O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA À INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID) E A PESQUISA NO ENSINO MÉDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM FÍSICA

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Transcrição:

O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA À INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID) E A PESQUISA NO ENSINO MÉDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM FÍSICA Eixo: Ciências Exatas e da Terra Rubens Parker HUAMAN Instituto de Física/IFUSP Cristina LEITE Instituto de Física/IFUSP Vitor Fabricio Machado SOUZA Instituto de Física/IFUSP PIBID/CAPES RESUMO Este trabalho trata de um relato de experiência sobre o ensino de Física por meio de um planejamento anual voltado para a história da astronomia e o desenvolvimento dos conceitos físicos da mecânica. Tal experiência se deu no âmbito do programa institucional de bolsas de iniciação à docência (PIBID) com turmas do 1º ano do Ensino Médio. Esse trabalho aborda também o processo de elaboração de uma sequência de aulas regidas nas turmas sobre os contrapontos físicos entre a tradição aristotélica e as proposições de Galileu Galilei organizado por um grupo de bolsistas do PIBID do curso de licenciatura em Física da Universidade de São Paulo (USP), Várias atividades foram desenvolvidas, promovendo o diálogo, a discursão, interação e envolvimento dos alunos da escola com a abordagem dos temas. As aulas foram de grande importância para os alunos da citada escola, pois percebemos no decorrer do mesmo, que eles participaram ativamente das atividades e se mostraram bem interessados pelos temas discutidos nos encontros. É importante mencionar que esta ação, permitiu aos alunos uma aproximação ao discurso do que é ciência nas aulas da disciplina de Física, além de sua relação com o conhecimento e a pesquisa. Palavras-chave: Ensino de Física. Programa Institucional de Bolsa à Iniciação a Docência; Pesquisa. INTRODUÇÃO Este trabalho relata a experiência vivenciada a partir da concretização de atividades envolvendo uma abordagem histórica da Física para as turmas do 1º ano do Ensino Médio organizado por um grupo de bolsistas do PIBID do curso de licenciatura em Física da Universidade São Paulo (USP), que foi desenvolvido na disciplina de Física de uma Escola

Estadual localizada no bairro do Butantã, região oeste da cidade de São Paulo. As observações e intervenções em aulas foram feitas no período diurno. Os objetivos do PIBID possibilitaram aos licenciandos em Física: Analisar as potencialidades e os limites de tendências em Educação; Relacionar a teoria com a prática pedagógica em relação ao ensino de Física; Conhecer a escola, a partir do ponto de vista de professores; Ter acesso à bibliografia em formação de professores, especificamente na formação inicial; Refletir sobre pressupostos teóricos para que tratam de metodologias alternativas no ensino de Física e Realizar aulas de intervenção na Escola conveniada. A fim de alcançar tais objetivos procuramos compreende o papel do ensino de Física; o papel social da escola; metodologias de ensino, uso da história das ciências, experimentos físicos /materiais manipulativos, livros didáticos e textos relacionados ao ensino da Física para o Ensino Básico. Compreendemos a Física não esta dissociada da História da Ciência, especialmente nas discussões que se fazem acerca da Natureza da Ciência, que ultimamente tem ganhado espaço no contexto pedagógico e tem-se tornado mais frequente a utilização de tal abordagem nos diversos níveis de ensino. Para Martins (2006): A história das ciências nos apresenta uma visão a respeito da natureza da pesquisa e do desenvolvimento científico que não costumamos encontrar no estudo didático dos resultados científicos Neste sentido, percebemos que a utilização de abordagens históricas é um importante meio de despertar no aluno o interesse pela pesquisa científica, uma vez que esta proporcionará uma visão critico-reflexiva da e sobre a ciência. Também permite perceber o processo social (coletivo) e gradativo de construção do conhecimento, permitindo formar uma visão mais concreta e correta da real natureza da ciência e da Física, seus procedimentos e suas limitações. Neste projeto PIBID que participamos talvez muito mais do que em qualquer disciplina da graduação, foi compreendido que a teoria e a prática do ensino de Física não pode ser desenvolvida simplesmente com aulas teóricas, é necessário o uso de outras metodologias para se ensinar conceitos da física como, também, pode ser aplicadas experimentações nas aulas de física no intuito do professor responsável pela disciplina, mediar o processo da construção do conhecimento científico pelo aluno. Em uma de suas obras mais conhecidas, A Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire realiza uma reflexão a cerca das concepções de educação bancária e de educação problematizadora (cujos resultados tornam o homem um ser dependente dos preceitos determinados pelas classes dominantes. Através desse tipo de educação o sujeito torna-se

receptor passivo de informações que lhe são depositadas). Sua análise vincula as condições concretas de sobrevivência na sociedade capitalista com a esfera ideológica dos processos educativos. Assim se reporta a esse problema: esta falsa concepção de educação, que se baseia no depósito de informes nos educandos, constitui, no fundo, um obstáculo à transformação. Por isto mesmo, é uma concepção anti-histórica de educação. [...]. (FREIRE, 1980, p. 80) Ele buscou conceber um processo educativo em condições de promover a libertação da consciência e emancipação do sujeito humano, diferente daquele que ao domesticar cria uma falsa realidade, uma falsa crença aos olhos dos que se tornam objetos. Essa característica presente no modelo de educação bancária fazem com que se entenda o educando como um mero depósito de conhecimentos e informações. Concepção essa em que [...] a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. [...] (FREIRE, 1981, p. 66). Isto é, o sujeito apenas recebe e arquiva passivamente aquilo que lhe é repassado. Um ensino da Física mais significativo tem sido um desafio permanente nas escolas do Ensino Médio. Alguns conteúdos do currículo tradicional, mesmo tratando de questões facilmente observáveis no cotidiano dos estudantes, têm sido abordados de maneira a desconsiderar este aspecto. Na maioria das vezes, a abordagem de conceitos físicos, está ocorrendo sem que seja discutida a Física envolvida na formação das mesmas. Podemos destacar, também, a importância da experimentação, no sentido de uma aprendizagem que possibilite a interpretação dos fenômenos físicos, bem como, o desenvolvimento de outras habilidades pelos alunos, onde é vista como indispensável nos atuais Parâmetros Curriculares Nacionais. Conforme anuncia os PCNs + do Ensino Médio, É indispensável que a experimentação esteja sempre presente ao longo de todo o processo de desenvolvimento das competências em Física, privilegiando-se o fazer, manusear, operar, agir, em diferentes formas e níveis. (PCN +, 2002, p 111). Com essas reflexões acima, durante o estágio de PIBID desenvolvemos as seguintes atividades com orientação do professor participante do projeto: as observações, a preparação e desenvolvimento de uma sequência de aulas e as intervenções/aplicações na Escola Escolhida. MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho é de natureza qualitativa, especificamente trata de um relato de experiência vinculada ao Subprojeto de Física do Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação à Docência (PIBID) da USP. Para este estudo realizamos intervenções didáticas em turmas do primeiro ano da escola mencionada, com base em uma proposta de atividade elaborada por um grupo de bolsistas desse subprojeto. A busca de novas alternativas para romper com os paradigmas e dificuldades que rodeiam o ensino da física são fundamentais. Torna-se pertinente que o trabalho em sala de aula aproxime o aluno dos conteúdos que estão sendo trabalhados, viabilizando uma conexão dos saberes científicos com suas experiências cotidianas, através da manipulação de situações concretas. A pesar de alguns erros cometidos, natural na nossa formação inicial, como professores de Física, durante toda a intervenção foi observado um grande envolvimento dos alunos nas atividades, na medida em que constatavam com situações concretas de um conteúdo utilizável. Evidenciou-se, assim, que a experimentação problematizadora é uma das estratégias metodológicas que pode ser utilizada dentro da sala de aula, com materiais simples, aproximando o mundo vivencial do aluno aos conceitos científicos antes sem significado nenhuma em seu contexto de vida. Foi visível o entusiasmo com que os alunos trabalharam, em permanente clima de diferença e troca de pontos de vista, viabilizando a síntese de conhecimentos cheios de sentido. Desta forma, foi possível perceber, enquanto professores em formação, que ser professor vai muito além do que ditar conceitos e repassar o conhecimento. RESULTADOS E DISCUSSÕES Desde a sua implantação o PIBID Física do Campus de São Paulo da USP trazia em sua essência e gene da mudança. Mudança esta, que englobariam os mais variados segmentos que compõe a comunidade acadêmica do Curso de Licenciatura em Física. Neste entendimento apresentaremos, em nosso ver, os principais aspectos de mudança provocados pelo PIBID em cada um de nós participantes do projeto. O PIBID fortalece a profissão docente em seus mais diversos âmbitos de formação. A formação inicial, através dos bolsistas de iniciação à docência, que são o cerne do programa. A formação continuada através dos professores supervisores das Escolas conveniadas e seus pares. Desta forma, ressaltamos a importância do projeto para melhoria da aprendizagem em Física dos alunos das escolas. Outro aspecto fundamental a nosso ver, no qual o PIBID impactou na vida acadêmica do Curso de Licenciatura em Física e também da formação continuada de professores. A produção de oficinas/aulas, relatos de experiência, fez parte da

rotina dos envolvidos, nesse sentido percebemos a contribuição para o crescimento acadêmico dos bolsistas. Assim, o PIBID une atividades de ensino e pesquisa, pois as ações realizadas na escola eram refletidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo da iniciação à docência tem provocado em todos os bolsistas um processo de reflexão contínua sobre a profissão docente e a sua formação (inicial e continuada). Esse processo de reflexão se expandiu atingindo conforme já descrevemos neste trabalho os demais segmentos do Curso de Licenciatura em Física, contribuindo também para melhoria na qualidade de ensino das escolas conveniadas. Também destacamos a necessidade de continuidade das ações do PIBID no Curso de Licenciatura em Física na USP. A perenidade das ações permitirá a consolidação do programa e suas ações, contribuindo para formação docente, futuros professores de Física, para o aprimoramento do elo entre a Universidade e Escola Básica. Por fim, a participação no PIBID contribuiu para o nosso desenvolvimento profissional. Pudemos refletir sobre a importância da manutenção do diálogo, do uso de recursos pedagógicos variados e do potencial do grupo para o planejamento e desenvolvimento da aula de Física. REFERÊNCIAS BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 1999, 113p.. Parâmetros Curriculares Nacionais + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2002, 144p. FREIRE, Paulo. A Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.. Cartas à Guiné-Bissau: Registros de uma experiência em processo. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. MARTINS, R. A. Introdução: a história das ciências e seus usos na educação. In: Cibelle Celestino Silva. (Org.). Estudos de história e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no ensino. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2006, v., p. xxi-xxxiv.