1.1 Sinais e Ondas. Física e Química A 11ºano. pms

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Transcrição:

1.1 Sinais e Ondas Física e Química A 11ºano pms

Sinais O aproveitamento de sinais de fumo para enviar mensagens e o recurso a sinais elétricos para o envio de informações codificadas em Morse por telégrafos são exemplos de utilizações de diferentes sinais com uma finalidade idêntica: comunicar. Um sinal não é mais do que uma perturbação criada num dado local do meio, isto é, corresponde à alteração local de uma propriedade física de um meio e que pode conter informação.

Ondas Propagação de uma perturbação numa corda. O sinal gerado corresponde à distorção da forma da corda (deformação local da corda), normalmente designada por pulso. Um pulso corresponde a um sinal de curta duração, enquanto uma sequência de pulsos corresponde a um sinal de longa duração. A perturbação gerada propaga-se ao longo da corda, afastando-se do local onde foi originada. O movimento do pulso ao longo da corda constitui uma onda. Uma onda é um sinal que se propaga num meio.

O módulo da velocidade de propagação de uma onda corresponde à distância percorrida pelo pulso por unidade de tempo e depende apenas de características do meio onde a onda se propaga. v d t Formação e propagação de um pulso ao longo de uma corda com indicação da distância percorrida pelo pulso entre duas posições (1 e 2) da corda.

Uma argola, colocada num ponto C da corda, atingida pela perturbação, executa um movimento ascendente e posteriormente descendente segundo uma direção que é perpendicular à direção de propagação da onda, mas não se arrasta ao longo da corda. Uma onda origina transferência de energia de um ponto para outro sem que exista transporte de matéria entre os pontos.

Classificação das ondas As ondas podem classificar-se atendendo à sua natureza e ao modo como estas se propagam. Uma onda cuja direção de vibração é perpendicular à sua direção de propagação designa-se onda transversal. Uma onda cuja direção de vibração é paralela à sua direção de propagação denomina-se onda longitudinal. Propagação de uma onda transversal numa mola helicoidal Propagação de uma onda longitudinal numa mola helicoidal

Classificação das ondas As ondas podem classificar-se atendendo à sua natureza e ao modo como estas se propagam. Uma perturbação que apenas se propaga num meio material designa-se onda mecânica. Este tipo de ondas não se propaga no vazio. Perturbações que se podem propagar no vazio e em determinados meios materiais designam-se ondas eletromagnéticas. Danos resultantes de um sismo no Nepal em abril de 2015 (A); sismógrafo registando num gráfico a chegada das ondas sísmicas (B). A luz visível emitida por uma lanterna, as ondas de rádio ou de televisão e as micro-ondas são exemplos de ondas eletromagnéticas.

ONDA PERIÓDICA Onda que resulta da emissão repetida de um sinal em intervalos de tempo regulares. Eletrocardiograma: o batimento cardíaco resulta da emissão repetida de um sinal elétrico em intervalos de tempo regulares.

Se uma pessoa movimentar uma corda repetidamente e em intervalos de tempo iguais, para cima e para baixo em relação à posição de equilíbrio, gera uma onda periódica. Os pontos mais altos da onda designam-se cristas e os pontos mais baixos denominam-se vales. A amplitude (A) da onda corresponde à distância entre a posição intermédia e a posição extrema ocupada por uma partícula que oscila relativamente à posição de equilíbrio. A sua unidade no SI é o metro (m).

Periodicidade temporal das ondas Na figura representam-se vários momentos associados ao movimento ondulatório da corda, para diferentes posições fixas e equidistantes X, Y, Z e W, como se se tratasse de imagens estroboscópicas da corda, com intervalos de /4 s entre si. corresponde ao tempo de um movimento completo da mão. Verifica-se que uma partícula da corda na posição X, decorrido o intervalo de tempo, efetua uma oscilação completa, encontrando-se numa situação idêntica à sua situação inicial. A partir desse instante, existe uma repetição da sua posição de oscilação relativamente à oscilação anterior, até que, no instante 2, regressa à situação inicial de equilíbrio.

Periodicidade temporal das ondas O gráfico seguinte representa a posição da primeira partícula da corda em relação à posição de equilíbrio, também designada elongação, em função do tempo. O intervalo de tempo que dura a oscilação que se repete designa-se período ( ). A sua unidade no SI é o segundo (s). Uma onda apresenta uma periodicidade temporal igual ao período da oscilação que se propaga e, por isso, também se designa período da onda. Para qualquer fenómeno periódico, o número de perturbações repetidas (ciclos) em cada segundo denomina- -se frequência (f) e mede-se, na unidade do SI, em hertz (Hz). Esta grandeza física é inversamente proporcional ao período. f 1

Periodicidade espacial das ondas Retomando a análise da figura, constata-se que, em cada instante, existem partículas em pontos distintos da corda que se encontram precisamente na mesma posição de oscilação, ou seja, que apresentam a mesma elongação. Relativamente a uma partícula da corda no ponto A, é no ponto A que se encontra a partícula mais próxima na mesma situação de vibração, qualquer que seja o instante analisado. Diz-se que A está em fase com A.

Periodicidade espacial das ondas A distância mínima entre dois pontos que se encontram na mesma fase de vibração, medida paralelamente à direção de propagação da onda, designa- -se comprimento de onda ( ). A sua unidade no SI é o metro (m). O comprimento de onda caracteriza a periodicidade espacial da onda.

Periodicidade espacial das ondas Num intervalo de tempo ( t) igual ao seu período ( ), a onda percorre uma distância (d) igual ao seu comprimento de onda ( ), logo: d v v v t em que v é o módulo da velocidade de propagação da onda. E como a frequência é o inverso do período, resulta: Num meio homogéneo, em que a velocidade de propagação da onda é constante, o comprimento de onda e a frequência da onda são inversamente proporcionais. v f O comprimento de onda varia diretamente com a variação da velocidade de propagação, logo, também depende do meio de propagação da onda.

Ondas harmónicas Os sinais ondulatórios cujas características se repetem no tempo e no espaço podem ser descritos a partir de funções matemáticas periódicas. Sinais periódicos que podem ser descritos por uma só função seno ou cosseno podem denominar-se sinais harmónicos ou sinusoidais. Onda periódica na superfície da água criada pelo toque da régua em intervalos de tempo regulares. Onda sinusoidal obtida da aplicação da função seno a diferentes ângulos medidos no círculo trigonométrico.

Um sinal harmónico é um sinal periódico que se propaga no espaço como uma onda harmónica descrita por uma função do tipo: Na expressão anterior: y = A sen( t) y(t) representa a elongação no instante t, isto é, a posição de uma partícula da onda em relação à posição de equilíbrio num dado instante t; A corresponde à amplitude da onda; representa a frequência angular da onda. A frequência angular avalia a rapidez com que ocorrem as oscilações na onda. É expressa em ângulo por segundo sendo sua unidade no SI o rad s -1. A frequência angular de uma onda é diretamente proporcional à sua frequência e inversamente proporcional ao seu período. 2 2 f

Na tina de ondas a frequência da onda é a frequência de vibração do agitador verificando-se que, quando aumenta a frequência, o comprimento de onda diminui na razão inversa. Se a amplitude de vibração do agitador aumentar, também a amplitude da vibração aumenta. A frequência de uma onda harmónica não se altera e depende apenas da frequência da fonte. A energia de um sinal harmónico mecânico depende da amplitude de oscilação e da frequência do sinal.

Ondas complexas Um onda que não é traduzida por uma função sinusoidal é considerada uma onda complexa. Pode ser descrita como a sobreposição de ondas harmónicas. Onda (periódica) complexa (A) resultante da sobreposição das ondas harmónicas 1, 2 e 3 (B).

Ondas sonoras Uma onda sonora que se propaga no ar é uma onda de pressão, isto é, uma onda mecânica longitudinal originada por qualquer fonte que provoque um movimento vibratório de compressão e expansão no meio material circundante (perturbação) que se propaga às partículas vizinhas com uma determinada velocidade. As ondas de pressão no ar denominam-se ondas sonoras porque podem causar uma sensação auditiva.

A oscilação de um êmbolo móvel num tubo com ar pode originar uma onda sonora. Propagação da perturbação ao longo do tubo.

Uma zona de compressão é uma região do meio que apresenta uma maior pressão associada a uma maior concentração de partículas. Onda de pressão gerada pelo movimento periódico do êmbolo. As zonas de compressão estão representadas a escuro e as zonas de rarefação a claro. Uma zona de rarefação é uma região do meio que apresenta uma menor pressão associada a uma menor concentração de partículas. No ar e nos fluidos em geral, uma onda de pressão como o som é uma onda mecânica longitudinal.

Sendo ondas mecânicas, as ondas sonoras não se propagam no vazio. No entanto, estas ondas propagam-se em sólidos, líquidos e gases, transmitindo-se os efeitos de uma perturbação mecânica local ao longo desse meio. A velocidade de propagação do som depende da maior ou menor facilidade em propagar a vibração às partículas vizinhas. Meio v / m s -1 Meio v / m s -1 Meio v / m s -1 Gases Líquidos a 25 C Sólidos Hidrogénio (0 C) 1286 Glicerol 1904 Pirex 5640 Hélio (0 C) 972 Água do mar 1533 Ferro 5950 Ar (20 C) 343 Água 1493 Alumínio 6420 Ar (0 C) 331 Mercúrio 1450 Latão 4700 Oxigénio (0 C) 317 Querosene 1324 Cobre 5010

Voltando à análise da onda sonora no tubo de ar, constata-se que existe uma repetição das características da oscilação. A distância, ou múltiplos da distância, entre duas zonas de rarefação ou de compressão sucessivas corresponde ao comprimento de onda e revela a periodicidade espacial da onda.

A figura seguinte mostra que a pressão em duas posições X e Y no instante t 1 volta a ser a mesma em t 5, existindo uma repetição periódica da pressão ao longo do tempo. O intervalo de tempo entre t 1 e t 5, instantes em que todos os pontos da onda repetem a mesma fase de vibração, corresponde ao período da onda indicando uma periodicidade temporal da mesma.

Se o movimento oscilatório da fonte do sinal sonoro for sinusoidal, a variação temporal da pressão num ponto do meio traduz um sinal harmónico descrito pela função: P P 0 sen( t) A função P(t) representa a pressão num ponto do meio num dado instante t, sendo: P 0 a amplitude de pressão, ou seja, a diferença de pressão máxima relativamente à pressão de equilíbrio (ou de referência); a frequência angular da onda.

Som puro O som correspondente a uma onda sonora harmónica designa-se som puro. Onda sonora harmónica provocada pela vibração de um diapasão é um exemplo de um som puro.

ALTURA DO SOM Característica associada à frequência da onda sonora que indica se o som é alto ou é baixo. Um som de frequência elevada diz-se alto ou agudo e um som de baixa frequência diz-se baixo ou grave. Onda sonora de elevada frequência ou som alto. Onda sonora de baixa frequência ou som baixo.

INTENSIDADE DO SOM Característica associada à amplitude de pressão da onda sonora, que indica se o som é forte ou fraco. A uma onda sonora com grande amplitude de pressão corresponde um som de elevada intensidade, som forte. Pelo contrário, a uma onda sonora com pequena amplitude de pressão está associado um som de pouca intensidade, som fraco. Onda sonora com maior intensidade, som forte. Onda sonora com menor intensidade, som fraco.

Som complexo O som associado a uma onda sonora complexa resultante da sobreposição de várias ondas sonoras harmónicas designa-se som complexo. Cada onda sonora periódica complexa, a que corresponde um som complexo (A), resulta da sobreposição de determinadas ondas harmónicas (B). Nos sons complexos, o som de menor frequência designa-se som fundamental. O som fundamental e os restantes harmónicos, em conjunto, constituem um som complexo com a frequência do som fundamental.

TIMBRE Característica do som que permite distinguir sons com a mesma frequência produzidos por diferentes fontes sonoras. Depende da frequência do som fundamental e do número e intensidade relativa dos harmónicos existentes. Sons com a mesma frequência emitidos por uma guitarra (A) e por uma flauta (B).

A análise do som pode ser realizada interpretando a respetiva onda sonora. Os osciloscópios, por exemplo, permitem obter imagens de estados de vibração em tempo real sendo necessário converter o sinal sonoro num sinal elétrico. O microfone é um instrumento que possui uma membrana sensível às variações de pressão das ondas sonoras permitindo transformar um sinal sonoro (mecânico) num sinal elétrico com as mesmas características. Um altifalante permite a conversão inversa, ou seja, é o aparelho que transforma um sinal elétrico num sinal sonoro com as mesmas características.