VII Encontro Sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul Resumos expandidos

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Transcrição:

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Clima Temperado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento VII Encontro Sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul Resumos expandidos 22 a 24 de novembro de 2016 - Pelotas, RS Márcia Vizzotto Rodrigo Cezar Franzon Luis Eduardo Correa Antunes Editores Técnicos Embrapa Brasília, DF 2017-

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BALAS MASTIGÁVEIS CONVENCIONAIS E DE REDUZIDO VALOR CALÓRICO FORMULADAS COM POLPA DE PITANGA VERMELHA (1) Lisiane Pintanela Vergara (2) ; Josiane Freitas Chim (3) ; Rosane da Silva Rodrigues (4) ; Rodrigo Cezar Franzon (5) Agroindústria Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos Universidade Federal de Pelotas; Pelotas, RS; lisianevergara@ yahoo.com.br; (3) Professora; Centro de Ciências Químicas Farmacêuticas e de Alimentos Universidade Federal de Pelotas; (4) Professora; Centro de Ciências Químicas Farmacêuticas e de Alimentos Universidade Federal de Pelotas; (5) Pesquisador; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Clima Temperado; INTRODUÇÃO Bala mastigável é um produto obtido da cocção de açúcares que se caracteriza por ser mastigável (gomoso) e de dissolução relativamente lenta na boca. Diferencia-se da bala dura pelo uso de gordura na formulação, temperatura de cozimento inferior e percentual elevado de umidade (VISSOTO; LUCCAS, 1999). De acordo com a ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados), o Brasil é o terceiro produtor mundial de balas e confeitos, estando atrás dos Estados Unidos da América e da Alemanha (FERNANDES; GARCIA, 2015). Estes produtos caracterizam-se sensorialmente pela adição de aditivos químicos que conferem cor, sabor, aroma e/ou textura próprios. Poucos estudos foram realizados sobre a inserção de frutas (principalmente nativas) na formulação de balas mastigáveis visando caracterizar o produto com a fruta. Desta forma prescindindo da adição de aromas e corantes e consequentemente obtendo-se um produto que vai ao encontro do apelo de saudabilidade, tanto pelo menor uso de aditivos químicos como pela presença de compostos da fruta que estão associados a benefícios à saúde. Além disso, balas são consumidas pelo público de todas as idades, particularmente crianças e adolescentes, tornando-se uma alternativa interessante de familiarização deste consumidor com estas frutas. As balas são produtos relativamente de baixo custo, sendo uma linha de comércio bastante lucrativa, já que praticamente não oneram o consumidor e muitas vezes substituem uma moeda de troco. Grandes investimentos em propagandas são realizados pelos fabricantes de guloseimas para conquistar o mercado e tornar seu produto cada vez mais atrativo, sendo uma do alimento é um fator fundamental para o marketing do produto (PRADO, 2007). Entretanto, a única função dos corantes alimentares é conferir cor ao alimento não oferecendo nenhum valor nutritivo a este (PINHEIRO, 2012). Neste sentido, o processamento de balas mastigáveis de reduzido valor calórico cujo apelo soma-se às atuais tendências de mercado diferencia-se do processo convencional, podendo a pitangueira ( L.), que é originária da região que se estende desde o Brasil Central até o norte da Argentina, destaca-se pela fácil adaptação às mais diferentes condições de clima e solo, o que permite seu cultivo em outras regiões do Brasil e do mundo. A pitanga é um fruto rico em cálcio, fósforo e compostos potencialmente bioativos, como compostos fenólicos e carotenoides, os quais estão relacionados com a capacidade antioxidante do fruto (LIRA et al., 2007; MOURA et al., 2011; FRANZON, 2013). Os frutos desta espécie, de excelente sabor, 158

equilibrado entre doce e ácido, além de serem consumidos in natura, são utilizados para o processamento (industrial e doméstico) devido à sazonalidade e alta perecibilidade. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar sensorialmente balas mastigáveis convencionais e de reduzido valor calórico formuladas com polpa de pitanga vermelha. MATERIAL E MÉTODOS Os frutos de pitangueira vermelha foram cedidos pela Embrapa Clima Temperado no ponto de maturação comercial (coloração vermelha uniforme da casca) e armazenados a -80 ºC até o momento da realização dos experimentos. As balas mastigáveis foram processadas, no Laboratório de Processamento de Alimentos do Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos - CCQFA - UFPel. A avaliação sensorial foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Margarida Gastal Campus Universitário, Capão do Leão RS. No processo de elaboração das formulações de balas mastigáveis utilizou-se água potável, açúcar cristal, açúcar light (Synth ). Estes ingredientes foram adquiridos no comércio local. Os frutos foram selecionados, lavados e sanitizados em solução clorada de 200 ppm e despolpados em despolpadeira horizontal (malha de 2 mm), obtendo-se a polpa dos frutos. Foram desenvolvidas duas formulações de balas mastigáveis: convencional e de reduzido valor Fadini (2003), em recipiente de aço inoxidável, à pressão atmosférica e sob agitação manual convencionais e de reduzido valor calórico foram em média de 8 e 10 minutos, respectivamente. à temperatura ambiente (20 22 ºC). Na análise sensorial, as balas foram avaliadas através do método afetivo, teste de aceitação, do qual participaram 70 crianças, de ambos os sexos (50 % meninos e 50 % meninas), com idade entre 5 a 10 anos. Cerca de 2,0 g de amostra (uma bala) foram servidas aos provadores de facial variando de 1 a 7 anos, a qual ancorava os eixos 1 correspondente a ótimo e o eixo a 7 a horrível. Calculou-se o índice de Aceitabilidade (IA) das balas através da relação entre a nota média obtida para o produto e a nota máxima dada ao produto, expresso em porcentagem (ABNT, 1993). Os resultados do teste sensorial foram compilados em histogramas de frequência, com auxílio do programa Statistica 7.0 (STATSOFT, 2004). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados para o teste de aceitação das balas convencionais e de reduzido valor calórico de pitanga vermelha ( L.) estão apresentados nas Figuras 1 e 2. 159

Figura 1. Histograma dos resultados da análise sensorial da bala convencional de pitanga vermelha (, L.) em relação à frequência dos valores hedônicos atribuídos à impressão global por crianças (n=70). Figura 2. Histograma dos resultados da análise sensorial da bala de reduzido valor calórico de pitanga vermelha (, L.) em relação à frequência dos valores hedônicos atribuídos à impressão global por crianças (n=70). A idade dos provadores variou de 05 a 10 anos, sendo para a bala convencional 50 % do sexo feminino e 50 % do masculino e para a bala de reduzido valor calórico 54,28 % do sexo feminino e 45,71 % do masculino. Os resultados obtidos na escala hedônica somaram 91,43 % e 95,71 % de expressões correspondentes aos termos: bom, muito bom e ótimo na escala hedônica para a bala convencional e de reduzido valor calórico, nesta ordem, indicando que as balas foram bem aceitas. O índice de aceitabilidade de 90,61 % e 94,28 %, respectivamente, corrobora este resultado. Este comportamento é bastante interessante considerando-se que confeitos como balas são largamente consumidos por crianças. CONCLUSÕES O desenvolvimento de balas mastigáveis a partir destas frutas nativas, a exemplo da pitanga vermelha é uma alternativa viável de aproveitamento das mesmas: uma opção de consumo com possibilidade de manutenção das características químicas relevantes da fruta e produção de balas sem adição de corantes. Este estudo mostrou que a pitanga vermelha é uma opção 160

natural e inovadora como um ingrediente a ser utilizado pela indústria de confeitaria, destaque à produção de balas mastigáveis com um bom apelo sensorial e características nutricionais diferenciadas, com boa aceitação do público infantil. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à FAPERGS pela bolsa de pós-graduação e à Embrapa Clima Temperado - Pelotas/RS pela cedência dos frutos de pitanga vermelha. REFERÊNCIAS ABNT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Análise sensorial de alimentos e bebidas NBR 12806. Rio de Janeiro: ABNT, 1993. 8 p. de diferentes ingredientes na textura de balas moles produzidas com e sem goma gelana. Curitiba: Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, Curitiba, v. 21, n. 1, p. 131-140, jan./jun. 2003. FERNANDES, M. S.; GARCIA, R. K. Princípios e inovações em ciência e tecnologia de alimentos. Rio de Janeiro: Editora AMCGUEDES, 2015. 363 p. FRANZON, R. C. Pitanga: fruta de sabor agradável e de usos diversos. Embrapa Clima Temperado, 2013. Disponível em: doc/976014/1/pitangafranzon.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2016. LIRA, J. S.; BEZERRA, J. E. F.; LEDERMAN, I. E.; JUNIOR, J. F. S. (Ed.). Pitangueira. Recife: Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária-IPA, 2007. 87 p. MOURA, G. C. de.; FETTER, M. da R.; VIZZOTTO, M.; ANTUNES, L. E. C. Compostos bioativos e atividade antioxidante de pitangas em função de diferentes estádios de maturação e espaçamentos de plantio. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 8 p. (Comunicado Técnico, 268). presentes em balas e chicletes por crianças entre 3 e 9 anos estudantes de escolas particulares da Tijuca/ Rio de Janeiro. Analytica, v. 58, p. 1-11, 2011. Química Nova, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 268-273, mar./apr. 2007. STATSOFT. Statistica 7.0 for Windows, Computer Program Manual. Tulsa: StatSoft, Inc., 2004. 320 p. VISSOTO, Z. F.; LUCCAS, V. Tecnologia de fabricação de balas. São Paulo: ITAL, 1999. 100 p. (Manual Técnico, 17). 161