Como garantir o acesso ao Ensino Superior a todos os grupos sociais brasileiros no século XXI?

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Transcrição:

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Como garantir o acesso ao Ensino Superior a todos os grupos sociais brasileiros no século XXI? apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista Texto 1

Texto 2 Ciência Sem Fronteiras chega ao fim por falta FACEBOOK Está faltando dinheiro para dois programas na área de educação. O Ciência Sem Fronteiras, que levou quase cem mil universitários para estudar fora do país, acabou. E o dinheiro para os professores que fazem a Olimpíada de Matemática encolheu. A explicação é que não tem dinheiro. No caso do Ciência Sem Fronteiras, tem mais. O governo diz que o programa deixou dívidas. Os beneficiados aproveitaram a experiência no exterior, mas sem deixar resultados que repercutissem nas universidades no Brasil. Foi uma frustração. Estudante de mecatrônica da Universidade de Brasília, Tiago Pereira ainda tinha esperanças de conseguir uma bolsa do programa Ciência Sem Fronteiras para estudar na Alemanha. Eu estava me preparando, cheguei a começar a estudar o idioma do país que eu queria ir, seria, primeiramente, uma experiência de vida muito, muito boa, passar um ano sozinho, tendo que se virar em outra cultura, disse Tiago. O Ciência Sem Fronteiras, no formato original, acabou mesmo. Os últimos bolsistas foram selecionados em 2014 e ainda tem estudante fora do país recebendo a bolsa. Mas não haverá novas seleções para alunos de ensino superior. Lukas foi um dos 93 mil bolsistas. Participou do programa em 2014 e foi para os Estados Unidos. Ele estuda engenharia da computação e lamentou o encerramento do Ciência Sem Fronteiras. Disse que gostou muito da experiência, que aprendeu com um método de ensino diferente. Eu cheguei, por exemplo, a trabalhar lá, no próprio campus e isso foi bastante legal, aprendi bastante coisa, então, pra mim foi muito, muito bom, disse Lukas Machado. O Ministério da Educação diz que o Ciência Sem Fronteiras deixou dívidas elevadas e que uma avaliação feita no ano passado mostrou que o custo para manter os bolsistas lá fora era muito alto. Em 2015, o governo investiu R$ 3,7 bilhões no programa, o mesmo valor usado na merenda escolar de 39 milhões de alunos. O presidente da Capes, agência ligada ao Ministério da Educação que seleciona e distribui a maioria das bolsas bancadas pelo governo federal, diz que o intercâmbio para a pós- graduação está mantido. Este ano, serão 5,1 mil bolsas para doutorado, pós-doutorado e professores visitantes no exterior.

Ele explica que 70% das bolsas do Ciência Sem Fronteiras foram para alunos da graduação, o que certamente foi enriquecedor para os alunos, mas, segundo ele, nem tanto para o país. A volta desses meninos não impactou a prática de ensino de nossas universidades e, com isso, não foi multiplicada para melhorar o ensino em geral da graduação no Brasil nas áreas que tinham sido selecionadas, disse o presidente da Capes, Abílio Baeta. Outros dois programas do Ministério da Educação voltados para alunos da rede pública estão ameaçados por falta de recursos. O Obmep na Escola, que seleciona e prepara alunos Da educação básica para participarem da Olimpíada de Matemática, e o PIC, programa de iniciação científica que premia os 6.500 medalhistas das olimpíadas com bolsas e aulas com professores universitários. O Impa, instituto responsável pelos dois programas, diz que precisa de R$ 6 milhões para levá-los adiante este ano e que, até agora, o governo garantiu apenas R$ 2 milhões. O diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, Marcelo Viana, diz que os dois programas já mostraram resultados importantes para os jovens que vêm da rede pública de ensino e que espera conseguir negociar com o governo. Estamos falando de jovens que vêm da periferia das grandes cidades, vêm do interior do país, vêm de escola pública, de modo geral de classes desfavorecidas. A Olimpíada abre uma porta, o PIC dá a chave para essa porta, eu prefiro ser otimista e acreditar que será possível encontrar uma solução, explicou Marcelo Viana. Este ano teve recorde de inscrições para a Olimpíada de Matemática. Mais de 48 mil escolas públicas já inscreveram seus alunos. E o diretor da capes disse que o governo está buscando formas para manter os programas. Já na madrugada desta terça-feira (4) o Ministério da Educação disse que vai garantir os R$ 6 milhões para os programas ligados à Olimpíada da Matemática. Texto 3 Jornal do Brasil Capa 51% da população com 25 anos ou mais possuem apenas ensino fundamental, diz IBGE Em 2016, cerca de 66,3 milhões de pessoas de 25 anos ou mais de idade (ou 51% da população adulta) tinham concluído apenas o ensino fundamental. Além disso, menos de 20 milhões (ou 15,3% dessa população) haviam concluído o ensino superior. Os

dados foram divulgados nesta quinta-feira (21) na Pnad-Contínua sobre Educação, referente a 2016, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desigualdade na instrução da população tem caráter regional: no Nordeste, 52,6% sequer haviam concluído o ensino fundamental. No Sudeste, 51,1% tinham pelo menos o ensino médio completo. Ainda entre a população com 25 anos ou mais, no Brasil, apenas 8,8% de pretos ou pardos tinham nível superior, enquanto para os brancos esse percentual era de 22,2%. O nível superior completo era mais frequente entre as mulheres (16,9%) do que entre os homens (13,5%). A taxa de analfabetismo no país foi de 7,2% em 2016 (o que correspondia a 11,8 milhões de analfabetos), variando de 14,8% no Nordeste a 3,6% no Sul. Para pessoas pretas ou pardas, essa taxa (9,9%) era mais que duas vezes a das brancas (4,2%). Entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade, a taxa de analfabetismo chegou a 20,4%, sendo 11,7% para os idosos brancos e 30,7% para os idosos pretos ou pardos. Em média, a população do país tinha 8,0 anos de estudo e as menores médias regionais eram do Norte (7,4 anos) e do Nordeste (6,7 anos). As pessoas brancas mostraram-se mais escolarizadas (9 anos) em relação às pretas ou pardas (7,1 anos). Cerca de 3,1 milhões de crianças com até 3 anos de idade (ou 30,4% desse grupo etário) frequentavam creche. O Norte apresentou a menor taxa de escolarização para essas crianças (14,4%) e o Sul, a maior (38,0%). Já entre as crianças de 4 e 5 anos, a taxa de escolarização era de 90,2%, ou seja, 4,8 milhões de estudantes. Para as pessoas de 6 a 14 anos as taxas de escolarização chegaram a 99,2%, e para as pessoas de 15 a 17 anos, 87,9%. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 32,8% estavam frequentando escola e 23,8% cursavam o ensino superior. A frequência de estudantes à rede pública predominava na educação básica: 73% na educação infantil, 83,4% no ensino fundamental e 85,8% no médio. Já no ensino superior de graduação, 74,3% dos estudantes frequentavam a rede privada. Em 2016, a educação profissional era realizada por 842 mil estudantes de graduação tecnológica, 2,1 milhões em cursos técnico de nível médio e 568 mil pessoas estavam frequentando algum curso de qualificação profissional.

No Brasil, 24,8 milhões de pessoas de 14 a 29 anos não frequentavam escola e não haviam passado por todo ciclo educacional até a conclusão do ensino superior. Desse grupo, 52,3% eram homens e mais da metade deles declararam não estar estudando por conta do trabalho, além de 24,1% não terem interesse em continuar os estudos. Entre as mulheres, 30,5% não estudavam por conta de trabalho, 26,1% por causa de afazeres domésticos ou do cuidado de pessoas e 14,9% por não terem interesse.