ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO AMBULATORIAL



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Transcrição:

ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO AMBULATORIAL ANXIETY AND DEPRESSION IN PATIENTS IN THE OUTPATIENT CLINIC ONCOLOGICAL TREATMENT Regina Célia Veiga da Fonseca 1 Bruno Santos Orciolli 2 (1) (2) Psicóloga, Doutora em Biotecnologia aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente, Professora e Pesquisadora do curso de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa (Pr), Brasil. E-mail: fonsecaregina@hotmail.com Graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa (Pr), Brasil, E-mail: bruno_orciolli@hotmail.com Resumo A ansiedade e a depressão são transtornos mentais que podem afetar de forma adversa a vida dos pacientes em tratamento oncológico. A presente investigação em saúde mental desenvolveu-se em um hospital público da cidade de Ponta Grossa (PR) e teve por objetivos identificar a incidência de ansiedade e depressão, em pacientes do setor de quimioterapia ambulatorial; apontar qual o transtorno mais comum e citar os aspectos comportamentais presentes. O método foi observacional descritivo, com a aplicação das Escalas de Ansiedade e Depressão de Beck. Participaram da pesquisa 50 pacientes de ambos os gêneros, com idades entre 41 e 75 anos, em tratamento oncológico ambulatorial. Os resultados revelaram índice maior de algum grau de depressão nos homens, quando comparados às mulheres. Mas em relação à ansiedade, indicaram o contrário, ou seja, índice menor de algum grau de ansiedade nos homens, quando comparados às mulheres. O transtorno mais comumente encontrado no total de participantes, homens e mulheres, foi depressão. Foram observados aspectos como o tabagismo, em maior índice nos homens do que nas mulheres; e o uso de veneno agrícola, sem a devida proteção, em 10% do total de participantes, homens e mulheres. Os dados relatados, ainda que apurados a partir de uma amostra pequena, oferecem informações relevantes para a área e podem contribuir no desenvolvimento de ações educativas de prevenção ao câncer. Palavras-chave: Oncologia. Quimioterapia. Ansiedade. Depressão. Abstract Anxiety and depression are mental disorders that may adversely affect the lives of patients undergoing cancer treatment. This research on mental health was developed in a public hospital in the city of Ponta Grossa (PR) and aimed to identify the incidence of anxiety and depression in patients of outpatient chemotherapy sector; point which is the most common disorder and mention the behavioral aspects. It was a descriptive observational study, conducted by the Scales of Anxiety and Beck Depression application. The research was made with 50 patients, men and women, between 41 and 75 years old. The results have shown higher rate of some degree of depression in men, when compared to women. But in relation to anxiety, we observed the opposite, ie, a lower rate of some anxiety in men, when compared to women. The disorder most commonly found in the participants was depression, in both men and women. The aspects such as smoking, had highest rate in men than in women; and the use of agricultural poison, without proper protection, was observed in 10% of the total participants, men and women. The data reported, though calculated from a small sample, provide relevant information for the field and may contribute to the development of educational actions to prevent cancer. Keywords: Oncology. Chemotherapy. Anxiety. Depression.

INTRODUÇÃO Durante o período do tratamento quimioterápico podem emergir sentimentos intensos no paciente, entre eles a ansiedade e a depressão. Esta fase acarreta modificações ao corpo, exigindo adaptações, tanto no aspecto físico quanto emocional. Tal período traz grande impacto no estado emocional do paciente, cujas respostas aos sentimentos gerados pela quimioterapia são individuais (Instituto do Câncer, 2013). A partir do entendimento de que o ser humano e seu bem-estar é o objetivo maior da psicologia, da psiquiatria e das práticas em saúde, a proposta deste estudo justifica-se pelo impacto que visa apresentar sobre a saúde global do ser humano. Os resultados obtidos pressupõem a promoção de novas posturas profissionais que melhorem a prática de serviços à saúde e favoreçam o respeito à vida humana, colaborando para a redução das psicopatologias nos pacientes em tratamento oncológico. Considerou-se a hipótese de que os pacientes com diagnóstico oncológico passam por índices distintos de ansiedade e depressão, no enfrentamento do adoecimento e seu tratamento. Os objetivos desta pesquisa incluem identificar a incidência de ansiedade e depressão em pacientes em tratamento oncológico ambulatorial no setor de quimioterapia; apontar qual o transtorno mais comum, se ansiedade ou depressão; e citar aspectos comportamentais presentes nesses pacientes. Ansiedade, depressão e câncer Todos os dias as pessoas se confrontam com a ansiedade. O estresse, ou um fator que gere estresse, é uma pressão externa exercida sobre uma pessoa, sendo a ansiedade, uma resposta subjetiva ao fator estressor. O transtorno de ansiedade compreende sintomas como inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade em concentrar-se, irritabilidade, tensão muscular e perturbação do sono. Ademais, a ansiedade causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo (APA, 2002). Em relação à depressão, sua etiologia não foi bem esclarecida e seus sintomas alteram quatro setores do funcionamento humano: afetivo, comportamental, cognitivo e fisiológico. É, talvez, a mais antiga e a mais frequente doença psiquiátrica diagnosticada. A prevalência da depressão é maior em pessoas com transtorno de ansiedade. Geralmente, os quadros de depressão

são secundários a outras doenças psiquiátricas, sendo que os transtornos de ansiedade são os mais comuns dos transtornos primários (Hetem & Graeff, 2004.) A depressão é um estado de esvaziamento afetivo, de perda da energia vital, do entusiasmo, da motivação, da disposição de viver. O termo depressão tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma, ou várias doenças (Del Porto, 1999). Para o DSM-IV (APA, 2002), a depressão classifica-se entre os transtornos do humor e o seu diagnóstico torna-se possível quando a pessoa apresenta, durante o mesmo período de duas semanas, no mínimo, cinco dos seguintes sintomas: (1) humor deprimido, tristeza na maior parte do dia, quase todos os dias; (2) acentuada diminuição de prazer ou interesse por atividades que antes apreciava, na maior parte do dia, quase todos os dias; (3) perda ou ganho de peso; ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias; (4) insônia ou hipersônia quase todos os dias; (5) não conseguir ficar parado ou movimentar-se mais lentamente que o habitual quase todos os dias (alteração psicomotora); (6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias; (7) sentimentos inapropriados de inutilidade e desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo culpando-se pela doença ou pelo problema dos outros; (8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou dificuldade para tomar decisões, quase todos os dias; (9) pensamentos de morte e ideação suicida recorrente, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. Dentre os cinco sintomas estabelecidos pelo DSM-IV (2002) como critérios para a depressão, pelo menos um deles deve ser o item (1) humor deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer. Pacientes deprimidos em tratamento oncológico apresentam uma adesão menor ao tratamento proposto, o que piora o prognóstico. Esses fatores comprometem a qualidade de vida do paciente, que entra num círculo vicioso de desesperança, podendo leva-lo a um possível suicídio. A defesa imunológica comprometida pela depressão e o alto nível de hormônios do estresse, possivelmente, também reduzem a sobrevida (Raison & Miller, 2003). A maioria dos pacientes que são portadores de câncer apresentará algum sintoma de estresse, principalmente no diagnóstico. Frequentemente observam-se sentimentos como sensação de choque ou de descrença, que é seguido de um período turbulento em que sintomas como ansiedade, tristeza, irritabilidade, alteração do sono e mudança do apetite serão aparentes. Estimase que 10 a 25% dos indivíduos com câncer, além de terem uma reação esperada como normal frente à doença, ainda apresentarão um episódio depressivo maior e/ou ansiedade (Croyle, & Rowland, 2003).

Botega e Smaira (2012) mencionam a frequência de transtornos psiquiátricos em pacientes em hospital geral, que figura entre 20 e 60% e, dentre os mais frequentes, citam os transtornos depressivos e ansiosos e as reações de ajustamento. Esta última, por exemplo, pode ser identificada em 9 a 21% dos pacientes em hospital geral. Davidoff (2001) corrobora com esses dados afirmando que dentre as queixas de pacientes atendidos, a depressão está entre as principais. O suporte da psiquiatria e da psicologia ao paciente em tratamento oncológico Especialistas em saúde mental (médicos psiquiatras e psicólogos) atuam, muitas vezes, separados dos médicos oncologistas, tanto pela organização e localização dos serviços de saúde como pela dificuldade de cobertura dos seguros de saúde (Evans, et al, 2005). Moreira (1994) mostrou indícios de que a depressão está organicamente relacionada às várias formas de neoplasias. A prevenção e o tratamento da depressão não devem ser negligenciados, atentando para o valor preditivo no diagnóstico precoce do câncer, para superar que muitos serviços priorizem os fatores biológicos em detrimento do componente emocional. Mesmo que até hoje não existam evidências de que a depressão provoque algum tipo de câncer, a relação entre a redução da sobrevida e a presença de depressão é clara. Desse modo, reconhecer e tratar os quadros depressivos e ansiosos nos portadores de câncer é parte indispensável da abordagem correta desses pacientes (Raison & Miller, 2003). Pacientes com câncer utilizam várias medicações, toleram pouco os efeitos colaterais e precisam de uma resposta rápida para o alívio dos sintomas. Nos últimos anos, o tratamento dos transtornos psiquiátricos em pacientes oncológicos foi ampliado, com maior e melhor disponibilidade de psicofármacos que, além de aliviar os sintomas psicológicos, ainda melhoram a náusea, o vômito, a dor e a fadiga que comumente acompanham as neoplasias (Evans et al, 2005). Apesar do aumento do desenvolvimento de pesquisas que investigam os tratamentos com antidepressivos para a depressão (que esteja associada ao câncer), estudos clínicos não permitiram tirar conclusões corretas sobre quais antidepressivos são mais ou menos efetivos ou tolerados por pacientes oncológicos com câncer em geral ou em algum local específico (Bottino, Fraguas & Gattaz, 2009). Por outro lado, a depressão em pacientes oncológicos não é, com frequência, diagnosticada e, dessa forma, não é tratada. A dificuldade para o tratamento da depressão nos pacientes com câncer pode derivar da incerteza sobre o diagnóstico e o tratamento, além do

tempo curto para investigar as questões emocionais. O próprio quadro depressivo, com sentimentos de desvalia e desespero, acaba inibindo a procura de ajuda psicológica e interfere na capacidade do paciente de avaliar a distorção emocional e cognitiva, decorrente da depressão, que pode estar atrelada ao câncer (Greenberg, 2004). Os procedimentos da psicologia, nesse processo, mais do que favorecer a integração multidisciplinar e prover dados pertinentes que auxiliem a equipe no trato com o paciente, levam à melhoria contínua na prática de atendimento prestado a este. Tais ações profissionais são permeadas pela humanização, que propiciam a valorização de todos os envolvidos na instituição hospitalar: pacientes, familiares e gestores (Forte, 2006). A psicoterapia em pacientes com câncer metastático apresentou resultados positivos, reduzindo os sintomas depressivos e ansiosos, a dor e melhorando a capacidade de enfrentamento dos problemas, além de aumentarem significativamente a sobrevida desses pacientes em até 18 meses (Spiegel & Gieser-Davis, 2003). Dez estudos avaliaram o aumento de sobrevida em pacientes com câncer submetidos à psicoterapia. Cinco deles observaram esse aumento e outros cinco não. Mesmo os resultados negativos não mostraram efeitos deletérios na sobrevida desses pacientes, o que sugere que tratamentos psicossociais são uma chance de melhora de qualidade de vida e sobrevida, sem prejuízos (Teng, Humes, & Demetrio, 2005). Botega e Smaira (2012) informam que o tratamento psicológico de pacientes em hospital geral pode acarretar importantes benefícios terapêuticos e vantagens, quais sejam: melhor adesão ao tratamento médico, recuperação mais rápida e, consequentemente, menor tempo de permanência no hospital, menor utilização de serviços médicos e, por conseguinte, redução de custos com assistência médica, entre outros. No entanto, alguns estudos evidenciam a dificuldade de médicos não psiquiatras em reconhecer e diagnosticar transtornos mentais. A esta dificuldade soma-se um dado relevante: pacientes com transtornos psiquiátricos apresentam, em relação a pacientes não psiquiátricos, maior morbidade geral, por exemplo, pacientes com transtornos depressivos ou ansiosos internados em virtude de doenças físicas podem apresentar acréscimo de seu tempo de permanência/internação no hospital, ou seja, tais situações demandam um olhar diferenciado e um tratamento especializado. A psicologia encontra amplas possibilidades de atuação no hospital. Uma atuação coordenada, interativa e integrativa entre os diferentes profissionais envolvidos com o paciente, apresentando uma contribuição interdisciplinar, científica e metodológica de cada área do saber humano (Dias & Radomile, 2006). Além disso, pesquisas têm demonstrado uma grande eficácia da psicologia, como enfatiza Gabbard (2001), permitindo que ela ocupe um lugar fundamental na

área da saúde, por trazer uma visão integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais que participam na produção da existência humana e seus problemas. Em pesquisa realizada por Fonseca (2010), adolescentes, com câncer e em tratamento ambulatorial, tiveram seus sintomas de depressão reduzidos após uma intervenção sistemática de psicoterapia existencial-humanista, ao longo de sete meses. Os aspectos psicológicos específicos que emergem de doenças distintas justificam um atendimento integral e de qualidade, para que se possa alcançar a sua compreensão, ao ponto de contribuir positivamente nos recursos internos de enfrentamento do paciente diante de seu adoecimento. MÉTODO A pesquisa realizada foi de caráter observacional descritivo, que compreendeu a investigação de pacientes em tratamento oncológico no setor de quimioterapia do ambulatório de um Hospital Público na cidade de Ponta Grossa (PR), para identificação e relato dos aspectos psicológicos do adoecimento e seu tratamento. Participantes Foram incluídos no estudo 50 pacientes, 20 do sexo feminino (40%) e 30 do sexo masculino (60%), com idades entre 41 e 75 anos. A média de idade total foi de 57,8 anos. Os homens com média de 58,9 anos e as mulheres com média de 56,15 anos. A maioria dos pacientes era casada, correspondendo a 64%. Os demais eram solteiros, divorciados e viúvos correspondendo a 8%, 8% e 20%, respectivamente. Os critérios de inclusão para a participação da pesquisa foram: (1) pacientes de ambos os gêneros, masculino e feminino; (2) ter entre 40 e 75 anos; (3) estar em tratamento oncológico ambulatorial de quimioterapia; (4) aceitar participar do estudo. Como critérios de exclusão foram considerados: (1) aqueles que não atenderam aos critérios de inclusão definidos para a participação; (2) qualquer alteração ou intercorrência clínica que impedisse o paciente de participar/continuar; (3) ser portador de deficiência mental. Instrumentos e coleta de dados Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram os Inventários de Ansiedade BAI (Beck Anxiety Inventory) e de Depressão BDI (Beck Depression Inventory), validados no Brasil por Cunha (2011), amplamente usados, tanto em pesquisas como em clínica.

O inventário BAI foi criado por Beck, Epstein, Brown & Steer (1988) e trata-se de uma escala de auto-relato que mede a intensidade de ansiedade, constituído por 21 itens, com afirmações descritivas de sintomas de ansiedade e que devem ser avaliados pelo sujeito com referência a si mesmo. Os autores recomendam a sua utilização com pacientes acima de 17 anos. A classificação da intensidade de ansiedade obedeceu às normas da versão em Português: escores 0-10 (nível mínimo), 11-19 (nível leve), 20-30 (nível moderado), 31-63 (nível grave). O inventário BDI também é uma escala de auto-relato, de 21 itens, cada um com quatro alternativas, subentendendo graus crescentes de gravidade da depressão, com escores de 0 a 3. O instrumento foi originalmente criado por Beck, Ward, Mendelson, Mock & Erbaugh (1961) e revisado por Beck, Rush, Shaw & Emery (1982). Os autores indicam a sua utilização para sujeitos de 17 a 80 anos. A classificação da intensidade da depressão obedeceu às normas da versão em Português: escores 0-11 (nível mínimo), 12-19 (nível leve), 20-35 (nível moderado), 36-63 (nível grave). A coleta de dados foi composta por etapas distintas: (1) convite para a participação no estudo; (2) assinatura do Termo de Compromisso Livre e Esclarecido (TCLE), após a aceitação de participação do paciente, com leitura e esclarecimentos necessários do termo de compromisso; (3) entrevista sobre os aspectos comportamentais do paciente; (4) aplicação do inventário de ansiedade BAI; (5) aplicação do inventário de depressão BDI. Aspectos éticos Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos COEP da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A realização da pesquisa, desde o início até a sua conclusão, respeitou os preceitos éticos, de acordo com a Resolução 466/2012 que trata de pesquisa com seres humanos do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). Análise dos dados Os dados foram analisados estatisticamente, conforme os índices encontrados, com gráficos de porcentagem sobre o n testado. Para a análise de correlação entre as variáveis, empregou-se o teste de correlação de Pearson (bi-caudal).

RESULTADOS E DISCUSSÃO A prevalência de depressão entre os homens foi de 46,66% para depressão mínima e 53,33% para depressão leve. Entre as mulheres, foi de 60% para depressão mínima, 35% para depressão leve e 5% para depressão moderada (Figura 1). 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% Masculino Feminino 10,00% 0,00% Mínima Leve Moderada Grave Figura 1: Prevalência de depressão em ambos os gêneros A prevalência de ansiedade entre os homens foi de 86,66% para ansiedade mínima e 13,33% para ansiedade leve. Entre as mulheres, foi de 80% para ansiedade mínima, 15% para ansiedade leve e 5% para ansiedade moderada (Figura 2). 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Mínima Leve Moderada Grave Masculino Feminino Figura 2: Prevalência de ansiedade em ambos os gêneros

Em relação à depressão e ansiedade juntas, 43,33% dos homens apresentaram depressão e ansiedade mínimas, 10% depressão e ansiedade leves. Nas mulheres, 55% apresentaram depressão e ansiedade mínimas, 10% depressão e ansiedade leves e 5% depressão e ansiedade moderadas (Figura 3). 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% Masculino Feminino 0,00% Depressão e Ansiedade Mínimas Depressão e Ansiedade Leves Depressão e Ansiedade Moderadas Figura 3: Prevalência de depressão e ansiedade juntas em ambos os gêneros Nos homens, 43,33% apresentaram apenas depressão leve e 3,33% apenas ansiedade leve. Nas mulheres, 25% apresentaram apenas depressão leve e 5% apenas ansiedade leve (Figura 4). 50,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% Depressão Leve Ansiedade Leve Masculino Feminino Figura 4: Prevalência de apenas depressão ou ansiedade em ambos os gêneros

Os tipos de câncer diagnosticados, entre os participantes do estudo, conforme o gênero (Tabela 1 e Tabela 2): Tabela 1 Tipos de câncer em participantes mulheres. Mulheres % Câncer de intestino 45% Câncer de mama 10% Câncer de estômago 10% Câncer de reto 10% Sarcoma 10% Câncer de esôfago 5% Câncer de útero 5% Câncer de ovário 5% Tabela 2 Tipos de câncer em participantes homens. Homens % Câncer de esôfago 30% Câncer de intestino 26,6% Câncer de estômago 10% Câncer de reto 6,6% Câncer de língua 6,6% Câncer de rim 3,3% Câncer de próstata 3,3% Câncer de tireoide 3,3% Câncer de pulmão 3,3% Câncer de bexiga 3,3% Câncer de pescoço 3,3% Entre os homens, 80% fumavam, com média de 38,2 maços/ano e entre as mulheres, 45% fumavam, com média de 33 maços/ano (Figura 5). 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Tabagistas Não tabagistas Masculino Feminino Figura 5: Prevalência de tabagismo em ambos os gêneros

Em relação ao contato com veneno agrícola, 13,3% dos homens tiveram contato em média 41,5 anos, enquanto 5% das mulheres tiveram contato com esse veneno, em média 15 anos. Todos os participantes que tiveram contato com veneno não utilizavam qualquer tipo de proteção e eram tabagistas (Figura 6). 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% Contato com veneno Sem contato com veneno Masculino Feminino Figura 6: Prevalência de contato com veneno em ambos os gêneros Para verificar a correlação entre os escores encontrados para depressão e ansiedade, foi utilizado o coeficiente de correlação linear de Pearson (r). Pearson bicaudal, BDI versus BAI: Total de pacientes: r=0,49 (p=0.0002) Mulheres: r=0,57 (p=0,008) Homens: r=0,51 (p=0,003) Ao avaliar a relação linear entre as variáveis do BDI e do BAI verificou-se que tiveram uma correlação positiva moderada entre os escores (0,30 a 0,70 indicam correlação moderada). Ficou demonstrado que os homens apresentaram porcentagem maior de algum grau de depressão (53,33%), quando comparados às mulheres (40%). Em relação à ansiedade, observouse o contrário. Os homens apresentaram porcentagem menor de algum grau de ansiedade (13,33%) quando comparados às mulheres (20%). O transtorno mais comumente encontrado foi depressão, tanto em homens (53,33%) quanto em mulheres (40%), em relação à ansiedade em homens (13,33%) e em mulheres (20%). Do total de participantes (50), a depressão também foi o transtorno mais comum encontrado (48%) em relação à ansiedade (16%).

O tabagismo foi constatado significativamente mais nos homens (80%), em comparação com as mulheres (45%). Para Gonçalves & Meirelles (2007), é incoerência tratar o câncer, seja por cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia, e ignorar o seu principal fator de risco. Sem a cessação do tabagismo, os efeitos nocivos do cigarro vão perpetuando-se no paciente e aumentando os riscos de recidivas ou de um segundo tumor primário. O uso de veneno agrícola, sem a devida proteção, estava presente em 10% dos participantes. Alguns trabalhos estabelecem a relação entre a exposição a pesticidas e o surgimento de câncer. Um estudo realizado em onze estados brasileiros mostrou coeficientes de correlação moderados e elevados, para a maioria dos indicadores dos desfechos analisados, quais sejam: câncer de testículo, mama, próstata, ovário e infertilidade (Koifman; Koifman & Meyer, 2002). Assim, é recomendado, como medida de promoção da saúde e prevenção do câncer, o estabelecimento de um sistema intersetorial de vigilância do uso de agrotóxicos, com a devida fiscalização acerca da utilização daqueles que são comprovadamente cancerígenos, assegurando ações para a proibição do uso e minimização de risco. Considerações finais O cumprimento dos objetivos propostos para este estudo possibilitou identificar a presença da ansiedade e da depressão em pacientes em tratamento oncológico ambulatorial, sendo a depressão o transtorno mais comumente encontrado, com incidência um pouco maior nos homens, em relação às mulheres. Além disso, os aspectos comportamentais significativos nesses pacientes foram o tabagismo e o uso de veneno agrícola. O tabagismo esteve presente em maior número nos homens, do que nas mulheres, enquanto o uso de veneno agrícola, sem proteção, foi detectado em 10% do total de participantes, tanto nos homens quanto nas mulheres. Essas informações consolidam a determinação de que pacientes com câncer devem ser sempre orientados a deixar de fumar, em qualquer estágio da doença. A cessação do tabagismo deve ser encarada como uma importante etapa do tratamento oncológico. Para tanto, o tratamento do tabagismo deve ser contínuo e o fumante ser acompanhado, usando ou não medicamento, para que permaneça sem fumar, melhorando sua qualidade de vida, autoestima e autoconfiança para enfrentar o tratamento do câncer de maneira mais positiva. Com relação ao uso de venenos agrícolas, percebeu-se a necessidade de capacitação dos trabalhadores nas técnicas de aplicação, formulação e preparação das misturas, ensinando-os a evitar o contato e alertando-os sobre os perigos e riscos à saúde. Estão incluídas, também, a

conscientização sobre a necessidade da higiene corporal e a importância de se utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI s) de forma adequada. Embora todo ser humano tenha certeza da morte, alguns acontecimentos, como o diagnóstico de um câncer, tendem a aproximar o paciente da realidade que parecia tão distante, colocando-o diante da possibilidade real de sua finitude. Assim, o diagnóstico adquire um caráter trágico capaz de fazer emergir sentimentos de desesperança, depressão e ansiedade, bem como medos, principalmente relacionados à morte. Desta forma, a atuação do profissional de saúde mental pode proporcionar ao doente oncológico, desde o momento do diagnóstico até o tratamento, maior adaptação à situação vivenciada, reduzindo-lhe o impacto psicológico do diagnóstico de câncer, ou seja, diminuindo a resposta emocional apresentada sob a forma de um transtorno emocional. Os dados encontrados, embora apurados a partir de uma amostra relativamente pequena, trazem informações relevantes para a oncologia e seus aspectos emocionais. Ademais, oferecem contribuição para o desenvolvimento de ações educativas de prevenção ao câncer de diversos tipos, alertando sobre os prejuízos relacionados ao tabagismo e ao uso inadequado de venenos agrícolas. REFERÊNCIAS APA. (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. DSM-IV-TR TM Tradução Cláudia Dornelles. 4.ed. rev. Porto Alegre: Artmed. Beck, A. T.; Epstein, N.; Brown, G.; Steer, R.A. (1988). An Inventory for measuring clinical anxiety. Psychometric properties. Journal of Consult and Clinical Psychology, 56, 893-897. Beck, A. T.; Rush, A.J.; Shaw, B.F.; Emery, G. (1982). Cognitive therapy of depression. New York, NY: Guilford Press, 1979. Trad. Terapia cognitiva da depressão. Rio de Janeiro: Zahar. Beck, A. T.; Ward, C.H.; Mendelson, M.; Mock, J.; Erbaugh, J. (1961). An inventory for measuring depression. Archives of General Psychiatry, 4, 461-571. Botega, N. J.; Smaia, S.I. (2012). Morbidade psiquiátrica no hospital geral. In: N. J. Botega (Org.), Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. 3.ed. Porto Alegre: Artmed. Bottino, S. M. B., Fraguas, R., Gattaz, W. F. (2009). Depressão e câncer. Revista de Psiquiatria Clínica São Paulo, v. 36, supl. 3.

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