Análise técnica dos pontos críticos



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Transcrição:

CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO Lei Nº 4.771/65 Foto: Ricardo Ribeiro Lei Nº 12.651/12 MP Nº 571/12 Análise técnica dos pontos críticos Material desenvolvido por: Código Florestal Brasileiro: Versão 01 / Reprodução permitida desde que citada a fonte.

Legenda: Com objetivo de facilitar a leitura e interpretação desta análise técnica, optamos por estabelecer uma simbologia (por cores) com os seguintes significados: Fiscalização precária Apresenta o problema identificado no artigo. Como definir se o reservatório artificial de água era pré-existente (?) Apresenta o comentário relativo ao problema. Risco: Aumento das áreas c/ desmatamento. Apresenta o RISCO envolvido em função do problema.

Reforma do Código Florestal Brasileiro Breve Histórico A reforma do Código Florestal Brasileiro começou (1999) com o Projeto de Lei nº 1876. O Governo Federal publica o Decreto nº 6.514 (22/07/08) que suspende a aplicação de multas e sanções aos produtores que não aderiram aos Programas de Regularização Ambiental. (vigorou até 25/maio/12 quando foi publicada a MP nº 571) Uma autorização para o desmatamento! Dez/11: Após as tramitações nas comissões pertinentes, o Senado aprovou o texto-base e o projeto voltou à Câmara do Deputados. Abril/12: o Congresso Nacional aprovou o Texto-Base com modificações do texto aprovado no Senado. O texto é submetido à sanção Presidencial. Maio/12: É Publicada a Lei 12.651/12: Novo Código Florestal Brasileiro. A Presidente Dilma faz 12 vetos e Edita a (validade até 8/0ut/12) Julho/12: A Comissão Mista do Congresso aprova o Texto-Base da MP. Agosto/12: Acordo sobre a recomposição de APP s possibilita aprovação, pela Comissão Mista do Congresso, das alterações na.

Lei Nº 12.651/12 CAPÍTULO II DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Seção I Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente Art. 4º/ 4º Fica dispensado o estabelecimento das faixas de Área de Preservação Permanente no entorno das acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa 1 hectare = 10.000 m 2 Fiscalização precária Como definir se o reservatório artificial de água era pré-existente (?) Aumento das áreas de plantio e/ou pastagens! Risco: Aumento das áreas c/ desmatamento.

Lei Nº 12.651/12 CAPÍTULO II DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Seção I Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente Art. 4º/ 5º É admitido para pequena propriedade ou posse rural familiar, de que trata o inciso V do art. 3º desta Lei, o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios e lagos, desde que não implique em supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre. Art. 3º Inciso V: pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Fiscalização precária Técnicas conservacionistas (solo/água) ainda são um obstáculo na produção agrícola brasileira. Risco: Aumento dos processos erosivos. Degradação do solo

Lei 4.771/65 - REVOGADA Art. 10. Não é permitida a derrubada de florestas, situadas em áreas de inclinação entre 25 O a 45 O graus, só sendo nelas tolerada a extração de toros, quando em regime de utilização racional, que vise a rendimentos permanentes. Lei Nº 12.651/12 CAPÍTULO III DAS ÁREAS DE USO RESTRITO Art. 11. Em áreas de inclinação entre 25 e 45, serão permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social. Retrocesso. Uma das maiores dificuldades na agricultura brasileira é levar conhecimento técnico aos agricultores (Extensão Rural). O plantio inadequado em áreas inclinadas provoca o carreamento de camadas de solo. (aumento dos processo erosivos e assoreamento) Como identificar se houve conversão de novas áreas? Fiscalização precária Risco: Aumento das áreas c/ desmatamento / erosão e assoreamento.

Lei 4.771/65 - REVOGADA Art. 37-A. Não é permitida a conversão de florestas ou outra forma de vegetação nativa para uso alternativo do solo na propriedade rural que possui área desmatada, quando for verificado que a referida área encontra-se abandonada, subutilizada ou utilizada de forma inadequada, segundo a vocação e capacidade de suporte do solo. (...) Lei Nº 12.651/12 CAPÍTULO V DA SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO PARA USO ALTERNATIVO DO SOLO Art. 26. A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, tanto de domínio público como de domínio privado, dependerá do cadastramento do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão estadual competente do Sisnama. (...) Art. 3º / VI - uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana; A definição de Uso alternativo do solo é bastante abrangente! Isso abre um leque de opções p/ favorecer à supressão da vegetação. Dificuldade de Monitoramento e Acompanhamento pelos órgãos ambientais Risco: Aumento dos processos de supressão, principalmente para atividades agropecuárias.

Lei Nº 12.651/12 Seção II Das Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação Permanente Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Módulo Fiscal Recomposição obrigatória (faixa marginal ao curso d água) Observação 1 5 metros > 1-2 8 metros > 2-4 15 metros > 4 10 /15 20 /15 metros Cursos d água até 10 m de largura Demais casos De 30 20 e 100 metros metade da largura do curso d'água AMAZÔNIA LEGAL Acre Amapá Amazonas Mato Grosso Pará Rondônia Roraima Tocantins parte Maranhão AC Norte: 50 a 100 ha Nordeste: 15 a 90 ha Centro Oeste: 5 a 110 ha Sul: 5 a 40 ha Sudeste: 5 a 70 ha AM RO RR AP PA TO MT DF GO MS SP PR SC RS MA MG PI BA RJ ES CE RN PB PE AL SE Norte 50.000 m 2 a 100.000 m 2 A reposição exigida é muito pequena. Fiscalização Precária. Risco: Aumento da degradação (assoreamento) dos cursos d água Módulo Fiscal: É uma unidade de medida agrária usada no Brasil, instituída pelo Estatuto da Terra. É expressa em hectares (ha) e é variável, sendo fixada para cada município, com vistas à cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR).

Lei Nº 12.651/12 CAPÍTULO VI DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL Art. 29. É criado o Cadastro Ambiental Rural - CAR, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. 1º A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou estadual, que, nos termos do regulamento, exigirá do possuidor ou proprietário: ("Caput" do parágrafo com redação dada pela Medida Provisória nº 571, de 25/5/2012) I - identificação do proprietário ou possuidor rural; II - comprovação da propriedade ou posse; III - identificação do imóvel por meio de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel, informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal. O Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) criado pela Lei 10.267/01 e regulamentado pelo Decreto nº 4.449/02, garante a gratuidade, somente, do memorial descritivo. Custo da elaboração das plantas do imóvel. Art. 8º Os custos financeiros de que tratam o 3º do art. 176 e o 3º do art. 225 da Lei nº 6.015, de 1973, compreendem os serviços técnicos necessários à identificação do imóvel, garantida a isenção ao proprietário de imóvel rural cujo somatório das áreas não exceda a quatro módulos fiscais Risco: Baixa adesão ao CAR e dificuldade na gestão das informações.

Lei Nº 12.651/12 Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei. 2º A obrigação prevista no 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. Se ocorreu a supressão, a recomposição deve ser obrigatória. Não podem haver exceções! (isso facilita o infrator a burlar a Lei.) 3º No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada após 22 de julho de 2008, é vedada a concessão de novas autorizações de supressão de vegetação enquanto não cumpridas as obrigações previstas no 1º. Como determinar se a supressão ocorreu antes de julho/2008? (isso é utópico!) Fiscalização precária Risco: Aumento das áreas c/ desmatamento.

Lei Nº 12.651/12 Seção II Das Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação Permanente Art. 61-C. Para os assentamentos do Programa de Reforma Agrária a recomposição de áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo ou no entorno de cursos d'água, lagos e lagoas naturais observará as exigências estabelecidas no art. 61-A, observados os limites de cada área demarcada individualmente, objeto de contrato de concessão de uso, até a titulação por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. (Artigo acrescido pela Medida Provisória nº 571, de 25/5/2012) O INCRA não possui nenhum controle da situação dos assentamentos existentes! Fiscalização precária Risco: Aumento das áreas c/ desmatamento.

Lei Nº 12.651/12 CAPÍTULO XIII DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Seção I Disposições Gerais Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma única vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo, implantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs de posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las aos termos deste Capítulo. 1º Na regulamentação dos PRAs, a União estabelecerá, em até 180 (cento e oitenta) dias a partir da data da publicação desta Lei, sem prejuízo do prazo definido no caput, normas de caráter geral, incumbindo-se aos Estados e ao Distrito Federal o detalhamento por meio da edição de normas de caráter específico, em razão de suas peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e sociais, conforme preceitua o art. 24 da Constituição Federal. 2º A inscrição do imóvel rural no CAR é condição obrigatória para a adesão ao PRA, devendo esta adesão ser requerida pelo interessado no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da implantação a que se refere o caput, prorrogável por uma única vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo. 3º Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão competente integrante do Sisnama convocará o proprietário ou possuidor para assinar o termo de compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial. 4º No período entre a publicação desta Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no Distrito Federal, bem como após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito. NÃO HÁ COMO IDENTIFICAR SE O DESMATAMENTO OCORREU ANTES OU DEPOIS DE 2008! ANISTIA p/ os exploradores Incentivo ao Desmatamento Risco: Aumento das áreas desmatadas.

Lei Nº 12.651/12 Art. 42. É o Governo Federal autorizado a implantar programa para conversão da multa prevista no art. 50 do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, destinado aos imóveis rurais, referente a autuações vinculadas a desmatamentos promovidos sem autorização ou licença, em data anterior a 22 de julho de 2008 Decreto Nº 6.514/08 Art. 50. Destruir ou danificar florestas ou qualquer tipo de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas, objeto de especial preservação, sem autorização ou licença da autoridade ambiental competente: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou fração. 1º A multa será acrescida de R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração quando a situação prevista no caput se der em detrimento de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração do bioma Mata Atlântica. 2º Para os fins dispostos no art. 49 e no caput deste artigo, são consideradas de especial preservação as florestas e demais formas de vegetação nativa que tenham regime jurídico próprio e especial de conservação ou preservação definido pela legislação NÃO HÁ COMO IDENTIFICAR SE O DESMATAMENTO OCORREU ANTES OU DEPOIS DE 2008! Incentivo ao Desmatamento Risco: Aumento das áreas desmatadas.

Lei Nº 12.651/12 5º A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das infrações mencionadas no 4º deste artigo e, cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a regularização ambiental das exigências desta Lei, nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas referidas neste artigo serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA. Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para regularização de imóvel ou posse rural perante o órgão ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá a punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o termo estiver sendo cumprido. 1º A prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva. 2º Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta Lei. Seção II Lei Nº 9.695/98 Dos Crimes contra a Flora Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Multa de R$1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), por hectare ou fração Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por hectare ou fração, ou R$ 500,00 (quinhentos reais) por árvore, metro cúbico ou fração. Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por hectare ou fração. ANISTIA p/ os exploradores Incentivo ao Desmatamento Risco: Aumento das áreas desmatadas.

Conclusões: A reforma do Código Florestal não seguiu um dos preceitos básicos do ordenamento jurídico, isto é, propor a alteração de uma Lei, sem favorecer determinados grupos ou setores da sociedade. Não houve a preocupação lógica de coibir o desmatamento e sim abrir brechas legais à intervenção. A exigência da faixa de recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APP) foi reduzida e atrelada aos Módulos Fiscais. Isso provoca expansão da área desmatada. Fica claro na Lei que há uma ANISTIA para quem desmatou. A nova Lei não é inovadora no âmbito da FISCALIZAÇÃO das áreas desmatadas, bem como das áreas de recuperação. Obs: A votação, em plenária, da MP-571/12 ficou marcada p/ o dia 18/09/12. Caso ocorram alterações significativas ou a publicação de outra Medida Provisória (MP), o É Com Você atualizará esta versão.