DESMATAMENTO NO ACRE AVANÇOS E DIFICULDADES NO CONTROLE V SEMINÁRIO TÉCNICO CIENTÍFICO DE ANÁLISE DE DADOS REFERENTES AO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL 15/08/07
ROTEIRO I. DESMATAMENTO NO ACRE E NA AMAZÔNIA II - MONITORAMENTO DO DESMATAMENTO NO ACRE III - REALIZAÇÕES DO GOVERNO DA FLORESTA IV - CONSIDERAÇÕES
I. DESMATAMENTO NO ACRE E NA AMAZÔNIA
Incremento desmatamento anual (%) Acre x Amazônia 1 Taxa anual (%) 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Acre Amazônia 1988 1989 1990 1991 1992 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Ano
(%) 50,0 Desmatamento nos estados da Amazônia Período - 2001 a 2005 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 Mato Grosso Pará Rondônia Am azonas Acre Maranhão Tocantins 5,0 0,0 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 Neste período o Acre, em média 3%/ano.
II - MONITORAMENTO DO DESMATAMENTO NO ACRE 1 - Dados fornecidos pelo INPE PRODES, escala de mapeamento 1:250.000 1.1 - não permite mapear com detalhes fragmentos de florestas e áreas desmatadas menores que 6.25 ha. 1.2 - liberação dos dados, pelo menos depois de um ano após as áreas terem sido desmatadas. 1.3 - convênio ACRE x INPE x IMAZON comparação das metodologias 2 Programa Acre de monitoramento da cobertura florestal 2.1 Parceria com o IMAZON adotando metodologia mais detalhada, com mapeamento do desmatamento em uma série histórica de 1988 a 2005. Treinamento de técnicos locais; 2.2 - Utiliza uma escala maior para o mapeamento 1:50.000; 2.3 Detalha o desmatamento por classe de tamanho (0 a 3; 3 a 10; 10 a 60; 60 a 100; 100 a 200 e acima de 200 hectares); 2.4 - Detalha o desmatamento por Município, Projeto de Assentamento, Unidade de Conservação e Terras Indígenas; 2.5 - IMAZON cria metodologia para identificação de áreas criticas
3 Comparação dos dados de desmatamento entre o INPE e o IMAZON Incremento Anual do Desmatamento no Acre - INPE 1400 1200 1000 Km 2 800 600 400 200 0 1988 1989 1990 1991 1992 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ANO Média dados INPE - 624 Km 2 (período 1995 a 2005)
3 Comparação dos dados de desmatamento entre o INPE e o IMAZON Incremento Anual do Desmatamento no Acre - IMAZON Km 2 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 ANO Média dados IMAZON - 783 Km2 (período 1995 a 2005) Diferença percentual entre as médias na série histórica de 11 anos = 20% maior na metodologia IMAZON.
4 Perda da cobertura florestal dos Municípios do Acre 1988 a 2004.Metodologia IMAZON % de área total desmatada 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Santa Rosa do Purus Jordão Manuel Urbano Marechal Thaumaturgo Porto Walter Feijo Assis Brasil Sena Madureira Tarauacá Mâncio Lima Cruzeiro do Sul Rodrigues Alves Xapuri Rio Branco Brasiléia Bujari Porto Acre Capixaba Epitaciolândia Acrelândia Senador Guiomard Plácido de Castro 0-5% 5,1 10% 10,1 20% 20,1 30% 30,1-40% 40,1 60% Mais de 60%
Desmatamento nos Projetos de Assentamento até 2004 5 Desmatamento nos Projetos de assentamento do INCRA PA Benfica PA Iucatã PA Baixa Verde PA Triunfo PA Paraguassu PA Carço PA Zaqueu Machado PA Favo de Mel PC Humaitá PA Boa Água PA Três Meninas PC Pedro Peixoto PA Espinhara 1 PA S. João do Balanceio PA Limeira - Gleba B PAD Quixadá PA São Gabriel PA Limeira PA Pão de Açúcar PA Cumaru PAE Santa Quitéria PA Orion PA Tupã PA Envira PA Alcoobrás 0 20 40 60 80 100 Percentual de Desmatamento
Desmatamento total em Unidades de Conservação até 2004 6 Desmatamento em Unidades de Conservação RESEX do Alto Jurua 327,37 RESEX Cazumbá - Iracema PN da Serra do Divisor 119,03 131,91 RESEX do Alto Tarauacá 71,64 RESEX Chico Mendes 43,84 Unidades de Conservação FLOE do Antimary FLONA Santa Rosa do Purus FLOE do Rio Liberdade ARIE Seringal Nova Esperança FLONA do São Francisco FLOE do Chandles 21,84 20,27 17,15 12,35 10,50 4,81 FLOE do Rio Gregório 2,67 Floresta Nacional do Macauã 2,23 FLOE do Mogno 1,04-50 100 150 200 250 300 350 Área (Km²)
7 Desmatamento em Terras Indígenas Desmatamento total das Terras Indígenas até 2004 Terra Indígena Nawa Nukini Kaxinawa da Praia do Carapana Poyanawa Mamoadate Arara do Rio Amônia Curralinho Alto Rio Purus Manchineri Guanabara do Rio Iaco Igarape do Caucho Campinas Katukina Kaxinawa do Rio Jordao Kaxinawa do Baixo Rio Jordao Kulina do Igarape do Pau Rio Gregorio Kaxinawa Nova Olinda Arara Ig Humaita Katukina/Kaxinawá Jaminaua Envira Alto Tarauaca Kampa do Rio Amonea Jaminawa do Igarape Preto Kaxinawa do Rio Humaitá Kulina do Rio Envira Cabeceira do Rio Acre Kaxinawa Seringal Independencia Kampa Isolados do Rio Envira Kampa do Igarape Primavera Kaxinawa Colonia Vinte e Sete Jaminawa Arara do Rio Bage Kaxinawa Ashaninka do Rio Breu Xinane 6,54 6,35 5,83 5,25 4,01 3,97 3,77 3,12 2,94 2,80 2,67 2,54 2,41 2,10 2,09 1,84 1,60 1,03 0,70 0,10 0,05 9,56 15,65 14,77 13,65 13,50 12,47 12,02 11,56 11,22 11,07 28,96-5 10 15 20 25 30 35 Área (Km²)
8 - Classes de Tamanho de Incremento de Desmatamento no Acre Classes de Tamanhos 0 -- 3 3 10 10 -- 60 60 -- 100 100 -- 200 > 200 94--95 31 15 16 3 5 29 95--96 39 19 21 4 5 13 96--97 43 22 23 5 5 2 97--98 98--99 43 41 18 24 20 21 4 4 4 5 12 5 Dados de 2005 99--00 20 36 33 3 4 4 00--01 01--02 23 14 36 24 30 33 4 7 3 8 4 14 Classes (ha) Quantidade de polígonos Área (há) % do Total 02--03 17 25 34 6 5 13 0-3 54.599 33.290 34,9 03--04 35 27 29 4 3 3 3,1-10 5.516 28.589 30,0 04--05 35 30 27 2 2 4 10,1 60 1.380 25.916 27,2 Média 30.6 24.6 Contribuição do desmatamento por classe de tamanho no período de 1994 a 2005. 26 4.4 4.7 9.9 60,1-200 200-37 24 2.661 4.824 2,8 5,1 Total 61.556 95.281
9 - Áreas Críticas Para gerarmos o mapa de áreas críticas do estado do Acre calculamos o desmatamento em células de 10 por 10km. A partir de dois critérios: a) áreas de florestas que tiveram rápida conversão para desmatamento b) proporção de florestas nas células. Níveis de Desmatamento Descrição Não crítico -Taxa anual de desmatamento é próxima de zero -Proporção de floresta remanescente é superior a 80%. Baixo -Taxa anual de desmatamento é inferior a 1% -Proporção de floresta remanescente é superior a 50%. Médio -Taxa anual de desmatamento entre 1% e 5% -Proporção de floresta remanescente é superior a 50%. Alto -Desmatamento avança muito rapidamente, com taxas maiores que 5% ao ano -Podendo ter qualquer proporção de floresta remanescente. Extremo -Desmatamento avança em áreas com pouquíssima floresta (inferior a 25%) -Qualquer taxa.
Mapa das áreas críticas no estado do Acre
III - REALIZAÇÕES DO GOVERNO DA FLORESTA Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE) a) Em 2000 foi lançado o ZEE Fase I - escala de 1 para 1 milhão. b) Em 2006 foi concluído o ZEE Fase II - escala de 1 para 250 mil. c) Passamos a ter uma visão cada vez mais aproximada das nossas potencialidades, aperfeiçoando os controles, definindo e decidindo melhor sobre nossas políticas públicas tendo como base o uso da floresta de forma sustentável. d) desenvolvemos uma metodologia específica para o zoneamento em Terras Indígenas, o Etnozoneamento. O ZEE definiu as potencialidades e restrições para o uso dos recursos naturais do Estado.
2. Unidades de Conservação a) Cria a Lei Estadual Florestal 1426/2001, que regulamenta o uso dos recursos florestais no Estado e institui o Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas SEANP (UCs,TI,RL) b) 2000 a 2006 houve um incremento de 2.700.000 há de Unidades de Conservação,(106%) de novas unidades de conservação. c) O Acre possui hoje 19 Unidades de Conservação: 3 de Proteção Integral e 16 Unidades de Uso Sustentável = 7.548.430 há, ou seja, 45,66% de Áreas Naturais Protegidas
3. MONITORAMENTO E CONTROLE 1. O monitoramento da Cobertura Florestal do Acre é feito anualmente pelas imagens de satélite LANDSAT, baseado numa série histórica desde 1988. 2. Acordo de Cooperação Técnica entre o IMAZON o IMAC, com o apoio do INPE. 3. Esse monitoramento serve como subsídio às ações de Planejamento, Licenciamento e Controle Ambiental. 4. Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo do Acre e IBAMA;
5. Principal estratégia - Operação Floresta Viva implantada em 2004. a) Monitoramento e identificação de pontos de desmatamento através de sobrevôo; b) Monitoramento e identificação de pontos de desmatamento através de Imagens de Satélite CBER s e LANDSAT das diferentes áreas do Estado; c) Barreiras móveis e fixas para verificação das cargas de madeiras, que são vistoriadas e cadastradas quanto a procedência, para posterior checagem da exploração florestal destas; d) Constante monitoramento do Pátio das empresas madeireiras; e) Acompanhamento da evolução do SISMAD, (atualmente DOF) para cruzamento com as informações de pátio e de origem das madeiras (áreas de manejo e desmate). f) As informações são checadas também no cadastro georreferenciado de propriedades rurais do IMAC = 12.000 propriedades até 150 hectares e 600 propriedades com área acima de 150 hectares. 3. MONITORAMENTO E CONTROLE
Sobrevôo identificando ocorrência de desmate sem licenciamento ambiental (coleta de ponto de GPS e orientação de vistoria in loco). Plotagem dos limites e pontos de GPS coletados durante vistoria em propriedade rural, objeto de monitoramento de desmate sem autorização.
4. PRODUÇÃO FLORESTAL SUSTENTÁVEL a) O estado passa a administrar os recursos de Reposição Florestal que anteriormente era recolhido pelo IBAMA; b) Implantação do Viveiro da Floresta com capacidade de produção de até 4 milhões de mudas/ano para o fomento de atividades de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, priorizando a agricultura familiar; c) Manejo florestal comunitário como inclusão social, atualmente 255 famílias participando deste processo. A meta é chegar até 2010 com 2.000 famílias d) Junto com o Ministério Publico Estadual, só são licenciados Planos de Manejo em áreas privadas sem conflitos sociais; e) Em relação à exploração de madeira, a partir de 2004 registramos que, 85% das madeiras vem sendo retiradas através de Planos de Manejo, invertendo a lógica anterior onde a origem das madeiras era de desmatamentos.
5. MUDANÇAS ECONOMICAS a) Rebanho bovino passou de 900.000 cabeças em 1998 para 2.400.000 em 2006; b) FNO investimentos até 1998 = 10 milhões de reais, de 1999 a 2006 foram executadas 12 mil operações de crédito chegando a 300 milhões de reais; 6. MUDANÇAS ESTRUTURAIS a) Realização de grandes obras de infra-estrutura, como o asfaltamento das BR-317 e parte da BR- 364; b) Melhoria do salário do funcionalismo público e implantação do plano de cargos e salários para os 36 mil servidores; c) Construção e reforma de centenas de escolas e fortes investimentos feitos na segurança, na educação e na saúde.
7. OUTRAS REALIZAÇÕES # Complexo industrial Fábrica de Piso de Xapurí; # Fabrica de camisinha em Xapurí; # Frigorífico de Frango em Brasiléia; # Subsidio a extação da Seringa; # Roçados Sustentáveis sem uso de fogo; # Mecanização agrícola em Plácido de Castro; # Piscicultura no Bujarí; # Fabrica de Castanha; # Implantação das UGAIs na BR 364 no trecho em asfaltamento; # Plano de mitigação para 12 Terras Indígenas na área de influência direta do asfaltamento das BRs.
IV - CONSIDERAÇÕES O teólogo Leonardo Boff afirmou que nenhum projeto se torna viável se não tiver uma boa metáfora. E ele próprio reconheceu e confessou que no seu entender Florestania foi a metáfora mais perfeita para definir o projeto de desenvolvimento sustentável levado a efeito pelo Governo do Acre. Se ainda temos muitos problemas a superar para que a sustentabilidade se mostre viável nas seis dimensões que preconizamos: ambiental, econômica, social, política, cultural e ética, não terá sido por falta de muito trabalho do nosso Governo, que tem feito um grande esforço para que os recursos naturais e a riqueza cultural do Acre e da Amazônia sejam utilizados de forma sustentável para a sobrevivência e a felicidade da geração atual, sem prejuízo e muito menos ameaça para as gerações futuras.
. ANO DESMATAMENTO NO ACRE E NA AMAZÔNIA DESMATAMENTO ACRE AMAZÔNIA Taxa anual do desmatamento no Acre e na Amazônia 1988 a 2006 1988 1989 1990 Incremento (km 2 /ano) 620* 540 550 (%/ano) 0,41 0,38 0,39 Acumulado (km 2 ) 8.900** 9.800 10.300 Incremento (km 2 /ano) 21.050 17.770 13.730 (%/ano) 0,54 0,48 0,37 Acumulado (km 2 ) 377.500** 401.400 415.200 1991 380 0,27 10.700 11.030 0,30 476.400 1992 400 0,28 11.100 13.786 0,38 440.186 1994 482 0,34 12.064 14.896 0,41 469.975 1995 1.208 0,86 13.366 29.059 0,80 497.055 1996 433 0,31 13.742 18.161 0,51 517.069 1997 358 0,26 14.203 13.227 0,37 532.686 1998 536 0,39 14.714 17.383 0,51 551.782 1999 441 0,32 15.136 17.259 0,49 569.289 2000 547 0,40 15.767 18.226 0,52 587.727 2001 419 0,31 16.186 18.16 0,52 605.892 2002 730 0,47 16.913 21.205 0,67 629.035 2003 885 0,59 17.816 25.151 0,60 653.906 2004 769 0,50 18.587 27.429 0,75 681.270 2005 541 0,35 19.243 18.793 0,52 700.170 2006 323 0.21 19.566 14.039 0.39 714.209