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Transcrição:

Plano Estratégico 2015-2016 ARS Algarve, I.P.

Índice 1. Nota Introdutória... 5 2. Caracterização da ARS Algarve, I.P.... 6 2.1 Missão, Atribuições, Áreas de Intervenção... 6 2.2 Organização Interna... 9 2.3 Rede Hospitalar... 18 3. Caracterização geral da Região do Algarve... 21 4. Perfil de Saúde da Região de Saúde do Algarve... 24 4.1. Indicadores de saúde infantil... 24 4.2. Indicadores de mortalidade geral em adultos... 25 4.3. Indicadores de mortalidade por doenças vulneráveis aos rastreios.... 25 4.4. Indicadores de mortalidade e acidentes cerebrovasculares... 27 4.5. Indicadores de mortalidade e saúde cardiovascular... 27 4.6. Indicadores em diabetes mellitus... 27 4.7. Indicadores em doenças pulmonares... 28 4.8. Indicadores relativos a doenças atribuíveis a comportamentos de risco28 4.9. Indicador de doença mental... 29 5. Enquadramento Geral nas Políticas para a Área da Saúde na Região... 30 5.1 Grandes Opções do Plano... 30 5.2 Iniciativas Desenvolvidas pela ARS Algarve e a Relação com as Medidas do Programa do Governo... 31 6. Análise Estratégica... 38 2

6.1 Ambiente Externo e Interno: Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats)... 38 6.2 Stakeholders... 40 7. Formulação da Estratégia... 43 7.1. Missão e Visão... 43 7.2. Objetivos Estratégicos... 43 7.3. Linhas de Orientação Estratégica... 44 Índice de Tabelas, Gráficos e Figuras Tabela 1: Utentes Inscritos por ACES 2010-2014... 13 Tabela 2: Nº de primeiras consultas... 14 Tabela 3: Nº total de consultas (primeiras e seguintes)... 15 Tabela 4: Nº de consultas externas no CHA 2010-2014... 20 Tabela 5: Nº de cirurgias no bloco operatório 2010-2014... 20 Tabela 6: Nº de contactos em serviços de Urgência 2010-2014... 20 Tabela 7: População Residente Censos 2001 e 2011 Continente e Algarve... 21 Tabela 8: Indicadores de saúde infantil... 24 Tabela 9: Mortalidade Geral... 25 Tabela 10: Taxa mortalidade padronizada por cancro da mama feminina... 26 Tabela 11: Taxa mortalidade padronizada por cancro do colo do útero... 26 Tabela 12: TMP por cancro do cólon e recto... 26 Tabela 13: Taxa padronizada de anos de vida perdidos por diabetes mellitus... 28 Tabela 14: Taxa padronizada por 100.000 habitantes... 28 Gráfico 1: Percentagem de Utentes Sem Médico de Família (%)... 13 Gráfico 2: Número total de consultas por ACES 2010-2014... 16 Gráfico 3: Número de consultas de Planeamento Familiar por ACES 2010-2014... 16 Gráfico 4: Número de Consultas de Saúde Materna 2010-2014 por ACES 2010-2014 17 Gráfico 5: Número de Consultas de Saúde Infantil (<14anos) por ACES 2010-2014... 17 Gráfico 6: Número de Consultas Saúde Adultos por ACES 2010-2014... 17 Gráfico 7: Número de Consultas no Domicilio por ACES 2010-2014... 18 Gráfico 8: Número de Consultas de Recurso por ACES 2010-2014... 18 Figura 1: Mapa de distribuição dos ACES... 12 3

Figura 2: Organização Hospitalar da Região Algarve (31/12/2013)... 19 Figura 3: Pirâmide da população residente (N.º) por local de residência (estimativa), sexo e grupo etário na Região do Algarve... 22 4

1. Nota Introdutória O presente documento representa o primeiro plano estratégico elaborado pela ARS Algarve, IP para Região de Saúde do Algarve. Tem uma perspetiva temporal ainda relativamente curta (até 2016, apenas dois anos) mas pretende iniciar a prática do planeamento estratégico, conhecida como essencial à qualidade de qualquer planeamento organizacional. Engloba uma análise das necessidades de saúde da Região de Saúde do Algarve e a identificação das linhas de atuação estratégicas no âmbito da política de saúde que permitam adequar o sistema de saúde às necessidades identificadas. Este documento tem como finalidade a identificação e priorização das linhas estratégicas e intervenções no âmbito da política de saúde regional a implementar a curto-médio prazo. Estas linhas estratégicas deverão permitir, simultaneamente, a organização e adequação das respostas às necessidades de cuidados de saúde atuais e futuras, bem como impulsionar o desenvolvimento pleno do sistema nacional de saúde na região na perspetiva da sustentabilidade. São identificadas áreas de análise na qual estão incluídos conteúdos demográficos, socio-económicos, tecnológicos e de saúde, bem como, áreas de intervenção, funções essenciais, recursos humanos e financeiro existentes; e atividades. O Plano Estratégico refere-se aos anos de 2015-2016, no qual foi integrado o Plano de Atividades detalhado relativo ao ano de 2015, que representa as opções do Conselho Diretivo da ARS Algarve, I.P., para o planeamento estratégico e operacional na prossecução das suas Atribuições e Missão. Dados os atuais constrangimentos ao nível dos recursos financeiros, ditados pela atual conjuntura económica nacional, e, consequentemente dos recursos humanos, sobretudo problemáticos no sector da saúde não foi exequível proceder a uma afetação quantificadas dos recursos às várias Iniciativas planeadas nem definir metas anuais ao nível das Iniciativas /atividades. Assim, decidiu-se desenvolver, unicamente, um conjunto de objetivos e indicadores, para cada um dos Vetores Estratégicos, os quais vertem, no fundo, as Iniciativas prioritárias da atuação da ARS Algarve, I.P. no triénio e 5

relativamente aos quais foram definidas metas de execução do presente Plano. Estes indicadores e metas possibilitarão uma avaliação global da execução da estratégia plurianual da ARS Algarve, I.P., a qual será detalhada anualmente nos Planos e Relatórios de Atividades a elaborar no decurso dos ciclos anuais de gestão. 2. Caracterização da ARS Algarve, I.P. 2.1 Missão, Atribuições, Áreas de Intervenção A ARS Algarve, I.P tem por Missão, garantir à população da Região do Algarve o acesso aos cuidados de saúde, adequando os recursos disponíveis às necessidades e cumprir e fazer cumprir políticas e programas de saúde na sua área de intervenção. A ARS Algarve, I.P prossegue as seguintes Atribuições: a. Executar a política nacional de saúde, de acordo com as políticas globais e sectoriais, visando o seu ordenamento racional e a otimização dos recursos; b. Participar na definição das medidas de coordenação intersectorial de planeamento, tendo como objetivo a melhoria da prestação de cuidados de saúde; c. Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a nível regional; d. Desenvolver e fomentar atividades no âmbito da saúde pública, de modo a garantir a proteção e promoção da saúde das populações; e. Assegurar a execução dos programas de intervenção local com vista à redução do consumo de substâncias psicoativas, a prevenção dos comportamentos aditivos e a diminuição das dependências; f. Desenvolver, consolidar e participar na gestão da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de acordo com as orientações definidas; g. Assegurar o planeamento regional dos recursos humanos, financeiros e materiais, incluindo a execução dos necessários projetos de investimento, das instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, supervisionando a sua afetação; h. Elaborar, em consonância com as orientações definidas a nível nacional, a carta de instalações e equipamentos; i. Afetar, de acordo com as orientações definidas pela Administração Central do Sistema de Saúde, I. P., recursos financeiros às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde integrados ou financiados pelo Serviço Nacional de Saúde e a entidades de natureza privada com ou sem fins lucrativos, que 6

prestem cuidados de saúde ou atuem no âmbito das áreas referidas nas alíneas e) e f); j. Celebrar, acompanhar e proceder à revisão de contratos no âmbito das parcerias público -privadas, de acordo com as orientações definidas pela Administração Central do Sistema de Saúde, I. P., e afetar os respetivos recursos financeiros; k. Negociar, celebrar e acompanhar, de acordo com as orientações definidas a nível nacional, os contratos, protocolos e convenções de âmbito regional, bem como efetuar a respetiva avaliação e revisão, no âmbito da prestação de cuidados de saúde bem como nas áreas referidas nas alíneas e) e f); l. Orientar, prestar apoio técnico e avaliar o desempenho das instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, de acordo com as políticas definidas e com as orientações e normativos emitidos pelos serviços e organismos centrais competentes nos diversos domínios de intervenção; m. Assegurar a adequada articulação entre os serviços prestadores de cuidados de saúde de modo a garantir o cumprimento da rede de referenciação; n. Afetar recursos financeiros, mediante a celebração, acompanhamento e revisão de contratos no âmbito dos cuidados continuados integrados; o. Elaborar programas funcionais de estabelecimentos de saúde; p. Licenciar as unidades privadas prestadoras de cuidados de saúde e as unidades da área das dependências e comportamentos aditivos do sector social e privado; q. Emitir pareceres sobre planos diretores de unidades de saúde, bem como sobre a criação, modificação e fusão de serviços; r. Emitir pareceres sobre a aquisição e expropriação de terrenos e edifícios para a instalação de serviços de saúde, bem como sobre projetos das instalações de prestadores de cuidados de saúde. ARS Algarve, I.P tem como principais áreas de intervenção regional: Ao nível da coordenação e avaliação da execução das políticas de saúde na região, Assegurar a adequada articulação entre os diversos níveis de prestação de cuidados de saúde, Desenvolver e consolidar a Rede de Cuidados Continuados Integrados, Planear a afetação dos recursos humanos, financeiros e materiais, incluindo a sua execução, das instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, supervisionando a sua afetação; Licenciar as unidades privadas de prestação de cuidados e gerir as convenções com os sectores social e privado; Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a nível regional; 7

A ARS Algarve, I.P. desenvolve a sua missão de acordo com o seguinte conjunto de Valores: Sustentabilidade do Sistema de Saúde Acesso e Equidade nos Cuidados de Saúde Ética, Rigor e Competência Centralidade nos Cidadãos Comunicação e Transparência A ARS Algarve, I.P. tem como Visão ser reconhecida pelos cidadãos como uma organização de excelência, capaz de otimizar os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis, garantindo em toda a região de saúde, o acesso a cuidados de saúde de qualidade, proporcionando confiança e satisfação, tanto de utilizadores como dos profissionais. Para a prossecução das suas atribuições, a ARS Algarve I. P., pode colaborar entre si e com outras entidades do sector público ou privado, com ou sem fins lucrativos, nos termos da legislação em vigor. A prestação de cuidados de saúde, na área dos cuidados de saúde primários e a execução dos programas de saúde pública são prosseguidos através dos ACES, enquanto serviços do SNS integrados na ARS. 8

2.2 Organização Interna A Administração Regional de Saúde do Algarve, Instituto Público (ARS Algarve, I.P.), nos termos do Decreto-Lei 22/2012, de 30 de janeiro, Diário da República 1.ª Série, n.º 21 de 30 de janeiro de 2012, é uma pessoa coletiva de direito público, integrada na administração indireta do Estado, dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial. A ARS Algarve é dirigida por um Conselho Diretivo constituído por um Presidente e dois Vogais. O conselho consultivo (órgão de consulta, apoio e participação na definição das linhas gerais de atuação da ARS), encontra-se na fase de formalização. Possui ainda nos termos do artigo 6.º, DL 22/2012, de 30 janeiro, um Fiscal Único. Os Estatutos da ARS Algarve, IP, aprovados pela Portaria n.º 156/2012, de 22 de maio, Diário da República, 1.ª Série, n.º 99 de 22 de maio de 2012, alterados pela Portaria n.º 212/2013 de 27 de junho, DR 1.ª série n.º 122, de 27 de junho de 2013, definem a Organização interna da ARS, que é constituída pelos seguintes Órgãos e Serviços: Departamento de Saúde Pública e Planeamento (DSPP) Departamento de Contratualização (DC) Departamento de Gestão e Administração Geral (DGAG) Gabinete Jurídico e do Cidadão (GJC) Gabinete de Instalações e Equipamentos (GIE) Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) Em 2009 foi criada a Comissão de Ética para a Saúde (CES), em 2010 a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), em 2012 foram criadas as Unidades Orgânicas Flexíveis da Unidade de Gestão de Recursos Humanos (UGRH) e a de Administração Geral (UAG), as Assessorias Técnica e Financeira (ATF) e de Imprensa e Comunicação (AIC). Em 2012/3 foram criados os serviços DICAD (Divisão de Intervenção nos comportamentos Aditivos e nas Dependências) por integração dos antigos serviços pertencentes ao ex-instituto da Droga e Toxicodependência que presta cuidados de saúde aos toxicodependentes, aos utentes alcoólicos e ainda presta serviços de prevenção em contexto escolar e familiar. Existe um Núcleo de Rastreios que organiza os rastreios regionais do cancro do colo do útero (com menor adesão), da mama (desde finais de 2005, sendo o mais eficiente), da retinopatia diabética (que funciona desde 2000, e têm problemas na articulação com os hospitais após 2012). 9

A ARS Algarve, IP não tem uma equipa formalmente organizada que se dedique à Saúde Materna, à Saúde Infantil ou à Saúde Escolar. Há no entanto, a Comissão Regional da Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente que se reúne periodicamente para resolver os problemas nesta área. Há ainda a equipa transversal do programa Janela Aberta à Família que providencia serviços interativos de apoio na área materno-infantil através da internet. A Organização Interna da ARS compreende, ainda as seguintes equipas de projeto: Equipa de Coordenação Regional dos Cuidados Continuados Integrados (ERCCI), a Equipa Regional de Apoio à Reforma dos Cuidados de Saúde Primários (ERA). Para além dos serviços acima identificados, a ARS, Algarve, IP integra ainda três Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES). Os ACES constituem serviços desconcentrados da ARS, estando sujeitos ao seu poder de direção. Os ACES têm autonomia administrativa e são constituídos por vários centros de saúde, que agrupam um conjunto de unidades funcionais e que têm como missão garantir a prestação de cuidados de saúde à população de uma área geográfica específica. A Administração Regional de Saúde do Algarve I.P., em novembro de 2013, assume a gestão do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul (CMRS), situado em São Brás de Alportel. A organização da ARS Algarve, IP está representada pelo seguinte Organograma: 10

11

A distribuição pelo território dos agrupamentos é apresentada no mapa seguinte: Figura 1: Mapa de distribuição dos ACES Estes ACES, na sequência da reorganização dos cuidados de saúde primários após 2007, têm várias Unidades de Saúde Familiar (USF) que interessa nomear atendendo serem reconhecidamente formatos que aumentam a produtividade e a satisfação dos profissionais: ACES ACES Barlavento ACES Central ACES Sotavento USF Não tem USF Farol USF Al-Gharb USF Ria Formosa USF Âncora USF Mirante USF Lauroé USF Albufeira USF Balsa USF Levante USF Baesuris OS ACES têm vários subsistemas de registo de informação clínica nomeadamente o SClinico (ex-sam), que é o mais importante e é mantido pelos próprios serviços do Ministério da Saúde, tal como sucede no resto do País, mas também tem em alguns locais sistemas privados como o Vitacare (USF Ria Formosa, USF Farol) e o MedecineOne ( USF Âncora no ACES Central e a UCPS de Quarteira). A pulverização de vários sistemas clínicos tem provocado alguns problemas como a incapacidade de articulação dos sistemas privados com a PDS-PU 12

(Plataforma de Dados da Saúde Portal do Utente) e em 2014 a incapacidade pontual de exportação de dados estatísticos do Vitacare. Também o DICAD (Divisão de Intervenção nos comportamentos Aditivos e nas Dependências) presta milhares de consultas sobretudo na área da psicologia mas também médicas, e que são contabilizadas num sistema de registo próprio e totalmente independente (SIM Sistema de Informação Multidisciplinar) mas controlado fora da ARS (pelo SICAD). Como se pode ver na tabela e gráfico seguintes, os ACES da ARS Algarve, I.P. têm vindo a diminuir o número de utentes inscritos e sobretudo o número de utentes com médico de família, com a particular exceção do ACES do Sotavento. Em Setembro de 2015 havia 443.307 utentes inscritos, sendo 25% sem médico de família. A evolução da percentagem de utentes sem médico de família tem sido particularmente negativa no ACES do Barlavento. Tabela 1: Utentes Inscritos por ACES 2010-2014 TOTAL ACES Sotavento ACES Central ACES Barlavento Ano Nº Utentes % sem médico Nº Utentes % sem médico Nº Utentes % sem médico Nº Utentes % sem médico 2010 503.747 28 61.760 8 265.640 25 176.347 38 2011 509.446 31 61.605 6 269.080 28 176.761 45 2012 510.723 31 61.497 5 269.971 25 179.255 48 2013 452.176 31 55.303 6 237.998 24 158.875 51 2014 463.139 35 56.180 6 243.190 28 163.769 55 2015* 443.307 25 55.176 3 231.980 23 156.151 37 Nota: Após 2013 (inclusive) foram considerados apenas os utentes inscritos ativos *Setembro 2015 Fonte: SIARS, data de extração 14-05-2015 Gráfico 1: Percentagem de Utentes Sem Médico de Família (%) 60 50 40 30 20 10 Percentagem de utentes sem médico de família 0 2010 2011 2012 2013 2014 2015 (Set) ACES Sotavento ACES Central ACES Barlavento 13

Relativamente à produtividade dos serviços clínicos nos ACES, pela consulta dos dados de 2010 a 2014 que se seguem, podemos verificar que existe uma diminuição global desta produtividade mas sobretudo devido à diminuição das consultas de recurso, o que está associado ao facto de este serviço ter passado a ser responsabilidade hospitalar. No entanto, praticamente todas as restantes consultas programadas têm vindo a aumentar exceto no último ano de 2014. Esta diminuição no último ano é maior no ACES do Barlavento e ainda maior no ACES Central (neste ACES o fenómeno pode estar associado a problema de integração estatística dos dados do subsistema Vitacare). A diminuição neste último ano é preocupante. Planeamento Familiar Saúde Materna Saúde Infantil (< 14 anos) Tabela 2: Nº de primeiras consultas Ano Total ACES Sotavento ACES Central 2010 19.989 2.138 11.646 6.205 2011 20.161 2.403 11.212 6.546 2012 21.226 2.364 11.804 7.058 2013 23.339 2.563 13.522 7.254 2014 18.018 2.165 9.898 5.955 2010 4.599 472 2.365 1.762 2011 4.480 505 2.333 1.642 2012 4.309 502 2.207 1.600 2013 3.927 419 2.059 1.449 2014 4.055 457 1.955 1.643 ACES Barlavento 2010 35.171 4.844 18.568 11.759 2011 39.234 5.738 21.520 11.976 2012 41.200 6.592 20.566 14.042 2013 43.620 6.437 20.575 16.608 2014 37.127 5.880 17.112 14.135 Adultos 2010 224.182 31.733 112.891 79.558 2011 245.185 37.640 126.540 81.005 2012 252.184 36.871 122.335 92.978 2013 266.246 38.729 124.377 103.140 2014 240.209 36.862 105.720 97.627 Domicílios 2010 318 76 195 47 2011 785 78 396 311 2012 1.153 114 649 390 2013 1.395 110 763 522 14

Recurso por D. Aguda Total (inclui todos os tipos de primeiras consultas) 2014 1.249 127 580 542 2010 289.202 52.345 130.849 106.008 2011 240.646 46.041 94.791 99.814 2012 157.720 32.200 76.688 48.832 2013 111.898 34.081 77.380 437 2014 113.004 32.951 79.788 265 2010 586.768 93.297 283.492 209.979 2011 564.432 94.212 264.147 206.073 2012 492.524 80.547 241.598 170.379 2013 466.791 84.134 246.814 135.843 2014 428.879 80.114 222.384 126.381 Planeamento Familiar Saúde Materna Saúde Infantil (< 14 anos) Tabela 3: Nº total de consultas (primeiras e seguintes) Ano Total ACES Sotavento ACES Central 2010 29.970 3.150 17.765 9.055 2011 32.117 3.772 18.731 9.614 ACES Barlavento 2012 34.000 3.631 19.756 10.613 2013 39.660 4.288 25.185 10.187 2014 33.330 3.549 21.246 8.535 2010 31.443 3.330 16.634 11.479 2011 29.358 2.859 15.590 10.909 2012 28.927 3.342 15.171 10.414 2013 27.351 3.208 14.089 10.054 2014 27.038 3.315 14.008 9.715 2010 49.003 11.703 11.230 26.070 2011 52.055 13.484 11.811 26.760 2012 56.657 15.000 11.028 30.629 2013 65.667 15.938 11.114 38.615 2014 55.710 14.515 9.514 31.681 Adultos 2010 892.295 131.169 443.029 318.097 2011 963.025 150.848 478.979 333.198 2012 955.593 151.606 462.752 341.235 2013 992.277 155.316 465.390 371.571 2014 893.130 150.327 396.901 345.902 Domicílios 2010 1.332 267 855 210 2011 3.079 332 1.873 874 2012 4.492 522 3.060 910 15

Recurso por D. Aguda Total (inclui todos os tipos de primeiras e consultas seguintes) 2013 6.131 1.110 3.701 1.320 2014 5.613 1.060 3.134 1.419 2010 289.202 52.345 130.849 106.008 2011 240.646 46.041 94.791 99.814 2012 157.720 32.200 76.688 48.832 2013 111.898 34.081 77.380 437 2014 113.004 32.951 79.788 265 2010 1.354.329 205.394 667.338 481.597 2011 1.385.091 220.926 673.996 490.169 2012 1.303.451 210.181 640.423 452.847 2013 1.313.119 217.543 650.320 445.256 2014 1.191.257 209.330 571.747 410.180 Gráfico 2: Número total de consultas por ACES 2010-2014 1.500.000 Nº Total de Consultas 1.000.000 500.000 0 2010 2011 2012 2013 2014 Total ACES S. ACES C. ACES B. Gráfico 3: Número de consultas de Planeamento Familiar por ACES 2010-2014 50.000 Nº Consultas Planeamento Familiar 40.000 30.000 20.000 10.000 0 2010 2011 2012 2013 2014 Total ACES S. ACES C. ACES B. 16

Gráfico 4: Número de Consultas de Saúde Materna 2010-2014 por ACES 2010-2014 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 Nº Consultas Saúde Materna 2010 2011 2012 2013 2014 Total ACES S. ACES C. ACES B. Gráfico 5: Número de Consultas de Saúde Infantil (<14anos) por ACES 2010-2014 Nº Consultas Saúde Infantil (<14 anos) 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 2010 2011 2012 2013 2014 Total ACES S. ACES C. ACES B. Gráfico 6: Número de Consultas Saúde Adultos por ACES 2010-2014 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 Nº Consultas Saúde Adultos 2010 2011 2012 2013 2014 Total ACES S. ACES C. ACES B. 17

Gráfico 7: Número de Consultas no Domicilio por ACES 2010-2014 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 Nº Consultas Domiciliares 2010 2011 2012 2013 2014 Total ACES S. ACES C. ACES B. Gráfico 8: Número de Consultas de Recurso por ACES 2010-2014 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 Nº Consultas Recurso 2010 2011 2012 2013 2014 Total ACES S. ACES C. ACES B. 2.3 Rede Hospitalar A rede hospitalar do Algarve estava até 2013 ancorada em duas unidades hospitalares públicas, uma em Portimão (Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E.) e outra em Faro (Hospital de Faro, E.P.E.). No entanto em 20131 foi criado o Centro Hospitalar do Algarve, E.P.E., por fusão destas duas unidades, embora conservando as mesmas estruturas físicas. A criação do Centro Hospitalar é enquadrada no processo de «centralização de gestão de unidades hospitalares, em territórios geográficos com 1 Decreto-Lei n.º 69/2013 de 17 de maio 18

caraterísticas afins, como forma de racionalização e adequação de meios, redução imediata de custos, criação de sinergias, obtenção de maior eficácia, eficiência e efetividade na operacionalização de objetivos únicos para os cuidados hospitalares da região». As mais-valias decorrentes da criação do novo Centro Hospitalar do Algarve, E.P.E., poderão situar-se aos níveis assistencial, de qualidade clínica, organizacional e gestionário, com particular enfoque nas vertentes económica-financeira, designadamente, de racionalização e adequação de atos clínicos e referenciação de doentes. Na figura seguinte, segue o mapa da organização Hospitalar da Região Algarve assinala-se a localização e área geográfica de atração direta (1ª linha de referenciação) de cada unidade hospitalar. Figura 2: Organização Hospitalar da Região Algarve (31/12/2013) A Administração Regional de Saúde do Algarve I.P., em novembro de 2013, assume a gestão do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, situado em São Brás de Alportel, atendendo a atraso na abertura do concurso internacional nacional para a renovação da parceria público-privada que existia anteriormente. Este Centro dispõe de 54 camas e destina-se ao tratamento de doentes em regime de internamento com lesões medulares, traumatismos cranioencefálicos e acidentes vasculares cerebrais, tendo como área geográfica de influência direta os distritos de Beja e de Faro. O Centro de Medicina e Reabilitação do Sul conta com um total de 158 profissionais, 137 dos quais integram o quadro de pessoal permanente o número total de profissionais excede o valor de referência incluído no Contrato 19

de Gestão do Centro (116), em particular, nos grupos profissionais de enfermagem, técnicos de diagnóstico e terapêutica e técnicos superiores de saúde. Na Região do Algarve, existem também sete Hospitais privados e uma Clinica com internamento, com um total de 239 camas que têm assumido um protagonismo crescente, atendendo às parcerias que criaram com os diversos subsistemas de saúde e seguros privados. O rácio de camas do sector público na Região em 2013, por 1.000 habitantes, é de 2,0. O rácio no Algarve (sector público mais sector privado) é de 2,52, sendo inferior à média Nacional, que se fixava nos 3,38 em 20112. Relativamente à produtividade dos serviços hospitalares públicos (CHAlg) pela consulta dos dados de 2010 a 2014 que se seguem podemos verificar que existe uma diminuição global desta produtividade e particularmente a criação do CHAlg está associada a uma ainda maior diminuição, de 2013 para 2014, não havendo por enquanto indícios de melhoria quantitativa global dos serviços prestados após esta reorganização hospitalar. Tabela 4: Nº de consultas externas no CHA 2010-2014 Ano Total 1ºs consultas Seguimentos 2010 326.370 102.788 223.582 2011 325.346 101.354 223.992 2012 302.646 91.923 210.723 2013 317.873 97.283 220.590 2014 307.817 89.867 217.950 Tabela 5: Nº de cirurgias no bloco operatório 2010-2014 Ano Total SIGIC 2010 19.946 3.395 2011 18006 2.068 2012 17.599 1.486 2013 17.826 1.934 2014 15.721 1.566 Tabela 6: Nº de contactos em serviços de Urgência 2010-2014 Ano Total Urgência Geral 2010 279.626 182.135 2011 274.194 178.875 2012 234.219 149.299 2 Fonte: PORDATA, atualização: 2013-12-27 20

2013 241.576 156.363 2014 235.563 146.783 3. Caracterização geral da Região do Algarve A Região do Algarve é a única região nacional constituída por uma única NUTS de nível 3, o que resulta numa maior coerência e homogeneidade administrativa, geográfica e humana, relativamente às outras regiões do País. Integra um total de 16 concelhos e tem uma área de 5.412 km2, correspondente a 5,6% do território nacional e uma população residente de 451.006 habitantes (Censos de 2011), o que corresponde a 4,3% da população nacional. No Algarve, podem definir-se duas áreas bastante diferenciadas, quanto à densidade populacional: uma de baixa densidade (com menos de 100 hab./km2, que abrange uma superfície superior a 70% do território), sobretudo na zona interior da serra e barrocal, e uma outra, de alta densidade (mais de 100 hab./km2) concentrada na faixa central do litoral Sul. A Região do Algarve destaca-se pelo dinamismo demográfico apresentado nas últimas décadas, nomeadamente na última década em que a população aumentou cerca de 14%, em grande parte devido à imigração interna e externa, conforme a tabela 1. Tabela 7: População Residente Censos 2001 e 2011 Continente e Algarve Fonte: INE, (www.ine.pt), elaboração própria Paralelamente ao crescimento da população, verificaram-se alterações na sua estrutura etária que se traduzem na diminuição da população jovem e no aumento da população com mais de 65 anos. Em 2011, 87.769 habitantes do Algarve tinham uma idade igual ou superior a 65 anos, o que significa uma percentagem de 19,5% sobre o total de habitantes da Região. O índice de 21

envelhecimento da Região (131) em 2011 era, segundo dados do INE/PORDATA, pouco superior ao da média Nacional (128). Figura 3: Pirâmide da população residente (N.º) por local de residência (estimativa), sexo e grupo etário na Região do Algarve Pirâmide Etária da População Residente (INE) do Algarve - 2013 Homens 85 [80-85[ [75-80[ [70-75[ [65-70[ [60-15[ [55-60[ [50-55[ [45-50[ [40-45[ [35-40[ [30-35[ [25-30[ [20-25[ [15-20[ [10-15[ [5-10[ < 5 Mulheres -20.000-15.000-10.000-5.000 0 5.000 10.000 15.000 20.000 Fonte: INE, www.ine.pt; DSPP/ARS Algarve, IP Em 2013 (triénio 2011-2013), a esperança de vida à nascença, na Região (80,02 anos) aumentou 4,3 anos face ao valor registado no triénio 1996-1998 (75,7 anos), tendo sido menor que o valor apurado para Portugal Continental (80 anos), no mesmo triénio. Considerando a série temporal 1996 a 2013, a taxa bruta de natalidade na região do Algarve desde 1996 (10,1 ) manteve um crescimento até ao ano 2008 (11,3 ), em grande medida devido ao contributo dos imigrantes estrangeiros (brasileiros e de leste), ao contrário do resto do País em que houve uma descida desde 2001. Na região do Algarve, os valores variaram entre 11,1 nados vivos por mil habitantes, em 2002, e 8,4 nados vivos por mil habitantes, em 2013. Em termos demográficos, o Algarve é uma região envelhecida cujo indicie de envelhecimento tem crescido sobretudo após 2008 devido à diminuição de imigrantes em linha com a crise económica então iniciada, mas também, tal como no resto do País, devido à diminuição de natalidade e aumento da 22

longevidade. Esta situação está em linha aliás com as tendências do resto da Europa. A única diferenciação que poderemos fazer é o contributo que a imigração estrangeira e até nacional dão para o crescimento demográfico e um menor envelhecimento. O forte dinamismo demográfico do Algarve nas últimas décadas está sobretudo associado o seu forte poder de atração de imigrantes e turistas, atendendo ao clima mediterrânico ameno e à variedade de paisagens naturais que tem propiciado um forte desenvolvimento económico baseado na indústria do turismo, secundarizando atividades outrora importantes como a agricultura e a pesca. Este desenvolvimento fez do Algarve a terceira região mais rica de Portugal, a seguir ao Vale do Tejo e à Madeira, com um PIB per capita de 86% da média da União Europeia. Associado a este desenvolvimento económico e de grande importância estratégica para a Região está a criação da Universidade do Algarve (em 1976) que atualmente conta com um corpo docente de 800 docentes e cerca de 8 mil alunos e quatro pólos ( três em Faro e um em Portimão): Campus de Gambelas (Faro) Campus da Penha (Faro) Campus da Saúde (Faro) Campus de Portimão (Portimão) A universidade aposta fortemente na área da investigação científica, nomeadamente nas áreas da biologia (fauna e flora), e inclui diversas licenciaturas, pós-graduações e mestrados na área das ciências da saúde, nomeadamente em Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Radiologia, Terapia da Fala, Análises Clínicas e, desde o ano lectivo 2009/2010, um curso de Medicina e outro de Ciências Farmacêuticas na forma de mestrado integrado. As alterações demográficas e sobretudo a sazonalidade da principal atividade económica (durante o período de Verão o Algarve triplica a sua população, ou seja, a população pode passar do meio milhão habitual para cerca de um milhão e meio) coloca desafios específicos ao nível das necessidades de saúde existentes e da oferta de serviços de saúde. A grande atratividade da Região, da qual resulta muitos imigrantes e turistas, se bem que coloque problemas específicos, é também uma oportunidade nem sempre aproveitada, pois permite atrair recursos humanos qualificados nomeadamente na área da saúde. 23

O Algarve tem ainda «condições climáticas, paisagem e hospitalidade» para poder desenvolver o Turismo de Saúde, até na sua vertente mais especializada, a do Turismo Médico, para o qual já há estruturas hospitalares. Trata-se por isso de uma atividade económica relevante na área da saúde que, evidentemente, está confinada ao sector empresarial privado. 4. Perfil de Saúde da Região de Saúde do Algarve Para elaborar um breve perfil de saúde confiámos nos indicadores produzidos no Plano Nacional de Saúde 2012-2016, da DGS, atendendo podermos comparar o Algarve, o Continente e termos acesso a uma projeção para 2016. 4.1. Indicadores de saúde infantil Estes indicadores são geralmente melhores que no Continente e têm vindo a melhorar com particular relevo para a taxa de mortalidade infantil (2,9 em 2009). Há um aumento consistente do número de nascimentos pré-termo (e de crianças de baixo peso à nascença), assim como do número de partos por cesariana, em linha com o Continente. Tabela 8: Indicadores de saúde infantil INDICADOR DADOS REGIÃO ALGARVE CONTINENTE Nascimentos pré-termo (por 100 nados vivos) Crianças com baixo peso à nascença (por 100 nados vivos) Partos por cesariana (por 100 nados vivos) Mortes infantis (por 1000 nados vivos) Mortes perinatais (por 1000 nados vivos e fetos mortos de 28 e mais semanas) Taxa padronizada por 100 000 habitantes de Anos de Vida Potenciais Perdidos por situações originadas no período perinatal Mortalidade abaixo dos 5 anos (por 1000 nados vivos) 2001 6,4 5,9 2009 8,1 8,8 Projeção 2016 9,0 13,5 2001 7,6 7,1 2009 8,8 8,2 Projeção 2016 8,7 8,8 2001 21,3 28,0 2009 30,5 36,4 Projeção 2016 38,5 45,7 2001 5,5 5,3 2009 2,5 3,6 Projeção 2016 2,0 2,1 2001 5,1 6,2 2009 4,4 4,5 Projeção 2016 4,7 3,0 2001 162,2 224,2 2009 187,8 236,3 Projeção 2016 209,5 199,4 2001 7,4 6,8 2009 3,8 4,5 Projeção 2016 2,9 2,6 24

Taxa de mortalidade dos 5 aos 14 anos (por 100.000 indivíduos) Taxa de mortalidade dos 15 aos 24 anos (por 100.000 indivíduos) Nascimentos em mulheres adolescentes (por 100 nados vivos) 2001 29,0 22,1 2009 11,7 11,5 Projeção 2016 5,0 7,2 2001 107,2 81,9 2009 60,1 41,4 Projeção 2016 28,4 23,3 2001 7,0 6,0 2009 4,3 4,2 Projeção 2016 3,2 3,0 4.2. Indicadores de mortalidade geral em adultos A taxa de mortalidade geral na idade adulta e ativa (entre os 25 e os 64 anos) é mais alta que no Continente, o que merece uma reflexão aprofundada das suas causas específicas. Tabela 9: Mortalidade Geral INDICADOR DADOS REGIÃO Taxa de mortalidade dos 25 aos 64 anos (por 100.000 indivíduos) Taxa de mortalidade dos 65 aos 74 anos (por 100.000 indivíduos) CONTINENTE ALGARVE 2001 372,0 354,1 2009 342,6 292,5 Projeção 2016 327,1 242,8 2001 2132,0 2182,5 2009 1657,7 1649,5 Projeção 2016 1419,3 1325,4 4.3. Indicadores de mortalidade por doenças vulneráveis aos rastreios. Os indicadores referentes à mortalidade das doenças rastreadas ativamente no Algarve parecem não ter qualquer relação com este esforço pois que a taxa de mortalidade por cancro da mama e por cancro do colo do útero tem vindo aumentar, sobretudo esta última. A confirmarem-se estes indicadores a estratégia dos atuais rastreios devem ser alvo de reflexão. 25

Tabela 10: Taxa mortalidade padronizada por cancro da mama feminina INDICADOR DADOS REGIÃO Taxa mortalidade padronizada por cancro da mama feminina antes dos 65 anos (por 100.000 mulheres) Taxa padronizada Anos de Vida Potenciais Perdidos por cancro da mama feminina (por 100.000 mulheres) CONTINENTE ALGARVE 2001 12,8 13,8 2009 14,6 12,6 Projeção 2016 14,7 9,1 2001 241,5 190,8 2009 185,0 159,7 Projeção 2016 147,7 134,7 Tabela 11: Taxa mortalidade padronizada por cancro do colo do útero INDICADOR DADOS REGIÃO Taxa mortalidade padronizada por cancro do colo do útero antes dos 65 anos (por 100.000 mulheres) Taxa padronizada de Anos de Vida Potenciais Perdidos por cancro do colo do útero feminina (por 100.000 mulheres) CONTINENTE ALGARVE 2001 1,7 2,6 2009 4,1 2,7 Projeção 2016 9,1 2,0 2001 38,9 52,4 2009 81,5 40,3 Projeção 2016 99,3 29,8 O cancro do cólon e reto embora seja uma doença passível de rastreio, não tem sido possível até ao momento implementar um rastreio sistemático e com continuidade. A taxa padronizada de anos de vida potenciais perdidos por esta doença tem a vindo a subir em contraciclo com a do Continente: Tabela 12: TMP por cancro do cólon e recto INDICADOR DADOS REGIÃO ALGARVE CONTINENTE antes dos 65 anos (por 100.000 indivíduos) Taxa padronizada por 100.000 habitantes de Anos de Vida Potenciais Perdidos por cancro coloretal 2001 7,4 7,1 2009 7,2 7,3 Projeção 2016 9,1 6,5 2001 68,8 91,6 2009 103,7 86,6 Projeção 2016 158,5 82,1 26

4.4. Indicadores de mortalidade e acidentes cerebrovasculares Estes indicadores estão relacionados com controlo médico ou dietético da hipertensão arterial na comunidade e são muito positivos para o Algarve, havendo uma melhoria acentuada de 2001 para 2009. INDICADOR DADOS REGIÃO Taxa mortalidade padronizada por acidente vascular cerebral antes dos 65 anos (por 100.000 indivíduos) Taxa padronizada por 100.000 habitantes de Anos de Vida Potenciais Perdidos por doenças cerebrovasculares CONTINENTE ALGARVE 2001 17,1 17,8 2009 10,0 9,5 Projeção 2016 5,4 5,2 2001 310,8 219,4 2009 129,6 119,9 Projeção 2016 57,7 63,9 4.5. Indicadores de mortalidade e saúde cardiovascular Apercebemo-nos também de uma melhoria no indicador Taxa de mortalidade padronizada em consonância como o Continente, embora sempre maior, pelo que continua a ser um problema relevante no Algarve. INDICADOR DADOS REGIÃO Taxa mortalidade padronizada por doença isquémica cardíaca antes dos 65 anos (por 100.000 indivíduos) CONTINENTE ALGARVE 2001 22,9 14,8 2009 15,9 9,2 Projeção 2016 11,4 6,0 4.6. Indicadores em diabetes mellitus A taxa padronizada de anos de vida perdidos por diabetes mellitus é muito positiva para o Algarve. 27

Tabela 13: Taxa padronizada de anos de vida perdidos por diabetes mellitus INDICADOR DADOS REGIÃO Taxa padronizada por 100.000 habitantes de Anos de Vida Potenciais Perdidos por diabetes CONTINENTE* ALGARVE 2001 53,6 56,9 2009 26,1 40,0 Projeção 2016 10,5 26,6 4.7. Indicadores em doenças pulmonares O Algarve tem uma mortalidade e uma taxa de anos de vida perdidos por pneumonia infeciosa superior ao Continente mas que tem vindo a reduzir-se drasticamente. Já a taxa de anos de vida perdidos devido a neoplasias malignas do aparelho respiratório continua muito alta, havendo provavelmente um problema de diagnóstico tardio para o qual será preciso encontrar-se solução. Tabela 14: Taxa padronizada por 100.000 habitantes INDICADOR DADOS REGIÃO ALGARVE CONTINENTE* Taxa padronizada por 100.000 habitantes (<70) de Anos de Vida Potenciais Perdidos por pneumonia Taxa padronizada por 100.000 habitantes (<70) de Anos de Vida Potenciais Perdidos por tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão 2001 182,2 76,5 2009 83,2 58,5 Projeção 2016 50,4 38,2 2001 147,9 122,3 2009 180,8 144,4 Projeção 2016 215,9 164,6 4.8. Indicadores relativos a doenças atribuíveis a comportamentos de risco Reunimos neste item de forma algo artificial um conjunto de doenças que estão claramente associadas a comportamentos de risco, e por isso são 28

potencialmente alvo de estratégias preventivas que visem a mudança dos comportamentos. A mortalidade por infecção HIV tem vindo a baixar mas continua demasiado alta entre os mais jovens por comparação com o Continente, assim como a mortalidade por doença crónica do fígado, frequentemente associada a hepatite infeciosa crónica e alcoolismo. De forma consistente a mortalidade de doenças associadas ao alcoolismo em grupos mais jovens é maior no Algarve. Também de forma consistente relativamente ao maior alcoolismo em adultos jovens, temos taxas de mortalidade em acidentes de viação e laborais mais altas no Algarve, embora com tendências decrescentes. INDICADORES de infeção HIV DADOS REGIÃO ALGARVE CONTINENTE* Taxa padronizada por 100.000 habitantes de Anos de Vida Potenciais Perdidos por VIH/SIDA Taxa mortalidade padronizada por SIDA antes dos 65 anos (por 100.000 indivíduos) INDICADOR DE DOENÇA CRÓNICA DO FIGADO Taxa padronizada por 100.000 habitantes de Anos de Vida Potenciais Perdidos por doença crónica do fígado INDICADOR DE DOENÇAS ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL Taxa mortalidade padronizada por doenças atribuíveis ao álcool antes dos 65 anos (por 100.000 indivíduos) 2001 275,1 297,6 2009 150,7 128,5 Projeção 2016 101,9 63,1 2001 7,6 9,9 2009 6,8 6,2 Projeção 2016 6,1 4,2 DADOS REGIÃO ALGARVE CONTINENTE* 2001 78,2 162,6 2009 181,1 128,5 Projeção 2016 357,4 106,6 DADOS REGIÃO ALGARVE CONTINENTE 2001 10,7 11,9 2009 14,4 12,9 Projeção 2016 14,4 12,3 INDICADORES RELATIVOS A ACIDENTES DADOS REGIÃO ALGARVE CONTINENTE* Taxa padronizada por 100.000 habitantes de Anos de Vida Potenciais Perdidos por acidentes de transporte terrestre TMP por acidentes de viação antes dos 65 anos (por 100.000 indivíduos) TMP por acidentes laborais (por 100.000 indivíduos) 2001 902,0 515,2 2009 440,7 248,6 Projeção 2016 250,4 124,3 2001 27,2 11,5 2009 12,2 7,6 Projeção 2016 5,0 4,2 2001 2,3 2,7 2009 2,0 1,8 Projeção 2016 2,9 0,9 4.9. Indicador de doença mental O suicídio aumenta, em linha com o resto do Continente, e assume proporções maiores no Algarve. 29

INDICADOR DADOS REGIÃO Taxa de mortalidade padronizada por suicídio antes dos 65 anos (por 100.000 indivíduos) CONTINENTE ALGARVE 2001 6,5 3,0 2009 8,2 5,9 Projeção 2016 13,0 7,3 5. Enquadramento Geral nas Políticas para a Área da Saúde na Região 5.1 Grandes Opções do Plano Nas Grandes Opções do Plano para 2015, publicadas no DR de 31 de dezembro de 2014 (1ª Série) importa dar atenção sobretudo ao ponto 5.6. sobre Saúde, onde se refere a necessidade de colocar o SNS numa trajetória de sustentabilidade, apesar dos desafios que o envelhecimento e o aumento das doenças crónicas põem, assim como à diminuição da natalidade. São definidos 11 Objetivos Estratégicos, nomeadamente: 1º - Melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde 2º Melhorar a equidade embora respeitando a eficiência da utilização dos recursos e sua gestão. 3º Melhorar a eficiência das prestações através da desmaterialização dos procedimentos ou eficiência das tecnologias de informação e comunicação. 4º Melhorar a qualidade através da disseminação de normas de orientação clínica e de processos de acreditação. 5º Motivar os recursos humanos, planeando a sua contratação de acordo com as necessidades previsíveis, desenvolvendo matrizes de avaliação com a explicitação do papel de cada profissional. 6º Prosseguir a atual política do medicamento, incentivando a prescrição eletrónica racional dos medicamentos genéricos. 7º Melhorar a gestão e a transparência pública da informação em saúde através do aprofundamento da utilização da Plataforma de Dados da Saúde. 8º Reforçar a participação dos cidadãos e outras entidades nos programas de promoção da saúde e prevenção da doença. 30

9º Reforçar estes programas referidos em 8. através da consolidação de medidas de caráter legal, da articulação com as autarquias e da reorganização dos serviços de saúde pública. 10º Promover a investigação e a excelência através da articulação com as universidades. 11º Promover a articulação, cooperação e integração dos recursos e sistema de saúde nacional com os sistemas de saúde internacionais na Europa e nos países da CPLP. 5.2 Iniciativas Desenvolvidas pela ARS Algarve e a Relação com as Medidas do Programa do Governo O quadro seguinte identifica as iniciativas (ações e atividades) desenvolvidas pela ARS Algarve, com o objetivo de as corresponder com os Eixos Estratégicos e/ou com os Objetivos do Sistema de Saúde formulados no Plano Nacional de Saúde (PNS) 2012-2016 e a relação com as medidas do Programa do Governo. 31

Eixo estratégico - Equidade e Acesso aos Cuidados de Saúde ARS Algarve, I.P. Iniciativas Desenvolvidas pela Administração Regional de Saúde do Algarve e sua Relação com o Plano Nacional de Saúde 2012-2016 e com as Medidas do Programa do Governo Eixos Estratégicos Nome Iniciativa / Titulo do Documento Descrição Sumária (objectivo) Relação com as Medidas do Programa do Governo Eixo estratégico - Cidadania em Saúde Portal do Utente e do profisisonal Portal dedicado aos utentes e aos profissionais, que inclui informação clinica, serviços e prestadores de cuidados disponibilizados pelo SN Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde Proposta de Circular Interna - Taxas Moderadoras em dívida Devido à problemática das taxas moderadoras em dívida e os meios disponíveis para cobrar aqueles créditos, deliberou o Conselho Directivo que, quando a lei do Orçamento fosse publicada, se remetesse ao CD uma proposta de Circular.A Lei do Orçamento de Estado 2012 contemplou esta situação, instituindo a contra-ordenação pela utilizaçãodos serviços de saúde sem pagamento de taxa moderadora (Decreto-Lei nº 64- B/2011 - artigo 193º). Regulação do sector; Despacho 13795/2012, de 24 de outubro Processo de Reorganização e actualização das listas dos utentes dos médicos de medicina geral e familia Medida tendo em vista o reforço da articulação e complementaridade técnica e assistencial e melhor aproveitamento dos recursos humanos disponíveis. Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde Portaria n.º 41/2013, de 1 de Fevereiro, dos Ministérios das Finanças, da Saúde e da Solidariedade e da Segurança Social Estipula os preços dos cuidados de saúde e de apoio social prestados nas Unidades de Internamento e de Ambulatório da RNCCI, a praticar no ano de 2012 Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde; Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde Resolução da Assembleia da República n.º 16/2013, de 26 de Fevereiro Resolução da Assembleia da República n.º 18/2013, de 7 de Março A Assembleia da República recomenda ao Governo que, com caráter de urgência, promova as diligências necessárias para assegurar, a partir do início do ano de 2013, a abertura e o funcionamento das UCCI já concluídas ou cuja conclusão se verifique até final de 2013 A Assembleia da República recomenda ao Governo: -O investimento público em unidades públicas de CCI e de cuidados paliativos; -A contratualização com as unidades que se encontram prontas a funcionar; -O investimento prioritário na disponibilização de mais camas nas zonas particularmente carenciadas Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde Regulação do sector; Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde 32

Eixo estratégico - Equidade e Acesso aos Cuidados de Saúde ARS Algarve, I.P. Eixos Estratégicos Nome Iniciativa / Titulo do Documento Descrição Sumária (objectivo) Relação com as Medidas do Programa do Governo DL 124/2011 DE 29 de Dezembro; DL 22/2012, de 30 de Janeiro; DL 17/2012, de 26 de Janeiro Regulação do sector; Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde DL 69/2013, de 17 de Maio Procede à criação do Centro Hospitalar do Algarve, E.P.E., por fusão do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E., e do Hospital de Faro, E.P.E Regulação do sector Portal do Utente e do profisisonal Portal dedicado aos utentes e aos profissionais, que inclui informação clinica, serviços e prestadores de cuidados disponibilizados pelo SNS Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde SICO - Sistema de Informação dos certificados de Óbito Implementação do SGTD Permitir uma articulação das entidades envolvidas no processo de certificação dos óbitos, com vista a promover uma adequada utilização dos recursos, a melhoria da qualidade e do rigor da informação e a rapidez de acesso aos dados em condições de segurança e no respeito pela privacidade dos cidadãos. Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde Sistema de informação que suporta as actividades e a gestão integrada do processo de transporte programado de doentes, desde a sua requisição à respectiva contabilização, no quadro de intervenção de todos os seus intervenientes, através da automatização e captura de dados das Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde requisições de transporte, bmetendo-os a um workflow de aprovação no respeito absoluto da requisição original, criando condições imediatas para a desmaterialização do processo, em condições de absoluta transparência. Despacho n.º 28/2013 do Sr. Ministro da Saúde Recomendações referentes aos pontos 25 Política de administração de acesso de utilizadores e 26 Política de alterações a programas e sistemas que as mesmas serão vertidas no manual de controlo interno da ARS nesta área. Regulação do sector; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde 33

Eixo estratégico - Qualidade em Saúde ARS Algarve, I.P. Eixos Estratégicos Nome Iniciativa / Titulo do Documento Descrição Sumária (objectivo) Relação com as Medidas do Programa do Governo Proposta para Criação da Comissão Regional do Internato Médico do Algarve A Portaria nº 251/2011 de 24 de Junho desenvolvendo o disposto no Decreto-Lei nº 2003/2004, de 18 de Agosto, na redacção introduzida pelo Decreto-Lei nº 45/2009, de 13 de Fevereiro, aprova um novo Regulamento do Internato Médico Melhorar o desempenho e aumentar o rigor da gestão nas Unidades Pública de Saúde A ARS Algarve, IP pretende os ACES uniformizem os seus procedimentos de atuação relativamente à Consulta de Diabetes Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde Despacho n.º 5077/2013, de15 de abril Metas para redução dos custos com trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde Medida tendo em vista o reforço da articulação e complementaridade técnica e assistencial e melhor aproveitamento dos recursos humanos disponíveis. Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde Despacho n.º 5077/2013, de15 de abril Despacho n.º 8190/2013, de 24 de Junho, dos Gabinetes dos Secretários de Estado Adjunto do Ministro da Saúde e da Solidariedade e da Segurança Social Metas para redução dos custos com trabalho extraordinário nos cuidados de saúde hospitalares É criado um Grupo de Trabalho para proceder à avaliação da capacidade instalada e necessidades em CCI em Portugal continental, incluindo revisão das tipologias e modelo de referenciação e articulação com as unidades hospitalares, de cuidados primários e estruturas na dependência da Segurança Social No âmbito do referido Despacho foram remetidos, a 12/07/2013, ao Gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde os contributos desta ARS Algarve, IP Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde; Regulação do sector DL 124/2011 DE 29 de Dezembro; DL 22/2012, de 30 de Janeiro; DL 17/2012, de 26 de Janeiro PEM - Prescrição Eletrónica (Medicamentos, Cuidados Respiratórios Domiciliários, Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica) Implementar a Prescrição Eletrónica de Medicamentos e Cuidados Respirtários Dominicliários. e Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica) Regulação do sector; Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. 34

Eixo estratégico - Qualidade em Saúde ARS Algarve, I.P. Eixos Estratégicos Nome Iniciativa / Titulo do Documento Descrição Sumária (objectivo) Relação com as Medidas do Programa do Governo Sclinico Software evolutivo, que une o SAM (Sistema de Apoio ao Médico) e o SAPE (Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem), de forma a existir uma aplicação única comum a todos os prestadores de cuidados de saúde. Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde Telemedicina Tem como missão estabelecer as ações prioritárias de forma a implementar e monitorizar a Rede de Telemedicina no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. Portal de Requisição de Vinhetas e Receitas Plano de Desenvolvimento do Sistema de Informação da Saúde Este Portal centraliza o processo de aquisição de vinhetas médicas, disponibilizando, a todos os prescritores e entidades prescritoras, os seguintes serviços relacionados com registo do profissional e encomendas de vinhetas médicas. Regulação do sector Plano de Desenvolvimento do Sistema de Informação da Saúde (PD-SIS), que servirá de suporte à preparação dos contratos-programa entre a ACSS entidade financiadora dos Sistemas e Tecniologias de Informação e Comunicação da Saúde, e a SPMS, de acordo com o regime legal em vigor. Do seu ponto de vista quais as principais deficiências e dificuldades do sistema de informação, Que acções correctivas recomenda para ultrapassar as deficiências identificadas, Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. Quais as mais importantes acções (projectos, tarefas, iniciativas,...) que devem ser postas em prática nos próximos três anos, Para onde deve evoluir o Sistema de Informação da Saúde, Que modelo de governação deve ser implementado para as TIC no Ministério da Saúde e qual o papel que antevê para a sua instituição, bem como para os demais actores do sistema de saúde. RNU SISO Registo Nacional de Utentes Sistema de Informação para a Saúde Oral Regulação do sector; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. Regulação do sector; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. 35

Eixo estratégico - Qualidade em Saúde ARS Algarve, I.P. Eixos Estratégicos Nome Iniciativa / Titulo do Documento Descrição Sumária (objectivo) Relação com as Medidas do Programa do Governo Levantamento de Centros de Dados, Sistemas e Função Informática na AP Despacho nº9186/2011, Diário da República, 2ª série nº139 de 21 de julho de 2011 iniciativa de Levantamento de Centros de Dados, Sistemas e Função Informática na Administração Pública, inserido no contexto das medidas de racionalização e redução de custos nas TIC, na Administração Pública (previsto na Resolução de Conselho de Ministros n.º 46/2011 de 14 de Novembro). O Memorando de Entendimento (MoU) entre o Estado Português e o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia (UE) contemplava a obrigatoriedade da prescrição eletrónica de medicamentos e meios complementares de diagnóstico, abrangidos por sistemas de comparticipação pública por todos os médicos, tanto no setor público como no setor privado, bem como o desenvolvimento de relatórios periódicos de prescrição a serem distribuídos aos médicos Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. Regulação do sector; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. Circular Interna Normativa nº 1/2013 de 04 de Janeiro Grupo de Projecto de Sistema de Gestão Documental Grupo de Trabalho de Normalização de Processos e Procedimentos O Serviço Nacional de Saúde tem vindo a fazer uma forte aposta na informatização dos serviços, não apenas como forma de contribuir para a melhoria da prestação de cuidados de saúde mas também É um programa de racionalização e Ocupação de Espaço que tem como prioridades o seguinte:optimização de edifícios próprios; racionalização de edifícios arrendados; centralização de arquivos em edifícios autónomos; aumento da funcionalidade e eficiência dos serviços; promover uma política de redução de custos mantendo uma prestação de cuidados de qualidade; optimização de recursos e modernização Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde; Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. Regulação do sector Os Grupos de Trabalho para o desenvolvimento do Sistema de Arquivo do Ministério da Saúde centrase nos seguintes itens: Políticas de responsabilidade arquivística nos serviços e organismos do Ministério da Saúde; normalização e produção de instrumentos orientadores na área de gestão de informação/documentação de arquivo; criação de modelos de documentos, nomeadamente manuais de gestão de documentos em instituições hospitalares e Regulação do sector; outros, modelos de requisições internas e externas, autos de entrega, guias de remessa, Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde autos de eliminação, etc. Planos de classificação de acordo com a Macroestrutura funcional do Estado (MEF); Circulação e tramitação de processos nos serviços e organismos do Ministério da Saúde; Normas para tratamento de documentação resultante de extinção e fusão de organismos e instituições do Ministério da Saúde. 36

Objetivos para o Sistema de Saúde - Obter Ganhos em Saúde Eixo estratégico - Políticas Saudaveis ARS Algarve, I.P. Eixos Estratégicos Nome Iniciativa / Titulo do Documento Descrição Sumária (objectivo) Relação com as Medidas do Programa do Governo Guia de Boas práticas para o Sector da Saúde Despacho n.º 4859/2013 Gabinete do Secretário de Estado da Saúde de 09/04/2013 Formulário tipo para recolha da informação a monitorizar trimestralmente dos consumo Saúde em Todas as Politicas; Implementação do Programa de Eficiência Energética na Administração Pública (ECO.AP) e do Plano Estratégico do Baixo Carbono (PEBC) Guia de Boas práticas para o Sector da Saúde Circular informativa nº 87/2013 Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde Estratégia Regional para a Deficiência 2011/2013 Coordenação de um grupo de trabalho que intervem ao nível das acessibilidades, produtos de apoio e humanização do atendimento Saúde em Todas as Politicas; Qualidade e acesso efectivo aos serviços de saúde Plano de Desenvolvimento do Sistema de Informação da Saúde Plano de Desenvolvimento do Sistema de Informação da Saúde (PD-SIS), que servirá de suporte à preparação dos contratos-programa entre a ACSS entidade financiadora dos Sistemas e Tecniologias de Informação e Comunicação da Saúde, e a SPMS, de acordo com o regime legal em vigor. Do seu ponto de vista quais as principais deficiências e dificuldades do sistema de informação, Que acções correctivas recomenda para ultrapassar as deficiências identificadas, Quais as mais importantes acções (projectos, tarefas, iniciativas,...) que devem ser Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde. postas em prática nos próximos três anos, Para onde deve evoluir o Sistema de Informação da Saúde, Que modelo de governação deve ser implementado para as TIC no Ministério da Saúde e qual o papel que antevê para a sua instituição, bem como para os demais actores do sistema de saúde. 37

6. Análise Estratégica 6.1 Ambiente Externo e Interno: Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) Procede-se, aqui, à identificação das tendências relevantes para a ARS Algarve, os pontos fortes e fracos das suas capacidades atuais e as oportunidades e ameaças para o seu desenvolvimento face ao contexto envolvente. 6.1. Ambiente externo e interno O ambiente externo à ARS Algarve IP dita Oportunidades e Ameaças causadas por outros organismos, condicionadas por decisões e circunstâncias externas ao poder de decisão da ARS. Apesar de a ARS não poder controlar estas circunstâncias, deve procurar conhecer e monitorizar o seu ambiente externo com frequência, de modo a aproveitar as oportunidades e a evitar as ameaças. No entanto, evitar ameaças nem sempre é possível, cabendo ao planeamento a definição atempada da forma de as enfrentar, de modo a tentar minimizar os seus efeitos. Do ambiente interno resultam as Forças e Fraquezas da própria ARS, constituindo estes os principais aspetos que a diferenciam doutros organismos. O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da ARS, uma vez que resulta das estratégias de atuação definidas pelos próprios. Desta forma, os pontos fortes devem ser ressaltados ao máximo e os pontos fracos deverão determinar uma atuação conducente ao seu controlo ou, pelo menos, à minimização dos seus efeitos. A combinação destes da análise destes dois ambientes, interno e externo, e das suas variáveis (Forças e Fraquezas; Oportunidades e Ameaças) facilitam a análise do posicionamento da ARS, a definição das suas estratégias e a tomada de decisões por parte dos seus dirigentes. Podemos identificar os seguintes pontos fortes e fracos e oportunidades e ameaças: 38

Pontos Fortes (S) 1. Mudança física da sede da ARS para local com melhores condições de trabalho; 2. Liderança e interesse na operacionalização da reforma organizacional das ARS (criação de mais USF); 3. Inovação na área da saúde materno-infantil (GASMI, Semana do Bebé, Janela Aberta à Família) 4. Existência de alguns quadros técnicos com capacidade reconhecida. Pontos Fracos (W) 1. Pouca abertura à inovação 2. Indefinição dos circuitos de articulação interna entre serviços e com os ACES; 3. Deficit de comunicação e desconhecimento intrainstitucional; 4. Existência de sistemas e redes de informação diferentes e desarticulados sobretudo ao nível dos ACES; 5. Ausência de planeamento a médio e longo prazo na contratualização de recursos e aquisição de equipamentos; Oportunidades (O) 1. Mestrado de medicina na Universidade do Algarve; 2. Crise económico-financeira como forma de obtenção de ganhos de eficiência operacional; 3. Melhoria das redes de referenciação inter-hospitalar com hospitais fora da Região através da telemedicina; 4. Imagem positiva do Algarve para captação de recursos humanos diferenciados Ameaças (T) 1. Fraca articulação com as unidades hospitalares 2. Restrições legais à contratação e manutenção de recursos humanos; 3. Crise económico-financeira e consequentes restrições orçamentais; 4. Rigidez na dependência de serviços externos nas tarefas das aquisições de serviços e equipamentos que impedem a inovação (por ex: ACSS, DGO, DGS, etc.); 5. Baixo nível de participação das autarquias e outros organismos na gestão da sua própria saúde; 39

6.2 Stakeholders O desempenho de uma instituição depende da interação com o seu ambiente externo, concretamente com as partes interessadas, em função das expectativas e interesses que estas manifestam, de forma mais ou menos direta, face às suas atividades. Matriz de análise de Stakeholders Este mapa permite-nos classificar os stakeholders em relação ao poder que detêm relativamente à ARS Algarve, I.P. e a extensão em que é provável mostrarem interesse nas estratégias da instituição e/ou nos seus objetivos, programas/projetos e atividades. A Matriz de Poder/Interesse que se apresenta de seguida, ajuda a identificar o tipo de relacionamento que a ARS Algarve, I.P. deve ter com cada um dos grupos. 40

Interessa especificar em que se baseia a interação existente com os stakeholders (SH) que se revelam mais poderosos e altamente interessados nas estratégias da ARS Algarve, IP. ACES: Avaliam a instituição segundo critérios de eficiência e eficácia, no âmbito da implementação das medidas de harmonização, de simplificação e de racionalização de processos e procedimentos, quer ao nível interno como externo. Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS): Enquanto organismo coordenador, no Ministério da Saúde, das atividades de planeamento de recursos humanos do SNS; de planeamento e coordenação da gestão dos recursos financeiros afetos ao SNS e de definição de políticas sobre sistemas e tecnologias de informação e de comunicação assume-se como o stakeholder mais influente ao nível sectorial. Autarquias: Colaboração na elaboração da Carta de Equipamentos de Saúde que integra os Planos Diretores Municipais, são ainda parceiros de ações na comunidade com impacto na saúde, integração e desenvolvimento das populações. 41