POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A INCLUSÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDAES ESPECIAIS NA REDE REGULAR DE ENSINO: BREVE ANÁLISE DAS PROPOSTAS NACIONAIS



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Transcrição:

1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A INCLUSÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDAES ESPECIAIS NA REDE REGULAR DE ENSINO: BREVE ANÁLISE DAS PROPOSTAS NACIONAIS Autora: Mariana Canavezi de Vitta 1 Orientadora: Profª Dra Célia Maria David 2 Faculdade de História, Direito e Serviço Social UNESP Franca www.franca.unesp.br Introdução O discurso da inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais na rede regular de ensino ganhou destaque no decorrer da década de 1990 e início da década de 2000 não só no Brasil, mas no mundo todo. Neste contexto, inúmeras discussões sobre o tema foram realizadas para se criar uma legislação que o abordasse e possibilitasse a sua efetivação. Assim, o presente trabalho destina se à análise das políticas públicas brasileiras voltadas à inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais na rede regular de Ensino Fundamental. Para Palma Filho (2007), políticas públicas são os conjuntos de medidas que o Estado procura executar para um determinado campo de atividades sociais. Para Sassaki (1997), por inclusão entende se o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais sendo que estas, simultaneamente, se preparam para assumir seus papéis na sociedade. Assim, a pessoa com necessidades especiais deve encontrar na sociedade, caminho propício para o seu desenvolvimento através de sua educação e qualificação para o trabalho. Estando ele já inserido no processo, a sociedade se adapta às suas limitações. Em relação a esta questão pode se dizer que: A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade, através de transformações pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços interno e externo, equipamentos, aparelho e utensílio, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto do próprio portador de necessidades especiais. (SASSAKI, 1997, p.42) 1 Mestranda em Serviço Social pelo Programa de Pós graduação em Serviço Social da Faculdade de História, Direito e Serviço Social UNESP Franca e bolsista CAPES. 2 Vinculada ao Programa de Pós graduação em Serviço Social da Faculdade de História, Direito e Serviço Social UNESP Franca.

2 O recorte recaiu sobre o Plano Nacional de Educação (2001), que estabelece os objetivos e metas a serem alcançados pelas políticas educacionais nos próximos dez anos e a Resolução CNE/CEB Nº 2 (2001) que estabelece as diretrizes nacionais para a Educação Especial, considerando a grande importância que estes documentos possuem nas discussões acerca da Educação Especial no Brasil. Objetiva se por meio da análise desses documentos compreender a construção dessas propostas e analisar as possibilidades de sua implementação. Para isto, faz se necessário uma breve apresentação das discussões nacionais e internacionais que deram bases à construção desses documentos, para posteriormente analisar o seu conteúdo. As bases das propostas brasileiras Conforme Oliveira (2004) no século XX muitas ações foram empreendidas na luta por uma sociedade que garantisse a todos os povos a conquista da igualdade de direitos e o respeito à diversidade humana, buscando uma sociedade inclusiva por meio da democratização do ensino. No Brasil, com o processo de redemocratização do país, na década de 1980, várias reformas educacionais ocorreram nas escolas públicas de diversos Estados da Federação. Reformas estas marcadas pela revisão das formas de gestão escolar e de práticas pedagógicas inclusivas. Neste contexto, a Constituição Federal de 1988 dedica artigos específicos para direcionar a Educação em todo o país. Segundo Prieto: A luta da sociedade brasileira pela universalização do acesso à escola remonta décadas, e a persistência de pautar essa reivindicação como prioridade garantiu, inclusive, que o último texto constitucional reafirmasse a educação como um direito de todos, definindo a quem cabe a responsabilidade por sua promoção e incentivo. (PRIETO, 2002, p. 6). No artigo 205 da Constituição Federal de 1988 lê se: Artigo 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Ainda seguindo a Constituição Federal, a igualdade de condições e permanência na escola também são asseguradas a todos pelo artigo 206, inciso I: Artigo 206: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

3 I igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. No que se refere especificamente à Educação Especial, tem se o artigo 208, destacando se o inciso III: Artigo 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. As discussões acerca dos rumos da Educação para a década de 1990 ocorreram no mundo todo e tiveram como destaque a Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jomtien na Tailândia, no ano de 1990, onde foi proclamada a Declaração de Jomtien, ou Declaração Mundial sobre Educação Para Todos, cujo o objetivo era estabelecer compromissos mundiais para garantir a todas as pessoas os conhecimentos básicos necessários a uma vida digna, condição insubstituível para o advento de uma sociedade mais humana e mais justa. Participaram das discussões a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), com apoio do Banco Mundial e de várias outras organizações intergovernamentais, regionais e organizações não governamentais (ONGs). Com a Conferência de Jomtien o discurso da inclusão de portadores de necessidades especiais na rede regular de ensino se fortalece e ganha legitimidade em um documento de cunho internacional intitulado Declaração de Salamanca (1994), documento este que é fruto da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, realizada pelo governo da Espanha em parceria com a Unesco. Este documento passa a ser utilizado por muitos governos, incluindo o do Brasil, como diretriz para as políticas adotadas para a Educação Especial. Para Ferreira, [...] a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) representou o foco específico das necessidades educacionais especiais. E, tal como aconteceu com as outras propostas, foi oficialmente adotada para as políticas nacionais, pelo menos no campo do discurso.(ferreira in OMOTE, 2004, p. 13). É em consonância com essa discussão, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) número 9.394 de 1996 destina o seu título V à Educação Especial, especificando em seu artigo 58 que: Artigo 58 Entende se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

4 Nesse sentido, o capítulo destina o artigo 59 para sistematizar e direcionar a Educação Especial. Artigo 59 Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I currículos, métodos, técnicas, recursos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II terminalidade específica para aqueles que não puderam atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências, e avaliação para concluir em menos tempo o programa escolar para os superdotados; III professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. V acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Nota se que o conteúdo desses artigos, bem como de seus parágrafos e incisos, seguem alguns pressupostos elencados na Declaração de Salamanca, como por exemplo: adaptações curriculares, apoio especializado quando necessário, a especialização de professores, apoio financeiro e recursos materiais. Além da participação brasileira na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, o governo brasileiro utiliza outras diretrizes formuladas em outros eventos internacionais para o desenvolvimento de políticas mais específicas para as pessoas com necessidades especiais. Dentre elas podemos destacar: a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (1975), a Carta para o Terceiro Milênio (1999), a Convenção de Guatemala (2001), e a Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão (2001). Essas Conferências, esses debates, contribuíram muito para a elaboração de dois documentos que direcionam as ações do sistema escolar no que se refere à educação inclusiva. São eles: o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Resolução n 2 CNE/CEB, ambos do ano de 2001. Para Prieto (2002), a Resolução n 2 CNE/CEB, aliada às diretrizes do Plano Nacional de Educação para a Educação Especial, formam a base recente das políticas nacionais para atender às pessoas portadoras de necessidades especiais. Para a autora, as disposições legais e normativas estão postas e refletem a tendência mundial de uma concepção democrática da educação escolar que não comporta qualquer tipo de exclusão de crianças, jovens ou adultos.

5 O Plano Nacional de Educação e a Resolução nº 2 CNE/CEB Aprovado pela Lei número 10.172 de 2001, o Plano Nacional de Educação (PNE), estabelece os objetivos e metas a serem alcançadas pelas políticas educacionais brasileiras nos próximos dez anos. Este documento surge da necessidade de se estabelecer prazos para o desenvolvimento de propostas elementares para a melhora do sistema educacional brasileiro, como previsto na Declaração de Jomtien. Elaborado a partir de discussões que contaram com os mais diversos especialistas em educação, o PNE engloba todos os setores educacionais atendendo não somente as necessidades básicas de cada um, como por exemplo, infra estrutura e financiamento, mas também dedica atenção à formação de professores, gestão, capacitação de profissionais e aspectos socioculturais. Assim, para a Educação Especial, o PNE destina vinte e oito pontos que reendossam as propostas elencadas anteriormente na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996. Seguindo a tendência das propostas brasileiras e mundiais, o PNE destaca a atenção que os sistemas de ensino devem dedicar à inclusão, reafirmando que as pessoas portadoras de necessidades especiais devem freqüentar a rede regular de ensino. mais de dez anos: O PNE afirma que apesar da inclusão ser uma diretriz constitucional há [...] tal diretriz ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar, de sorte que todas as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais sejam atendidas em escolas regulares, sempre que for recomendado pela avaliação de suas condições pessoais. Uma política explícita e vigorosa de acesso à educação, de responsabilidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é uma condição para que às pessoas especiais sejam assegurados seus direitos à educação. (Plano Nacional de Educação, 2001, p 64). Pode se observar que para o Plano Nacional de Educação, tal política abrange não somente a questão educacional referente à inclusão escolar, mas também a questão social referente ao reconhecimento das crianças, jovens e adultos especiais como cidadãos, com seus direitos de estarem integrados na sociedade o mais plenamente possível. Para isso, o PNE advoga a realização de parcerias entre pais, educadores, funcionários administrativos das escolas, assistentes sociais, profissionais da área de saúde, organizações não governamentais, municípios, estados e União, considerando que:

6 Nas questões envolvidas no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, a articulação e a cooperação entre os setores de educação, saúde, assistência e comunidade é fundamental e potencializa a ação de cada um deles. (Plano Nacional de Educação, 2001, p 65). Propõe se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, na qual a garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de necessidades é uma medida importante. Assim o PNE determina que: Nos primeiros cinco anos de vigência deste plano, redimensionar conforme as necessidades da clientela, incrementando, se necessário, as classes especiais, salas de recursos e outras alternativas pedagógicas recomendadas, de forma a favorecer e apoiar a integração dos educandos com necessidades especiais em classes comuns, fornecendo lhes o apoio adicional de que precisam. (Plano Nacional de Educação, 2001, p. 66). Generalizar, em dez anos, o atendimento dos alunos com necessidades especiais na educação infantil e no ensino fundamental [...] (Plano Nacional de Educação, 2001, p. 66). Pode se observar que o PNE destaca a necessidade de adaptações nas escolas para que essas possam receber os educandos com necessidades especiais por meio das seguintes propostas: Estabelecer, no primeiro ano de vigência deste plano, os padrões mínimos de infra estrutura das escolas para o recebimento dos alunos especiais; A partir da vigência dos novos padrões, somente autorizar a construção de prédios escolares, públicos ou privados, em conformidade aos já definidos requisitos de infra estrutura para atendimento dos alunos especiais; Adaptar, em cinco anos, os prédios escolares existentes, segundo aqueles padrões. (Plano Nacional de Educação, 2001, p. 67). O PNE ainda dispõe sobre o oferecimento de educação continuada a professores que estão em exercício devendo: Generalizar, em cinco anos, como parte dos programas de formação em serviço, a oferta de cursos sobre o atendimento básico a educandos especiais, para os professores em exercício na educação infantil e no ensino fundamental, [...](Plano Nacional de Educação, 2001, p. 66). Ademais, o PNE determina prazos para a implementação de recursos didáticos que promovam o desenvolvimento do educando com necessidades especiais. Recursos esses que vão desde livros de literatura falados, em letra aumentada ou em braile, até a utilização de LIBRAS (Língua brasileira de sinais) 3 pela comunidade escolar. 3 A Língua brasileira de sinais (LIBRA) foi regulamentada pela lei número 10.436 de 24 de abril de 2002.

7 O PNE é considerado um documento de extrema importância para o cenário educacional brasileiro devido aos prazos que ele estabelece e ao direcionamento de suas propostas. Posteriormente ao PNE, o Conselho Nacional de Educação, juntamente com a Câmara de Educação Básica, reafirmam o compromisso brasileiro de Universalizar a Educação Básica, instituindo por meio da Resolução CNE/ CEB N 2, de 2001, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Este documento surge da necessidade de se criar objetivos mais claros para a Educação Especial e, além de reendossar o que já era previsto na LDBEN de 1996 e no Plano Nacional de Educação de 2001, estabelece critérios e especifica com maior objetividade o que os pais, o governo, a comunidade e principalmente as escolas podem fazer com relação à Educação Especial na Educação Básica. Baseada nesse pressuposto, a Resolução CNE/ CEB N 2 busca esclarecer o que se entende por portadores de necessidades especiais, destinando para isso um artigo: Artigo 5 Consideram se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional apresentarem: I dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica; b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências; II dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis. III altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. Além disso, a Resolução estabelece o que as escolas da rede regular de ensino devem fazer para proporcionar a inclusão: Artigo 8 As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na organização de suas classes comuns: I professores das classes comuns e da educação especial capacitados e especializados, respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais dos alunos; II distribuição dos alunos com necessidades educacionais especiais pelas várias classes do ano escolar em que forem classificados, de modo que essas classes se beneficiem das diferenças e ampliem positivamente as experiências de todos os alunos, dentro do princípio de educar para a diversidade. III flexibilizações e adaptações curriculares que considerem o significado prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias e ensino e recursos didáticos diferenciados e processo de avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, em consonância com o projeto pedagógico da escola, respeitada a freqüência obrigatória;

8 VI condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva, com protagonismo dos professores, articulando experiência e conhecimento com as necessidades/possibilidades surgidas na relação pedagógica [...]; VII sustentabilidade do processo inclusivo, mediante aprendizagem cooperativa em sala de aula, trabalho de equipe na escola e constituição de redes de apoio, com a participação da família no processo educativo, bem como de outros agentes e recursos da comunidade; Pode se observar que a Resolução amplia a concepção brasileira a respeito do que se consideram necessidades especiais, englobando também pessoas que apresentam dificuldades não relacionadas a causas orgânicas, mas também aspectos socioculturais, seguindo a denominação da Declaração de Salamanca. Conforme Ferreira, Essa linha de classificação atenua as referências às condições de deficiência dos alunos e procura uma linguagem menos patológica e, em tese, mais educacional. De outra parte, pode ampliar o universo das chamadas necessidades especiais, ou deficiências. (FERREIRA in OMOTE, 2004, p. 17). Ainda para o autor, a presença da Educação Especial na lei certamente reflete um crescimento da área em relação à educação nos sistemas de ensino. Os elementos contidos nos referidos artigos parecem sintetizar, ainda hoje, o campo de debates da Educação Especial brasileira, por exigirem discussão ou explicitação de quem são os alunos da Educação Especial, onde se deve desenvolver seu processo de escolarização e como se relacionam o trabalho geral da escola e o atendimento especializado. Considerações Finais No caso brasileiro, a questão do lócus da educação dos alunos com necessidades especiais coloca em discussão, conforme Ferreira, o sentido da expressão preferencialmente na rede regular de ensino, e das relações entre ensino comum e ensino especializado. Os diferentes documentos citados reforçam o espaço da classe comum e reservam para as classes e escolas especiais as situações de alunos com desvio mais significativo, dando a tais serviços a condição de espaço emergencial, temporário, ou nos termos de Salamanca, excepcional. (FERREIRA in OMOTE, 2004, p. 18). Considera se que estes documentos sinalizam alterações importantes nas políticas educacionais voltadas para a Educação Especial, principalmente no que se refere ao direcionamento dessas políticas para a inclusão. Para Mendes (2001 p. 17, apud. Prieto, 2002, p. 05)

9 [...] ao mesmo tempo em que o ideal de inclusão se populariza, e se torna pauta de discussão obrigatória para todos os interessados nos direitos dos alunos com necessidades educacionais especiais, surgem as controvérsias, menos sobre seus princípios e mais sobre as formas de efetivá las. A imposição de políticas que não refletem a realidade social e econômica dos países que as recebem, comprometem o próprio conceito da inclusão, tornando a uma ação menos efetiva e mais estatística. [...] ao mesmo tempo em que reafirmamos a função específica e insubstituível da escola no mundo contemporâneo, reafirmamos a necessidade de superação das velhas práticas, fundamentadas em paradigmas retrógrados que desconsideram as diferenças culturais, sociais, étnicas, orgânicas, de gênero ou de qualquer outra ordem nas relações pedagógicas cotidianas. (OLIVEIRA in OMOTE, 2004, p.79). Segundo Mantoan (2004), só muito recentemente a partir da última década de 1980 e início dos anos 90 que as pessoas com deficiência tem se organizado participando de comissões, de coordenações, fóruns e movimentos, visando assegurar de alguma forma os direitos que conquistaram de serem reconhecidos e respeitados em suas necessidades básicas de convívio com as demais pessoas. Para a autora, [...] infelizmente, apesar de estarem presentes e terem mostrado suas atuações em vários aspectos da vida social, os referidos movimentos não são ainda fortes o suficiente, no que diz respeito às prerrogativas educacionais, aos processos escolares, notadamente os inclusivos.(mantoan in OMOTE, 2004, p. 119). O fato de o Brasil dedicar documentos exclusivos à Educação Especial indica um certo avanço e de certa forma, uma esperança de que o processo de inclusão será possível. Segundo Mantoan, [...] é correto o entendimento tradicional de que Educação Especial perpassa os diversos níveis de escolarização, mas ela não constitui o próprio nível, sendo o atendimento educacional especializado, um instrumento, complemento, que essa modalidade oferece e que deve estar sempre disponível na Educação Básica e Superior. (MANTOAN in OMOTE, 2004, p. 127) A instituição escolar precisa ser revista. Tudo é, de fato, muito novo. E a escola é velha na sua maneira de ensinar, de planejar, de executar e de avaliar seu projeto educativo. [...] Persistem ainda os regimes seriados de ensino, os conteúdos programáticos hierarquizados, homogeneizadores, que buscam generalizar, unificar, despersonalizar quem ensina e quem aprende. (MANTOAN, 2001, p. 10 11). Falar em uma educação inclusiva é, exatamente tocar nesses aspectos nevrálgicos da organização, estrutura e funcionamento de todo o sistema educacional; portanto, é a busca da superação de uma educação reprodutora para uma educação emancipadora, capaz de viver em toda sua intensidade o respeito à participação e à autonomia humana. (OLIVEIRA in OMOTE, 2004, p. 80).

10 A inclusão de pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino, conforme Glat e Nogueira (2002), não consiste apenas na sua permanência junto aos demais alunos, nem na negação dos serviços especializados àqueles que deles necessitam. Ao contrário, implica numa reorganização do sistema educacional, o que acarreta na revisão de antigas concepções e paradigmas educacionais, na busca de se possibilitar o desenvolvimento cognitivo, cultural e social desses alunos, respeitando suas diferenças e atendendo às suas necessidades.. Preocupa nos o fato de a educação inclusiva ser encarada como um movimento reducionista, limitado à inserção de alunos com deficiência no contexto comum da educação e ao atendimento às necessidades educacionais de qualquer aluno. É preciso ter cautela e insistir, repetidamente, no caráter mobilizador e transformador dos fundamentos e princípios inclusionistas. Indiscutivelmente ao falar de inclusão estamos, justamente, demarcando mais uma vez, o caráter segregativo, discriminatório e opressor da escola, uma vez que ela deveria ser digna, sem adjetivações, por que deveria ser de qualidade e inclusiva em sua essência. (OLIVEIRA, 2002, p. 304). Bibliografia ARANHA, M.S.F. Educação inclusiva: transformação social ou retórica. In: OMOTE, Sadao (org). Inclusão: intenção e realidade. Marília: Fundepe, 2004. p. 11 36. BRASIL, Congresso Nacional. Constituição Nacional da República Federativa do Brasil. Brasília Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL, MEC. Carta para o terceiro milênio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/carta_milenio.pdf. Acesso em: 20 de nov. de 2007. Declaração de Salamanca. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 18 de nov. de 2007. Lei número 10.172. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei10172.pdf. Acesso em 18 de nov. de 2007. Plano Nacional de Educação Educação Especial. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/plano1.pdf. Acesso em 12 de nov. de 2007. Resolução CNE/CEB n.º 2. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res2.pdf. Acesso em 12 de nov. de 2007.

11 FERREIRA, J.R. A nova LDB e as necessidades educativas especiais. Cadernos Cedes. v. 19 n. 46. Campinas, 1998. Políticas Públicas e a Universidade: uma avaliação dos 10 anos da Declaração de Salamanca. In: OMOTE, Sadao (org). Inclusão: intenção e realidade. Marília: Fundepe, 2004. p. 11 36. GLAT, R. & NOGUEIRA, M. L. de L. Políticas educacionais e a formação de professores para a Educação Inclusiva no Brasil. Revista Integração. vol. 24, ano 14; Brasília: MEC/SEESP, p.22 27, 2002. JACOMELLI, M. R. M. PCNs e Temas Transver sais: análise histórica das política educacionais brasileiras. Campinas: Editora Alínea, 2007. MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil História e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1996. Deficiência, educação escolar e necessidades especiais: reflexões sobre inclusão socioeducacional. São Paulo: Editora Mackenzie, 2002. MANTOAN, M. T. E. O direito de ser, sendo diferente, na escola.. In: OMOTE, Sadao (org). Inclusão: intenção e realidade. Marília: Fundepe, 2004. p. 113 144. MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. " Conferência de Jomtien". In: Dicionário Interativo da Educação Brasileira Educa Brasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002. Disponível em: http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=110. Acesso em 19 de dez de 2007. MRECH, L. M. Educação inclusiva: realidade ou utopia? Disponível em: http://educacaoonline.pro.br. Acesso em 12 de dez. de 2007. Os desafios da Educação Especial, o Plano Nacional de Educação e a Univer sidade brasileira. Disponível em: http://educacaoonline.pro.br. Acesso em 12 de dez. de 2007. OLIVEIRA, A.A.S. Formas de organização escolar: desafios na construção de uma escola inclusiva. In: OMOTE, Sadao (org). Inclusão: intenção e realidade. Marília: Fundepe, 2004. p. 77 112. Representações sociais sobre Educação Especial e deficiência: o ponto de vista de alunos deficientes e professores especializados. Tese (Doutorado em Educação) Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Marília, 2002. OMOTE, S. Inclusão: intenção e realidade. Marília: Fundepe, 2004.

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