 2009, proc. n.º 0669/08. Discorda do decidido a Fazenda Pública, alegando, em síntese, que foi claramente intenção do legislador (tal como, aliás, resulta, desde logo do respectivo preâmbulo, o qual se refere, exclusivamente, à previsão contida na al. a) do n.º 1 do art. 13.º da Lei n.º 13/98) limitar a aplicação do estabelecido no n.º 2 do art. 2.º do Dec. Legislativo Regional n.º 2/2001/M, de 20/2, às entidades que possuam sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável na Região, não sendo esse o caso da impugnante, a qual deverá considerar-se abrangida pelo disposto na alínea b) do n.º 1 do art. 13.º da Lei n.º 13/98, de 24/2, razão pela qual, tendo a sentença recorrida decidido com base no entendimento contrário ao que resulta das presentes conclusões, assim violando o questionado art. 2.º, n.º 2, do Dec. Legislativo Regional n.º 2/2001/M, de 20/2, deverá a mesma ser revogada, com as legais consequências. Vejamos, pois. A questão objecto do presente recurso não é nova, tendo sido já objecto de pelo menos quatro decisões deste STA, todas elas no sentido acolhido pela sentença recorrida - cfr. Acórdãos de 26 de Novembro de 2008, rec. n.º 0666/08, de 7 de Janeiro de 2009, rec. n.º 0669/09, de 21 de Janeiro de 2009, rec. n.º 0668/08 e de 17 de Junho de 2009, rec. n.º 292/09 -, entendimento este que aqui se reitera, pelos fundamentos constantes daquelas decisões e atento ao disposto no artigo 8.º, n.º 3 do Código Civil. Consta do probatório fixado na sentença recorrida (cfr. o n.º 2 do probatório fixado) que No exercício de 2003, a ora impugnante, tinha estabelecimento estável na Região Autónoma da Madeira, facto este tido como sendo fixado por Acordo enão tendo a matéria de facto fixada sido impugnada pela recorrente.

Página 8 de 8 Ora, a limitação do âmbito de aplicação da taxa de IRC reduzida em vigor na Região Autónoma da Madeira em 2003 aos estabelecimentos estáveis situados na Região Autónoma da Madeira de entidades não residentes em território nacional não resulta claramente, contrariamente ao alegado, do n.º 2 do artigo 2.º do Decreto Legislativo Regional n.º 2/2001/M, pois que o preceito, na sua parte final, remete não apenas para a alínea a) do artigo 13.º da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, mas igualmente para a alínea b) do mesmo artigo, que refere constituírem receitas de cada Região o IRC devido por pessoas colectivas ou equiparadas que tenham sede ou direcção efectiva em território português e possuam sucursais, delegações, agências, escritórios, instalações ou quaisquer formas de representação permanente sem personalidade jurídica próprias em mais de uma circunscrição, nos termos referidos nos n.º 2 e 3 do presente artigo. Admite-se que o preceito não seja claro e que o legislador no preâmbulo do diploma que o contém tenha dito minus quam voliut, ou pelo menos do que deveria dizer para que a norma não fosse discriminatória e eventualmente restritiva da liberdade de estabelecimento, como propugna o Excelentíssimo procurador-geral Adjunto no seu parecer junto aos autos (a p. 153). Não se vê, pois, razão para alterar a jurisprudência pacífica deste STA que a sentença recorrida acolheu, sendo de negar provimento ao recurso. - Decisão - 7 - Termos em que, face ao exposto, acordam os juízes da Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo em negar provimento ao recurso, confirmando a sentença recorrida. Custas pela recorrente. Lisboa, 14 de Janeiro de 2015. Isabel Marques da Silva (relatora) Pedro Delgado Ascensão Lopes.