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1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO (X) TRABALHO O ACOMPANHAMENTO DA ASSOCIAÇÃO DOS CAMPOS GERAIS DE JARDINAGEM REALIZADO PELO PROGRAMA DE EXTENSÃO INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS IESol CARNEIRO, Ana Carolyne (anacarolyne.c@hotmail.com) 1 MACHADO, Ana Paula (paula.anamachado@outlook.com) 2 MOURA, Reidy Rolim De (reidymoura@gmail.com) 3 Resumo: O presente artigo refere-se às atividades desenvolvidas pela Incubadora de Empreendimentos Solidários - IESol, um programa de extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR. A IESol trabalha na perspectiva de oferecer assessoria e apoio através de atividades voltadas aos grupos por ela incubados. Dentre estes grupos está a Associação dos Campos Gerais de Jardinagem (ACGJ), que oferece serviços de jardinagem, paisagismo, conservação e limpeza. A partir das atividades desenvolvidas junto ao grupo pela equipe da IESol, podem ser observados resultados positivos como a abertura de novos canais de visibilidade para o grupo, a compra de equipamentos, a confecção de materiais de publicidade e divulgação, além do ingresso de novos membros na associação. Palavras-chave: Economia Solidária. IESol. Avaliação. INTRODUÇÃO No final do século XX, ocorreram transformações no mundo do trabalho e no modo como a sociedade se organiza, que resultaram em consequências para o trabalhador como o desemprego, a terceirização e a precarização do trabalho. A partir disso, no início dos anos 80 emerge uma nova discussão sobre alternativas de geração de renda, dentre elas a Economia Solidária, tendo por objetivo a inserção dos indivíduos na economia por iniciativa própria, com 1 Estagiária bolsista de Serviço Social na IESOL, discente no quarto ano de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR; anacarolyne.c@hotmail.com ² Estagiária bolsista de Serviço Social na IESOL, discente no quarto ano de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR; paula.anamachado@outlook.com 3 Docente do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa e coordenadora do Programa de Extensão Universitária IESOL (Incubadora de Empreendimentos Solidários).

base nos princípios de autogestão, solidariedade e coletividade (LUTTKE, 2008). Como características da Economia Solidária, Luttke (2008) destaca: 2 (1) acento na dimensão autogestionária e novas formas de gestão social a partir da interação dos cidadãos produtores com usuários e consumidores; (2) busca de alternativa sistêmica; (3) criação de redes horizontais de organização; (4) tem o cooperativismo popular como centro e a cooperativa como forma de empreendimento social; (5) contém elementos estratégicos anti-capitalistas; (6) a afirmação dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais bem como dos espaços de participação, decisão e governo; (7) desenvolvimento local território como base socioprodutiva (VEIGA, 2004, p.144 apud LUTTKE, 2008, p.35). Nesse sentido, a IESol (Incubadora de Empreendimentos Solidários), como um programa de extensão universitária da Universidade Estadual de Ponta Grossa PR, trabalha na perspectiva da Economia Solidária (EcoSol). Tem como finalidade o atendimento dos grupos incubados, oferecendo assessoria e apoio através de formações, acesso aos direitos sociais e a inserção em editais de projetos que englobam a Economia Solidária; além de promover cursos de extensão sobre Economia Solidária para a comunidade (BRASIL, S/A). Atualmente a IESol atende aos seguintes empreendimentos: ASTRAMA (Associação de Trabalhos Manuais São José); ARREP (Associação de Recicladores Rei do PET); AFESol (Associação de Feirantes da Economia Solidária); Acampamento Maria Rosa do Contestado; Associação de Trabalhadores Rurais de Três Lagoas; Centro de Atenção Psicossocial de Castro; Rede de Educação Popular em Irati; Luau Terra; Comunidade Emiliano Zapata e ACGJ (Associação dos Campos Gerais de Jardinagem). A população atendida pela IESol é composta por grupos que buscam autonomia, emancipação e manifestam o desejo de conhecer ou trabalhar nos moldes das associações ou de cooperativas que têm como base os princípios da EcoSol. Assim, este artigo pretende abordar especificamente o trabalho realizado com a ACGJ, como forma de trazer um relato de parte destas atividades desenvolvidas junto ao grupo. A ACGJ trabalha coletivamente sob a ótica da Economia Solidária, contando atualmente com cinco membros associados, sendo quatro homens e uma mulher, que oferecem e executam os serviços de paisagismo, jardinagem, conservação e limpeza de terrenos, serviços gerais e pintura de áreas externas, e que ainda se dividem nas funções dentro da própria associação, como presidente e tesoureiro. O grupo surgiu em 2000 com o apoio da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, a partir da oferta de cursos de capacitação em jardinagem e economia solidária, bem como, cessão de um espaço físico, telefone e insumos. O trabalho iniciou com a manutenção de terrenos dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Escolas Municipais. O grupo

formalizou-se no ano de 2006 e é incubado pela IESol desde 2014. Atualmente não conta com o apoio da Prefeitura e nem dispõe de sede própria, sendo considerado um grupo em situação de vulnerabilidade social. A associação também apresenta algumas demandas bem pontuais e específicas, que são marcadas pela sazonalidade, como a escassez de serviços na época do inverno, quando procura a equipe da IESol com maior assiduidade, na busca por oportunidades de emprego e até mesmo, ajuda financeira, uma vez que, a maioria de seus integrantes tem nas oportunidades de trabalho da associação, sua única fonte de obtenção de renda. A IESol trabalha com a ACGJ no intuito de incubar promovendo apoio na organização, estruturação, formalização, oferecendo suporte à comercialização dos produtos e serviços e na organização do grupo nas redes de cooperação. As atividades são desenvolvidas através de reuniões de planejamento e de formação, para o desenvolvimento das atividades de mapeamento de habilidades, construção de diagnóstico, orçamento e avaliação das atividades. 3 OBJETIVOS Identificar os principais resultados obtidos do empreendimento Associação dos Campos Gerais de Jardinagem no ano de 2017, incubado pelo Programa de Extensão Universitária IESOL, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. METODOLOGIA Na construção das atividades desenvolvidas, utilizou-se de pesquisa bibliográfica, exploratória e qualitativa que contribuíram para a condução do grupo, e no desenvolvimento das formações. A pesquisa bibliográfica refere-se a resultado de trabalhos, bem como artigos publicados sobre o tema. Para Marconi e Lakatos (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica como seu objetivo [...] é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...], o que nos proporciona maior conhecimento da realidade social onde se insere a pesquisa. Já a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com o tema, no intuito de explorá-lo, para além do conhecimento teórico e acadêmico, aproximando-se da proposta de extensão universitária. E ainda a pesquisa qualitativa que, para Oliveira (2011, p.24) consiste em captar não só a aparência do fenômeno como também suas essências, procurando explicar sua origem, relações e mudanças, e tentando intuir as consequências", prática que se assemelha àquelas desenvolvidas pela IESol no monitoramento e avaliação de suas ações.

4 RESULTADOS Como forma de elencar resultados e planejar as atividades futuras, cada equipe de incubação da IESol, ao fim de cada ano, se reúne com os grupos atendidos, a fim de realizar uma avaliação conjunta de todas as atividades desenvolvidas. Dadas as particularidades do grupo de Jardinagem, que se encontra em situação de grande vulnerabilidade social, no ano de 2017 nem sempre a equipe de incubação conseguiu acompanhá-los com regularidade, devido à falta de alternativas de trabalho, o que fazia com que eles viessem até a IESol esporadicamente, e especialmente com o intuito de obter oportunidades de trabalho o que não se caracteriza como uma ação de incubação, uma vez que a IESol é uma viabilizadora de recursos, mas preza pela autogestão, além do protagonismo e autonomia dos sujeitos - e algumas vezes, até em busca de ajuda para que pudessem comprar comida, dada a vulnerabilidade social que é característica marcante deste grupo. Portanto, como forma de que a própria ACGJ pudesse fazer uma auto avaliação das atividades propostas e executadas, de maneira transparente e reflexiva, a equipe da IESol organizou uma tarde de conversa com o grupo, em que eles foram orientados a expor suas opiniões de maneira muito sincera e aberta, ressaltando a importância daquela avaliação para se pensar um planejamento eficaz para o ano seguinte, que atendesse às demandas do grupo, para além das propostas ou ideias que a equipe de incubação viesse a propor para eles. O resultado desta conversa foi bastante significativo e rendeu ótimas reflexões para a equipe, com destaque para a importância da abordagem, da acolhida e da escuta qualificada como instrumentos de avaliação. Trata-se de instrumentais muito utilizados para o exercício profissional do assistente social e que acabaram sendo utilizados também pelos demais membros da equipe, que naquela data contava com uma psicóloga e um gestor de empreendedorismo. Atividades como a supracitada são essenciais para o desenvolvimento do trabalho da IESol, que a partir da coleta de dados e da realização de pesquisas, poderá pensar sobre possibilidades de trabalho para este e os demais EESs (Empreendimentos Econômicos Solidários). Para isto, faz-se necessário o resgate e análise dos processos anteriores para identificar pontos positivos e negativos e trabalhá-los junto com o grupo, num processo participativo e de construção coletiva, com destaque para a importância dos relatos do grupo acerca de seus ganhos, perspectivas, apreensões sobre o trabalho realizado, bem como os avanços e desafios observados.

Portanto, pode-se elencar como resultados concretos obtidos a partir desta avaliação realizada junto ao EES, a abertura de novos canais de visibilidade para o grupo, a compra de equipamentos, o ingresso de dois novos membros, sendo um deles proprietário de um carro e a confecção de materiais de publicidade - conforme a Figura 1 que mostra a logo da associação que ilustra os folders de divulgação dos trabalhos prestados pelo grupo. 5 Figura 1 Resultado do trabalho em conjunto com a IESOL Legenda: Logo da Associação Campos Gerais de Jardinagem (ACGJ) CONSIDERAÇÕES FINAIS No final do ano de 2017, a equipe da IESol realizou uma avaliação das atividades anuais desenvolvidas pelo grupo, a fim de reunir dados e informações que lhes possibilitasse a construção de indicadores capazes de nortear o planejamento das ações para o ano seguinte, bem como uma maior aproximação com o grupo e suas demandas. Esta aproximação com a realidade do grupo resultou na expressão de suas frustações e expectativas, propiciado pela criação de um espaço de diálogo, interação através da troca de informações e/ou experiências, que resultaram na ampliação do entendimento acerca da singularidade e das particularidades deste grupo, entendimento este que é fundamental para a ação profissional, para o fortalecimento dos laços entre a equipe e o grupo e ainda, para o estabelecimento de novas relações e para uma maior aproximação com a realidade social em que o grupo está inserido. E é exatamente nesta perspectiva de atuação que se insere a IESol, como projeto de extensão que promove a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; com

reconhecimento de que as ações de extensão adquirem maior efetividade quando vinculadas ao processo de formação de pessoas e de geração de conhecimento, por meio de ações como a interação dialógica, impacto na formação do estudante e na transformação social, através de ações interdisciplinares e interprofissionais. Durante este processo percebe-se a importância das ações de monitoramento e avaliação nos trabalhos realizados pela IESol, especialmente para uma maior aproximação da realidade dos grupos e que resultará na coleta de dados para a elaboração de indicadores (que aqui se expressam através do incremento na renda dos associados, aumento do número de associados participando dos grupos) que permitem comparar a eficiência das atividades propostas e desenvolvidas pelos grupos, de maneira concreta e menos subjetiva, de modo que se possa justificar a importância dos projetos desenvolvidos pela IESol junto à comunidade. Por outro lado, a equipe da IESol reconhece como fundamental e urgente pensar em medidas de eficácia e eficiência para além daquelas propostas pela régua do sistema capitalista, uma vez que a Economia Solidária se apresenta como uma alternativa a este modo de produção; daí a importância da construção de um modelo de indicadores que contemple as dimensões e demandas da Economia Solidária e dos grupos que se inserem nesta perspectiva. 6 APOIO PRONINC (Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares). REFERÊNCIAS BRASIL, S Manuela. Cartilha Conhecendo e Promovendo a Economia Solidária. IESOL - Universidade Estadual de Ponta Grossa, S/A. Disponível em: <http://sites.uepg.br/iesol/cartilhas.php>. Acesso em: 25 mar. 2017 LUTTKE, M. M. F. Economia Solidária: um caminho para a satisfação das necessidades humanas. Blumenau: FURB, 2008. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. V. Metodologia científica. São Paulo: Editora Atlas, 2004. OLIVEIRA, M. F. Metodologia Científica: um manual para realização de pesquisas em Administração. Catalão: UFG, 2011. Disponível em: <https://adm.catalao.ufg.br/up/567/o/manual_de_metodologia_cientifica_- _Prof_Maxwell.pdf. > Acesso em: 20 mar. 2018.