A MOTRICIDADE NOS ESTUDOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: uma análise da produção teórica na área da educação (1983-1998) RESUMO



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Transcrição:

A MOTRICIDADE NOS ESTUDOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: uma análise da produção teórica na área da educação (1983-1998) RESUMO Marynelma Camargo Garanhani 1 Universidade Federal do Paraná A pesquisa descreve o estado do conhecimento da motricidade, na produção escrita voltada para o tema Educação Infantil, presente em periódicos de expressão nacional da área da educação e, também, nas dissertações e teses dos Programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil, no período de 1983 a 1998. Para a análise proposta, utilizou-se um banco de dados, estruturado pelos pesquisadores ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999) da Universidade Federal de Santa Catarina. Esta base de dados foi construída, no ano de 1999, durante a pesquisa intitulada O estado do conhecimento da Educação Infantil no Brasil (1983 a 1996). Portanto, o estudo contou com um total de 475 registros, complementados com um levantamento de dados dos anos de 1997 e 1998. Foram selecionados destes registros 37 estudos, os quais abordavam a motricidade na Educação Infantil como: orientação metodológica (10), área do desenvolvimento infantil (11), expressão e comunicação linguagem (9) e componente e/ou atividade curricular educação física (7), sendo estes os temas mais enfatizados nos trabalhos. Na análise, observou-se uma regularidade nos diversos temas, sugerindo que o movimento do corpo no âmbito da Educação Infantil, é caracterizado de diversas formas, não havendo, portanto, uma dimensão que predomine significativamente. Os estudos em maior número são os que tratam a motricidade como área de desenvolvimento infantil (11), atribuindo este fato, à perspectiva assistencialista e compensatória que a Educação Infantil sempre apresentou, ao longo destes anos. Observou-se também, na análise, uma baixa produção de teses (1) em relação às dissertações (30) e também de artigos (6) que privilegiem esta temática, sendo que a produção se manteve estável no período de 1983 a 1995, havendo um crescimento, a partir de 1996, devido ao número de dissertações defendidas com temáticas em torno da Educação Física na Educação Infantil. Apesar das orientações curriculares para a Educação Infantil no Brasil contemplarem as diversas áreas do desenvolvimento infantil, como também, as diferentes linguagens no trabalho pedagógico com a pequena infância, observou-se neste estudo, uma baixa produção teórica em torno da motricidade infantil na área da educação brasileira. Este cenário, sugere que os movimentos do corpo infantil não são priorizados, no trato pedagógico da educação de crianças de 0 a 6 anos e, também, nem pelos pesquisadores da área da educação, como temática de investigação. Palavras-chaves: educação infantil, conhecimento, motricidade 1 Professora do Departamento de Educação Física da UFPR. Mestre em Educação pela UFPR e Doutoranda em Psicologia da Educação na PUC/SP.

A MOTRICIDADE NOS ESTUDOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: uma análise da produção teórica na área da educação (1983-1998) Marynelma Camargo Garanhani 2 Universidade Federal do Paraná A produção teórica sobre a Educação Infantil: aspectos introdutórios Cuidar e educar a criança que se encontra em idade anterior à da escolaridade obrigatória constitui-se, nos dias de hoje, um desafio para os profissionais da educação. Atualmente, pesquisadores de diversas áreas das Ciências Humanas e Sociais estão apresentando estudos sobre as formas de fazer e pensar a educação da criança de 0 a 6 anos. Organizados em torno de temáticas que fundamentam a relação entre o cuidar e o educar a criança pequena 3, estes estudos configuram, nos dias de hoje, um novo campo de investigação, que contribuem para a construção de uma Pedagogia da Educação Infantil. ROCHA (1999 a/b), em suas recentes pesquisas, analisa as produções teóricas em torno desta área e faz um relato, dizendo que o conhecimento científico da pequena infância e sua educação aflorou de forma significativa nos últimos trinta anos. As tendências da pesquisa em educação infantil, no âmbito mundial e mais particularmente na Europa, centralizam-se em torno das relações educativas, estabelecidas junto à criança pequena num espaço institucional, cuja função precípua é a educação e o cuidado como elementos indissociáveis. Na França, por exemplo, prevalecem os estudos sobre os efeitos da escolarização precoce das crianças, sob os diferentes aspectos do desenvolvimento. Já nos países nórdicos, as pesquisas emergentes estão em torno do problema da passagem das crianças com a idade de 6 anos para a escola obrigatória e estudam propostas alternativas para esta situação educacional. Na Itália, estuda-se a gênese e o funcionamento da instituições educacionais, vinculados aos estudos de políticas de atendimento à pequena infância. Observam-se também, em diversos países, muitos estudos sobre propostas curriculares, pedagogias inovadoras e atividades lúdicas como meio para o desenvolvimento da linguagem escrita, do raciocínio lógico-matemático, de atividades físicas e das competências sociais. 2 Professora do Departamento de Educação Física da UFPR. Mestre em Educação pela UFPR e Doutoranda em Psicologia da Educação na PUC/SP. 3 O uso da expressão criança pequena se refere, no estudo, à criança da faixa etária de 0 a 6 anos.

No Brasil, ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999) em uma pesquisa sobre o estado do conhecimento da Educação Infantil entre o período de 1983 a 1996, relatam: (...) uma acumulação da área relativa à orientação das práticas pedagógicas e à definição de parâmetros para a formação dos profissionais a ela associada, no sentido de buscar dar conta da multiplicidade de aspectos, saberes e experiências exigidos pela criança, contemplando-se, embora parcialmente, uma contestação dos padrões de homogeneidade de uma infância delimitada predominantemente pelo recorte etário. A multiplicidade e a simultaneidade das formas de ser da criança, que não vinham sendo consideradas pela Pedagogia, começam a apontar para a afirmação de um olhar cada vez mais preocupado em apreender a diversidade (...), o que vem exigindo projetos educativos voltados para demandas diferenciadas. Este conjunto de regularidades e peculiaridades que tem orientado a pesquisa mais recente toma como base alguns pressupostos teóricos comuns, como a crítica à incorporação de modelos, tais como o modelo escolar pautado em mecanismos cognitivos. Assim, define-se uma prática pedagógica que significa a criança como sujeito social, dando relevo a suas manifestações espontâneas, que preserva sua identidade social e respeita seus direitos e o acesso ao conhecimento (entendido como as diferentes linguagens, experiências e formas de expressão). Definem-se então eixos norteadores da prática pedagógica na educação infantil, explicitando sua natureza distinta em relação à escola de ensino fundamental, mas mantendo uma constante preocupação com a articulação entre estes dois níveis de ensino, os quais, como define a Lei, integram a Educação Básica. (ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL, 1999, p.14-15). A apresentação deste cenário, facilita a compreensão dos termos educar e cuidar, atualmente, utilizados nas pesquisas e propostas pedagógicas para educação infantil, como também, a preocupação dos pesquisadores desta área em torno de orientações curriculares para esta etapa inicial da educação básica. Observa-se nos recentes estudos e documentos (KISHIMOTO, 1995; HADDAD & JOHANSSON, 1995; FARIA, 1995; ROSEMBERG & CAMPOS, 1998; ME/GEDEPE/Portugal, 1997, MEC/SEF/Brasil, 1998) que apresentam orientações curriculares para a Educação Infantil, em diferentes países, uma preocupação em torno da organização de um ambiente educativo, facilitador do desenvolvimento e da aprendizagem infantil. Para isto, ressaltam a necessidade de que o trabalho pedagógico se organize em torno das diversas linguagens da infância, ou seja, das diversas formas de expressão e comunicação que a criança pequena utiliza para conhecer e relacionar-se com o mundo social e físico. Dentre estas formas de expressão e comunicação, inclui-se o movimento do corpo, como uma linguagem que permite à criança investigar, conhecer e expressar o ambiente no qual está inserida, como também, tomar consciência de si e deste ambiente sócio-cultural. Alguns documentos descrevem (FARIA, 1995; ME/GEDEPE/Portugal, 1997; MEC/SEF/Brasil, 1998), que a exploração das diversas formas de utilizar e de

sentir o corpo, proporcionarão à criança o conhecimento de suas características e possibilidades de aprendizagens, como também o reconhecimento de seus limites, sendo estes aspectos considerados importantes na construção da identidade e da autonomia infantil. Mas a compreensão da motricidade como uma das formas de linguagem a ser desenvolvida no âmbito da educação infantil pressupõe o entendimento que a maioria dos movimentos que fazemos com o corpo são aprendidos e esta aprendizagem se dá num determinado contexto sócio-cultural, portanto, o movimento especificamente humano é uma construção histórica, ocorrendo continuamente no âmbito de sociedades organizadas, configurando um processo cultural permanente e inacabado, que tem por base as características biológicas do homem (KOLYNIAK FILHO, 1999, p. 24). KOLYNIAK FILHO (1999) com base nos pressupostos teóricos do pensamento histórico-sócio-cultural de Vygotsky e seus colaboradores descreve: os movimentos humanos diferenciam-se dos de outros organismos vivos não só pelos atributos estruturais e funcionais característicos da espécie, mas pelo fato de serem construídos com a mediação da cultura, no âmbito de grupos sociais organizados.(...). Tal aprendizagem se dá num determinado contexto sócio-cultural, de modo que tanto a forma como o significado dos movimentos dependem da história concreta e das relações estabelecidas nesse grupo social. (KOLYNIAK FILHO, 1999, p. 23). Neste contexto de idéias, WALLON (1942) conclue em seus estudos, que o homem é um ser biologicamente social e que é na complexa dinâmica de cada cultura que ocorre o desenvolvimento infantil. Neste processo, a motricidade apresenta-se como um dos campos funcionais, que integrado com a afetividade e a inteligência, constitue a pessoa como um todo e ressalta que a criança movimenta-se para se fazer entender e conhecer o meio ao qual pertence. Mediante estas reflexões, torna-se relevante identificar e analisar estudos sobre os movimentos do corpo da criança na educação infantil, para compreender como a produção científica na área da educação, está abordando a motricidade infantil. Por isso, este estudo apresenta uma análise do estado do conhecimento da motricidade na produção escrita voltada para o tema da Educação Infantil, presente em periódicos de expressão nacional da área da educação e, também, nas dissertações e teses dos Programas de Pós-Graduação em Educação do Brasil, no período de 1983 a 1998. Esta investigação justifica-se, pela necessidade da área da educação estar repensando a motricidade como um dos conhecimentos a ser priorizado na educação da

criança de 0 a 6 anos, não somente nas orientações curriculares para esta fase inicial da educação básica, mas também na formação de educadores, proporcionando-lhes, com isto, condições de compreender a expressividade, os gestos, ou seja, os movimentos do corpo infantil no processo de educação. Opções metodológicas do estudo Para a análise proposta no estudo, foi utilizado um banco de dados, composto de artigos, dissertações e teses sobre a Educação Infantil no Brasil, estruturado pelos pesquisadores ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999) da Universidade Federal de Santa Catarina. Esta base de dados foi construída, no ano de 1999, durante a pesquisa intitulada O estado do conhecimento da Educação Infantil no Brasil (1983-1996), a qual estabeleceu como seu principal objetivo: apresentar um levantamento da produção do conhecimento sobre a Educação Infantil no Brasil a partir de um mapeamento da produção científica da área, publicada em um conjunto de artigos de periódicos nacionais e em teses e dissertações apresentadas em Programa de Pós-Graduação em Educação no período de 1983 a 1996. (ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL, 1999, p.3) A delimitação do período a partir de 1983, justifica-se por contemplar os anos em torno da Constituição Federal de 1988, considerada como um marco para a Educação Infantil, que passou a ser um direito da criança, dever do Estado e opção da família. Segundo STRENZEL e SILVA FILHO (1997, p.84), pela primeira vez um texto constitucional faz referências aos direitos específicos das crianças definidos na área da educação, conferindo às creches e pré-escolas um caráter educacional. Esta colocação foi um grande passo dirigido à superação do caráter meramente assistencialista, da educação infantil, presente ainda nos dias de hoje. Assim, a base de dados escolhida para o estudo, agrega 143 artigos, que foram publicados em oito periódicos de expressão nacional na área da educação, sendo: 1. Cadernos de Pesquisa, da Fundação Carlos Chagas; 2. Revista da ANDE, da Associação Nacional de Educação;

3. Série Idéias, da Fundação para o Desenvolvimento em Educação (FDE) 4 4. Cadernos CEDES, do Centro de Estudos Educação e Sociedade; 5. Revista Educação & Sociedade, do Centro de Estudos Educação e Sociedade da UNICAMP; 6. Revista Perspectiva, do CED/UFSC; 7. Cadernos do CED, da UFSC; 8. Revista Pró-Posições da Faculdade de Educação da UNICAMP. ANO A distribuição destes artigos pode ser melhor visualizada pela seguinte tabela: CADERNOS DE PESQUISA CEDES CADERNOS CED PERSPEC TIVA EDUCAÇÃO & SOCIEDADE IDÉIAS PRO-POSIÇ ÕES ANDE 1983 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1984 11 4 2 3 0 0 0 0 20 1985 4 0 1 0 1 0 0 0 6 1986 9 0 0 0 0 0 0 0 9 1987 4 0 0 1 3 0 0 0 8 1988 4 0 1 0 0 12 0 0 17 1989 1 0 1 0 0 0 0 1 3 1990 0 0 0 1 1 0 1 0 3 1991 3 1 0 2 0 0 0 0 6 1992 5 0 0 2 1 25 0 0 33 1993 4 0 0 0 0 0 0 0 4 1994 4 0 0 6 0 0 1 0 11 1995 4 6 0 0 1 0 3 0 14 1996 3 1 0 0 1 0 4 0 9 Total 56 12 5 15 8 37 9 1 143 TOTAL FONTE: ROCHA, Eloisa Acires Candal, SILVA FILHO, João Josué da e STRENZEL, Giandréa Reuss. O estado do conhecimento da Educação Infantil no Brasil (1983-1996). ANPED/INEP/UFSC, 1999. POR ANO A base de dados agrega, também, resumos de 270 dissertações e 19 teses, que foram apresentadas nos Programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil, entre 1983 a 1996, totalizando portanto, um conjunto de 432 registros de estudos, entre artigos, dissertações e teses sobre a Educação Infantil no Brasil. Segundo ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999), a consulta às dissertações e teses tomou como fonte básica os catálogos de teses publicados pela ANPED (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação), sendo que a partir de 1995, estes catálogos foram transferidos para um CD Room, o que permitiu 4 ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999, p.16) dizem que embora atualmente a Série Idéias não esteja catalogada como periódico nacional, estas publicações foram assim catalogadas na fonte, em seus primeiros números. A sua inclusão foi mantida devido ao significativo número de artigos que apresentou sobre o tema, passando a receber no texto deste relatório o tratamento de periódico.

que este fosse utilizado como fonte para o levantamento dos dados. Assim, a análise do estado do conhecimento da motricidade nos artigos, dissertações e teses sobre a Educação Infantil no Brasil, proposta neste estudo, se estendeu para o ano de 1998 devido à publicação em 1999 de um CD Room, contendo as dissertações e teses defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Educação do Brasil, entre1981 a 1998. Com isto, foi identificado durante o levantamento das fontes de interesse, a publicação de 11 artigos, nos anos de 1997 e 1998, complementando deste modo, o levantamento de dados feito por ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999). Para melhor visualização deste levantamento segue no texto um quadro quantitativo. Quadro 1: Artigos publicados em periódicos brasileiros sobre a educação da criança de 0 a 6 anos no período de 1997 a 1998 Ano Cadernos CEDES Cadernos Educação Perspectiva Ande Total por de Pesquisa CED & ano Sociedade 1997 1 1 0 1 6 0 9 1998 1 0 0 1 0 0 2 Total 2 1 0 2 6 0 11 Este levantamento complementar, foi realizado na Biblioteca da Faculdade de Educação da USP e também na Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. As revistas Pró-posições da Faculdade de Educação da UNICAMP e a Séries Idéias da Fundação para o Desenvolvimento em Educação (FDE), apresentadas na pesquisa de ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999) como fonte de referência, neste estudo, foram excluídas por não terem sido encontrados os volumes do ano de 1997 e 1998, no acervo destas bibliotecas. Para este estudo foram utilizados um total de 154 artigos sobre a educação infantil no Brasil, publicados em periódicos da área da educação, no período de 1983 a 1998. Com relação às dissertações e teses, foram identificadas no ano de 1997 e 1998, 29 dissertações e 3 teses sobre a Educação Infantil no Brasil, totalizando, portanto, para este estudo, resumos de 299 dissertações e 22 teses, entre o período de 1983 a 1998. A análise proposta contou com 475 registros de estudos, entre artigos, dissertações e teses sobre a educação infantil no Brasil, seguindo no texto um quadro quantitativo, para melhor visualização desta distribuição.

Quadro 2: Produção teórica sobre a Educação Infantil no Brasil (1983-1998) Ed. Infantil (produção) Artigos Dissertações Teses Total por período 1983 a 1996 143 270 19 432 1997 a 1998 11 29 3 43 Total 154 299 22 475 Assim, o quadro 2 mostra o número de artigos, teses e dissertações que compõem a base de dados construída pelos pesquisadores ROCHA, SILVA FILHO e STRENZEL (1999) e a extensão dos dados para o período de 1997 a 1998. O estado do conhecimento da motricidade na produção teórica da Educação Infantil no Brasil (1983 a 1998) Para a análise do estado do conhecimento da motricidade nos estudos selecionados, foi inicialmente realizada uma leitura dos títulos, resumos e palavras chaves dos mesmos, com a intenção de identificar termos relacionados à motricidade infantil como: corpo, corporal, movimento, motor, motora, motriz, motricidade, gestos, gestual, físico e educação física. Mediante esta leitura, foram selecionados 37 estudos, distribuídos da seguinte forma: Quadro 3: A motricidade na produção teórica da Educação Infantil no Brasil, no período de 1983 a 1998 (área da educação) Motricidade Artigos Dissertações Teses Total da produção Educação Infantil teórica por ano (produção teórica) 1983 0 2 0 2 1984 1 0 0 1 1985 0 1 0 1 1986 0 3 0 3 1987 0 0 0 0 1988 1 3 0 4 1989 0 0 0 0 1990 0 0 0 0 1991 0 0 0 0 1992 3 1 0 4 1993 0 4 0 4 1994 0 1 0 1 1995 0 2 0 2 1996 1 5 1 7 1997 0 6 0 6 1998 0 2 0 2 Total 6 30 1 37

Através desta sistematização, observa-se uma baixa produção de estudos na área da educação, que abordem a motricidade na Educação Infantil. Os dados se mantém mais ou menos estáveis no período de 1983 a 1995, havendo um crescimento da produção, a partir do ano de 1996, devido ao número de dissertações defendidas com temáticas em torno da Educação Física na Educação Infantil. Isto revela um crescimento da inserção de profissionais da área da Educação Física nos Programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil. Após esta análise, realizou-se uma leitura detalhada dos resumos selecionados para identificar o modo como os estudos abordam a motricidade na educação da criança de 0 a 6 anos. Foi possível observar nos resumos que os temas mais enfatizados são: a motricidade como orientação metodológica da educação infantil; a motricidade como área do desenvolvimento infantil; a motricidade como expressão e comunicação da criança (linguagem) e a motricidade como componente e/ou atividade curricular (educação física). Para melhor visualização, segue um quadro quantitativo da distribuição dos trabalhos nos temas selecionados. Quadro 4: O estado do conhecimento da motricidade na produção teórica sobre a Educação Infantil no Brasil, no período de 1983 a 1998 (área da educação). A motricidade na Orientação Área do Expressão e Componente e/ou Total por Educação Infantil (produção teórica) metodológica desenvolvimento comunicação atividade curricular fonte de infantil (linguagem) (educação física) referência Artigos 3 1 2 0 6 Dissertações 7 9 7 7 30 Tese 1 1 Total por temas 10 11 9 7 37 Os temas extraídos durante a análise dos resumos dos trabalhos, revelam as diferentes dimensões da motricidade infantil nos estudos da área da educação no Brasil. A regularidade de trabalhos nos diversos temas, apresentada pelo quadro acima, sugere que o movimento do corpo no âmbito da Educação Infantil, é caracterizado de diferentes formas, não havendo uma dimensão (temática) que predomine significativamente. Este fato pode ser atribuído, a uma fragilidade de identificação e definição da Educação Infantil, como também, à dificuldade desta se apresentar como uma instituição escolar diferenciada da tendência de escolarização. Para sustentar estas reflexões, cita-se o estudo de SOUZA (1997), sobre a análise da literatura especializada na constituição da pré escola como educação escolar no Brasil (1989-1996);

(...) a ausência de precisão nas definições e tarefas da pré-escola. Propõe-se, por exemplo, o trabalho com conteúdos culturais, a ênfase na dimensão lúdica, o exercício dos princípios da cidadania e solidariedade, etc, no entanto, não conseguimos extrair quais conteúdos ou elementos devem compor o currículo da pré-escola e de que forma isto se organiza. Aos nossos olhos, as proposições feitas não se diferenciam dos conteúdos e práticas do ensino fundamental. Perguntamos, se a construção da identidade deste campo escolar precisa percorrer as trilhas da negação. É interessante notar que os verbos mais correntes, na maioria dos textos foram: a pré-escola deve ter, deve ser, deve estar sob outros moldes, no entanto, a pergunta novamente se faz- que outra organização ou perspectiva a escola precisa vislumbrar para se tornar uma escola que atenda as suas finalidades? (SOUZA, 1997, p. 127). Analisando ainda, a regularidade dos trabalhos nos diversos temas, observa-se que os estudos que tratam a motricidade como área do desenvolvimento infantil, são os que se apresentam em maior número (11), podendo este cenário ser atribuído à perspectiva assistencialista e compensatória que tem predominado na Educação Infantil, ao longo destes anos. É também, interessante observar no quadro 4, a baixa produção de teses em relação às dissertações, como também, a baixa produção de artigos que privilegiam o estudo da motricidade infantil na educação da criança pequena. Isto pode estar vinculado à falta de espaço editorial, na área da educação, que privilegie a veiculação de pesquisas sobre esta temática. Assim, apesar da baixa produção teórica, na área da educação brasileira, sobre a motricidade na Educação Infantil, é possível identificar estudos (9), que compreendem o movimentar do corpo na infância, como uma forma de expressão e comunicação; apresentando alguns, o referencial teórico a partir dos estudos de Vygotsky e Wallon. Considerações finais Apesar das orientações curriculares para a Educação Infantil no Brasil, apresentarem uma preocupação em torno da organização de um ambiente educativo que contemple as diversas áreas do desenvolvimento infantil, bem como, as diferentes linguagens da pequena infância, observa-se, neste estudo, uma baixa produção teórica em torno da motricidade infantil na área da educação brasileira. Este cenário sugere, que os movimentos do corpo infantil não são priorizados no trato pedagógico da educação de crianças de 0 a 6 anos e, também, nem pelos pesquisadores da área da educação, como temática de investigação. Estas constatações levam a pensar que as tendências e prioridades dadas à educação infantil, estão relacionadas com a formação de profissionais responsáveis por esta etapa inicial da educação básica. Partindo deste fato, o estudo sugere a necessidade

de investigações sobre o estado do conhecimento da motricidade infantil, nas tendências e prioridades dadas e que se queira dar à formação do educador infantil. Referências Bibliográficas FARIA, Ana Lúcia Goulart de. Da escola materna à escola da infância: a pré-escola na Itália hoje. Cadernos Cedes: Grandes políticas para os pequenos. Educação Infantil. Florianópolis: UFSC, n.37, p.63-100, 1995. HADDAD, Lenira & JOHANSSON, Jan-Erik. A pré-escola sueca: a história de um sistema integrado de cuidado e educação. Caderno Cedes: Grandes políticas para os pequenos. Educação Infantil. Florianópolis: UFSC, n.37, p.45-61, 1995. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. A educação infantil no Japão. Cadernos Cedes: Grandes políticas para os pequenos. Educação Infantil. Florianópolis: UFSC, n.37, p.23-43, 1995. KOLYNIAK FILHO, Carol. Mudanças conceituais sobre o corpo e a motricidade humanos: do naturalismo à concepção sócio-cultural. São Paulo, 1999. Tese (Doutorado em Psicologia da Educação), Pontifícia Universidade de São Paulo. ME/GEDEPE/Portugal. Orientações Curriculares para a Educação Pré-escolar. Lisboa: Ministério da Educação/Gabinete para a Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-escolar (GEDEPE/Portugal), 1997. MEC/SEF/Brasil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. ROCHA, Eloisa Acires Candal. A pesquisa em educação infantil no Brasil: uma trajetória recente e perspectivas de consolidação de uma pedagogia. Florianópolis: UFSC, 1999-a. A pesquisa sobre educação infantil: trajetória e perspectivas. Perspectiva. Revista do Centro de Ciências da Educação da UFSC. Florianópolis: UFSC, v.17, n.especial, p.61-71, 1999-b.

ROCHA, Eloisa Acires Candal, SILVA FILHO, João Josué da e STRENZEL, Giandréa Reuss. O estado do conhecimento da Educação Infantil no Brasil (1983-1996). Relatório de Pesquisa. ANPED/INEP/UFSC, 1999. ROSEMBERG, Fúlvia & CAMPOS, Maria Malta (org.). Creches e pré-escolas no Hemisfério Norte. 2 ed. São Paulo: Cortez/Fundação Carlos Chagas, 1998. STRENZEL, Giandréa Reuss e SILVA FILHO, João Josué da. Exame da produção teórica na área da educação infantil entre 1983 a 1993. Perspectiva. Revista do Centro de Ciências da Educação da UFSC. Florianópolis. UFSC, v.1, n.1, p. 79-104, 1997. SOUZA, Gizele de. Pré-escola é escola? Um estudo sobre a contribuição da literatura especializada na constituição da pré-escola como educação escolar, no Brasil 1989 a 1996). São Paulo, 1997. Dissertação (Mestrado em História e Filosofia da Educação), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Lisboa: Moraes Editores, 1942