TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

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Impetrado : Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Porto Velho - RO

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ACÓRDÃO. São Paulo, 14 de março de Cristina Cotrofe Relatora Assinatura Eletrônica

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, da Comarca de Carapicuíba, em que é paciente. JEFFERSON SOARES DE MACEDO, Impetrantes GABRIELA CAROLINA

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TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. FAGUNDES CUNHA PRESIDENTE

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18 a CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA APELAÇÃO CÍVEL N o 11496/08 RELATOR : DES.JORGE LUIZ HABIB

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ANDRE MENDONCA MACIEL A C Ó R D Ã O

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2017.

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Transcrição:

Registro: 2016.0000555404 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança nº 2096307-26.2016.8.26.0000, da Comarca de Taboão da Serra, em que é impetrante FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA, é impetrado MM. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DE TABOÃO DA SERRA. ACORDAM, em 15ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Concederam a segurança apenas para cancelar, em definitivo, a determinação do bloqueio, por meio do sistema Bacen-Jud, da quantia de R$ 1.000.000,00 das contas do impetrante, convalidada a liminar inicialmente deferida. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores WILLIAN CAMPOS (Presidente), ENCINAS MANFRÉ E RICARDO SALE JÚNIOR., 4 de agosto de 2016 WILLIAN CAMPOS RELATOR Assinatura Eletrônica

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2096307-26.2016.8.26.0000 COMARCA: TABOÃO DA SERRA VARA CRIMINAL IMPETRANTE: FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA. IMPETRADO: MM. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA MANDADO DE SEGURANÇA EMPRESA FACEBOOK DO BRASIL ORDEM JUDICIAL PARA INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA DO APLICATIVO WHATSAPP DESCUMPRIMENTO MULTA DIÁRIA E BLOQUEIO VIA BACEN-JUD. Não se reconhece legitimidade à determinação de bloqueio de valores via Bacen- Jud para garantir recebimento de astreintes. SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE. V O T O Nº 38.469 Os advogados Leonardo Magalhães Avelar e João Fabio Azevedo e Azeredo impetram o presente mandando de segurança, com pedido liminar, em favor de Facebook Serviços Online do Brasil Ltda., contra ato do M. Juiz de Direito da Vara Criminal da comarca de Taboão da Serra, que, nos autos do procedimento nº 0000242-19.2016.8.26.0609, determinou o bloqueio no valor de R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais), por meio do sistema Bacen-Jud, em razão de descumprimento de determinação judicial consistente na interceptação telemática do aplicativo Whatsapp. Alegam que a impetrante não colhe, armazena ou processa dados de usuários do serviço Facebook, bem como não possui servidores para oferecer o serviço, que é operado pela empresa Facebook Inc., situada nos Estados Unidos da América e/ou pela Facebook Ireland Limited, locadalizada na Irlanda. O Facebook Brasil não tem qualquer autorização para acessar as contas dos usuários do site que são residentes no Brasil. Relatam que a impetrante enviou os requerimentos oficiais aos Operadores do Facebook, os quais desenvolveram estrutura altamente eficiente para a comunicação com as autoridades brasileiras; os ofícios foram respondidos diretamente aos endereços apontados e esclareceram sobre o contato correto para obter informações relativas ao Whatsapp. Informam que a autoridade coatora não apresentou qualquer fundamento legal que autorizasse a medida extrema, afrontando o já decidido nos autos do Mandado de Segurança nº 2221910-46.2015.8.26.0000, julgado pela colenda 11ª Câmara de Direito Criminal desta Corte em caso semelhante. Mandado de Segurança nº 2096307-26.2016.8.26.0000 - Taboão da Serra - VOTO Nº 2/5

Requer a suspensão dos efeitos da decisão que determinou a realização do bloqueio por meio do sistema Bacen-Jud. Deferida em parte a liminar (fls. 119/121) e prestadas as informações pelo Juízo impetrado (fls. 130), manifestou-se a douta Procuradoria de Justiça pela concessão da segurança (fls. 132/135). É o Relatório. A segurança deve ser concedida, em parte. Consta dos autos que, em razão de investigação criminal e para obter elementos de prova com a interceptação da comunicação estabelecida por mensagens e ligações realizadas por meio do aplicativo Whatsapp, foi emitida ordem judicial, endereçada à impetrante, para a quebra do sigilo telemático de usuários do referido aplicativo, devidamente identificados, por período indicado pelo Juízo. Relata a impetrante Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. tem como objeto social a prestação de serviços relacionados à locação de espações publicitários, veiculação de publicidade, suporte de vendas, todos vinculados ao serviço Facebook; a empresa não colhe, armazena ou processa dados de usuários do serviço Facebook e não tem servidores para oferecer o serviço Facebook. Sustenta que todas as informações relativas a usuários do Facebook são detidas por entidades jurídicas distintas do Facebook Brasil, a qual não detém servidores que processem ou armazenem conteúdo de comunicações de usuários do Facebook. Os dados em questão são armazenados por pessoas jurídicas distintas, a saber, a Facebook Inc., situada nos Estados Unidos da América, e/ou a Facebook Ireland Limited (Facebook Irlanda), localizada na Irlanda, que seria a empresa responsável pela prestação de serviços aos usuários residentes no Brasil. Nessas circunstâncias, disse ser impossível cumprir a ordem de quebra do sigilo das comunicações feitas por investigados em procedimento criminal por meio do aplicativo Whatsapp. Nada obstante, aduziu a impetrante que, comprometida em cooperar com as autoridades brasileiras e cumprir a legislação vigente, redirecionou a ordem judicial aos Operadores do Facebook que, embora não estejam sediados no Brasil, desenvolveram estrutura altamente eficiente para receber, processar e responder Mandado de Segurança nº 2096307-26.2016.8.26.0000 - Taboão da Serra - VOTO Nº 3/5

a todos os requerimentos feitos pelas autoridades brasileiras. Em suma, entende a impetrante ser ilegal a aplicação de medida coercitiva (multa diária) pelo suposto descumprimento da ordem judicial de interceptação, não havendo justificativa plausível para o bloqueio da quantia de R$ 1.000.000,00 pelo sistema Bacen-Jud, para garantia do pagamento da multa diária estabelecida. Pois bem. Analisando-se inicialmente a questão relativa à legalidade da medida adotada pelo douto magistrado, estabelecendo multa diária de R$ 100.000,00 por descumprimento de obrigação de fornecimento das comunicações realizadas por investigados em procedimento criminal, verifica-se que ela não se reveste de qualquer ilegalidade, já que a impetrante não demonstrou de plano a incapacidade de fornecimento dos dados requeridos. Além disso, não é nessa via estreita do mandado de segurança que se analisará a conveniência e a possibilidade da impetrante fornecer os dados requisitados pela magistrada. O que se reconhece é a legalidade da fixação da astreinte, não apenas quanto ao valor, mas também quanto a sua oportunidade e conveniência, pois a princípio oriundo de ordem judicial legalmente expedida. A empresa Facebook Serviços Online Brasil, é empresa formalmente constituída no país, e sujeita, portanto, à legislação específica, sendo irrelevante o fato de os dados solicitados estarem armazenados em qualquer outra parte do mundo por questão de estratégia empresarial. Empresa constituída sob a égide e conformidade de leis brasileiras deve submeter-se a legislação local, não podendo invocar condições contratuais ou mesmo lei de outros países, para justificar o descumprimento de requisição judicial. A questão eventualmente poderá ensejar uma perícia ou diligência para que se comprove ou justifique o descumprimento da ordem judicial. Mas isso não é questão a ser tratada em sede de mandado de segurança onde se examina apenas a legalidade do ato e a legitimidade da parte de se submeter a ele, questões já Mandado de Segurança nº 2096307-26.2016.8.26.0000 - Taboão da Serra - VOTO Nº 4/5

reconhecidas acima e de patente legalidade e legitimidade. Contudo, razão assiste à impetrante no que se refere ao bloqueio de R$ 1.000.000,00 de sua titularidade visando garantir o cumprimento da ordem judicial e a decisão de imposição de multa diária. Embora legítima a fixação da multa pela douta magistrada, o mesmo não pode se dizer em relação à antecipação de sua exigibilidade, como no caso dos autos. O Superior Tribunal de Justiça, em reiteradas decisões, tem decidido que a coercibilidade da multa diária, prevista no artigo 461, 4º, do diploma processual, reside justamente na possibilidade de cobrança futura, de modo a vencer a obstinação do devedor. Desse modo, quando maior a recalcitrância do devedor, maior será o valor da multa devido pelo devedor em razão do não cumprimento da determinação judicial; a qual será devida a partir da ciência até o cumprimento da ordem (STJ, Resp 903226/SC, Relatora Ministra Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 18.11.2010). Ressalte-se que fixado pelo magistrado o termo inicial e final da multa e de seu valor definitivo, se iniciará a execução da multa inadimplida, seguindo-se o rito do artigo 475-J do CPC atual artigo 523 do novo CPC (STJ, AgRg no Resp 137972/ES, Relator Ministro Ricardo Villas Boas Cueva, 3ª Turma, j. 03.10.2013). Por consequência, a antecipação da sua exigibilidade, como pretendido pelo douto magistrado, não se mostra legítima, pois a exigibilidade da astreinte em decorrência da sua natureza jurídica encontra-se vinculada ao reconhecimento da existência do direito material pleiteado na demanda. A pretensão da impetrante, quanto a esse aspecto, deve ser acolhida e consequentemente cancelada a determinação da autoridade judicial impetrada para bloqueio via Bacen-Jud, da quantia de R$ 1.000.000,00 da sua conta. Ante o exposto, concede-se a segurança apenas para cancelar, em definitivo, a determinação do bloqueio, por meio do sistema Bacen- Jud, da quantia de R$ 1.000.000,00 das contas do impetrante, convalidada a liminar inicialmente deferida. WILLIAN CAMPOS Desembargador Relator Mandado de Segurança nº 2096307-26.2016.8.26.0000 - Taboão da Serra - VOTO Nº 5/5