de Janeiro, Brasil.

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Transcrição:

AS CARACTERÍSTICAS DO PERFIL DO DOADOR DE SANGUE NO BRASIL CARLOS ROBERTO VIEIRA DE FARIAS¹, ALESSANDRA DA TERRA LAPA², ROGÉRIA CASSIANA SCHIMITH DE FARIAS³, DANIELE DURVAL DOS SANTOS 3, CARLA VIVIANE DUARTE DE OLIVEIRA 3, LÍDIA RAQUEL FREITAS 3 1 Acadêmico de enfermagem do Centro Universitário Augusto Motta UNISUAM. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: crvfarias@gmail.com 2 Enfermeira. Mestre em Enfermagem FENF/UERJ. Especialista em Enfermagem do Trabalho ENF/UERJ. Professora do Centro Universitário Augusto Motta. Coordenadora Adjunta do Curso de Especialização de Gestão em Saúde da Família ENF/UERJ. Rio de Janeiro, Brasil. 3 Acadêmicas de enfermagem da UNISUAM. INTRODUÇÃO: O sangue é formado pelo plasma e por células - hemácias, plaquetas e leucócitos. As principais funções destes elementos são: Plasma - controlar hemorragias; Hemácias - transportar o oxigênio para todo o organismo; Plaquetas - controlar sangramentos; Leucócitos - combater infecções (HEMORIO, 2016). Há 03 principais tipos de doação, a de sangue total, por aférese e doação autóloga. A doação de sangue total é a doação habitual, onde até 450 ml de sangue são coletados em uma bolsa produzida com materiais e soluções que permitem a preservação do sangue. Os homens podem doar de 2 em 2 meses, até 4 vezes ao ano e as mulheres podem doar de 3 em 3 meses até 3 vezes ao ano (HEMORIO, 2016). A aférese é um tipo de doação onde se coleta apenas um componente específico do sangue. E a doação autóloga consiste em coletar, antes de uma cirurgia, o sangue do paciente que vai ser operado (HEMORIO, 2016). A doação de sangue é um ato voluntário e altruísta que salva vidas. E doar sangue é seguro e quem doa uma vez, não é obrigado a doar sempre. No entanto, é muito importante que pessoas saudáveis doem regularmente (HEMORIO, 2016). OBJETIVO: apresentar os dados sobre o perfil do doador de sangue, segundo o manual do ministério da saúde, e analisar as características do perfil do doador de sangue. 1 / 5

METODOLOGIA: Esta pesquisa trata-se de uma revisão de literatura, sendo um estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa (LAKATOS, 2010). A busca de dados foi na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com recorte temporal dos últimos cinco anos, com aplicação dos seguintes descritores: Doadores de Sangue, Seleção do Doador, Enfermagem. Delimitamos como critério de inclusão as publicações nacionais, disponibilização completa do material, dentro do recorte temporal de cinco anos e com conteúdo que contemplasse o objetivo do presente estudo. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS: Os resultados a serem apresentados foram a partir de dados publicados pelo Ministério da Saúde (2015) em seu mais recente relatório, sobre a distribuição por percentual, das coletas de sangue e suas demais características em todo território brasileiro. No Estado do Rio de Janeiro, o percentual de doação de sangue no ano de 2012 foi equivalente a 74,66%, no ano de 2013 com 76,18% e em 2014 com 73,98%. Cabe ressaltar que o Sistema Único de Saúde (SUS) representa a maior coleta de sangue no Estado do Rio de Janeiro e em grande parte do Brasil, através das unidades públicas de saúde, comparado aos serviços privados e os privados com contrato no SUS. Esses dados ressaltam a importância do nosso sistema de saúde que é responsável pela maior captação de sangue em maior parte do Brasil, quando não, as unidades privadas com contratado com o SUS, assumem o primeiro lugar (BRASIL, 2015). No ano de 2014, o número de coletas em território nacional teve um aumento de 162.446 procedimentos em relação a 2013. Quanto ao tipo de doador, os percentuais de doadores de retorno são maiores em relação aos doadores de primeira vez em todas as regiões, mantendo o mesmo comportamento de 2012, sendo o seu menor registro na Região Nordeste (57,92%). Em 2012 o doador do tipo retorno, apresentou um grande número na região Norte, computando (65,49%) de doações em relação ao doador de 1ª vez. E em 2014 houve um aumento pouco significativo. As demais regiões apresentam percentuais de doadores de retorno acima de 59% (BRASIL, 2015). Os doadores espontâneos no Centro-oeste (79,12%) são quantitativamente superiores em relação ao doador autólogo (0,09%). Já no ano de 2014 os dados apontam que os doadores autólogos tiveram uma redução (0%). E os doadores espontâneos tiveram um aumento de (0,27%). É relevante ressaltar, apesar do percentual de doadores espontâneos ter aumentado, os doadores autólogos estão deixando de doar sangue. Atualmente, aproximadamente 1,8% da 2 / 5

população brasileira é doadora de sangue (BRASIL, 2015), mas segundo recomendações, o índice ideal deve estar entre 3% a 5% (OPAS/OMS, 2016). Quanto aos dados referentes ao gênero do doador de sangue, em 2014, o gênero masculino representou a maior parte dos candidatos à doação. O maior percentual do gênero masculino foi 65,48% na região Norte do país e o menor percentual observado foi 54,66% na região Sul, em que o gênero feminino teve um aumento do percentual, porém ainda menor que o masculino. Assim, as mulheres desta região doam mais em comparação as outras regiões. Em 2012 no Norte do país, os dados não foram muito diferentes, o percentual do gênero do masculino (66,57%) chegou a superar o feminino (33,43%) em 33,14%, em 2014 essa diferença teve uma redução com 30,96%. Com relação a faixa etária, o doador maior de 29 anos são os que mais doam em comparação as outras faixas etárias, tendo a sua predominância no Sudeste com (61,99%) segundo os dados do Ministério da Saúde de 2012 e no ano de 2014 esse percentual não teve alterações muito significante. (BRASIL, 2015). Esses dados são fundamentais, pois norteiam a ações que serão planejadas pelo Ministério da Saúde e demais projetos parceiros. Durante a análise, foi evidenciado que os doadores retornam em sua grande maioria para realizarem novas doações. Essa análise nos permite concluir que as atuais ações de captação devem ser direcionadas para o público que ainda não realizou a doação, sendo essas as menores taxas. No país, entre os anos de 2012 e 2014, a média de coletas sanguíneas realizadas foi de 3.613.930 procedimentos anuais (BRASIL, 2015; OPAS/OMS, 2016). É importante ressaltar que independente das características do doador e dos motivos que o fizeram doar, a doação deve ser um ato voluntário, de amor ao próximo. E corroborando os dados apresentados, Belato et al (2011) identificou este mesmo sentimento em uma cidade do Sul do Brasil, por meio de um estudo transversal, com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos através de formulários com amostra de 236 estudantes universitários e de 152 usuários que acessaram o pronto atendimento do hospital da mesma cidade, totalizando 388 indivíduos. E ao buscar identificar os fatores motivacionais que levaram os entrevistados à doação de sangue, os dados revelaram que, em primeiro lugar estavam o sentimento de ajudar as pessoas e a voluntariedade, representando 75,8% das doações, seguidos da doação a membros da família. Ambos os motivos são de caráter solidário e tal fato representa uma significativa mudança no perfil dos 3 / 5

doadores e um grande avanço, pois, até o ano de 1998, a maioria das doações era somente para fins de reposição. O reconhecimento da necessidade de existirem projetos que visem à sensibilização para o ato de doar sangue, salientando a desmitificação em relação às informações falsas acerca da doação de sangue, possibilita a conscientização da importância de ajudar o próximo (BELATO et al., 2011). Nesse sentido, essas são práticas educativas eficazes, como se pode constatar, e passam, sobretudo, pelo esclarecimento, pela informação detalhada e científica do uso adequado do sangue (BELLATO et al., 2011). CONCLUSÃO: A análise dos dados demonstrou que os doadores do gênero masculino são os mais envolvidos nas ações de doação de sangue, contribuindo para o aumento do índice de doação. Outro dado importante, é quanto a idade do doador, em que os jovens têm menor percentual das doações de sangue. As doações ocorrem em sua maioria por motivação espontânea e ocorrem de forma habitual, nos permitindo concluir que já existe uma mudança na sociedade para a desconstrução dos mitos, preconceitos e tabus. Contribuindo para uma mudança do senso comum da população, para uma prática de doação de sangue voluntária, habitual e altruísta. No entanto, é fundamental a intensificação das práticas educativas voltadas para a captação desses grupos populacionais que possuem menor percentual de doação de sangue, buscando a autoconscientização da sociedade para a doação não como um ato de cidadania ou como uma forma de avaliação do estado de saúde do doador, mas sim como um ato de salvar vidas. DESCRITORES: Doadores de Sangue, Seleção do Doador, Enfermagem. REFERÊNCIAS: BELATO, D. et al. Perfil dos doadores e não doadores de sangue de um município do sul do Brasil. Revista de Enfermagem da UFSM, [S.l.], v. 1, n. 2, p. 164-173, mar. 2011. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/2479>. Acesso em: 04 nov. 2016, as 22:30h. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Caderno de informação: sangue e hemoderivados: dados de 2014 / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. 9. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 154 p. 4 / 5

HEMORIO. Governo do Estado do Rio de Janeiro. Doe. 2016. Disponível em: <http://www.hemorio.rj.gov.br/>. Acesso em: 11 de setembro de 2016, as 16:00h. LAKATOS, E.M; MARCONI, M.A. Fundamentos da Metodologia Científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE/ ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OPAS/OMS). OPAS/OMS conclama os países das Américas a adotar ações para assegurar 100% de sangue por doações voluntárias altruístas. 2016. Disponível em: http://www.paho.org/bireme/index.php?option=com_content&view=article&id=209%3 Aopasoms-conclama-os-paises-das-americas-a-adotar-acoes-para-assegurar-100- de-sangue-por-doacoes-voluntarias-altruistas&itemid=73&lang=pt. Acesso em: 11 de setembro de 2016, as 16:00h. 5 / 5