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Art. 14, 4º, CF/88: são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. - Inelegibilidade é um impedimento à capacidade eleitoral passiva (poder ser votado) e não se confunde com a inalistabilidade (impedimento à capacidade eleitoral ativa) e nem com a incompatibilidade, que é o impedimento ao exercício do mandato, depois de eleito (Silva).

- O art. 14, 4º traz duas causas de inelegibilidade absoluta (impedimento para qualquer cargo eletivo). - Inalistáveis: menores de 16 anos (ou de 18, se não tiverem exercido a opção de se alistar), os estrangeiros, os conscritos e os que não estão no pleno exercício dos direitos políticos. - Analfabetos: exige-se que o candidato apenas saiba ler e escrever minimamente (TSE AgR-Resp n. 424.839).

- Inelegibilidades relativas: são restrições à elegibilidade para determinados mandatos em razão de situações especiais em que a pessoa se encontra naquele momento. O cidadão poderia, eventualmente, concorrer a outros cargos eletivos, se quisesse (Silva).

- Inelegibilidade por motivos funcionais (ou em razão do cargo): - Art. 14, 5º, CF/88: o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. - Reeleição: é permitida para mais um mandato, mas não para um terceiro período consecutivo.

- Sucessão: se o vice (prefeito, governador ou presidente) vier a assumir a Chefia do Executivo ao longo do mandato (titularidade assumida pela sucessão), poderá concorrer à reeleição para mais um mandato (o mandato-tampão conta como primeiro mandato). - STF: os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente (RE n. 464.277).

- STF: Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vicegovernador. No segundo mandato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo (RE 366.488).

- STF: Esse princípio impede a terceira eleição não apenas no mesmo Município, mas em relação a qualquer outro Município da federação. Entendimento contrário tornaria possível a figura do denominado prefeito itinerante ou do prefeito profissional, o que claramente é incompatível com esse princípio, que também traduz um postulado de temporariedade/alternância do exercício do poder (RE 637.485).

- A interpretação deste dispositivo impede a renúncia antes do término do segundo mandato (para permitir que a pessoa concorra a um terceiro mandato) e também que o cidadão que já exerceu dois mandatos como Chefe do Executivo concorra, na terceira eleição, ao cargo de vice. - Não é necessário fazer a desincompatibilização para concorrer à reeleição.

- Vices: note que o limite do art. 12, 5º da CF/88 atinge apenas quem houver sucedido ou substituído o titular no exercício do cargo; se não houver substituição ou sucessão, os vices podem pleitear a reeleição indefinidamente e podem, também, concorrer ao cargo titular, desde não tenham assumido a titularidade ou atuado em substituição nos últimos seis meses (Silva).

- Art. 1º, 2º, LC n. 64/90: o Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular. - Não há vedação à candidatura ao próprio cargo de vice.

- Art. 14, 6º, CF/88: para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. - Desincompatibilização: é o ato pelo qual o candidato se desvencilha da inelegibilidade a tempo de concorrer à eleição desejada (Silva).

- Observe que, para concorrer a outros cargos, o Chefe do Executivo precisa renunciar ao mandato; como visto no art. 1º, 2º da LC n. 64/90, esta exigência não se estende ao Vice, que permanece elegível para qualquer mandato. - Obs.: não há limite para a reeleição de parlamentares e não há necessidade de desincompatibilização, caso o cidadão deseje concorrer a um cargo distinto.

- A única restrição se dará quando, nos seis meses anteriores ao pleito, houverem substituído ou, em qualquer época, sucedido o respectivo titular do Poder Executivo (Presidente da Câmara, por exemplo, sucedendo o PR). - Nesse caso, aplica-se a regra do art. 14, 6º e a desincompatibilização é necessária (Res. n. 19.537 TSE).

- Obs. n.2: prefeitos ou governadores reeleitos só podem concorrer a cargos parlamentares ou para cargos cujo território de circunscrição seja maior que o do cargo até então ocupado. Nesse caso, deve-se respeitar o prazo de desincompatibilização.

- Cônjuge e parentes: se o titular puder concorrer à reeleição, a candidatura de cônjuge ou parente é possível desde que o titular renuncie ao mandato em até seis meses antes do pleito. - Caso o cônjuge ou parente venha a ser eleito, não poderá concorrer à reeleição.