UNIVERSITÁRIOS PERDEM 800 MIL EUROS EM APOIOS DE ACÇÃO SOCIAL //PÁGS

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Transcrição:

UNIVERSITÁRIOS PERDEM 800 MIL EUROS EM APOIOS DE ACÇÃO SOCIAL //PÁGS. 16-19

Acção Social no ensino superior perde mais de 800 mil euros num ano Orçamentos dos serviços dos politécnicos sofrem um corte de 608 mil euros. Universidades com menos 1 51 mil JOÃO D'ESPEVEY joao. despiney@ionline.pt Os orçamentos dos Serviços de Acção Social (SAS) no ensino superior sofreram um novo corte no Orçamento Rectificativo (OR) de 2013. De acordo com a análise do i aos mapas da Direcção-Geral do Orçamento (DGO), as universidades e politécnicos vão ter um total de 65,3 milhões de euros para gastar em acção social em 2013. Este montante não engloba as universidades de Aveiro, Porto e o ISCTE, que, por terem o estatuto de fundação, não têm os seus números discriminados nos mapas da DGO. Em termos globais, o montante que os SAS terão este ano representa menos 161 614 euros que o inscrito no Orçamento do Estado de 2013, com todas as instituições a perderem dinheiro (ver tabela). Mas se compararmos com o OE/2012 conclui-se que a redução ascende a 805 750 euros. Isto apesar de os orçamentos de cinco universidades e oito politécnico aumentarem. A questão é que os cortes dos SAS de seis universidades e sete politécnicos são muito superiores. Os politécnicos são os mais prejudicados. No Rectificativo, os 19,8 milhões de euros inscritos traduzem uma redução de "apenas" 45,7 mil euros face ao OE/2013, mas relativamente a 2012 a diminuição é de 608 596 euros. No caso das universidades, os orçamentos totalizam 45,4 milhões de euros, menos 115 913 euros que o inscrito no OE/2013 e de 151 453 relativamente ao OE/2012. A Universidade de Coimbra e o politécnico de Leiria são as instituições que sofreram os maiores cortes neste Rectificativo em relação ao que foi aprovado no Orçamento para este ano. Em relação a 2012, as mais afectadas são a Universidade Nova de Lisboa, a Coimbra e a de Évora. Nos politécnicos, o do Porto, o de Leiria e o de Castelo Branco surgem no topo da lista dos mais penalizados. O / confrontou o ministério com esta informação, mas até à hora de fecho não recebeu nenhuma resposta. Em declarações ao i, João Queirós, o reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) e responsável no Conselho de Reitores pelo pelouro da acção social, defendeu que "mais importante que os valores atribuídos aos Serviços de Acção Social é o orçamento fixado pelo ministério para as bolsas de acção social, e aí deveríamos fazer um esforço complementar para subir a sua dotação e aumentar o número de alunos beneficiários". João Queirós defendeu ainda uma alteração legal (com o novo regulamento) ao limite de elegibilidade para atribuição das bolsas, que neste momento "é relativamente alto" no que toca aos rendimentos do agregado familiar. "Nos últimos dois anos houve uma redução de cerca de 20 mil alunos beneficiários de bolsas de acção social e por isso temos de arranjar condições para que mais alunos possam ter acesso às bolsas", afirmou o reitor da ÜBI, lembrando que em 2011 foram atribuídas 75 mil bolsas e que em 2013 esse número caiu para cerca de 57 mil. Os dados mais recentes da Direcção- Geral do Ensino Superior (DGES) indicam que foram atribuídas 58 467 bolsas a estudantes do ensino superior público e privado no ano lectivo de 2012/2013 e que dos 88 567 requerimentos submetidos foram indeferidos 29 448 pedidos. O i tentou obter também uma reacção por parte do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.

Universidades pedem para ser excluídas da cativação de 2,5% nas remunerações Finanças emitiram ofício a reduzir valor dos duodécimos. Presidente do CRUP diz ao i que as instituições ficam "numa situação extremamente grave" Os reitores querem que as universidades sejam excluídas da cativação de 2,5% sobre as remunerações certas e permanentes, que o Ministério das Finanças determinou no Orçamento Rectificativo para este ano. O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas, escreveu a semana passada uma carta ao ministro da Educação, Nuno Crato, a manifestar a sua preocupação com esta e outras medidas. "Apesar de a nossa troca de impressões recente ter apontado para alguma notícia clarificadora sobre a aplicação das medidas do Orçamento Rectificativo às universidades, cumpre-me desde já informar vossa excelência que a manutenção destas medidas poderá comportar gravíssimas consequências e irá conduzir, a muito curto prazo, à inviabilização do funcionamento das instituições universitárias", lê-se na missiva que foi enviada também ao presidente da comissão parlamentar de Educação. O í questionou os ministérios da Educação e das Finanças sobre se a pretensão dos reitores iria ou não ser acolhida, mas ficou sem resposta até à hora de fecho desta edição. Em declarações ao /, António Rendas afirmou que, somando os cortes dos últimos anos, com a cativação de 2,5% e a redução do valor dos duodécimos a partir de Julho - que a Direcção-Geral do Orçamento comunicou a semana passada à Universidade Nova - "todas as universidades ficam numa situação extremamente grave". "Estamos perante uma situação muito complexa do ponto de vista de viabilização das instituições", acrescentou o reitor da Universidade Nova de Lisboa. António Rendas revelou ainda que a proposta de Rectificativo contém uma redução de 3,8 milhões de euros face ao orçamento aprovado no parlamento em 2012. Na edição de dia 15, o i noticiou que as despesas das universidades iriam sofrer um corte de 3 milhões, mas o presidente do CRUP salienta que mais importantes do que as despesas são as receitas (transferências do Estado e receitas próprias) e no caso da Universidade Nova há uma redução de 346 551 euros e não de 60 522 e na Técnica de Lisboa uma diminuição de 516 208 e não de 71 732 euros. Questionado sobre as consequências destes cortes todos, o presidente do CRUP respondeu que tem a informação de que há universidades que "vão fechar mais tempo durante o Verão" e "reduzir o seu funcionamento". Por outro lado, "vamos tentar gerar mais receitas próprias de forma a viabilizar o ensino e a investigação". E ao nível da contratação de pessoal? "Aqui na Nova conseguimos responder a algumas expectativas de progressão na carreira de docentes e ao mesmo tempo reduzimos uma parte do pessoal técnico e de apoio. E isso é evidente que traz grandes limitações no funcionamento dos laboratórios e na abertura dos espaços para os estudantes poderem estudar durante a noite". E situações extremas de falência técnica, como aconteceu na Faculdade de Arquitectura da Técnica? "Não tenho conhecimento directo de reitores no CRUP, mas que estamos numa situação limite estamos", respondeu. João d'espiney António Rendas já alertou o ministro da Educação