REGULAMENTO PARA ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO PARA O ENSINO SUPERIOR A ALUNOS RESIDENTES NO CONCELHO DE S. JOÃO DA MADEIRA
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- Geovane Lucas Batista Canela
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1 REGULAMENTO PARA ATRIBUIÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO PARA O ENSINO SUPERIOR A ALUNOS RESIDENTES NO CONCELHO DE S. JOÃO DA MADEIRA Pretende-se, com este regulamento, incentivar e proporcionar condições de frequência de cursos superiores a jovens sanjoanenses que, devido a dificuldades económicas, a eles dificilmente poderiam ter acesso. Tais condições passam pela atribuição de bolsas de estudo que permitam complementar os rendimentos auferidos, e dessa forma contribuir para que seja cada vez menor o número de munícipes que não avançam para o ensino superior apenas por uma questão de escassez de recursos. Considera-se, para efeito de atribuição de bolsas de estudo do ensino superior, a frequência de cursos universitários ou de cursos ministrados por Institutos e Escolas Superiores, que confiram o grau de Bacharelato ou Licenciatura.
2 CAPITULO I Do acesso Artigo 1º Objecto O presente regulamento visa disciplinar a atribuição de bolsas de estudo a estudantes do ensino superior residentes no Concelho de S. João da Madeira, tendo por objectivo a comparticipação nos encargos com a sua frequência. Artigo 2º Âmbito 1- São abrangidos pelo presente regulamento todos os estudantes que estejam matriculados ou pretendam matricular-se em estabelecimentos de ensino superior, com idade igual ou inferior a 25 anos. 2- Considera-se curso superior para efeitos do número anterior, todo o curso que confira o grau de bacharel ou licenciado reconhecido pelo Ministério que tutela o Ensino Superior. Artigo 3º Condições de admissão 1- Só podem concorrer à atribuição de bolsas de estudo os estudantes que reúnam cumulativamente os seguintes requisitos: a) Residir no Concelho há três ou mais anos; b) Não ter reprovado nos últimos três anos lectivos, salvo por motivo de doença prolongada ou situação análoga, devidamente comprovada; c) Não serem detentores de qualquer licenciatura ou bacharelato ou curso equivalente; d) Requerimento prévio de bolsa de estudo junto dos Serviços de Acção Social da Instituição em que se encontram ou pretendam estar matriculados; e) Rendimento máximo per capita do agregado familiar não superior aos valores indicados no quadro abaixo, sendo SMN o valor do Salário Mínimo Nacional; f) Ter média de aproveitamento escolar igual ou superior a 12 valores, no ano lectivo imediatamente anterior à candidatura. Nº de Elementos do Agregado Familiar Rendimento Máximo Mensal Per Capita 1 1,3 x SMN 2 1,2 x SMN
3 3 1,1 x SMN 4 1,0 x SMN 5 0,9 x SMN 6 0,8 x SMN 7 ou mais 0,7 x SMN Artigo 4º Condições de renovação Para que haja renovação das bolsas concedidas devem verificar-se, cumulativamente as seguintes condições: 1- As condições económicas dos bolseiros devem subsistir como insuficientes nos termos da alínea e) do número anterior; 2- Os bolseiros tenham transitado de ano com média igual ou superior a 12 valores. Artigo 5º Prazo para renovação 1- Deve o pedido de renovação ser feito de acordo com Aviso anual, acompanhado do certificado de aproveitamento escolar e declaração de matrícula do ano imediato. 2- Tendo o bolseiro exames a fazer na 2ª Época, o prazo para entrega do boletim fixado no número anterior não cessa, devendo contudo o requerente apresentar o respectivo certificado de aproveitamento logo após a prestação de provas. CAPITULO II Do concurso Artigo 6º Publicidade do processo Anualmente, será dada publicidade ao processo de candidatura às bolsas de estudo. Artigo 7º Procedimento 1- Para efeitos de candidatura, deve o requerente proceder ao preenchimento de um Boletim de Candidatura.
4 2- Caso seja atribuída a bolsa de estudo, deve o requerente proceder à apresentação dos seguintes documentos: a) Requerimento dirigido ao Presidente da Câmara solicitando a procedência da concessão da bolsa de estudo; b) Declaração dos estabelecimentos de ensino frequentados, comprovando a não reprovação nos últimos três anos lectivos; c) Certificado de matrícula no ensino superior com especificação do curso e ano; d) Atestado de residência e declaração emitida pela Junta de Freguesia, indicando o numero de pessoas que constam do agregado familiar; e) Declaração, sob compromisso de honra, de todos os rendimentos do agregado familiar: ordenados, reformas, pensões e subsídios (atribuídos à actividade agrícola ou industrial); f) Declaração de rendimentos do agregado familiar, devidamente reconhecida pela Repartição de Finanças; 3- Quando algum dos elementos sofrer alteração ao longo do ano lectivo, é obrigatória a sua comunicação no prazo de 30 dias. 4- Podem os candidatos juntar todas as informações adicionais consideradas necessárias à apreciação da sua situação real. 5- Os Serviços de Acção Social da Câmara Municipal poderão solicitar qualquer esclarecimento às entidades que entenda por convenientes e proceder a averiguações. 6- O candidato poderá ser submetido a entrevista a fim de esclarecer melhor a sua situação, podendo aquela ser realizada igualmente a pedido do próprio. CAPITULO III Da atribuição Artigo 8º Atribuição prioritária de bolsas Para efeitos de atribuição de bolsa de estudo, consideram-se prioritárias sucessivamente as seguintes condições: 1- Menor rendimento per capita, tendo em conta:
5 a) A apreciação das últimas declarações de IRS/IRC apresentadas na Repartição de Finanças, bem como o último documento comprovativo de liquidação, enviado pela Direcção Geral das Contribuições e Impostos, ou declaração de isenção pela Repartição de Finanças; b) Que em igualdade de condições, tem prioridade o agregado familiar que tenha dois ou mais elementos no ensino superior; c) Que o júri de apreciação das candidaturas excluirá preliminarmente todos os candidatos cujo rendimento per capita do respectivo agregado familiar ultrapasse os limites fixados na alínea e) do artigo 3º. d) Que o júri excluirá os candidatos que apresentem sinais exteriores de riqueza incompatíveis com os rendimentos declarados. 2- Estatuto de deficiente físico-motor; 3- Classificação final no ano lectivo anterior não inferior a 14 valores, prevalecendo em caso de igualdade a melhor média de classificação final nos últimos três anos; 4- Residência fixada há mais tempo no Concelho por parte dos progenitores. 5- A selecção consistirá na análise da situação económica do candidato, através da capitação mensal do agregado familiar que é o resultado do cálculo da seguinte expressão: C= R (I + H + S) 12 N em que: C rendimento per capita R rendimento anual bruto do agregado familiar I impostos e contribuições H encargos anuais com a habitação S encargos com a saúde N número de pessoas que compõem o agregado familiar. CAPITULO IV Dos prazos Artigo 9º Prazo para entrega
6 As candidaturas deverão dar entrada nos Serviços de Acção Social da Câmara Municipal dentro dos prazos estabelecidos no aviso de candidatura, acompanhadas dos documentos exigidos nos termos do nº 1 do artigo 7º. Artigo 10º Procedimento final para deliberação 1- Os Serviços de Acção Social da Câmara Municipal comunicarão aos interessados a lista provisória de bolseiros aprovados pela Câmara Municipal para efeitos de eventuais reclamações, que serão apreciadas no prazo máximo de 12 dias úteis. 2- Findo o prazo de apreciação final, a Câmara Municipal tomará a deliberação definitiva para a concessão das bolsas de estudo. CAPITULO V Deveres dos bolseiros Artigo 11º Deveres e obrigações dos bolseiros 1- Incumbe ao bolseiro as seguintes obrigações: a) Havendo mudança de curso ou de estabelecimento de ensino ou interrupção de estudos, deve o bolseiro comunicar tal situação imediatamente e por escrito ao Presidente da Câmara Municipal; b) Manter sempre a disponibilidade de 15 dias úteis, por ano, para realização de trabalhos de índole sócio-cultural na área do Município. c) Apresentar, até ao final de Julho, a calendarização da disponibilidade para o desenvolvimento dos trabalhos referidos na alínea anterior; d) Apresentar, no fim de cada ano lectivo, declaração passada pelo Estabelecimento de Ensino frequentado, onde conste o aproveitamento especificado em valores. 2- Deve ainda o bolseiro, nos termos da alínea a), proceder à devolução de qualquer verba recebida logo após eventual interrupção, salvo situação de doença prolongada.
7 CAPITULO VI Anulação das bolsas de estudo Artigo 12º Motivos de recusa à candidatura Considera-se vedada a apresentação de candidatura a todo o bolseiro que se encontre em qualquer das seguintes situações: a) Apresentação de declarações incompletas ou omissas ou falsas; b) Falta de apresentação de declaração prevista no art.º11 alínea d); c) Não prestação de serviço sócio-cultural durante 15 dias úteis, salvo dispensa destes; d) Aplicação de sanções disciplinares sofridas no estabelecimento frequentado e cuja gravidade seja reconhecida pela Câmara Municipal; e) Interrupção de estudos por qualquer motivo, salvo doença prolongada devidamente comprovada; f) Alteração significativa dos rendimentos do agregado familiar.
8 CAPITULO VII Distribuição de verbas Artigo 13º Afectação de verbas As verbas referentes às bolsas de estudo serão inscritas em plano de actividades e orçamento. Artigo 14º Número e valor de bolsas atribuídas 1 - O número de bolsas de estudo a atribuir anualmente será fixado pela Câmara Municipal até ao máximo de O valor máximo da bolsa mensal de referência será igual ao Salário Mínimo Nacional em vigor no início do ano lectivo de acordo o mapa de indexação seguinte: Bolsa euros Capitação euros 485 Até 175, De 175,96 a 313,99 157,1 De 314 a Nos casos em que o rendimento mensal per capita do agregado familiar do bolseiro, calculado com base no rendimento bruto anual presente na declaração mencionada no n.º 1 da alínea b) do artigo 8º, seja igual ou inferior a 140 euros, o valor da bolsa será majorado em 20%, e caso esteja compreendido entre 140 euros e 175 euros inclusive, aquele valor será majorado em 10%; 4- A bolsa atribuída pela Câmara Municipal será complementar da bolsa auferida nos Serviços de Acção Social da Instituição do Ensino Superior que frequente até aos limites previstos no número anterior. 5- Sem prejuízo dos números anteriores a bolsa a conceder pela Câmara Municipal terá um valor máximo de 150 e um mínimo de 75. Artigo 15º
9 Forma de pagamento O valor da bolsa de estudo será atribuído durante 10 meses em prestações mensais, sendo enviado um cheque nominal ao bolseiro, ou recebido na tesouraria da Câmara Municipal. CAPITULO VIII Disposições finais Artigo 16º Sanções Além da situação prevista no artigo 12º, a apresentação de declarações incompletas ou omissas ou falsas, implicam o reembolso do que for devido, assim como abertura do respectivo procedimento criminal em conformidade com a legislação em vigor à data da verificação da infracção. Artigo 17º Apoio Todo o apoio administrativo necessário será prestado nos termos da organização e funcionamento dos serviços municipais. Artigo 18º Entrada em vigor Este regulamento entra em vigor logo que aprovado pela Assembleia Municipal.
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