1 SISTEMAS DE TRATAMENTO

Documentos relacionados
Visita Técnica ao Sistema de Saneamento de Águas Residuais de Alcântara

Do esgoto à água tratada: qual o caminho? Ana Mata. Lisete Epifâneo

Quem somos Colaboradores em todo o mundo. Cultura de empresa enraizada e com 94 anos de história. Facturação de 625 M de Euros Anuais

BREVE REFLEXÃO TÉCNICA SOBRE A SITUAÇÃO DE SANEAMENTO EM CABO VERDE E PRESPETIVAS DE EVOLUÇÃO

PROCESSO DE TRATAMENTO

REFUERZO DE LAS CAPACIDADES Y COMPETENCIAS RELATIVAS A LA GESTIÓN DE LOS RECURSOS HÍDRICOS EN ISLAS

EXPLORAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS EXPLORAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS 2.

Seminário P3LP Guiné-Bissau e o sector da água. Coimbra, 5 de Julho de 2016

Marina Andrada Maria Pesquisadora em Tecnologia, DSc

EXPLORAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS. Ponto de Encontro 24 de Outubro de Ana Mata Rita Lourinho Alves

João Oliveira Miguel. AdP - Energias. A Água e a Economia Circular na Agricultura. (João Oliveira Miguel) 21 de junho de 2017

A Digestão Anaeróbia em ETAR / Conceitos. Leonor Amaral

2º ENCONTRO TÉCNICO PONTA DELGADA EXPLORAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

A NOSSA EMPRESA. Portugal. Montijo COLABORADORES

TRATAMENTO DO EFLUENTES

Naturlink. Gestão e valorização de lamas de ETAR

PROPOSTA DE VISITA TÉCNICA A OPERADORAS DE SISTEMAS DE SANEAMENTO EM PORTUGAL, ENTRE 23 E 27 DE ABRIL DE 2018

Esgoto Doméstico: Sistemas de Tratamento

v ETAR Compacta, Sistema ECODEPUR FITODEPUR

CONCEITOS GERAIS E CONCEPÇÃO DE ETEs

Aproveitamento energético de combustíveis derivados de resíduos via co-gasificação térmica

Avaliação da Toxicidade em Águas Residuais métodos aplicáveis mais valias informações obtidas. O exemplo do Strathox

16 Tratamento e disposição de lodos

PRELIMINARES. Conversão biológica nos sistemas aeróbios e anaeróbios (CHERNICHARO, 1997)

PROTOCOLO PARA REABILITAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DE ALCANENA. Projecto de Remodelação da ETAR. Eng.º Nuno Silva (CTIC)

RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO PARA A AMPLIAÇÃO DA ETAR DE AGRA VOLUME I - SUMÁRIO EXECUTIVO

TECNOLOGIAS DE DESODORIZAÇÃO

TRATAMENTO DE LODO GERADO EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

05/06/2012. Petróleo e Gás Prof. Sabrina

Aplicação de Lamas de ETAR na Agricultura

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS URBANAS - AVALIAÇÃO EXPEDITA -

Tratamento, Minimização e Utilização:

Apresentação do Projecto WETWINE.

ETAR S > MICRO ETAR Compacta

APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

BIBLIOGRAFIA TRATAMENTO DE ESGOTO. Rodrigo Amado Garcia Silva. Engenheiro Ambiental M.Sc. Professor Universo EAD

Rev.1_ SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ECODEPUR, modelo ECOFLOW (E.T.A.R. Compacta)

SISTEMAS DE TRATAMENTO DESCENTRALIZADOS DA ECODEPUR

Águas residuais são todas as águas rejeitadas que resultam da sua utilização para diversos fins.

Estudo de soluções com reactores UASB para a reabilitação. de ETAR. Caso de estudo da ETAR de Porto Côvo. Pedro Jorge da Silva

Biologia 12º Ano Preservar e Recuperar o Ambiente

Prof. Dr. Luciano dos Santos Rodrigues EV-UFMG. Contato: Telefone: (31)

03 - EFLUENTES LÍQUIDOS

TRATAMENTOS TERCIÁRIOS DE ÁGUAS RESIDUAIS COM VISTA À REUTILIZAÇÃO

Principais dificuldades na limpeza de coletores e destinos finais adequados para Óleos e Gorduras. Miguel Freire OurémViva E.E.M. S.

Com a Natureza para a Natureza. FITO-ETAR: Uma Solução de Tratamento

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA ETAR DE CAMPO ADITAMENTO

REGIME DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS Rejeição de Águas Residuais

Tratamento de resíduos

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS (LOB1225) G Aula 12 Tratamento secundário de esgotos Lagoas aeradas

PLANOS DE AÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE DE ETAR ETAR DO FREIXO E SOBREIRAS (PORTO) Elza Ferraz (Águas do Porto) Ricardo Barbosa (INEGI)

Saneamento I Tratamento de Esgotos

EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS

Química das Águas - parte 3b

AVALIAÇÃO DA ETE NATAL CENTRAL NA REMOÇÃO DE NITROGÊNIO

Química das Águas - parte 3

1. RESUMO DOS RESULTADOS NAS ETAR S DO CONCELHO DE VIMIOSO

2 - Sistema de Esgotamento Sanitário

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DOS SISTEMAS DE ESGOTO DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS

IV ENCONTRO ANUAL MGI

ZONAS SENSÍVEIS MENOS SENSÍVEIS

APLICAÇÕES DE MEMBRANAS DE ULTRAFILTRAÇÃO E MBR SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES

Carla Isabel Pires Louro

QUALIDADE DA ÁGUA E CONTROLE DA POLUIÇÃO

MASTER PLAN PARA A PROMOÇÃO DO AVE CAPITAL VERDE EUROPEIA. PARTE II ÁREAS DE INDICADORES 9. Tratamento de Águas Residuais

PROJECTO DE REMODELAÇÃO DO SISTEMA DE SANEAMENTO DE ALCANENA

Tratamento e disposição de lodo de esgoto. TH029 - Saneamento Ambiental II - Prof. Regina Tiemy Kishi

Gases para a área ambiental.

Purificação das águas: tratamento de esgoto

AFLUÊNCIAS INDEVIDAS AOS SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS NOS SMAS DE ALMADA. CASO DE ESTUDO DO PROJETO iaflui

ANEXO III MODELO TIPO DE REQUERIMENTO DE DESCARGA

Aula 5: Química das Águas Parte 3b

Sistemas de Esgotamento Sanitário. Ernani de Souza Costa Setembro de 2016

PROJETO MARSOL Apresentação do caso de estudo em S. B. Messines

WORKSHOP OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE REUTILIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS EM PORTUGAL. PAINEL 2 Administração pública

ANEXO III MODELO TIPO DE REQUERIMENTO DE DESCARGA

FONTES E CONTROLE DE ODOR EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO CONVENCIONAL LOCALIZADAS NO REINO UNIDO

PROCESSOS DE TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DOS RESIDUOS E EFLUENTES DAS UNIDADES DE AZEITE

PORTFÓLIO ADEGAS EFLUENTES VÍNICOLAS

*Nome/Denominação social *Identificação fiscal nº, *residência/sede em, *Província ; *Município, *Comuna ; *Telefone ; *Telemóvel ; *Fax ; * ;

Parte 6: Qualidade do efluente. Paulo Gustavo de Almeida, Thiago Bressani Ribeiro, Bruno da Silva, Lariza Azevedo, Carlos Chernicharo

MOGI MIRIM RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DO MUNICÍPIO DE

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE TÍTULO DE UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS REJEIÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS

Eficiência Operacional: Estações de Tratamento de Esgoto

Influência das condições operacionais na eficiência de Estações de Tratamento de Esgotos.

TEÓRICA 16 E.T.A.R.s DOCENTES: Prof. Helena Galvão (responsável componente teórico) Prof. Margarida Reis (componente prático)

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS (LOB1225) G Aula 6 Níveis, operações e processos de tratamento de esgotos

Odores em ETAR. Problema e Soluções implementadas

ETAR de Ermesinde e Alfena. Capacidade de Tratamento: Breve descrição do tratamento:

PRINCIPAIS TÉCNICAS DE TRATAMENTOS DE ÁGUAS RESIDUAIS. Luísa Paula Valente da Cruz * Resumo

TRATAMENTO PRELIMINAR

Casa Eficiente c. Substituição ou reabilitação de fossas séticas ineficientes

SAAE Serviço autônomo de Água e Esgoto. Sistemas de Tratamento de Esgoto

Documento Síntese da 1ª Oficina de Trabalho sobre Operação de Tratamento de Esgotos Sanitários da Câmara Temática de Tratamento de Esgotos da ABES

Fábrica de água UMA NOVA GERAÇÃO DE RECURSOS

Aula 5: Química das Águas Parte 3b

s::can liquid monitoring networks

Remoção de matéria orgânica

PARÂMETROS DE CARACTERIZAÇÃO DE UMA MASSA DE ÁGUA. As características organolépticas compreendem a cor, o cheiro e o sabor.

Transcrição:

VI ENCONTRO TÉCNICO OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ETAR José Santiago Funchal, 13 de Maio de 2004 1 SISTEMAS DE TRATAMENTO - Águas Residuais - Lamas 1

Sistemas de Tratamento de Águas Residuais Tipo de Sistema: - Doméstico - Industrial - Comunitário Tipo de Tratamento: - Pré-tratamento - Primário - Secundário - Terciário Tipo de Descarga: - Linha de água doce (rio/ribeira) - Lagoa - Oceano - Albufeira - Infiltração no solo (recarga de aquíferos) - Evaporação - Reutilização (rega / serviços gerais) Tipo de Lamas: Sistemas de Tratamento de Lamas - Domésticas estabilizadas - Domésticas não estabilizadas - Não orgânicas Tipo de Tratamento: - Espessamento - Digestão (Anaeróbia / aeróbia) - Condicionamento químico - Desidratação Tipo de Destino: - Aterro Sanitário - Compostagem - Incineração - Utilização agrícola (fertilização/correcção do solo) 2

Planta de ETAR com aprov. energético Esquema de ETAR sem exigências especiais Afluente Gradagem DEC 1 T A DEC 2 Efluente Recirculação Lamas em excesso ESP DIG DESID 3

2 OBJECTIVOS DO TRATAMENTO E NÍVEIS DE INTERVENÇÃO VARIÁVEIS DE ENTRADA ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS BRUTAS Capitação: 200 l hab -1 dia -1 CB05: 60 g hab -1 dia -1 CQO: 90 g hab -1 dia -1 SST: 90 g hab -1 dia -1 SSV: 72 g hab -1 dia -1 Nt: 14 g hab -1 dia -1 4

OBJECTIVOS DE TRATAMENTO DECRETO-LEI Nº 152/97 ÁGUAS RESIDUAIS URBANAS CB05 25 mg/l CQO 125 mg/l SST 35 mg/l e.p. > 10 000 < 60 mg/l e.p. > 2 000 ÁGUAS RESIDUAIS URBANAS EM ZONAS SENSÍVEIS Fósforo Total 2mg/l P (10 000-100 000 e.p.) 1 mg/l P (> 100 000 e.p.) Azoto Total 15 mg/l N (10 000-100 000 e.p.) 10 mg/l N (> 100 000 e.p.) NÍVEIS DE INTERVENÇÃO NA ETAR Manutenção e Conservação - Nível electromecânico - Nível eléctrico - Nível de construção civil Exploração (Variáveis) - Temporizações (funcionamento dos equipamentos) - Agitação / arejamento - Recirculação de lamas / recirculação interna - Extracção de lamas em excesso - Período de desidratação / adição de polímero 5

NÍVEIS DE INTERVENÇÃO NA ETAR (cont.) Controlo Analítico - Ensaios expeditos - Análises laboratoriais Operação e Limpeza - Intervenções do operador em cada órgão - Remoção de gradados, areias, lamas desidratadas - Ajardinamento Reabilitação: para recuperação de eficiências Ampliação: para recuperação da capacidade 3 CORRECÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS E ACTIVIDADES DA OPERAÇÃO / EPLORAÇÃO 6

Correcção dos Principais Problemas Garantir o pleno funcionamento dos equipamentos - Manutenção cf. indicações dos fabricantes (manuais) Aferir regularmente as variáveis de exploração - Arejamento, recirculações e extracções de lamas Operar correctamente com os órgãos de tratamento - Principais actividades por órgão Controlar a qualidade do efluente final e eficiências - Aferição do programa de exploração Principais Actividades da Operação / Exploração Pré-Tratamento A Estações Elevatórias - Verificar funcionamento das bombas - Limpar PB e controlar tempos - Remover areias / gorduras - Registos B CG - Verificar funcionamento - Limpar grades manuais - Lavagens - Registos - Controlar temporizações da limpeza 7

Principais Actividades da Operação / Exploração C DES - Remover areias e escumas - Lavagens - Registos - Controlar temporizações do classificador D Decantadores 1º / 2º - Inspeccionar funcionamento - Verificar descarga de lamas - Verificar subida de lamas - Lavagens dos descarregadores / caleira - Controlar Ch e Cs Principais Actividades da Operação / Exploração Tratamento Secundário E T. Anoxia - Observar funcionamento - Controlar OD ( 0,1) e agitação - Controlar recirculação interna (R = 3) e Tr - Lavagens e registos F TA / DA - Observar funcionamento: cor, escumas, arejamento - Controlar OD ( 1,5) e volume de lamas e SST - Determinar curvas de OD vs tempo optimização energética - Controlar agitação e recirculação de lamas (R 1) - Lavagens e registos 8

Principais Actividades da Operação / Exploração Tratamento de Lamas G Espessadores / Silos - Inspeccionar funcionamento - Controlar espessamento pelo volume de lamas - Lavagens dos descarregadores / caleiras - Controlar Cs H DAN a frio - Descarga de sobrenadantes - Controlar estabilização das lamas (ph, cor e odor) - Descarga de lamas digeridas para desidratação - Controlar tempo de digestão - Controlar libertação do metano Principais Actividades da Operação / Exploração Tratamento de Lamas (cont.) I DM - Inspeccionar funcionamento - Controlar caudal e concentração - Aferir dosagem de polímero - Controlar teor e humidade e de lamas desidratadas 9

CONTROLO ANALÍTICO (Mínimo 1 vez/mês) Parâmetros CBO 5 CQO SST SSV Nt Colif. Teor Humid. Afluente T. Anox T.A. Efl. Sec. Efl. Terc. Lamas do silo Lamas Dig. Lamas Desid. Laboratório da Madeira 10

Laboratório de Lisboa Equipamentos Portáteis ETAR Piloto Medidor de Velocidade Medidor de Caudal Colhedor Automático 11

Sonda de Lamas Sonda de OD Sist. Amostragem Piezómetros Sonda de ph 12