Trabalhadoras no setor bancário do Rio Grande do Sul Análise da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego

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Transcrição:

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 24.463 29.516 27.117 26.060 26.449 26.649 26.644 27.168 27.795 26.419 36.136 33.628 36.014 35.267 34.362 30.762 32.305 32.583 31.968 40.754 Trabalhadoras no setor bancário do Rio Grande do Sul Análise da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego Nos últimos anos houve diminuição da desigualdade entre bancárias e bancários no Rio Grande do Sul. As bancárias aumentaram sua participação no mercado de trabalho do setor e conquistaram melhorias na distribuição salarial, mas as diferenças ainda estão distantes de terminar. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, a categoria bancária (abrangendo as caixas econômicas, bancos comerciais, bancos de investimento, bancos múltiplos, com carteira comercial e sem carteira comercial) no Rio Grande desde 1995 perdeu 8.786 postos de trabalho. Em 1995, a categoria era de 40.754 bancários no estado e em 2014 passou a ser de 31.968 (último dado disponível da RAIS), conforme gráfico 1. GRÁFICO 1 Evolução do número de trabalhadores bancários (em nº absolutos) Rio Grande do Sul 1995 a 2014 Apesar da redução do número de postos de trabalho na categoria, a participação feminina aos poucos vem aumentando, conforme gráfico 2. Em 1995 elas representavam 42% da categoria e em 2014 eram 48%, um aumento de 6 pontos percentuais na distribuição nessas quase duas últimas décadas. 1

15.997 15.588 14.188 16.714 23.484 11.120 11.580 12.231 15.254 17.270 58% 59% 57% 54% 52% 42% 41% 43% 46% 48% GRÁFICO 2 Percentual de distribuição dos trabalhadores bancários segundo sexo (em %) Enquanto os bancários gaúchos tiveram uma queda no número de postos de trabalho de quase 29% entre 1995 e 2014, passando de 23.484 para 16.714 (perdendo 6.770 postos), a redução dos postos entre as bancárias foi de aproximadamente 12%, passando de 17.270 para 15.254 (perdendo 2.016 postos de trabalho), conforme gráfico 3. GRÁFICO 3 Distribuição dos trabalhadores bancários segundo sexo (em nº absolutos) A distribuição dos bancários no interior e capital é muito semelhante entre as mulheres e homens. No total da categoria 62% tem seu local de trabalho no interior e 38% em Porto Alegre, essa distribuição é igual entre os homens. No caso das mulheres, 63% trabalham no interior e 37% na capital (gráfico 4). 2

GRÁFICO 4 Percentual de distribuição dos trabalhadores bancários segundo localidade e sexo (em %) Porto Alegre Interior 62% 63% 62% 38% 37% 38% Total A distribuição da categoria no estado está concentrada em três Coredes, Metropolitano Delta do Jacuí, Serra e Vale do Rio dos Sinos, representando 41%, 9% e 9% respectivamente em 2014 (tabela 1). TABELA 1 Percentual de distribuição dos trabalhadores bancários segundo COREDE (em %) Região Corede Percentual Metropolitano Del Jacuí 41% Serra 9% Vale do Rio dos Sinos 9% Sul 5% Central 5% Produção 5% Vale Rio Pardo 3% Fronteira Oeste 3% Vale do Taquari 2% Litoral 2% Noroeste Colonial 2% Missões 2% Norte 2% Alto Jacuí 1% Fronteira Norte 1% Centro Sul 1% Campanha 1% Nordeste 1% Vale do Caí 1% Hortênsias 1% Paranhana Encosta da Serra 1% Médio Alto Uruguai 1% Total 10 3

A idade média dos bancários no estado vem aumentando, passando de 36 anos em média em 1995 para 40 anos em média em 2014. A idade dos bancários aumentou mais nessas quase duas últimas décadas quando comparada com o aumento da idade média das bancárias. Enquanto que eles passaram de 36 anos para 41 anos em média, elas passaram de 35 para 38 anos de idade média, conforme gráfico 5. GRÁFICO 5 Idade média dos trabalhadores bancários segundo sexo (em anos) 40 40 41 36 35 38 37 37 37 38 Uma das explicações do aumento da idade média masculina é principalmente fato do aumento da distribuição de bancários com mais de 50 anos. Em 1995 essa faixa entre os bancários era de apenas 3% (735 bancários) e em 2014 eles passam a representar 28% da categoria (4.686 bancários), aumento de 25 pontos percentuais. Entre as mulheres também houve aumento do percentual nas faixas etárias maiores, mas em menor proporção. Enquanto as bancárias com mais de 50 anos em 1995 representavam 2% da categoria (281 bancárias), em 2014 essa faixa passa a representar 2 (3.022 bancárias), aumento de 18 pontos percentuais (gráfico 6). GRÁFICO 6 Distribuição dos trabalhadores bancários segundo faixa etária e sexo (em %) 65 OU MAIS 50 A 64 40 A 49 30 A 39 25 A 29 18 A 24 15 A 17 5% 5% 17% 14% 2 22% 22% 28% 31% 36% 4

As mulheres historicamente no mercado de trabalho formal têm maior escolaridade que os homens. No setor bancário no Rio Grande do Sul não é diferente. Em 1995 o percentual feminino que tinha curso superior completo era de 25%, enquanto que entre os homens esse percentual era de 17%. Houve um aumento desses percentuais tanto para eles quanto para elas, passando a representar em 2014 62% e 71% respectivamente da categoria com nível superior completo (gráfico 7). GRÁFICO 7 Distribuição dos trabalhadores bancários segundo escolaridade e sexo (em %) Rio Grande do Sul 1995 e 2014 1995 2014 Superior Completo 17% 25% Superior Completo 71% 62% Superior Incompleto 18% 17% Superior Incompleto 15% 15% Médio Completo 32% 3 Médio Completo 14% 21% Médio Incompleto 17% 23% Médio Incompleto 1% Até Fundamental 9% 14% Até Fundamental 1% O tempo médio que os(as) trabalhadores(as) bancários(as) permanecem no emprego vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1995 a média de meses que os trabalhadores ficam no emprego era de aproximadamente 12 anos (144,6 meses) e em 2014 o tempo médio era de pouco mais de 9 anos (108,6 meses), isso significa que os bancários estão passando menos tempo em um mesmo emprego. Entre as mulheres essa diminuição no tempo médio de emprego é percebida de forma mais intensa que entre os homens. Enquanto elas em 1995 permaneciam 11,7 anos no mesmo trabalho, em 2014 passam a permanecer 8,6 anos. No caso dos bancários em 1995 o tempo de permanência no mesmo emprego era de 12,3 anos e em 2014 passa a ser 9,5 anos em média, conforme gráfico 8. GRÁFICO 8 Tempo médio de permanência no emprego dos trabalhadores bancários segundo sexo (em anos) 12,3 11,7 10,9 10,9 12,0 11,5 10,8 9,7 9,5 8,6 5

Já a jornada média semanal dos bancários vem aumentando ao longo dos anos, passando de 31 horas semanais médias em 1995 para 37 horas semanais médias em 2014 (consideram-se na jornada também as horas extras). Os bancários aumentaram sua jornada de trabalho semanal em 5 horas em média e as bancárias em 6 horas nesse período, realizando em 2014 uma jornada de trabalho média semanal igual à dos homens, de 37 horas (gráfico 9). GRÁFICO 9 Jornada média semanal dos trabalhadores bancários segundo sexo (em horas) 37 37 35 34 34 34 34 33 32 31 A distribuição entre as ocupações por gênero indica que os cargos de diretores, gerentes e supervisores têm maior equilíbrio que as demais ocupações. Nesses, 49,6% são mulheres e 50,4% são homens. Já nos demais há maior desigualdade entre gêneros, sendo que 53,4% dos cargos de escriturários e outros são ocupados pelos homens e 46,6% são ocupados pelas mulheres, conforme gráfico 10. GRÁFICO 10 Ocupação dos trabalhadores bancários segundo sexo (em %) 53,4% 53,2% 50,4% 49,6% 46,6% 46,8% Diretores, gerentes e supervisores Escriturário e outros Total 6

4.543,16 4.303,98 4.482,15 4.468,21 4.942,06 5.063,43 4.963,38 4.842,30 4.759,81 5.038,65 5.163,80 5.258,04 5.087,03 5.976,75 5.682,04 5.806,44 5.784,57 6.584,55 6.782,99 6.579,15 6.168,08 6.100,15 6.440,33 6.589,36 6.711,95 6.458,54 Quando observamos a evolução do salário médio da categoria no Rio Grande do Sul nas últimas duas décadas, passou de 17,5 Salários Mínimos em 1995 para 8,0 Salários Mínimos em 2014 (gráfico 11), isso é decorrência da política de valorização do Salário Mínimo que em 1995 valia R$ 300,33 (a preços médios de 2014) e passa a valer R$ 724,00 em dezembro de 2014. Vale destacar a histórica desigualdade salarial entre mulheres e homens da categoria. Ainda que a diferença do salário médio recebido entre homens e mulheres diminuiu no período. Em 1995 eles recebiam 19,5 SM e elas 14,9 SM (uma diferença de 4,5 SM), em 2014 eles recebem 8,9 SM e elas 7,0 SM (diferença de 1,9 SM). GRÁFICO 11 Salário médio dos trabalhadores bancários segundo sexo (em Salários Mínimos) 19,5 17,6 14,9 13,4 12,56 9,7 9,43 8,91 7,35 7,02 média categoria 17,5 15,9 11,34 8,47 8,0 A diferença salarial entre bancários e bancárias no Rio Grande do Sul diminuiu entre 2002 e 2014. Enquanto que em 2002 eles recebiam em média R$ 5.976,75, elas recebiam R$ 4.543,16, ou seja, 76% do salário deles. Já em 2014 o salário feminino passa a corresponder 79% do masculino. A diminuição das diferenças salariais deveu-se ao crescimento de 12% do salário médio das mulheres, enquanto o dos homens apresentou aumento de 8% (gráfico 12). GRÁFICO 12 Salário médio* dos trabalhadores bancários segundo sexo (em R$) Rio Grande do Sul 2002 a 2014 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 NOTA: Salários médios deflacionados pelo INPC/IBGE anual. 7

Em todas as faixas de escolaridade os bancários recebem mais que as bancárias (gráfico 13). Nas três faixas de escolaridade onde há maior concentração de postos de trabalho (ensino médio completo, ensino superior incompleto e ensino superior completo) elas recebem 85%, 83% e 74% do salário deles, respectivamente. Além da desigualdade salarial, o retorno do aumento da escolaridade, passando do ensino médio para o superior completo, é maior para os homens do que para as mulheres. A mudança entre essas faixas de escolaridade representa para eles um aumento de 53%, já para as bancárias esse aumento salarial é de apenas 37%. GRÁFICO 13 Salário médio dos trabalhadores bancários segundo escolaridade e sexo (em R$) Superior Completo Superior Incompleto Médio Completo 5.498,04 7.390,66 4.008,94 4.816,25 4.204,67 4.923,50 Médio Incompleto 3.355,41 5.771,44 Fundamental Completo 3.667,50 5.509,02 Nos cargos de diretoria, gerência ou supervisão, elas recebem, em média 27% a menos que eles (R$ 5.843,15 para elas e R$ 8.003,99 para eles). Nas ocupações de escriturário e outras a diferença é de 21% (enquanto elas recebem em média R$ 5.014,75, eles recebem R$ 6.322,20), conforme gráfico 14. GRÁFICO 14 Salário médio nominal dos trabalhadores bancários segundo ocupação e sexo (em R$) 8.003,99 5.843,15 6.322,20 6.458,54 5.014,75 5.087,03 Diretores, gerentes e Escriturário e outros supervisores Total 8