SALINIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Euterpe edulis

Documentos relacionados
INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DOS SAIS KCL E NACL NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DA PALMEIRA Sabal minor

INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DOS SAIS KCL E NACL NA GERMINAÇÃO DE PATA DE ELEFANTE (Beaucarnea recurvata Lem)

TOLERÂNCIA A DESSECAÇÃO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Mauritia flexuosa L.

EFEITO DA TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE

TEMPERATURA E LUZ NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Mauritia flexuosa L.

Germination of seeds of Bauhinia cheilantha (Caesalpinaceae) and Myracrodruon urundeuva (Anacardiaceae) submitted to salt stress

Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e crescimento de plântulas de cenoura

Apresentação: Pôster

Efeito Da Concentração Salina Em Água De Irrigação Durante Desenvolvimento Inicial Da Piptadenia Stipulacea Benth.

Qualidade fisiológica de sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. em função de diferentes períodos de armazenamento

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

EFEITOS DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS DE ALGODÃO (Gossypium hirsutum L.)

EFEITO DA ESCARIFICAÇÃO E DA TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Livistona rotundifolia (Lam.) Mart.

EFEITO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DA BUCHA VEGETAL

CURVA DE ABSORÇÃO DE ÁGUA EM SEMENTES DE MAMONA.

Efeitos do estresse salino sob sobre a porcentagem e índice de velocidade de germinação de sementes de Acacia mangium Willd.

Avaliação de Tratamentos Utilizados na Superação de Dormência, em Sementes de Quiabo.

CRESCIMENTO DE PLANTAS DE SORGO BRS 610 SOB DIFERENTES SALINIDADES E TIPOS DE ADUBAÇÃO

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

TEOR DE UMIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PITANGUEIRA EM DOIS AMBIENTES

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE LAB LAB E CROTALÁRIA NO SERTÃO PARAIBANO

Efeito do estresse salino no vigor e na germinação das sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de cenoura.

EFEITO DO ESTRESSE SALINO SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES EM CULTIVARES DE CENOURA

Introdução. Graduanda em agronomia, UFERSA, 2. Mestranda em Fitotecnia, UFERSA, 3

Germinação e vigor de sementes de Moringa oleifera Lam. procedentes de duas áreas distintas

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

Diferentes Temperaturas E Substratos Para Germinação De Sementes De Mimosa caesalpiniifolia Benth

INFLUÊNCIA DA SALINIDADE DO SOLO NA GERMINAÇÃO E NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DA MAMONA. UNESP - Unidade Diferenciada de Registro,

Efeito De Diferentes Substratos Na Germinação E Crescimento De Plântulas De Leucena (Leucaena leucocephala)

INFLUENCIA DA SALINIDADE POR CLORETO DE SÓDIO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L.

Velocidade de germinação de Sementes de Milho Híbrido submetidas a Estresse Hídrico em Diferentes Temperaturas.

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

RESPOSTA DO ESTRESSE HÍDRICO SIMULADO COM POLIETILENOGLICOL EM SEMENTES DE TOMATE

Efeitos do extrato aquoso de Helianthus annuus e Avena strigosa, sobre a germinação de Brachiaria decumbens

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES TEMPERATURAS 1. INTRODUÇÃO

EFEITO DA SALINIDADE E BIOFERTILIZANTES NA CULTURA DA ABOBRINHA

DESENVOLVIMENTO DO ALGODOEIRO COLORIDO BRS 201 IRRIGADO COM ÁGUA DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADES

Efeito Da Salinidade Na Germinação De Caesalpinia pyramidalis Tul.

INFLUÊNCIA DO EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS DE MORINGA (Moringa oleifera Lam.) NA GERMINAÇÃO DE AROEIRA-DO-SERTÃO (Myracrodruon urundeuva Fr. All.).

TESTE DE VIGOR EM SEMENTES DE CEBOLA. Apresentação: Pôster

Efeito do tamanho e do peso específico na qualidade fisiológica de sementes de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

Influência do número de horas de envelhecimento acelerado sobre o vigor de sementes de cenoura.

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SILÍCIO FOLIAR NO CRESCIMENTO DE Phalaenopsis GOLDEN PEOKER

EFEITOS DA GIBERELINA E DA SECAGEM NO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO SOBRE A VIABILIDADE E O VIGOR DE SEMENTES DE MAMÃO (Carica papaya L.

EFEITO DO ESTRESSE SALINO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Erythrina mulungu Mart. ex Benth

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Germinação de Sementes de Moringa oleifera Lam. Sob Diferentes Níveis de Salinidade

Germinação de sementes de imbiruçú em diferentes condições de luz.

ACÚMULO DE MATÉRIA SECA EM TOMATEIRO SUBMETIDO AO ESTRESSE SALINO E FERTIRRIGADO COM DIFERENTES RAZÕES POTÁSSIO: CÁLCIO. Apresentação: Pôster

PRODUÇÃO DE PIMENTA DE CHEIRO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES SALINAS.

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

POTENCIAIS MATRIZES PRODUTORAS DE SEMENTES DE UVAIA DO IFSULDEMINAS CÂMPUS INCONFIDENTES PARA A PRODUÇÃO DE MUDAS EM ESCALA COMERCIAL

BANCO DE PROJETOS EDITAL PROSIS 07/2018

INFLUÊNCIA DA COLORAÇÃO DA EMBALAGEM NA VIABILIDADE DE SEMENTES ORGÂNICAS DE Solanum lycopersicum var. cerasiforme DURANTE O ARMAZENAMENTO

Ação do cloreto de potássio sobre a germinação de sementes de tomate Khétrin Silva Maciel 1 ; José Carlos Lopes 1 ; Amanda Péres 2.

Efeito do estresse hídrico simulado com PEG (6000) na germinação e vigor de sementes de Physalis peruviana

Comprimento do hipocótilo e da raiz principal de sementes de Acacia mangium Willd sob estresse salino.

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

Estresse Hídrico Em Sementes De Moringa oleifera Lam.

Emergência de Pimenta sob o Aumento da Concentração de CO 2

CRESCIMENTO INICIAL DE URUCUM SOB DIFERENTES SUBSTRATOS SUBMETIDOS A ESTRESSE SALINO. Correia dos Santos; 4 Ligia Sampaio Reis

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

Germinação da Copernicia prunifera (Mill) H. E. Moore: curva de embebição e efeito da pré-embebição

NÍVEIS DE SALINIDADE E NITROGÊNIO NA CULTURA DA MORINGA

EFEITO DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE MELOEIRO

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Piptadenia moniliformis BENTH.

Efeito de Níveis de Salinidade e Híbridos de Melão Sobre a Germinação de Sementes e o Crescimento Inicial da Plântula.

CRESCIMENTO DA CULTIVAR DE MILHO AL-BANDEIRANTES SOB CONDIÇÕES DE ESTRESSE SALINO. Apresentação: Pôster

Germinação a campo de arbóreas nativas com o uso de hidrogel

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MYRTÁCEAS NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ, SANTA CATARINA

QUALIDADE FISIOLÓGICA E VIGOR DE SEMENTES DE Mimosa caesalpiniifolia Benth EM CONDIÇÕES DE ESTRESSE HÍDRICO

CULTIVO DE MANJERICAO VERDE EM FIBRA DE COCO FERTIIRRIGADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

Germinação de sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de pepino em diferentes tipos de substratos.

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas

Influência da Temperatura na Qualidade Fisiológica de Sementes de Sorgo

EFEITO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE Phaseolus vulgaris L.

SEMENTES DE PIMENTÃO SUBMETIDAS A NÍVEIS DE SALINIDADE DURANTE O PROCESSO DE GERMINAÇÃO

EFEITOS DA ESCASSEZ HÍDRICA NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE PEREIRO

Avaliação na eficiência de emergência em três cultivares de goiabeiras submetidas a quatro níveis de sombreamento

GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE COUVE-FLOR SUBMETIDO A ESTRESSE HÍDRICO SIMULADO

EFEITO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO MAXIXE

Influência da Adubação Orgânica e com NPK, em Solo de Resíduo de Mineração, na Germinação de Sementes de Amendoim.

DIFERENTES NÍVEIS E FONTES DE SAIS NA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DA CABAÇA

Pelo exposto, objetivou-se avaliar os parâmetros de biometria, embebição e superação de dormência de sementes de Bauhinia longipedicellata.

SCIENTIFIC NOTE / NOTA CIENTÍFICA. ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE Archontophoenix cunninghamii H. Wendl. & Drude (PALMEIRA REAL AUSTRALIANA) 1

Umedecimento de substratos na germinação de sementes de repolho

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PALMEIRAS QUANTO Á TOLERÂNCIA A DESSECAÇÃO, SALINIDADE E TEMPERATURA

Diferentes substratos no desenvolvimento do pepino (Cucumis sativus)

TOLERÂNCIA DA CULTURA DO PINHÃO MANSO AO ENCHARCAMENTO DO SOLO

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

EFEITO DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA DO MAR NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE Poincianella pyramidalis TUL.

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DO ANO NO SUCESSO DA ENXERTIA NAS VARIEDADES DE ABACATEIRO: HASS E FORTUNA

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Aspidosperma pyrifolium MART. SUBMETIDAS A ESTRESSES ABIÓTICOS

Temperatura, escarificação mecânica e substrato na germinação de sementes das palmeiras juçara e açaí

Transcrição:

SALINIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Euterpe edulis SALINITY ON Euterpe edulis SEED GERMINATION Larissa Benetasso Chioda 1, Carla Rafaele Xavier Costa 2, Marina Romano Nogueira 3, Suzana Targanski Sajovic Pereira 4 ; Larissa Trinque de Oliveira 5 ; Kathia Fernandes Lopes Pivetta 6 1 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, Jaboticabal São Paulo, CEP 14884-900, Brasil. larissabchioda@hotmail.com.apresentador do trabalho 2 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, Jaboticabal São Paulo, CEP 14884-900, Brasil. carlarafaele.pr@hotmail.com. 3 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, Jaboticabal São Paulo, CEP 14884-900, Brasil. marinaromanonogueira@hotmail.com. 4 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, Jaboticabal São Paulo, CEP 14884-900, Brasil. suzana_tsp@hotmail.com. 5 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, Jaboticabal São Paulo, CEP 14884-900, Brasil. latrinque@hotmail.com 6 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, Jaboticabal São Paulo, CEP 14884-900, Brasil. kathia@fcav.unesp.br. INTRODUÇÃO A espécie Euterpe edulis Mart., popularmente conhecida como palmeira juçara, pertence à Família Arecaceae; o caule é solitário, liso, colunar, acinzentado, apresentando até 12 m de altura e 10 a 15 cm de diâmetro e as folhas são pinadas. Além do palmito comestível, o tronco é empregado localmente em construções rurais e a planta também pode ser utilizada com fins paisagísticos (LORENZI et al., 2004). A propagação da palmeira juçara é feita por sementes, no entanto, embora esta espécie tenha reconhecida importância econômica, ainda há poucos estudos sobre o processo de produção de mudas (BECKMANN-CAVALCANTE et al., 2012). As plantas normalmente são mais sensíveis ao estresse ambiental na fase de germinação das sementes do que em outras fases (JALEEL et al., 2007). O sucesso no processo germinativo depende do movimento de água através dos tecidos que envolvem a semente (LOPES; MACEDO, 2008); o excesso de sais solúveis nesta fase pode provocar redução do potencial hídrico do substrato, induzindo menor capacidade de absorção de água pela semente (BATISTA et al., 2016). O alto teor de sais no solo, especialmente de cloreto de sódio (NaCl), pode inibir a germinação, primeiramente, em razão do efeito osmótico; também, o incremento na concentração salina produz um aumento na porcentagem de plântulas anormais, em virtude da ação tóxica dos sais sobre as sementes (LIMA et al., 2005).

As palmeiras, de modo geral, desenvolvem-se bem em condições salinas. Pesquisas têm mostrado a possibilidade de cultivo em solos salinos, irrigados ou não com água salina, como Cocos nucifera L. (FERREIRA NETO et al., 2002; MARINHO; GHEYI; FERNANDES, 2005) Bactris gasipaes (FERNANDES et al., 2003) e Copernicia prunifera (HOLANDA et al., 2011), sendo a tolerância às concentrações mais elevadas de salinidade variável com a espécie. No entanto, pouco se conhece a respeito da presença e concentrações de KCl e NaCl na germinação de sementes de palmeiras, que possam ser prejudiciais ou estimular o crescimento e promover maior equilíbrio nutricional das plantas de diferentes espécies (BATISTA et al., 2016). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi verificar a interferência de concentrações de KCl e NaCl na germinação de sementes de palmeira juçara (Euterpe edulis). MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes de Plantas Hortícolas do Departamento de Produção Vegetal - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (UNESP/FCAV), Câmpus de Jaboticabal (SP). Os frutos de Euterpe edulis foram coletados de diferentes matrizes no Horto Florestal da UNESP-Jaboticabal (SP), latitude 21 15 2, longitude 48 16 47 e altitude de 600 m. Foram realizados dois experimentos, separadamente para cloreto de potássio (KCl) e cloreto de sódio (NaCl). Em ambos, o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado; foram cinco tratamentos, ou seja, cinco concentrações salinas: 0, 25, 50, 75 e 100 mmol de KCl ou NaCl, que corresponderam à condutividade elétrica de 3,11; 2,45; 4,63; 7,06; 9,01 µs/cm para KCl e 3,11; 2,26; 4,15; 6,03; 7,74 µs/cm para NaCl. Foram quatro repetições e 25 sementes por parcela. Para facilitar a remoção da polpa, os frutos foram colocados em água por 24 horas e despolpados manualmente, antes de iniciar os testes de germinação das sementes. O teor de água inicial das sementes foi de 49% determinado pela secagem em estufa por 24 horas a 105 ± 3 C (BRASIL, 2009), utilizando 2 amostras de 10 sementes. As sementes foram semeadas em caixas de plástico (11 x 11 x 3 cm) tipo gerbox, preenchidas com vermiculita média e colocadas em germinadores tipo B.O.D, à temperatura alternada de 20-30 C, com fotoperíodo de 16 horas de luz e 8 horas de escuro. As avaliações foram realizadas diariamente até a estabilização do processo, totalizando trinta e nove dias; o critério de germinação utilizado foi o aparecimento do botão germinativo. As variáveis avaliadas foram porcentagem de germinação (%G) e Índice de Velocidade de Germinação (IVG), calculado de acordo com a fórmula empregada por Maguire (1962). Foi realizada análise de regressão polinomial a fim de verificar o comportamento das variáveis com o aumento das concentrações salinas. Os dados de porcentagem de germinação foram previamente transformados para em arc seno (x/100) 1/2.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O incremento nas concentrações salinas de KCl e NaCl não afetou a porcentagem de germinação das sementes de Euterpe edulis, não havendo diferença significativa entre os tratamentos para ambos os sais, que apresentaram, respectivamente, médias de 61% e 62% demonstrando, portanto, serem tolerantes à salinidade. Assim, embora o alto teor de sais no solo, especialmente de cloreto de sódio (NaCl), possa inibir a germinação em razão do efeito osmótico e, também, por aumentar a porcentagem de plântulas anormais, em virtude da ação tóxica dos sais sobre as sementes (LIMA et al., 2005), várias espécies podem ser favorecidas quando expostas à elevadas concentrações de NaCl na germinação (TESTER; DAVENPORT, 2003), o que lhes confere maior capacidade de adaptação à salinidade durante o restante do ciclo (VIANA et al., 2004). Fernandes et al. (2003), citando vários autores, comentaram que as espécies da família Arecaceae têm apresentado características favoráveis, tendo em vista que seu crescimento tem sido estimulado e sua produção aumentada pela presença do sódio, e que quantidades elevadas do cloreto têm sido requeridas por estas espécies para expressar todo o seu potencial produtivo. O conhecimento sobre espécies capazes de tolerar e até apresentar melhor desenvolvimento em ambientes salinos pode auxiliar na adequada recomendação para o plantio nessas situações, principalmente considerando as espécies nativas, onde há maior escassez de informações, existindo a necessidade de mais estudos direcionados a essa linha de pesquisa. Segundo Bewley e Black (1994) a tolerância à salinidade é útil visto que 6% dos continentes terrestres constituem-se de solos salinos. Relacionado ao IVG, as sementes de Euterpe edulis apresentaram redução na velocidade de germinação com o aumento das concentrações, tanto de KCl quanto de NaCl, (Figura 1).

IVG IVG 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 y = 3,07357-0,01347x R² = 0,9871 0 25 50 75 100 Concentração de KCl (mmol) (A) 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 y = 3,30467-0,011116x R² = 0,9967 0 25 50 75 100 Concentração de NaCl (mmol) FIGURA 1 - Índice de Velocidade de Germinação (IVG) para os diferentes níveis concentração de KCl (A) e para NaCl (B) nas sementes de Euterpe edulis. (B) CONCLUSÃO Os diferentes níveis de sais não afetaram a porcentagem de germinação Euterpe edulis, no entanto, a velocidade de germinação diminuiu com o aumento da concentração de cloreto de potássio e cloreto de sódio. REFERÊNCIAS

BATISTA, G. S.; MAZZINI-GUEDES, R. B.; PIVETTA, K. F. L.; PRITCHARD, H. W.; MARKS, T. Seed desiccation and salinity tolerance of palm species Carpentaria acuminata, Dypsis decaryi, Phoenix canariensis, and Ptychosperma elegans. Australian Journal of Crop Science, Collingwood, v. 10, n. 12, p. 1630-1634, 2016. BECKMANN-CAVALCANTE, M.Z.; PIVETTA, K. F. L.; IHA, L. L.; TAKANE, R. J. Temperatura, escarificação mecânica e substrato na germinação de sementes das palmeiras juçara e açaí. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v.7, n.4, p. 569-573, 2012. BRASIL, Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 365p, 2009. BEWLEY, J. D., BLACK, M., Seeds: physiology of development and germination. New York: Plenum Press, 445p. 1994. FERNANDES, A. R.; CARVALHO, J. G.; CURI, N.; GUIMARÃES, P. T. G; PINTO, J. E. B. P. Crescimento de mudas de pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K) sob diferentes níveis de salinidade. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 27, n. 2, p. 278-284, 2003. FERREIRA NETO, M.; GHEYI, H. R.; HOLANDA, J. S. de; MEDEIROS, J. F. de; FERNANDES, P. D. Qualidade do fruto verde de coqueiro em função da irrigação com água salina. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 6, n.1, p. 69-75, 2002. HOLANDA, S. J. R.; ARAUJO, F. S.; GALLÃO, M. I.; MEDEIROS FILHO, S. Impacto da salinidade no desenvolvimento e crescimento de mudas de carnaúba (Copernicia prunifera (Miller) H. E. Moore). Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 15, n. 1, p. 47-52, 2011. JALEEL, C. A.; GOPI, R.; MANIVANNAN, P.; PANNEERSELVAM, R. Antioxidative potentials as a protective mechanism in Catharanthus roseus (L.) G. Don. plants under salinity stress. Turkish Journal of Botany, Kavaklidere, v. 31, n. 1, p. 245-251, 2007. LIMA, M. G. S.; LOPES, N. F.; MORAES, D. M.; ABREU, C. M. Qualidade fisiológica de sementes de arroz submetidas a estresse salino. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 27, n. 1, p. 54-61, 2005.

LOPES, J. C.; MACEDO, C. M. P. Germinação de sementes de couve chinesa sob influência do teor de água, substrato e estresse salino. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 30, n. 3, p. 079-085, 2008. LORENZI, H.; SOUZA, H. M.; COSTA. J. T. M.; CERQUEIRA, L. S. C.; FERREIRA, E. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Plantarum, 2004. 416p. MAGUIRE, J. D. Speed of germination aid in selection and evaluation of seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, v. 2, n. 1, p. 176-177, 1962. MARINHO, F. J. L.; GHEYI, H. R.; FERNANDES, P. D. Germinação e formação de mudas de coqueiro irrigadas com águas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 9, n. 3, p. 334-340, 2005. TESTER, M.; DAVENPORT, R. Na+ tolerance and Na+ transport in higher plants. Annals of Botany, Oxford, v. 91, n. 3, p. 503-527, 2003. VIANA, S. B. A.; FERNANDES, P. D.; GHEYI, H. R.; SOARES, F. A.; CARNEIRO, P. T. Índices morfofisiológicos e de produção de alface sob estresse salino. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 8, n. 1, p. 23 30, 2004.