INTRODUÇÃO Sistema Cardiovascular Rosângela B. Vasconcelos Como somos complexos seres multicelulares e como todas as nossas células, enquanto vivas, desempenhando suas funções, necessitam constantemente de nutrição, oxigênio e demais substâncias, é necessário um bombeamente contínuo do sangue por toda a vasta rede vascular que possuímos. Tal bombeamento é feito, o tempo todo, através de uma bomba muscular, que se encontra funcionando desde a nossa vida embrionária, quando nem sequer forma humana ainda tínhamos: o nosso coração. 1
O músculo cardíaco PROPRIEDADES DO MÚSCULO CARDÍACO Inotropismo Contração O músculo cardíaco Músculo estriado Discos intercalados conectam as células e permite passagem livre de íons. Cronotropismo Dromotropismo Frequência Condução Sincício A interconexão dessas células permite que quando uma é estimulada, o potencial de ação se propaga para todas as outras 2
Existe uma natureza sincicial no músculo cardíaco. Existem, na verdade, 2 sincícios funcionais formando o coração: Um sincício atrial e um sincício ventricular. Um sincício é separado do outro por uma camada de tecido fibroso. Isto possibilita que a contração nas fibras que compõem o sincício atrial ocorra num tempo diferente da que ocorre no sincício ventricular. 3
Potencial de Ação Potencial de Ação no Músculo cardíaco Platô Abertura de canais de Cálcio. Velocidade de condução do potencial de ação no músculo cardíaco menor que no musc. Esquelético. Período refratário menor no átrio que no ventrículo. 4
Localização do Coração ANATOMIA DO CORAÇÃO 5
Grandes vasos do coração Vasos que retornam para o coração: Veia cava superior e inferior Veia pulmonar direita e esquerda Vasos que transportam o sangue proveniente do coração. Tronco pulmonar arteria pulmonar esquerda e direita. Aorta ascendente Braquiocefalico, carotida esquerda, e arteria subclavia. 6
Cavidades do coração 1 - Coronária Direita 2 - Coronária Descendente Anterior Esquerda 3 - Coronária Circunflexa Esquerda 4 - Veia Cava Superior 5 - Veia Cava Inferior 6 - Aorta 7 - Artéria Pulmonar 8 - Veias Pulmonares 7
Válvulas cardíacas. Função das válvulas atrioventriculares 9 - Átrio Direito 10 - Ventrículo Direito 11 - Átrio Esquerdo 12 - Ventrículo Esquerdo 13 - Músculos Papilares 14 - Cordoalhas Tendíneas 15 - Válvula Tricúspide 16 - Válvula Mitral 17 - Válvula Pulmonar Figure 18.8c, d Figure 18.9 8
Função das válvulas semilunares O CICLO CARDÍACO E SUAS FASES Figure 18.10 9
Ciclo cardíaco Eventos que ocorrem entre um batimento e outro. Inicia com geração espontânea do Potencial de Ação no nodo sinusal. Retardo na condução atrio ventrículo Sístole Contração do músculo Diástole Relaxamento do coração Bomba FUNÇÕES MECÂNICAS DO CORAÇÃO RELAXAMENTO DIASTÓLICO ENCHIMENTO VENTRICULAR VOLUME DIASTÓLICO CONTRAÇÃO SISTÓLICA ESVAZIAMENTO VENTRICULAR VOLUME SISTÓLICO 10
O CICLO CARDÍACO E SUAS FASES 1 SÍSTOLE ATRIAL 2 CONTRAÇÃO VENTRICULAR ISOVOLUMÉTRICA (Ejeção Sistólica Rápida e Ejeção Sistólica Lenta) 3 - RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO (Enchimento Diastólico Rápido e Enchimento Diastólico Lento) 4 - NOVA SÍSTOLE ATRIAL Sístole Atrial 11
CONTRAÇÃO VENTRICULAR ISOVOLUMÉTRICA EJEÇÃO SISTÓLICA RÁPIDA EJEÇÃO SISTÓLICA LENTA Relaxamento Isovolumétrico Enchimento Diastólico Rápido Enchimento Diastólico Lento 12
Nova Sístole Atrial 13
SISTEMA DE PURKINJE EXCITAÇÃO RÍTMICA DO CORAÇÃO A ritmicidade própria do coração, assim como o sincronismo na contração de suas câmaras, é feito graças um interessante sistema condutor e excitatório presente no tecido cardíaco: O Sistema de Purkinje. Este sistema é formado por fibras auto-excitáveis e que se distribuem de forma bastante organizada pela massa muscular cardíaca. 14
Sistema de Purkinje: 1. Nodo SA 2. Nodo AV 3. Feixe AV 4. Ramos D e E Excitação rítmica do coração Condução Eléctrica no Coração Coração possui um sistema especial para: Geração de impulsos rítmicos contracção muscular Condução dos impulsos de modo rápido outras estruturas do coração Através: Nodo Sino-Atrial (nodo SA) Onde o impulso ritmico é gerado Vias internodais Conduzem o impulso do Nodo SA para o nodo AV Nodo Atrio-ventricular (nodo AV) Impulsos são atrasados antes de seguirem para os ventrículos Feixe atrio ventricular Conduzem o impulso dos atrios para os ventrículos Ramo esquerdo e direito Conduzem impulso para todas as partes dos ventrículos 15
Nodo Sino atrial O Nodo Sino-Atrial Capacidade de auto-excitação Controla a ritmo do coração Potencial de descarga de -55 a -60 mv Devido a baixa negatividade do potencial em repouso canais rápidos de sódio estão bloqueados Potencial de ascenção mais lento do que nos ventrículos. Velocidade de transmissão para o músculo do átrio é de 0.3 m/s 16
Outras Estruturas do Sistema de Condução Nodo Atrio ventricular. Atraso na condução Atrios Ventrículos Permitindo o esvaziamento atrial final para os ventrículos - Velocidade de transmissão no nodo AV é de 0.02 a 0.05 m/s -Fibras de Purkinje Musculo 0.03 seg vel. 1.5 a 4 m/s - Velocidade de transmissão no musc ventricular é de 0.3 a 0.5 m/s; musc 0.03 seg Heart Excitation Related to ECG Figure 18.17 17
Controle da Excitação e Condução Cardíacas Inervação extrínseca do coração Nodo SA capacidade de gerar actividade eléctrica 70 a 80 xs por minuto Descarga rápida quando comparada com outras estruturas do coração pacemaker (marcapasso) Situações anormais (ausência de excitação extrínseca): Nodo AV 40 a 60 xs por minuto (descarga lenta quando comparada com o nodo SA) Fibras de Purkinje 15 a 40 xs por minuto (descarga lenta quando comparada com o nodo SA) Parassimpático Distribuído a volta do nodo SA e do nodo AV Capacidade de reduzir e até bloquear a excitação cardíaca Cria negatividade na fibra hiperpolarização (tecido menos excitável) Simpático Aumenta o ritmo de descarga no nodo SA Aumenta o ritmo de condução assim como o nível de excitabilidade em todas as porções do coração Aumenta a força de contração do musculo cardíaco Estimulado pelo sistema simpático. Inibido pelo sistema parassimpático. Figure 18.15 18
PRÉ e PÓS-CARGA CARDÍACAS 19
O coração, num adulto jovem saudável e em repouso ejeta, a cada minuto, aproximadamente 5 litros de sangue através de cada câmara ventricular. Ao se praticar alguma atividade física mais intensa, com a dilatação acentuada de diversos vasos sanguíneos na musculatura esquelética, uma quantidade bem maior de sangue passa a retornar ao coração. O coração então, nessas ocasiões, passa também a ejetar a mesma quantidade através de seus ventrículos e evitando assim a ocorrência de uma estase sanguínea. Em determinados momentos, com atividade física intensa, o volume de sangue que retorna ao coração chega até a aproximadamente 25 litros por minuto e, ainda assim, muitas vezes o coração é capaz de bombear todo este volume. REFLEXOS CARDÍACOS Efeito de Starling Aumento da força de contração quando ocorre um aumento do retorno venoso (pré-carga). Efeito de Anrep Aumento da força de contração quando ocorre um aumento na pressão aórtica (pós-carga). Efeito Bowdich Aumento da forca de contração quando ocorre aumento da frequência cardíaca. 20
REGULAÇÃO DA ATIVIDADE CARDÍACA 21
Lei de Frank-Starling: Estabelece que o coração, dentro de limites fisiológicos, é capaz de ejetar todo o volume de sangue que recebe proveniente do retorno venoso. Podemos então concluir que o coração pode regular sua atividade a cada momento, seja aumentando o débito cardíaco, seja reduzindo-o, de acordo com a necessidade. Controle da Atividade Cardíaca O controle da atividade cardíaca se faz tanto de forma intrínseca como também de forma extrínseca. 22
Controle Intrínseco: Ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras. Isso faz com que, ao se contraírem durante a sístole, o façam com uma maior força. Uma maior força de contração, consequentemente, aumenta o volume de sangue ejetado a cada sístole (Volume Sistólico). Aumentando o volume sistólico aumenta também, como consequência, o Débito Cardíaco (DC = VS x FC). Outra forma de controle intrínseco: Ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras, inclusive as fibras de Purkinje. As fibras de Purkinje, mais distendidas, tornam-se mais excitáveis. A maior excitabilidade das mesmas acaba acarretando uma maior frequência de descarga rítmica na despolarização espontânea de tais fibras. Como consequência, um aumento na Frequência Cardíaca faz com que ocorra também um aumento no Débito Cardíaco (DC = VS X FC). 23
Controle Extrínseco: Além do controle intrínseco o coração também pode aumentar ou reduzir sua atividade dependendo do grau de atividade do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). O Sistema Nervoso Autônomo, de forma automática e independendo de nossa vontade consciente, exerce influência no funcionamento de diversos tecidos do nosso corpo através dos mediadores químicos liberados pelas terminações de seus 2 tipos de fibras: Simpáticas e Parassimpáticas. As fibras simpáticas, na sua quase totalidade, liberam noradrenalina. Ao mesmo tempo, fazendo também parte do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, a medula das glândulas Supra Renais liberam uma considerável quantidade de adrenalina na circulação. Controle Extrínseco: Já as fibras parassimpáticas, todas, liberam um outro mediador químico em suas terminações: acetilcolina. Um predomínio da atividade simpática do SNA provoca, no coração, um significativo aumento tanto na frequência cardíaca como também na força de contração. Como consequência ocorre um considerável aumento no débito cardíaco. Já um predomínio da atividade parassimpática do SNA, com a liberação de acetilcolina pelas suas terminações nervosas, provoca um efeito oposto no coração: redução na frequência cardíaca e redução na força de contração. Como consequência, redução considerável no débito cardíaco. 24
PRINCIPAIS FATORES QUE DETERMINAM O MOVIMENTO DO FLUIDO NA MICROCIRCULAÇÃO HEMODINÂMICA A pressão hidrostática capilar oriunda da pressão sanguínea, que tende a movimentar o fluxo sanguíneo através da membrana capilar em direção ao interior do interstício. A pressão oncótica capilar das proteínas do interior dos vasos sanguíneos que tende a reter o fluido da circulação. A pressão hidrostática intersticial, que tende a movimentar o fluido de volta para a circulação. A pressão oncótica intersticial que tende a puxar o fluido para fora da circulação em direção ao interstício. 25
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