Televisão digital terrestre: o serviço público e a experiência portuguesa

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Transcrição:

Televisão digital terrestre: o serviço público e a experiência portuguesa Pedro Jorge Braumann Director do Centro de Estudos e Documentação da RTP, S. A. Professor da Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa/IPL Vogal da Direcção da Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social e-mail: pedro.braumann@rtp.pt III Seminario internacional TECMERIN "Televisión digital terrestre: confrontando las experiencias brasileña y española Mesa 2 Operadores Públicos 19 de enero de 2011, Universidad Carlos III de Madrid

Introdução O debate sobre o Serviço Público de Televisão é não somente económico, mas também filosófico, ideológico e cultural, em que se discute o papel do Estado e do sector público na satisfação das necessidades individuais e sociais. A preocupação actual do Estado não se deve limitar ao desenvolvimento de políticas culturais e sociais tradicionais, ou com a liberdade da comunicação, mas cada vez mais com o papel das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação no desenvolvimento de um Projecto de Sociedade. Pedro Jorge Braumann 2

Argumentos centrais a favor do Serviço Público de Televisão O mercado livre não garante, suficientemente, as funções públicas, sociais e culturais que correspondem à televisão nas democracias modernas (Bens Públicos, Bens de Mérito, Diversidade, Qualidade, Inovação, ) A defesa da televisão pública condicionada pelo cumprimento da sua missão Importância da missão política, social, económica educativa e cultural. Questões fundamentais: Missão, Financiamento, Controle por Regulação Independente e Supervisão Parlamentar. Pedro Jorge Braumann 3

A quadratura do círculo Qualidade Audiências Diversidade Ser diferente da televisão comercial. Alcançar o difícil equilíbrio entre o nível de audiências, a qualidade e a diversidade da programação. Pedro Jorge Braumann 4

Novos Media e Novos Comportamentos (Christian Nissen, 2009) Pedro Jorge Braumann 5

Revolução cultural, tecnológica e do mercado Queda da identidade clássica do Serviço Público de Televisão Passagem a Media Global Serviço Público de Media Digital nova fronteira Serviços Públicos de comunicação ou de média Televisão pública, pluralismo e equilíbrio do sistema comunicacional evitar a concentração e garantir o pluralismo, coesão social e participação democrática, garantia da comunicação para todos Pedro Jorge Braumann 6

Tendências da Evolução do Consumo de Media (Microsoft) Pedro Jorge Braumann 7

A Europa e a Divisão Digital Norte/Sul (Microsoft, 2009) Pedro Jorge Braumann 8

Televisão Digital no Mundo Pedro Jorge Braumann 9

Penetração da Televisão Digital no Mundo Pedro Jorge Braumann 10

Adopção de padrões de TV Digital Terrestre Fonte: Folha de São Paulo, 20-09-2010 Pedro Jorge Braumann 11

Papel tradicional do Serviço Público de Televisão (SPT) Protecção da identidade cultural Protecção das crianças e públicos vulneráveis Pluralismo Seriedade da Informação Educar, informar e divertir Qualidade e diversidade dos conteúdos. Pedro Jorge Braumann 12

Novas Funções do Serviço Público na Era Digital (Miguel de Moragas e Emili Prado) Função estratégica de desenvolvimento do sector da comunicação Função de garantia do acesso universal a todos Função de produção da informação socialmente necessária Função de guia e mediação perante a multiplicidade da oferta da informação Função de equilíbrio perante o desenvolvimento de novos oligopólios comunicação-telecomunicações Função de motor dos processos de convergência entre o sector da comunicação e outros sectores sociais (cultura, educação, saúde, etc.) Pedro Jorge Braumann 13

Sistemas de Distribuição de Conteúdos (Fonte: Kan ichiro Aritomi, MIC, Japão, 2006) Pedro Jorge Braumann 14

Evolução das Estruturas de Mercado das TIC (Fonte: Kan ichiro Aritomi, MIC, Japão, 2006) Pedro Jorge Braumann 15

Quatro Pilares: Serviço Público de Media em todas as plataformas (Karol Jakubowicz, 2008) i r a d i o T V n t e r n e o t h e r t Pedro Jorge Braumann 16

A TDT em Portugal Concursos Públicos 1.º Concurso Público Em Portugal a TDT foi vista pela entidade reguladora (ANACOM) como uma plataforma concorrencial com o cabo. Interligar a televisão digital terrestre com um sistema de difusão por microondas, ou cabo sem fio (LMDS - Local Multipoint Distribution System). Abertura do concurso em Abril de 2001 e atribuição da licença a PTDP (Plataforma Digital Portuguesa) em Agosto de 2001. Lançamento previsto primeiro para Agosto de 2002 e depois adiado para 1 de Março de 2003. Revogação da licença em Março de 2003. Pedro Jorge Braumann 17

2.º Concurso Público Atribuição, em 2008, de 6 multiplexers Numa cobertura de âmbito nacional Multiplexer A, destinada à transmissão dos actuais serviços e de um novo (em fase de licenciamento) bem como de emissões dos mesmos em alta definição, em modo não simultâneo até ao fecho da radiodifusão analógica 1 MUX em aberto (RTP1 + RTP2 +SIC+ TVI + 5.º Canal + 1 Canal HD ; e Em duas coberturas de âmbito nacional, a que estarão associados os Multiplexers B e C, e três coberturas de âmbito parcial do território continental, a que estarão associados os Multiplexers D, E e F, destinadas à transmissão de serviços de programas televisivos pagos 2 Licenças Critérios de avaliação da Anacom - Massificação TDT e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (38%/36%) + Qualidade do Plano Técnico (33%/33%) + Inovação Tecnológica (15%/22%) + Plano Económico-financeiro (14%/9%). Pedro Jorge Braumann 18

Resultados do Concurso TDT O vencedor dos dois concursos, após grande contestação dos suecos da Air Plus, foi a Portugal Telecom (homologação dos resultados em Outubro de 2008) Proposta de investimento de 120m (40 m para subsidiar set top box) Switchoff em Janeiro (litoral) /Abril (interior) de 2012 Abril de 2009 arranque, com cobertura definitiva prevista do Mux A em Abril de 2010 Muxes B a F plataforma paga, com desistência da PT, devido a evolução do mercado por assinatura (a pagamento) Mercado por assinatura - final de 2010 % Lares assinantes serviços a pagamento/total dos Lares 2,716M:5,520MX 100=47.5% % Lares pagantes/lares 1.ª residência 2,716:3,500=77,6% Pedro Jorge Braumann 19

Inquérito ADOPT-DTV Dezembro de 2010 Pedro Jorge Braumann 20

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O Switchoff em Portugal Convirá assegurar que o «switchoff» tecnológico seja combinado com um «switchoff» social de forma a que uma elevada franja da população portuguesa não ficará excluída do acesso e sem possibilidade de ver televisão em 2012. A existência de uma oferta mais rica de novos serviços de programas/canais temáticos da RTP poderá ser um incentivo fulcral para uma a adesão muito mais significativa da população a plataforma de TDT, facilitar o previsto «switch off» em 2012, assim como alargar a qualidade e diversidade da prestação de Serviço Público de Média aos cidadãos, mas implica custos adicionais significativos para a RTP. Pedro Jorge Braumann 29

Evolução da TDT na Europa Como plataforma de acesso livre, a TDT joga um papel fundamental na oferta de um serviço universal. A presença dos serviços de programas/canais de serviço público, nomeadamente novos serviços de programas/canais temáticos, desempenha na maioria dos países europeus um papel fundamental no desenvolvimento da TDT. Até ao nível da repartição entre serviços de programas/canais públicos e privados o peso do serviço público é muito significativo, já que conforme refere o Observatório Europeu do Audiovisual, no final de 2008, considerando um universo de 29 países europeus e todas as plataformas de distribuição (cabo, satélite, IPTV, TDT, etc.) o peso dos canais públicos é somente de 7%, mas no caso da TDT sobe de forma muito significativa e atinge 25%. Pedro Jorge Braumann 30

No caso da UE podemos referir ainda que existe um número elevado de serviços de programas/canais públicos nacionais de difusão terrestre em alguns países (exemplos: 15 na Dinamarca, 21 na Grã-Bretanha, 14 na Itália, 7 na França, 6 na Alemanha e 5 na Espanha). No actual quadro evolutivo convirá clarificar a estratégia para a atribuição do dividendo digital e de que forma o interesse público, particularmente no caso do Serviço Público de Televisão poderá ser melhor defendido (serviços adicionais de produção de conteúdos, serviços em plataformas móveis, novos serviços de programas/canais, etc.) Pedro Jorge Braumann 31

Dividendo Digital Interesse colectivo Inovação Pluralismo Diversidade Cultural e Linguística Educação e Conhecimento Luta contra a Divisão Digital Concorrência Vantagens para os consumidores Objectivos do mercado único Políticas coordenadas europeias? Abertura da banda 790-862 MHz às novas redes de nova geração Grande valor económico Pedro Jorge Braumann 32

Possibilidade de Desenvolvimento de Novos Serviços de Programas/Canais temáticos públicos em Portugal Considerando os actuais custos operacionais da RTP Memória, RTPN, RTP Madeira e RTP Açores os dois novos serviços de programas/canais temáticos da RTP, conforme o previsto actualmente no Contrato de Concessão (Infantil/Juvenil e Conhecimento) previsão de custos operacionais anuais entre 10 a 20M (5 a 10M por serviço de programa/canal, conforme o nível qualitativo que se queira atingir dos serviços de programas/canais). Custos de transmissão de 2 serviços de programa/canais no sistema de TDT em formato SD (standard) cerca de 3M. Os custos totais para produção e emissão na TDT da RTP Infantil/Juvenil e RTP Conhecimento deverá ser de 13 a 23M por ano. Pedro Jorge Braumann 33

Conclusão A sustentabilidade do modelo de desenvolvimento da TDT e a criação de condições de mercado para o switchoff, deverá ser suportada num conjunto de factores integrados, a exemplo do que ocorreu noutros países europeus, em que o HD é uma questão relevante, mas eventualmente até secundária no curto prazo. A existência da TDT tem uma justificação social que consiste em garantir o acesso universal dos cidadãos ao serviço, independentemente da sua disponibilidade e vontade a pagar. O modelo de regulação poderá representar um papel chave para o sucesso do TDT. Pedro Jorge Braumann 34

A conjugação de mudanças tecnológicas, comunicativas e sociais introduziu uma mediamorfose, com ecrãs múltiplos e redes interconectadas num sistema versátil (exemplos: televisão no telemóvel, jornais na Internet que incluem notícias audiovisuais e portais radiofónicos com textos escritos). O grande desafio da convergência para os media tradicionais, incluindo os públicos, depende da sua capacidade de se transformarem num supermedia multiplataforma, mantendo a projecção da sua imagem de marca, a capacidade competitiva e a credibilidade. Pedro Jorge Braumann 35