MUSEU ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO COLÉGIO REGENTE FEIJÓ EM PONTA GROSSA-PR

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1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO MUSEU ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO COLÉGIO REGENTE FEIJÓ EM PONTA GROSSA-PR Angela Ribeiro Ferreira 1 Paulo Eduardo Dias de Mello 2 Resumo: Este trabalho visa discutir as possibilidades de trabalho com a memória escolar a partir da organização de um museu escolar. Trata-se de um projeto extensão desenvolvido por professores do Curso de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG e do Colégio Estadual Regente Feijó. O objetivo do projeto é organizar em acervo a documentação e os objetos da cultura escolar, guardados no colégio, desde a sua fundação em 1927. Destaca-se no conjunto de atividades a interconexão entre a formação inicial de docentes e historiadores que integram o projeto; a formação continuada de professores do colégio, a formação de estudantes do ensino médio que participam como voluntários no projeto ou com bolsa de Iniciação Científica Junior; e o desenvolvimento de ferramentas e metodologias de organização do museu. Para este texto vamos apresentar as atividades desenvolvidas e alguns resultados de uma das partes do projeto que é a organização do museu escolar. Palavras-chave: museu escolar, organização acervos escolares, formação professores. INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta algumas ações desenvolvidas no Projeto intitulado Centro de Memória Colégio Regente Feijó: arquivo e museu escolar. O Projeto compreende ações mais amplas de organização do Museu e do Arquivo Escolar, mas para este texto optamos por apresentar as atividades do Museu Escolar. O trabalho iniciou em 2016 ainda vinculado a uma proposta de Estágio Supervisionado em História, quando os acadêmicos estagiários desenvolveram oficinas com os alunos do Colégio para tratar da organização de Museu Escolar, as etapas e os cuidados necessários. A proposta inicial era articular formação inicial de professores de História e o 1 Coordenadora do Projeto Centro de Memória Colégio Regente Feijó: arquivo e museu escolar. Professora do Curso de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, angelaribeirof@gmail.com. 2 Equipe executora do Projeto Centro de Memória Colégio Regente Feijó: arquivo e museu escolar. Professor do Curso de História e Diretor do Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa, paulodemello04@gmail.com.

debate sobre patrimônio e museus e arquivos escolares. Entretanto, a proposta foi se ampliando e extrapolou a disciplina de Estágio. Em 2017 a atividade que vinha sendo desenvolvida foi transformada em Projeto de Extensão, com a parceria com vários outros professores da Universidade (do curso de Artes Visuais, Física, Pedagogia, Geografia), acadêmicos desses cursos e com professores e alunos do Colégio Regente. O Projeto conta também com a participação de três alunas de PIBIC Junior. Entre as ações que trataremos aqui estão, separação dos objetos, higienização, organização por tipos e áreas do conhecimento, digitalização, catalogação, organização do Museu. 2 OBJETIVOS Criar um Centro de Memória do Colégio Estadual Regente Feijó que abrigue o Arquivo Escolar e um Museu Escolar; Propor e apresentar exposições dos objetos da cultura material escolar; Desenvolver pesquisas sobre a História do Colégio Estadual Regente Feijó; Desenvolver ação extensionista aproximando a Universidade da Escola pública e a comunidade. METODOLOGIA O trabalho de construção do Centro de Memória do Colégio Estadual Regente Feijó compreende uma atuação coletiva e integrada de diferentes áreas de conhecimento, representadas pelos cursos envolvidos, e organiza-se em frentes articuladas de trabalho. São elas denominadas de: Museológica e Museográfica. A frente de trabalho denominada museológica pretende mobilizar conhecimentos, técnicas e práticas de tratamento, organização, catalogação, guarda e conservação dos objetos da cultura material escolar. As referências para organização desta frente são documentos e diretrizes emanadas por entidades nacionais e internacionais que congregam os museus, tais como o Conselho Internacional dos Museus ICOM, o Instituto Brasileiro de Museus, o IBRAM. A segunda frente de trabalho mobilizará saberes, técnicas e práticas da museografia quanto à aspectos técnicos relacionados a organização das exposições, sua disposição em termos de design visual e layout, suas instalações, sua proposta de interatividade com público, dentre outros aspectos.

Entre as fases do trabalho estão: identificação dos objetos, higienização dos objetos, catalogação dos objetos, digitalização (fotografia de todos os objetos para elaboração de um catálogo), elaboração de uma proposta de exposição. 3 RESULTADOS Ao longo da primeira etapa do Projeto, com a participação de professores de outras áreas, o projeto foi se especializando. O Professor da Geografia, junto com seus alunos de iniciação científica, trabalhou na higienização e separação das rochas e fósseis. Os professores da Física ajudaram na separação e identificação dos objetos de laboratório. Os professores de História trabalham em todo o processo e os professores de Artes Visuais entrarão em ação na organização da exposição. Em todas as etapas contamos, além dos professores da UEPG, com alunos do Colégio, acadêmicos do curso de História, Geografia, Mestrado em Ensino de Ciências e Professores do Colégio. Abaixo alunos trabalhando na higienização dos objetos. Imagem 1 - Higienização dos objetos do Museu Escolar - Alunos do Colégio Regente Feijó, 2017 Imagem 2 - Higienização dos objetos do Museu Escolar - Alunos do Colégio Regente Feijó, 2016

4 Imagem 3 Organização das rochas e fósseis do Museu Escolar Prof. Antonio Licardo com Acadêmicos do Curso de Licenciatura em História, 2017 Embora o trabalho seja lento, porque não é possível trabalhar no Projeto muitas horas semanais, já superamos algumas das etapas. Estamos na fase da digitalização dos objetos para elaboração do catálogo, para finalmente montar a exposição permanente e criar oficialmente o Museu Escolar do Colégio Regente Feijó. O Projeto conta com aprovação da Secretaria de Educação, que também desenvolve atividades de criação de museus escolares. O Colégio estava há muitos anos fechado para atividades em parceria com a universidade, com a mudança da direção o projeto foi possível, especialmente porque a nova diretora é professora de História, que percebeu as possibilidades de trabalho. As atividades mobilizaram alguns funcionários, professores e especialmente os alunos. Na ocasião do aniversário de 90 anos do Colégio em 2017, montamos uma amostra do que será o Museu e todos os alunos puderam visitar. Imagem 4 Organização da amostra do Museu 2017 Participação dos alunos

A partir das imagens do trabalho que vem sendo desenvolvido é possível demonstrar a participação dos segmentos mencionados, do envolvimento dos alunos, portanto do envolvimento da comunidade escolar no Projeto. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados do Projeto são parciais, ele tem um prazo até final de 2018. O ponto mais significativo é o processo de formação dos participantes na história da escola, para a compreensão do trabalho do historiador. Sensibilização para a história do Colégio, dos sujeitos (alunos, professores, funcionários) e dos objetos escolares desde 1927, quando foi fundado. Além disso, o Colégio Regente Feijó tem um papel importante na formação de várias gerações de jovens na cidade. Para a organização do Projeto no Colégio, foi necessária a reorganização física do espaço para disponibilizar uma sala para uso do Museu. Esta foi escolhida logo na entrada, na parte tombada do prédio, de modo que todos os visitantes da escola tenham acesso ao Museu (alunos, pais, comunidade). Um elemento importante já de resultado do projeto é a entrada de uma aluna participante para o curso de História em 2018 e outra aluna que fará vestibular este ano. Um acadêmico do quarto ano do curso está realizando o seu trabalho de conclusão de curso a partir da documentação disponível e que está sendo organizada pelo Projeto. APOIO: Contamos com três bolsas de PIBIC Junior da CAPES. REFERÊNCIAS BREFE, A. C. f. Os primórdios do museu: da elaboração conceitual à instituição pública. In: Projeto História, São Paulo, p. 281-315, nov. 1998. CHOAY, f. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Unesp, 2001. CURY, M. X. Patrimônio. In: 2º Fórum Nacional de Museus. Brasília: IPHAN/DEMU, 2006. FUNARI, P. P.; PELEGRINI, S. C. A. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. HUYSSEN, A. Seduzidos pela memória. Rio de Janeiro: Ed. Aeroplano, 2000. LARA, S. H. História, Memória e Museu. In: Revista do Arquivo Municipal. São Paulo, DPH, nº200, 1991.

LE GOFF, J. Memória. In: História e memória. 3. ed. Trad. Bernardo Leitão. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1994. RAMOS, f. r. L. Museu, ensino de história e sociedade. In: Revista Trajetos. Fortaleza: Departamento de História da UFC, vol. 1, nº 1, 2001. 6