Folha Informativa nº 135

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Transcrição:

Folha Informativa nº 135 VISITA DA AACDN AO MUSEU DO AR EM SINTRA No seguimento do XII Congresso da AACDN, teve lugar, no dia 27 de Outubro, uma visita às instalações do Museu do Ar, situado na Base Aérea Nº1, na Granja do Marquês, em Sintra, visita essa que foi acarinhada e apoiada pelas chefias da FAP. Na deslocação incorporaram-se três membros da ADALEDE e respectivas esposas, de visita a Portugal para acompanharem o nosso congresso. O Museu do Ar, cujo núcleo inicial ficou instalado em Alverca, integrado nas instalações que a Força Aérea Portuguesa ali dispõe, é um hoje uma referência para todos os que, em Portugal e no estrangeiro, se interessam pelos temas relacionados com a História da Aviação.

Em boa hora, a BA1, a cerca de meia hora da capital portuguesa, acolheu este museu e nele se podem observar algumas das aeronaves que, desde meados da década de dez do século XX, integrando a Aeronáutica do Exército ou pertencendo à Aviação Naval, e, desde 1952, com a criação da FAP como ramo independente das forças armadas, têm feito história e honrado a bandeira que ostentaram. A História da aviação portuguesa, militar e civil, desfila perante os visitantes do museu e em cada aparelho, equipamento ligado aos transportes aéreos ou objectos que com eles se relacionam, tudo está devidamente enquadrado de modo a que cada visitante do espaço fique devidamente esclarecido do que tem perante si, as suas potencialidades e as suas limitações mas, sobretudo, a muita história que nele se respira. Encontramos o velho e lendário Junker Ju-82, aparelho que se tornaria famoso com o transporte das forças espanholas de Marrocos que, com o apoio da Alemanha hitleriano, foram levadas para Espanha e deram início à sublevação militar franquista contra a República democrática, o mesmo Ju-82 que participou com o lançamento de pára-quedistas na Holanda, em 1940, e na Grécia, em 1941, e que, ao serviço da FAP, foi a plataforma de onde saltaram os primeiros páras portugueses formados na escola espanhola de Alcantarilla. Lá está o famoso Spitfire que garantiu que o Reino Unido vencesse a Batalha de Inglaterra num momento crítico da sua História quando a barbárie nazi ocupava já parte significativa do continente europeu. Também podemos contemplar a bizarra mas funcional estrutura do Noratlas para nos recordarmos de como foi importante o seu papel na evacuação, em Março de 1961, das populações que fugiam do norte de Angola face às chacinas

ocorridas nessa vasta zona daquela antiga colónia. Um desses aparelhos chegou a transportar quase centena e meia de mulheres e crianças, muitas delas já viúvas e orfás, e isto porque a dedicação, a coragem e o profissionalismo do pessoal da Força Aérea veio ao de cima. O F-86F Sabre, um dos melhores caças de intercepção alguma vez construídos e que equipou a FAP desde 1958 - aliás era o avião de combate mais utilizado pelos aliados dos Estados Unidos a partir dos inícios dos anos cinquenta - e que, não obstante a posição da administração Kennedy, ainda operou no teatro operacional da Guiné. O Fiat G-91, um herói que garantiu a protecção dos combatentes terrestres na dura guerrilha da Guiné e nos planaltos difíceis de Moçambique, só tendo abrandado a sua actividade quando o PAIGC e a Frelimo começaram a utilizar mísseis terra-ar para os quais a FAP não tinha, por negligência do poder político da época, contra-medidas adequadas. Quanto aos helicópteros, o museu tem os quatro modelos que serviram na FAP, o Sikorsky, único aparelho que esteve ao serviço da FAP, na BA4, nas Lajes, na função de busca e salvamento, o Alouette II, com o baptismo de guerra em Angola em 1961, o Alouette III, que se destacou nas três colónias afectadas pela guerrilha e de que a Força Aérea teve quase centena e meia de exemplares, e o SA- 330 Puma que demonstrou ser um excelente meio de transporte táctico, tendo actuado em Angola e Moçambique, não obstante o reduzido número de aparelhos - 12 - adquiridos em França. No exterior do museu, e vencendo as inclemências da meteorologia, podem ver-se um P2V-5 Neptune, dedicado à luta anti-submarino, e o seu sucessor, o P-3B Orion, um outro F-86F e um T-33, utilizado na instrução avançada de pilotos.

No que concerne à aviação comercial, destaque para parte dianteira (cabine) de um Boeing 707 pertencente à TAP mas que, anteriormente, tinha sido um dos dois aparelhos que a FAP utilizou no transporte de tropas de Portugal para as suas colónias africanas, os equipamentos utilizados no controlo do tráfego aéreo, as fotografias que recordam factos marcantes da aviação em Portugal, as máquinas, os homens, os projectos e os sonhos.

Enfim, foi uma manhã agradável em que o pessoal do Museu, com a sua habitual simpatia e competência, muito ajudou a descobrir um mundo que, para muitos dos visitantes, não deixou de constituir uma enorme surpresa, ficando a promessa de uma nova e mais tranquila visita à História viva dos homens e das máquinas que, em vários continentes, na paz e na guerra, dignificaram as asas com a Cruz de Cristo. Manuel Alves Vice-Presidente da Direcção Sócio 986/85 Visite o nosso site em: www.aacdn.pt http://www.facebook.com/ Consulte o nosso blog através de: http://aacdnaacdn.blogspot.com Visite-nos em: Praça do Príncipe Real, 23 R/C Dtº. 1250-184 LISBOA Telefone: 00351 21 346 58 88 e-mail: aacdn.sede@mail.telepac.pt