Quando se detecta um nódulo, é fundamental conhecer a sua origem com toda a segurança, e isso só é possível através do seu estudo histológico.



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Transcrição:

Cancro da Mama * O que deve saber O cancro apavora, mas a maior parte dos nódulos da mama não são cancerosos! São Fibroadenomas (nódulos benignos) ou então trata-se de uma doença chamada Doença Fibroquística da Mama. Quando se detecta um nódulo, é fundamental conhecer a sua origem com toda a segurança, e isso só é possível através do seu estudo histológico. Seios Normais o A observação da mama é uma prática importante e tem como objectivo conhecer as características daquela e detectar, o mais cedo possível, qualquer alteração. o As duas mamas não são iguais e poucas são perfeitamente lisas. As características dos seios dependem directamente da influência das hormonas ováricas (progesterona e estrogénios). o A mama tem três estruturas principais: a pele, o tecido subcutâneo e o tecido mamário. A pele é fina e lisa, excepto na aréola e no mamilo. O tecido subcutâneo contém essencialmente gordura. O tecido mamário é composto por um conjunto de glândulas, que da porção mais interna do órgão convergem para a periferia, exteriorizando-se através do mamilo. Esta estrutura altera-se em função da intensidade e qualidade do estímulo hormonal que recebe a cada momento, o que justifica as mudanças que a mama apresenta ao longo da vida da mulher. Mudanças normais É importante conhecer estas mudanças normais, porque assim torna-se mais fácil detectar qualquer anormalidade, que a qualquer momento pode surgir: o Puberdade: Cerca de um ano antes do aparecimento da primeira menstruação (menarca), as mamas crescem subitamente e tornam-se mais salientes e sensíveis. Isto é consequência do aumento extraordinário de produção de hormonas sexuais pelos ovários. o Ciclo menstrual:

Durante a idade reprodutora, isto é, desde a puberdade até à menopausa, os seios apresentam alterações que acompanham o ciclo menstrual. Estas alterações são, também, consequência da influência das hormonas sexuais femininas. Na primeira fase do ciclo, os seios são menos sensíveis e menos tensos. Este é o melhor momento para os observar - palpamse com mais facilidade e pormenor. Na segunda fase, aumentam de volume, ficam mais tensos e dolorosos e, às vezes, apresentam mesmo uns nódulos mais sensíveis que desaparecem após a menstruação. o Gravidez : As modificações são enormes. Começam no início da gravidez e só terminam após a amamentação. A mama só atinge a sua maturação completa quando passa por esta influência. Uma gravidez antes dos 25 anos é factor de protecção contra o cancro da mama, ao passo que uma gravidez após os 35 anos é factor de risco. o Menopausa : Os ovários deixam de produzir estrogénios e progesterona e os seios deixam de sentir a sua acção. As glândulas mamárias diminuem de volume e são progressivamente substituídas por tecido adiposo (gordura). O tecido fibroso que suporta a mama, perde progressivamente a sua firmeza e os seios tornam-se mais flácidos e pendentes. Mudanças de Volume: Uma grande parte do seio é composto de tecido adiposo (gordura) e como tal, qualquer aumento ou redução do peso da mulher faz-se sentir sobre a mama. o Nódulos Benignos Qualquer espessamento localizado num dado ponto da mama pode ser um nódulo. Geralmente é unilateral e não desaparece com a menstruação. Cerca de 50% das mulheres têm um nódulo da mama ao longo da sua vida. É uma situação muito frequente que, felizmente na maior parte dos casos, corresponde a afecções benignas, tais como: Doença Fibroquística As alterações fibroquísticas da mama são consequência da resposta exagerada dos componentes dos seios às flutuações das hormonas sexuais. Estas alterações não constituem uma verdadeira doença.

São mais frequentes entre os 30 e os 50 anos e podem apresentar-se de forma muito variada: Mastodinia (dor mamária) É a situação mais comum. Normalmente é cíclica e agrava-se na fase prémenstrual, com irradiação para a axila e braço. É frequentemente bilateral e atinge preferencialmente o quadrante supero-externo da mama, onde pode apresentar algum espessamento com nodularidade, que alivia após a menstruação. Na peri-menopausa, perde com frequência o seu carácter cíclico e a nodularidade é menos comum. A mastodinia não representa qualquer risco de cancro da mama. Pode ser aliviada com a redução de ingestão de bebidas com cafeína (café, chá, colas) e de alimentos que provoquem retenção de líquidos (chocolate, sal e frutos secos). Displasia Na displasia, o tecido fibroso mamário responde de forma excessiva a certos estímulos hormonais e substitui o tecido mamário normal. A mama torna-se mais dura e nodular. Podem acumular-se depósitos de fluídos e dar origem a sacos ou quistos. As zonas espessadas ficam mais evidentes e dolorosas na fase pré-menstrual. Estas alterações tendem a desaparecer após a menopausa. Quistos Simples Os quistos são nódulos de conteúdo líquido. Podem ser únicos ou múltiplos. A sua sensibilidade e tamanho pode variar ao longo do ciclo. Não representam risco significativo de cancro da mama. Fibroadenoma É um nódulo sólido, normalmente único, de tecido fibroso e glandular. Tem contornos lisos e bem definidos. Movese facilmente no interior da mama. É mais frequente nas mulheres entre os 18 e os 30 anos. Não varia de sensibilidade e tamanho ao longo do ciclo. Papilomas

São pequenos tumores que crescem dentro dos canais das glândulas e, como tal, não são palpáveis. Produzem corrimento claro ou sanguinolento que se exterioriza através do mamilo. Podem ser lesões pré-malignas. Quisto simples Fibradenoma Papiloma Mastites As mastites são infecções da mama. Podem formar abcessos que simulam nódulos moles e que apresentam calor e rubor local. Não significam qualquer risco de cancro. Outras Afecções Um traumatismo, ao lesar os vasos sanguíneos, provoca derramamento interno de sangue e dá origem a um hematoma, que pode apresentar-se como uma tumefacção recoberta por pele enegrecida. Outra consequência do traumatismo pode ser a destruição de tecido adiposo e dar origem a necrose gorda, que pode apresentar-se como um nódulo. o Nódulos Malignos (Cancro) Os nódulos malignos são geralmente únicos, duros, de limites imprecisos, pouco móveis e indolores. Na maior parte dos casos, localizam-se no quadrante supero-externo da mama. Não se conhecem os factores responsáveis pelo aparecimento do cancro na mama. Sabemos, no entanto, que há determinadas características que aumentam o risco. São 4 os factores mais importantes: 1. Idade superior a 50 anos. 2. Antecedentes familiares de linha directa com cancro da mama. 3. Ausência de filhos ou primeira gravidez com

mais de 35 anos. 4. Menarca (primeira menstruação) antes dos 12 anos e Menopausa depois dos 54 anos. Estes factores são os de maior importância, mas sabe-se que o cancro da mama é mais frequente nas mulheres que fazem habitualmente uma alimentação rica em gorduras e carnes vermelhas. Ser possuidor destas características não significa que, no futuro, terá obrigatoriamente um cancro na mama; significa apenas maior risco do que na população feminina em geral. Em termos práticos, implica uma vigilância mais cuidada. o o Cancro Incipiente É importante saber que um nódulo canceroso que se tornou palpável, já iniciou o seu desenvolvimento vários anos antes. Um tumor só é clinicamente palpável quando atinge um certo volume; antes disso, ele cresceu sem qualquer sintoma durante anos! Cancro incipiente é aquele que não se palpa e só é detectável através da mamografia. O cancro da mama é curável. A possibilidade de cura é tanto maior quanto mais pequeno for o tumor. Cancro Avançado É um tumor grande, disseminado pelos gânglios linfáticos e órgãos à distância. Infelizmente, encontram-se muitos casos nesta fase nas mulheres portuguesas, na medida em que não fazem prevenção com a regularidade necessária. Como prevenir Auto-exame da mama O auto-exame pode salvar uma vida. Aprenda a observar e a palpar a mama. Faça o auto-exame, de preferência, logo após a menstruação, e se notar alguma alteração, procure o seu Médico. O exame deverá ser feito com método, para que leve pouco tempo e tire o máximo benefício. Deve ser feito em 3 fases: 1ª - Observação em frente do espelho - observe os dois seios, primeiro com os braços caídos, depois com as mãos na cintura fazendo força nas mãos e, por fim, com elas atrás da cabeça.

2ª - Palpação de pé - de preferência durante o duche, com o corpo molhado e as mãos ensaboadas, levante o braço esquerdo e ponha a mão atrás da cabeça. Com a mão direita, palpe cuidadosamente a mama esquerda. Divida o seio em faixas verticais e horizontais e, com os dedos estendidos e em pequenos movimentos circulares, faça a palpação de cada faixa, de cima para baixo. Palpe também a axila. Não se esqueça, todo o seio deve ser palpado, mas dê particular atenção ao quadrante supero-externo. Repita as mesmas manobras para a mama direita. 3ª - Palpação deitada - de preferência com uma almofada debaixo da mama que vai palpar; cumpra o mesmo método utilizado para a palpação de pé. Exame Médico Lembre-se que o auto-exame da mama deve ser realizado

regularmente. Caso note alguma alteração antes da menstruação, não se precipite e volte a repetir o exame depois da menstruação. Se a alteração persistir, procure o seu Médico. Esclareça com ele todas as dúvidas que tem sobre os seus seios e sobre o auto-exame. Se o auto-exame é normal, o exame médico deve ser anual. Mamografia A mamografia é uma radiografia das mamas em várias incidências. Não tenha qualquer receio em fazer uma mamografia. As doses de radiações que se usam actualmente são muito pequenas, e o exame anual não representa qualquer risco. A mamografia é um exame insubstituível na prevenção do cancro da mama. Só a mamografia permite detectar alterações mínimas e revelar nódulos que não são perceptíveis à palpação. Só com a mamografia é possível diagnosticar o cancro incipiente. Qualquer alteração na superfície (depressão ou saliência) ou rugosidade é importante. Pressione o mamilo suavemente e veja se há saída de qualquer líquido. Se o mamilo está umbilicado (metido para dentro como o umbigo), e não era assim, procure o seu Médico. O cancro da mama é curável, mas a possibilidade de cura é tanto maior quanto mais pequena for a lesão. A mamografia é o exame mais importante na prevenção do cancro da mama e, por isso, deve ser feita com critério: 1. Raramente está indicada antes dos 40 anos, se o exame clínico for negativo (salvo se houver factores de risco). Neste caso, a primeira mamografia deve ser realizada entre os 35 e os 4O anos. 2. Dos 40 aos 50 anos, deve ser feita de 2 em 2 anos. A partir

dos 50 poder-se-á manter de 2 em 2 anos ou passar a anual (caso se justifique). 3. Nos casos duvidosos, é necessário repetir a mamografia com intervalos inferiores a 1 ano, só para esclarecimento. Mamografia O que é? A mamografia é uma técnica radiográfica especial que permite visualizar os tecidos moles que constituem a mama. Qual a sua utilidade? É um importante método de rastreio, fundamental na detecção precoce do cancro da mama, muito antes de qualquer massa suspeita poder ser palpada, que fornece dados que podem levar, ou não, à realização de mais exames (como é o caso das mamografias localizadas, as quais permitem uma visão mais pormenorizada de determinada área da mama, ou das ecografias mamárias) ou à realização de uma biópsia. Por este motivo, é recomendada a realização de mamografias periódicas a partir dos 50 anos, geralmente de 2 em 2 anos. Em mulheres mais novas, com idades entre os 40 e os 50 anos, a necessidade de uma mamografia precoce tem vindo a ser discutida. No caso de haver factores de risco, como história de cancro da mama na mãe, irmã ou filha, é recomendável iniciar as mamografias mais precocemente. Mas, para além da detecção, dá também informações acerca da natureza dos tumores, nomeadamente se são sólidos ou líquidos (quistos) e se têm características ou não de malignidade. Portanto, a mamografia não é apenas um teste de rastreio, mas também, um completo exame de diagnóstico. É necessária alguma preparação? A realização da mamografia não requer grandes cuidados prévios; no entanto, é de evitar o uso de desodorizantes, perfumes, loções ou cremes sobre a mama ou na axila no dia do exame, uma vez que estes produtos contêm certos químicos que podem determinar o aparecimento de imagens anormais, as quais levariam erradamente a suspeitar de doença da mama. Uma vez que durante a mamografia a mama é comprimida, por

alguns segundos, algumas mulheres queixam-se de dor, pelo que, quando se tem habitualmente dor mamária, é melhor marcar o exame para alguns dias depois do fim do ciclo menstrual, quando a mama está menos sensível. As mulheres que têm uma sensibilidade mamária muito marcada poderão tomar, antes de realizar a mamografia, um analgésico como o paracetamol ou o ibuprofeno. Como é realizada? Depois de remover a roupa da cintura para cima, incluindo qualquer jóia que esteja ao pescoço, procede-se ao exame. Cada uma das mamas é radiografada separadamente, sendo necessário reter a respiração por alguns segundos enquanto é feita cada radiografia. Para algumas incidências, é necessário comprimir brevemente o tecido mamário entre duas placas plásticas, o que permite uma imagem mais clara das zonas mais espessas da mama. É um exame rápido, cuja duração depende do número de radiografias necessárias, sendo geralmente inferior a 30 minutos. Quando o exame acaba, a paciente veste-se e pode regressar às suas actividades normais. A mamografia tem riscos? A dose de radiação usada durante este exame é extremamente baixa, pelo que o risco inerente é também muito baixo. Não há qualquer evidência de que uma quantidade tão pequena de radiação possa estar implicada no aparecimento do cancro. Outra técnicas Como vimos, algumas mulheres sentem dor mais ou menos intensa durante a mamografia. Hoje em dia, há equipamentos especiais, como o sistema de mamografia de contorno, que permitem um

maior conforto da mulher, ao mesmo tempo que proporcionam uma melhor visualização do tecido mamário, tudo isto com uma dose de radiação ainda mais pequena. (*) Adaptado da Fonte: www.sexualidades.com