TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ

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Transcrição:

PROCESSO Nº: 414480/08 ENTIDADE: INTERESSADO: PROCURADOR: ASSUNTO: RELATOR: MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU ARMANDO LUIZ POLITA, ANA MARIA CARLESSI JACINTO, MANOEL KUBA, LAURO ROHDE, SILOM SCHIMIDT, JULIO MORANDI, GILMAR EUGENIO SECCO, HARRY DAIJÓ Alexandre Polita, Ijair Vamerlatti, Sergio de Souza, Alvaro Martinho Walker e José Olegario Ribeiro Lopes RECURSO DE REVISTA Conselheiro DURVAL AMARAL ACÓRDÃO Nº 5541/13 - Tribunal Pleno Recursos de revista. Contratação de advogado por inexigibilidade de licitação. Inexistência de comprovação da singularidade do objeto e da notória especialização. Ilegalidade configurada. Violação dos arts. 25 e 26 da Lei nº 8.666/93. Desprovimentos. RELATÓRIO Trata-se de Recursos de Revista interpostos por Armando Luiz Polita, Prefeito Municipal de São Miguel do Iguaçu; Ana Maria Carlessi Jacinto, Prefeita Municipal de Santa Terezinha de Itaipu; Manoel Kuba, Prefeito Municipal de Guairá; Lauro Rohde, ex-prefeito municipal de Entre Rios do Oeste; Silom Schimidt, ex-prefeito municipal de Santa Helena; Julio Morandi, ex-prefeito municipal de Santa Helena; Gilmar Eugenio Secco, ex-prefeito municipal de Diamante d Oeste e Harry Daijó, ex-prefeito municipal de Foz do Iguaçu, objetivando a reforma da Resolução n.º 8.269/2005, parcialmente alterada pelo Acórdão n.º 501/08-Pleno, que julgou procedente denúncia que considerou ilegal a contratação de advogado, sem licitação, para a prestação de serviços de liberação de royalties retidos pela União Federal e a posterior subscrição de termo aditivo, que majorou o valor de honorários contratados de 15% para 25%, acarretando prejuízos materiais aos cofres de cada município.

Armando Luiz Polita alega, em síntese, que não pode ser responsabilizado pela contratação do advogado porque não firmou o ajuste de honorários tampouco o seu aditivo no período em que foi gestor municipal, limitandose a dar cumprimento ao que já encontrou e havia sido anteriormente contratado. Aduz, ainda, que a singularidade e especialidade dos serviços contratados dispensa o processo licitatório por inexigibilidade, não havendo qualquer ilegalidade na contratação (Peça 131). Ana Maria Carlessi Jacinto sustenta que o contrato de prestação de serviços advocatícios foi firmado pelo gestor anterior e que a celebração do aditivo contratual não pode ser considerada nova contratação de serviço. Alega, ainda, que os limites percentuais de honorários advocatícios, fixados no art. 20, 3º do Código de Processo Civil, referem-se à condenação e não à contratação e que a Lei de Licitações permite a alteração dos contratos até o até o limite de 25% de seu preço originário (Peça 133). Manoel Kuba afirma que o contrato de prestação de serviços advocatícios foi firmado pela gestora anterior, sem licitação, por se tratar de assessoramento jurídico especializado e que o aditamento para majorar o percentual de 15% para 20%, firmado em sua gestão, decorreu da ausência de previsão de honorários de sucumbência pela atuação na esfera administrativa (Peça 137). Lauro Rohde reitera o argumento dos recorrentes anteriores acerca da inexigibilidade de licitação para a referida contratação, aduzindo, ainda, que os honorários advocatícios de 15% foram fixados em percentual inferior ao legalmente estabelecido e que a sua majoração se deu em virtude do acréscimo do objeto (Peça 139). Silom Schimidt sustenta nulidade processual em relação à ausência do litisconsorte passivo necessário, o advogado contratado Mozart Gouveia Belo da Silva, e reitera os argumentos dos recorrentes anteriores sobre a inexigibilidade de licitação, por envolver contratação de assessoramento jurídico especializado, e da possibilidade de aditamentos aos contratos administrativos, especialmente para a intervenção do advogado para liberação administrativa dos valores. Aduz, ainda, a

preclusão da denúncia pela aprovação das contas do exercício de 2001, data de sua protocolização (Peça 141). Júlio Morandi alega que a Resolução e o Acórdão recorridos excluíram sem qualquer fundamentação o Município de São Miguel do Iguaçu e que se limitaram a dar procedência à denúncia sem a determinação da responsabilidade de cada denunciado, ressaltando que os aditivos não foram firmados em sua administração. Repete, igualmente, a tese da inexigibilidade de licitação para a contratação (Peça 79). Gilmar Eugenio Secco reitera a tese da nulidade processual pela ausência de citação do litisconsorte passivo obrigatório e sustenta a sua ilegitimidade por ter cumprido somente o que havia sido anteriormente ajustado (Peça 81). Harry Daijó afirma que a contratação ocorreu na gestão anterior e que sua atuação se limitou a cumprir o ajuste anteriormente firmado (Peça 86). Os recursos foram recebidos pelo Despacho n.º 2357/08 GCG (Peça 112), tendo sido determinado os seus encaminhamentos à Diretoria Jurídica e ao Ministério Público de Contas para manifestações, conforme Despacho nº 2718/08 proferido pelo anterior Relator Conselheiro Heinz Herwig (Peça 116). Em manifestação preliminar, a Diretoria Jurídica opinou pela concessão de oportunidade ao denunciante Joel Roberto Hauenstein para apresentação de contrarrazões, cuja diligência foi deferida para pelo Despacho n.º 90/09-GCHGH (Peça 120). Manifestando-se novamente no feito, a Diretoria Jurídica entendeu improcedentes as alegações de nulidade processual pela ausência de litisconsorte passivo necessário e de preclusão da denúncia pela aprovação das contas porque, além de já terem sido anteriormente analisadas, a condenação não alcançou o advogado ilegalmente contratado e a aprovação global das contas não possui o condão de eximir responsabilidades por irregularidades específicas detectadas na contabilidade municipal.

No mérito, opinou pelo desprovimento dos recursos porque os recorrentes se limitaram a reiterar os argumentos já analisados no contraditório, não trazendo qualquer elemento novo para modificar a decisão recorrida, conforme Parecer n.º 13729/09 (Peça 126). O Ministério Público de Contas entendeu superada a ausência do nome do Município de São Miguel do Iguaçu na decisão recorrida em virtude da expressa intimação de seu gestor e opinou por nova intimação do denunciante para apresentação de contrarrazões porque o ofício de intimação foi, equivocadamente, encaminhado a Armando Luiz Polita, Prefeito Municipal de São Miguel do Iguaçu (Peça 122), conforme Parecer n.º 119/11 (Peça 150). Deferida a diligência pelo Despacho nº 1716/11-CGHGH (Peça 153), o denunciante deixou transcorrer in albis o prazo lhe concedido para apresentação de contrarrazões, tendo os autos sido encaminhados para manifestação conclusiva da Diretoria de Controle de Atos de Pessoal e do Ministério Público de Contas. Em manifestação final, a Diretoria de Controle de Atos de Pessoal - DICAP opinou pelo desprovimento dos recursos por entender que não sobrevieram novos elementos capazes de infirmar a decisão recorrida, conforme Parecer n.º 19493/13 (Peça 157). O Ministério Público de Contas acompanhou a instrução da Unidade Técnica e opinou, igualmente, pelo desprovimento dos recursos, consoante Parecer n.º 14646/13 (Peça 159). É, no que importa, o relatório. VOTO Os recursos devem ser conhecidos pelo atendimento de seus pressupostos de admissibilidade, mas não merecem provimento. De fato, com relação à pretendida nulidade da decisão recorrida pela ausência do advogado contratado na condição de litisconsorte passivo necessário, a alegação deve ser repelida porque a condenação não o alcançou, limitando-se a determinar a remessa de cópias dos autos ao Ministério Público Estadual para a

apuração da responsabilidade dos denunciados por ato de improbidade administrativa e a recomposição dos danos suportados pelos Municípios que geriram. A eventual responsabilidade por improbidade e pela recomposição dos danos foi atribuída, em princípio, aos agentes políticos, a qual deveria ser, como está sendo, apurada na esfera judicial por medidas intentadas pelo Ministério Público Estadual. O alcance da decisão ao advogado contratado se restringiu ao encaminhamento de representação à Ordem dos Advogados do Brasil para apuração das impropriedades no âmbito de sua atuação, inexistindo o alegado litisconsórcio passivo necessário até porque não restou configurado, naquela ocasião, caso de desfalque ou desvio que autorizasse a atuação da Corte junto ao terceiro. Quanto à ventilada preclusão da denúncia pela aprovação das contas do exercício, o argumento não se sustenta diante das disposições constitucionais sobre as atribuições fiscalizatórias do Tribunal de Contas, inclusive as decorrentes de denúncia, como no caso, prevista no artigo 74, 2º, da Carta Federal. Ademais, a aprovação das contas não exime os gestores de responsabilidade por irregularidades que venham, posteriormente, a ser detectadas ou denunciadas. Com relação à alegada nulidade da decisão recorrida pela ausência de menção do Município de São Miguel do Iguaçu, não restou evidenciado qualquer prejuízo processual em razão da expressa intimação de seu gestor, tendo aplicação, no caso, da disposição contida no artigo 377, 1º, do Regimento Interno 1, que impede a sua decretação. 1 Art. 377. O Relator ou o Tribunal, ao pronunciar a nulidade, declarará os atos a que ela se estende, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos ou retificados. 1º Nenhum ato será declarado nulo se do vício não resultar prejuízo para a parte, para o erário, para a apuração dos fatos pelo Tribunal ou para a deliberação adotada. (Destacou-se)

Ressumbra, assim, a impertinência das nulidades alegadas, devendo, pois, ser rechaçadas. Quanto ao mérito recursal, melhor sorte não socorre aos recorrentes, pois não apresentaram qualquer elemento ou argumento novo capaz de alterar a conclusão do julgado, limitando-se a reproduzir os apresentados no contraditório, que já foram devidamente analisados e repelidos pela decisão hostilizada. Realmente, em toda a instrução processual, acolhida pela r. decisão combatida, evidenciaram-se as ilegalidades das contratações efetuadas por inexigibilidade de licitação ante a ausência de comprovação da notória especialização do advogado escolhido e da singularidade do objeto contratado. Não foi anexado ou apresentado cópia de quaisquer dos procedimentos de inexigibilidade, exigidos pelo artigo 25 e 26 da Lei nº 8666/93, para a demonstração e comprovação da singularidade do objeto contratado e da notória especialização do profissional escolhido, omissão que se repetiu nos recursos intentados. Logo, não há razão para a modificação da r. decisão recorrida que, reconhecendo a ilegalidade das contratações pela ausência de comprovação dos requisitos essenciais para a configuração da inexigibilidade, determinou o encaminhamento de cópias do processo ao Ministério Público Estadual para adoção de providências destinadas a apuração das responsabilidades dos envolvidos e recomposição dos danos causados aos Municípios que geriram, dentre outras determinações. Assim, acompanhando as manifestações da DICAP e do Ministério Público de Contas, VOTO pelo conhecimento dos Recursos de Revista intentados, face ao atendimento dos pressupostos de admissibilidade, mas nego-lhes provimento, mantendo-se a r. decisão recorrida pelos seus jurídicos e legais fundamentos

REVISTA, VISTOS, relatados e discutidos estes autos de RECURSO DE ACORDAM OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO, nos termos do voto do Relator, Conselheiro DURVAL AMARAL, por unanimidade em: Conhecer dos Recursos de Revista intentados, face ao atendimento dos pressupostos de admissibilidade, para, no mérito, negar-lhes provimento, mantendo-se a r. decisão recorrida pelos seus jurídicos e legais fundamentos. Votaram, nos termos acima, os Conselheiros FERNANDO AUGUSTO MELLO GUIMARÃES, IVAN LELIS BONILHA e DURVAL AMARAL, e os Auditores JAIME TADEU LECHINSKI, SÉRGIO RICARDO VALADARES FONSECA e IVENS ZSCHOERPER LINHARES. Presente o Procurador Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ELIZEU DE MORAES CORREA. Sala das Sessões, 12 de dezembro de 2013 Sessão nº 46. DURVAL AMARAL Conselheiro Relator ARTAGÃO DE MATTOS LEÃO Presidente