CADERNOS DE PROCESSO DO TRABALHO N. 1 JURISDIÇÃO, AÇÃO E PROCESSO
Manoel Antonio Teixeira Filho Advogado Juiz aposentado do TRT da 9ª Região Fundador da Escola da Associação dos Magistrados do Trabalho do Paraná Professor Emérito do Centro Universitário de Curitiba-Unicuritiba Professor na Escola da Magistratura do Trabalho do Paraná Membro do Instituto Latinoamericano de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social do Instituto de Direito Social do Brasil da Société Internacionale de Droit du Travail et de la Sécurité Sociale do Instituto dos Advogados do Paraná da Academia Nacional de Direito do Trabalho da Academia Paranaense de Letras Jurídicas do Instituto dos Advogados de São Paulo. CADERNOS DE PROCESSO DO TRABALHO N. 1 JURISDIÇÃO, AÇÃO E PROCESSO De acordo com a Lei n. 13.467/2017 ( Reforma Trabalhista )
EDITORA LTDA. Todos os direitos reservados Rua Jaguaribe, 571 CEP 01224-003 São Paulo, SP Brasil Fone (11) 2167-1101 www.ltr.com.br Abril, 2018 Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: PIETRA DIAGRAMAÇÃO Projeto de capa: FABIO GIGLIO Impressão: PIMENTA & CIA LTDA Versão impressa LTr 6001.8 ISBN 978-85-361-9599-5 Versão digital LTr 9349. 3 ISBN 978-85-361-9637-4 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Teixeira Filho, Manoel Antonio Cadernos de processo do trabalho n. 1: jurisdição, ação e processo / De acordo com a Lei n. 13.467/2017 ( Reforma Trabalhista ). Manoel Antonio Teixeira Filho. São Paulo: LTr, 2018. Bibliografia. 1. Direito processual do trabalho 2. Direito processual do trabalho Brasil I. Título. 18-13467 CDU-347.9:331(81) Índice para catálogo sistemático: 1. Brasil : Direito processual do trabalho 347.9:331(81)
SUMÁRIO Primeira Parte Jurisdição Capítulo I Resumo histórico...11 Capítulo II Conceito...14 Capítulo III Classificação...17 Capítulo IV A jurisdição trabalhista...21 Capítulo V Jurisdição voluntária...24 Capítulo VI Características...26 a) Território...26 b) Monopólio...26 c) Lide...27 d) Secundária...27 e) Instrumental...27 f) Substitutiva...28 g) Provocada...28 h) Irrecusável...28 i) Coercitiva...29 j) Desinteressada...29 k) Declaratória, condenatória, constitutiva, mandamental, executiva e cautelar...30 l) Definitiva...30 Segunda Parte Ação Capítulo I Natureza jurídica da ação...33 a) Teoria civilista...33 b) Teoria da ação como direito concreto...36 Cadernos de Processo do Trabalho n. 1 Jurisdição, Ação e Processo 5
c) Teoria do direito potestativo...37 d) Teoria da ação como direito abstrato...39 e) Outras teorias...41 f) A ação trabalhista em face das teorias expostas...45 Capítulo II Conceito de ação...50 Considerações introdutórias...50 Conceito de ação...53 Capítulo III Classificação das ações...58 a) Ação de conhecimento...58 b) Ação de execução...64 c) Ação cautelar...68 Capítulo IV Autonomia da ação...73 Capítulo V Condições da ação...74 a) Possibilidade jurídica do pedido...75 b) Legitimidade ad causam...77 c) Interesse processual...78 Carência da ação...80 Terceira Parte Processo Capítulo I Conceito...85 Capítulo II Relação jurídica processual...87 a) Objeto...89 b) Características da relação processual...90 Complexidade...90 Dinamismo...91 Unidade...91 Triplicidade...91 c) Natureza pública...91 6 Manoel Antonio Teixeira Filho
Capítulo III Natureza jurídica do processo...93 Capítulo IV Pressupostos processuais...99 1. Pressupostos de existência do processo...99 2. Pressupostos de validade do processo...99 3. Pressupostos de constituição...100 4. Pressupostos de desenvolvimento...100 5. Pressupostos específicos do processo de dissídio coletivo...101 a) Negociação...101 b) Inexistência de compromisso arbitral...102 c) Inexistência de instrumento normativo em vigor...103 d) Comum acordo...104 Capítulo V Classificação dos processos...105 a) Processo de conhecimento...105 b) Processo de execução...107 c) Processo cautelar...110 Cadernos de Processo do Trabalho n. 1 Jurisdição, Ação e Processo 7
PRIMEIRA PARTE JURISDIÇÃO
Capítulo I Resumo histórico A história do direito dos povos registra a existência de um período obscuro, em que se permitia aos indivíduos envolvidos em conflitos de interesses satisfazer as suas pretensões relativas a bens ou a utilidades da vida segundo os meios pessoais de que dispusessem: era o execrável período da autotutela ou autodefesa de direitos (ou de supostos direitos), em que cada litigante atuava, de certa forma, como árbitro exclusivo dos seus próprios atos. Um dos traços característicos desse período era a imposição, de modo quase sempre violento, da vontade de uma das partes à outra. Sob a óptica dos tempos modernos, não é difícil verificar-se a grande inconveniência desse sistema, em que, permitida a liça marcadamente pessoal e desprovida de quaisquer regras neutrais, subordinantes da atuação dos contendores, a prevalência, no geral, não era do Direito, como seria desejável aos olhos das legislações modernas, mas, sim, da astúcia, da velhacada, da força, da prepotência; equivale a dizer, das classes sociais ocasionalmente detentoras dos poderes político ou econômico. Conscientizando-se não sem grande tardança de que o sistema da autodefesa estava a provocar profundas perturbações na harmonia e na estabilidade das relações sociais e na própria ordem jurídica, o Estado acabou por tornar defesa a auto-satisfação de interesses individuais (o Código Penal brasileiro, como corolário dessa afirmação, considera crime contra a Administração da Justiça o exercício arbitrário das próprias razões, ainda que destinado a satisfazer pretensão legítima: art. 345), avocando, em caráter monopolístico, o encargo de compor, heterônoma e regradamente, os conflitos de interesses. Desse rígido veto estatal à realização da justiça pelas próprias mãos instaura-se a Justiça Pública; e, com ela, surge essa tríade fundamental, que ainda hoje sustenta os sistemas processuais modernos: a ação, a jurisdição e o processo. Firma-se, a contar desse importante momento histórico, a ação como o direito público de invocar a tutela jurisdicional do Estado, nos casos de ameaça de lesão ou de lesão consumada; a jurisdição, como o poder-dever estatal de dizer, em caráter irrecusável, com quem está o Direito disputado; e o processo, como o método, a técnica, o instrumento, enfim,de que se utiliza o Estado-Juiz para solucionar os conflitos de interesses envolvendo os indivíduos e as coletividades, relativos a bens ou a utilidades da vida. Cadernos de Processo do Trabalho n. 1 Jurisdição, Ação e Processo 11