NOVO PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA UCSal



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Transcrição:

NOVO PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA UCSal Marcos Jorge Almeida Santana Universidade Católica do Salvador Escola de Engenharia- Campus de Pituaçú 40000-000 SSA-Ba marjoras@ucsal.br Resumo. Este Projeto Pedagógico se constitui no balizador do fazer cotidiano das atividades do Curso de Engenharia Civil da Universidade Católica do Salvador. Ele está inserido no Projeto Pedagógico Institucional, em consonância com a Legislação Educacional do país, com vistas a estabelecer condições para implantação de um novo currículo para engenharia civil, baseado na realidade baiana, nas demandas sociais e de mercado. Visa provocar reflexão critica do corpo docente e discente, para definição de indicadores de qualidade do processo ensino/aprendizagem, contribuindo para a formação de profissionais de engenharia, competentes e comprometidos. Palavras-chave: Projeto pedagógico, Currículo, Ensino/Aprendizagem. APP - 69

1. INTRODUÇÃO A realidade do ensino superior, no Estado da Bahia, reflete o modelo nacional de estagnação, sendo praticamente o mesmo da década de 60, necessitando, portanto, adequar-se ao cenário de transformações sociais que caracterizam o mundo atual, o qual impõe a oferta de novos cursos superiores e a inovação da atual estrutura de cursos, com a implantação de ênfases e habilitações consoantes com as necessidades da sociedade e adequadas às diversidades de perfis requeridos pela contemporaneidade. Este Projeto Pedagógico é compreendido como um percurso de ensino/aprendizagens construído no processo de formação do futuro profissional, envolvendo professores, funcionários e os próprios estudantes, da Escola de Engenharia, nas diversas ações que o compõem. O processo de redimensionamento contempla uma estrutura curricular mais flexível, com novas estratégias de ensino/aprendizagem, centrado no estudante, privilegiando outros referenciais, além da sala de aula. A interdisciplinaridade, a iniciação científica, a integração da teoria com a prática desde o início do curso e as atividades complementares, entre outros, propiciam um novo ambiente de questionamento estabelecendo a pesquisa como princípio educativo. O novo curso, tem como novidade a habilitação em engenharia civil com ênfases diferenciadas em: estruturas, meio ambiente e gerenciamento da construção civil. 2. O PERFIL PROFISSIONAL O curso de Engenharia Civil da UCSal, em consonância com as Diretrizes Curriculares [1], busca garantir ao estudante uma formação básica técnico-científica e profissional geral. Que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias, a atuar crítica e criativamente na identificação e resolução de problemas da sociedade e responder aos desafios com visão humanística e atitude ética. Com vistas a atender ao perfil desejado, o currículo deverá permitir que o aluno desenvolva, durante a sua formação, competências e habilidades indispensáveis ao exercício das suas atividades profissionais. 3. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CURSO O Estado da Bahia, nas últimas décadas, alcançou taxas de crescimento que lhe asseguram um Produto Interno Bruto - PIB de US$ 34,2 bilhões, sendo o maior da Região Nordeste, representando quase 40% do produto nordestino, e o sexto entre os maiores estados brasileiros. Uma análise mais aprofundada do cenário produtivo da economia baiana indica que alguns setores se apresentam com maiores possibilidades de crescimento nos próximos dez anos, dentre eles está em destaque a Construção Civil. Por outro lado verifica-se que, na região, o percentual de profissionais de nível superior no mercado de trabalho é, ainda, muito baixo, correspondendo a 2,5% da população ocupada [2]. Nesse sentido, a expansão do ensino superior na Bahia bem como a melhoria da qualidade do curso é uma necessidade imprescindível para a modernização da sua economia e para o desenvolvimento social do Estado. Ressaltese, ainda, que a ampliação do ingresso no ensino superior constitui um poderoso instrumento de diminuição das desigualdades sociais, uma vez que possibilita o acesso de diferentes camadas sociais a posições melhor remuneradas no mercado de trabalho. 4. NOVO PROJETO PEDAGÓGICO O Novo Projeto Pedagógico de Engenharia Civil da UCSal quer se constituir no balizador do fazer cotidiano das atividades do Curso de Engenharia Civil Ele está inserido no Projeto Pedagógico Institucional em consonância com a Legislação Educacional do país [2]. Está sendo construído no âmbito da comunidade acadêmica de Engenharia, auxiliado por especialistas de outras áreas e tem como objetivos, geral: - estabelecer condições para implantação de um novo currículo para engenharia civil, com base na realidade baiana e do país, nas demandas sociais e de mercado, de acordo com a nova Lei de Diretrizes e Bases, 9394/96 (LDB) [3]; específicos: - provocar reflexão critica do corpo docente e discente, para definição de indicadores de qualidade do processo ensino/aprendizagem. - definir estratégias para o efetivo comprometimento de todos os envolvidos no processo de mudança. - contribuir para o aumento gradativo do nível de satisfação dos estudantes, professores e servidores. - contribuir para a formação de profissionais de engenharia, competentes e comprometidos socialmente 4.1. Justificativa APP - 70

A realidade do ensino superior, no Estado da Bahia, reflete o modelo nacional de estagnação e crescimento. O ensino superior, no Estado, é oferecido por diversas instituições, entre Universidades, Faculdades, Escolas e Centros Universitários. Algumas dessas instituições foram recentemente instaladas, em especial na Grande Salvador, para suprir as carências nesse nível do ensino, criando novos cursos superiores e ampliando a oferta de vagas no ensino universitário. Para a UCSAL, todos estes movimentos incentivam e impulsionam a implantação de estratégias de revisão, mudanças e ampliação dos seus cursos. E para a Escola de Engenharia, então, o contexto e as circunstâncias são imperativos. 4.2. Concepção e construção do novo projeto pedagógico Nessa nova realidade, que envolve profundas e velozes transformações sócio-culturais, tecnológicas e do mundo do trabalho, os cursos tradicionais de Engenharia não respondem mais aos desafios da sociedade contemporânea. Assim, o Novo Curso de Engenharia Civil da UCSal, engajado neste contexto, local e regional, procura incluir as preocupações dessa nossa realidade nas atividades de pesquisa, ensino e extensão, para que o estudante possa construir o seu conhecimento a partir de experiências específicas na área Em diversas discussões, na Escola, com a presença de professores, estudantes e funcionários os presentes foram unânimes em afirmar que o currículo é obsoleto, fragmentado e desarticulado dos conteúdos ministrados dificultando a formação profissional dos egressos, evidenciando a necessidade de mudanças Deu-se início, portanto, ao processo de construção do método para a mudança, concretamente, com a participação de todos. 4.3. Características O caminho para estabelecimento de condições de implantação de um novo currículo para engenharia civil deve passar pelo projeto pedagógico do curso e contemplar os seus princípios e objetivos, com características global, particular e específica. No global, estão explicitadas acima, no contexto, as considerações a nível nacional e mundial que alimentam as preocupações contidas nos diversos documentos que constituem a Legislação Nacional para a Educação. No particular estão as demandas sociais regionais e locais que direcionam as tendências e objetivos do curso. Finalmente, o específico que engloba as peculiaridades de um curso de engenharia, garantindo as especificidades da área de conhecimento. A UCSal, na Ref. [1], indica, nos seus Cadernos de Graduação, alguns caminhos para reflexão sobre questões da nova realidade educacional, buscando ocupar espaço no novo cenário do ensino superior no Estado da Bahia. A legislação educacional vigente no país estabelece os princípios básicos que devem fundamentar as mudanças em uma estrutura curricular, exigindo: flexibilidade, autonomia, articulação e atualização, tanto para a Instituição de ensino, como para o educador e o educando. 4.4. O novo currículo O processo de redimensionamento do Projeto Pedagógico do curso de Engenharia Civil da UCSal deverá perseguir, portanto, uma estrutura curricular mais flexível, contemplando novas estratégias de ensino/aprendizagem, privilegiando na formação do profissional de engenharia a capacidade de demonstrar competências, habilidades e atitudes críticas diante da realidade circundante. O novo curso tem como novidade a formação em engenharia civil com ênfases diferenciadas, de acordo com as demandas atuais da sociedade. Assim os conteúdos curriculares estarão contemplados nos seus três tipos distintos, básicos, profissionais e complementares. Alguns destes componentes estão organizados em blocos ou módulos constituindo-se em áreas de ênfases e/ou de aprofundamento para os graduandos, podendo, também, se constituir em cursos seqüenciais para graduados de outros cursos (pós-graduação). Inicialmente, serão oferecidas ênfases em: - estruturas - meio ambiente - gerenciamento da construção civil Todos os estudantes terão a mesma formação básica e profissionalizante, essencial do curso, sendo que nos dois últimos períodos, aqueles que optarem, poderão complementar com disciplinas específicas da ênfase escolhida, integralizando com o trabalho obrigatório, interdisciplinar, de conclusão de curso. O curso tradicional de engenharia civil, atendendo as orientações contidas nas Diretrizes Curriculares poderá ser concluído em oito semestres, num total de 3.526 horas, incluindo Estágio Supervisionado, cujo Relatório Final deverá ser defendido perante uma Banca, constituindo-se no próprio Trabalho de Conclusão de Curso TCC. Nesta nova proposta da Escola de Engenharia da UCSal, o estudante tem ainda a oportunidade de se formar em engenharia civil, com especialização na ênfase escolhida. De acordo com a estrutura curricular abaixo, perfazendo um total de 4.070 h, incluindo TCC, existe a oportunidade de ampliação dos estudos sem a necessidade de se buscar outros cursos para especializações nessas áreas. APP - 71

4.5. Periodização 1º SEMESTRE ENG101 Introdução a Engenharia 34 02 s/requisito ENG102 Introdução à computação 68 04 s/requisito ENG103 Desenho (geométrico e descritiva) Básico 102 06 s/requisito ENG104 Metodologia da pesquisa 68 04 s/requisito ENG105 Calculo diferencial e integral I 68 04 s/requisito ENG106 Teologia 68 04 s/requisito Total 408 24 2º SEMESTRE ENG201 Química aplicada a Engenharia 68 04 s/requisito ENG202 Física geral e experimental I 102 04 ENG105 ENG203 Desenho de Construção Civil 68 06 ENG103 ENG204 Geometria Analítica e Álgebra linear 102 06 s/requisito ENG205 Calculo diferencial e integral II 68 04 ENG105 ENG206 Probalidade e Estatística 68 06 s/requisito ENG207 Estágio I 40 02 s/requisito Total 482 30 3º SEMESTRE ENG301 Física Geral e experimental II 102 06 ENG202 e ENG205 ENG302 Cálculo diferencial e integral III 68 04 ENG205 ENG303 Topografia 102 06 ENG203 ENG304 Mecânica geral aplicada a engenharia 68 04 ENG202 ENG305 Materiais de construção I 68 04 ENG104 ENG306 Computação Gráfica Aplicada 68 04 ENG102 Total 476 28 4º SEMESTRE ENG401 Física geral e experimental III 102 06 ENG302 ENG402 Métodos numéricos em engenharia 68 04 ENG302 ENG403 Geologia aplicada a engenharia 68 04 ENG303 ENG404 Fundamentos de Economia 68 04 ENG206 ENG405 Resistência dos materiais I 68 04 ENG202 ENG406 Materiais de construção II 68 04 ENG305 Total 442 26 5º SEMESTRE ENG501 Administração e Organização empresarial 68 04 ENG206 ENG502 Estática das construções 68 04 ENG304 ENG503 Fenômenos de transporte 68 04 ENG302 ENG504 Resistência dos materiais II 68 04 ENG405 ENG505 Mecânica dos solos I 68 04 ENG403 ENG506 Geoprocessamento Aplicado 68 04 ENG102 Total 408 24 6º SEMESTRE ENG601 Eletricidade 68 04 ENG401 ENG602 Hidráulica 68 04 ENG503 ENG603 Mecânica dos solos II 68 04 ENG505 ENG604 Estrutura de concreto armado I 68 04 ENG405/406 ENG605 Ética e Legislação /relação e segurança no trabalho 68 04 ENG101 ENG606 Ciências do ambiente 68 04 ENG101 ENG607 Estágio II 60 02 Estágio I Total 400 26 APP - 72

7º SEMESTRE ENG701 Construção civil I 68 04 ENG305 ENG702 Fundações 68 04 ENG603 ENG703 Estrutura de concreto armado II 68 04 ENG604 ENG704 Planejamento de sistemas viários 68 04 ENG303 ENG705 Hidrologia 68 04 ENG602 ENG706 Instalações prediais 68 04 ENG601 e ENG602 Total 408 24 8º SEMESTRE ENG801 Construção civil II 68 04 ENG701 ENG802 Construção de vias e arruamentos 68 04 ENG704 ENG803 Saneamento básico 68 04 ENG602 ENG804 Estruturas em aço 68 04 ENG504 ENG805 Estruturas em madeira 68 04 ENG504 ENG806 Logística 34 02 ENG404 ENG807 Estágio III 60 02 ENG607 Total 434 24 9º SEMESTRE ENG001 Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC) 34 02 s/requisito ENG901 Saneamento ambiental Tópicos Especiais 68 04 s/requisito 1ª disciplina da ênfase 68 04 s/requisito 2ª disciplina da ênfase 68 04 s/requisito 3ª disciplina da ênfase 68 04 s/requisito Total 306 18 10º SEMESTRE ENG002 Trabalho de conclusão de curso II (TCC) 34 02 ENG001 4ª disciplina da ênfase 68 04 s/requisito 5ª disciplina da ênfase 68 04 s/requisito 6ª disciplina da ênfase 68 04 s/requisito Total 238 14 5. COMPROMISSOS ASSUMIDOS Para consecução dos objetivos, através da estrutura curricular acima, são apresentados, a seguir, alguns detalhes de atividades e responsabilidades assumidas por todos os envolvidos no processo. 5.1. Estágio supervisionado A Escola compromete-se em estabelecer condições facilitadoras para que o estudante possa, não só ver na prática os conhecimentos teóricos, como desenvolver o seu potencial criativo e empreendedor. Parcerias com Institutos, Empresas, Sindicatos entre outros, são providenciadas assumindo compromissos e definindo as condições orientadoras do estágio, tanto por parte da empresa como por parte da Escola. A carga horária obrigatória (160h) será distribuída em obras e/ou escritórios, além de palestras, discussões e apresentações de Relatórios consubstanciados, em sala de aula, ensejando à todos uma troca rica de experiências. A Disciplina Estágio Supervisionado está subdividida em três etapas, buscando uma oportuna interação com outras disciplinas. No segundo semestre do curso, ela consta como um momento de geração de dúvidas, que formam os questionamentos ou as pesquisas, podendo totalizar 40 horas. As disciplinas Metodologia da Pesquisa e Introdução à Engenharia são as referências orientadoras para essa fase. O confronto do calouro com a realidade de obras ou de bairros degradados formará alguns cenários de reflexão para o seu curso. A segunda etapa, ou Estágio II, com 60 horas, será a partir do quarto semestre, tendo as disciplinas de Materiais de Construção como alimentadoras. A terceira e última etapa, Estágio III, com 60 horas, será no oitavo semestre, interagindo com Construção Civil II e outras disciplinas, como uma espécie de consolidação dos estudos realizados, alimentados pelos questionamentos ao longo do curso, que deverá se converter em um Relatório consubstanciado, com base nos diários de campo, APP - 73

depoimentos e relatórios parciais demonstrativo dos conhecimentos adquiridos pelo estudante, até ali. Esse Relatório será considerado como o Trabalho de Conclusão de Curso, com todas as suas exigências, para os estudantes que conseguirem concluir o Curso em apenas oito semestres, sem interesse de cursar as ênfases, nos semestres subseqüentes. Vale ressaltar que as atividades desenvolvidas no período de férias escolares poderão ser contabilizadas na carga horária total da disciplina, guardadas as exigências do curso para as atividades complementares. 5.2. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC Este trabalho será desenvolvido ao longo dos dois semestres das ênfases, (período da especialização) correspondendo a uma disciplina, com 68 h, subdividida em duas etapas, orientada por um professor da área da ênfase escolhida. Há necessidade de defesa do TCC, perante uma Banca Examinadora, através de apresentação de uma monografia, demonstrando a consolidação dos conhecimentos adquiridos durante o curso. Desta monografia, um Artigo Técnico com no máximo oito páginas deverá ser elaborado para publicação em Revista ou outros fóruns. 5.3. A pesquisa Uma Universidade se caracteriza pela produção do conhecimento, a pesquisa é o princípio fundamental. Devese lutar pela institucionalização de mecanismos que garantam o fomento à pesquisa tecnológica, colocar os estudantes em permanente contato com temas de pesquisa, através da iniciação científica, projeto de monitoria, estágios e com o TCC, aproximando-os, assim, da pós-graduação. As disciplinas das ênfases serão desenvolvidas dentro da dinâmica de linhas de pesquisa, ou seja, o estudante, iniciante científico, deverá interagir com o professor-orientador na busca das informações e conhecimento, problematizando e buscando soluções para se construir o novo. Na monitoria há uma preocupação básica com o incentivo à iniciação científica e a docência através do estímulo à atividade investigativa, ao lado do professor pesquisador. Para tanto, o ambiente de sala de aula será complementado com outros referenciais, tais como laboratórios e bibliotecas do próprio campus, como aqueles outros espaços dinâmicos, que podem estar na internet (virtual) ou na própria cidade, nos canteiros de obras (real). Os estágios supervisionados, desde o segundo semestre, em interação com disciplinas, facilitará o necessário questionamento do estudante, nessa integração da teoria com a prática. 5.4. O ensino É através da pesquisa que podemos melhorar a pedagogia de ensino. Educar pela pesquisa deve ser a tônica, para tanto este projeto traz no seu bojo preocupações para formação de um novo engenheiro, a partir do estudante que pesquisa e organiza os seus estudos, incluindo a própria reciclagem do professorado [4]. O novo curso quer se apoiar nas diversas possibilidades de aprendizagem para o estudante. Além da sala de aula, como primeiro referencial, o novo curso deseja explorar outros espaços, além dos intramuros, como os diversos canteiros de obras existentes na cidade, constituindo-se em verdadeiros laboratórios dinâmicos e estimuladores, porque estando em verdadeira grandeza, oferecem mais elementos para os questionamentos, no confronto direto entre a teoria e a prática. Um ensino que assegure o espaço para a integração da teoria com a prática, a extensão com finalidade acadêmica e que busque se articular com a pós-graduação para retroalimentar a graduação. 5.5. A extensão A Pesquisa estimula a articulação com a Sociedade e a Extensão nasce dessa possibilidade de se interferir na realidade, conhecendo-se os problemas aí existentes. As condições em que vive grande parte da população de Salvador ensejam e estimulam discussões para a busca de soluções, e até mesmo de mudanças em currículos. As novas técnicas de ensino/aprendizagem estimulam a problematização, ou seja, a partir de um problema pesquisar soluções, nesse particular a nossa cidade se apresenta como um verdadeiro laboratório. 5.6. Atividades complementares Serão admitidas a complementação de carga horária e a de conteúdos através dos chamados estudos independentes tais como: disciplinas de outros cursos, participação em congressos, seminários, palestras, bem como em atividades voluntárias ou programadas de engenharia, junto a comunidades de bairros, desde que se comprovem a presença e o resultado obtido, no mesmo período do curso. 5.7. Avaliação de aprendizagem A avaliação ocorrerá durante todas as aulas, buscando sempre valorizar o qualitativo e o quantitativo, levando em conta o desenvolvimento dos estudantes. APP - 74

No primeiro momento, será feita uma avaliação para diagnosticar o nível dos conhecimentos dos alunos. Depois se fará a avaliação de aprendizagem propriamente dita, para se identificar como os alunos interagem com os conteúdos, culminando com a avaliação de cada unidade para analisar como ocorreu a aprendizagem. A avaliação diagnóstica, um pouco da visão (subjetiva) que o professor tem do estudante, somada com a formativa, que é revelada no processo, ao longo do curso (problematização, questionamentos, críticas, sugestões criativas, assiduidade, entre outros), além da avaliação somativa, representada por uma nota ou conceito, configuram um quadro mais expressivo do desenvolvimento alcançado pelo estudante. 5.8. Participação do estudante Embora se tenha toda uma preocupação para que o estudante seja o centro das atenções e não o professor, há que se cobrar compromisso não só de assiduidade, mas de participação e questionamento. Não pode haver escola sem estudantes interessados. Esta reconstrução que tanto se enfatiza só pode existir como fruto de uma ação coletiva, o professor não é responsável pelo conhecimento do estudante ele é apenas um aliado, estimulador, mas que participa. 5.9. Participação do educador O professor tem um papel importantíssimo neste Projeto Pedagógico, além daqueles reservados aos outros atores. Como educador que é, deverá proporcionar ao educando momentos de verdadeira descontração com estímulos diversos para o aprendizado. Com a proposta de educar pela pesquisa, que é uma prática nova, mas que se impõe pelas diversas vantagens já apontadas por estudiosos do assunto, comprovado na Ref. [4], o professor se deparará com situações inusitadas, ao invés de aulas prontas, com respostas pré-concebidas, enfrentará o inesperado, a dúvida, e junto com o estudante caminhará na construção do novo, ensinando e aprendendo. Deverá o professor escrever o seu Plano de Ensino em consonância com o Projeto Pedagógico, estabelecendo o fazer do educador, dentro e fora da sala de aula, e no percurso socializar as suas experiências, erros e acertos, como forma de enriquecimento para o grupo ao qual está ligado. Tudo isto no prazer e no amor para que gere frutos. 5.10. Participação do servidor O servidor é aquele ator indispensável no fazer cotidiano da Escola. Sempre em contato com estudantes e professores, carrega a dura missão de permanecer bem disposto para o servir. Guardador de importantes documentos, deve ser fiel e cúmplice na proteção, além do rigor, sem perder a ternura. Uma política de qualificação, estimuladora do crescimento do servidor, deve ser perseguida. 5.11. Núcleo de apoio à pesquisa Para a prática do bom aprendizado, foi criado um Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP), como incentivo ao questionamento e à busca. Com a responsabilidade dos professores orientadores, auxiliados pelos monitores, iniciantes científicos e até mesmo os estagiários. O Núcleo se constitui em um espaço de trocas de documentos, experiências, discussões e elaborações individuais e/ou coletivas (laboratório de aprendizagem). Equipado com modernos equipamentos de auxílio à aprendizagem, deverá proporcionar aos usuários verdadeira satisfação na busca da informação e do conhecimento com colegas de diversas disciplinas, formando equipes multidisciplinares. 6. REFERÊNCIAS Um Projeto como este requer leituras estudos discussões e reflexões oriundas de diversas fontes. Há um número significativo de títulos referentes ao assunto, aqui são citados apenas alguns que serviram de consulta e orientação, além daqueles referenciados no texto, sem mencionar as diversas apreensões e inferimentos resultantes de participação em Encontros, Seminários, Palestras e outros, que tais. [1] UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR. Ensino de Graduação na UCSal; uma política para organização curricular. Salvador: UCSal, 1999, 146p (Cadernos de Graduação, v1,v2 ) [2] QUINTELA, R.; LOIOLA, E., Diagnóstico Competitivo da Indústria da Construção Civil. Salvador: SICM/IEL/SINDUSCON, 1999. 56 p. [3] BRASIL. Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. [4] DEMO, P. Educar Pela Pesquisa. São Paulo. Autores Associados, 1996. CORDEIRO, J. S. GIORGETTI, M. F. Resolução 048/76 do CFE: ultrapassada ou mal utilizada? In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO DE ENGENHARIA, 12. Anais... Porto Alegre, 1994. APP - 75

PENA, R. T., GUIMARÃES, H. A. Tendências do ensino de engenharia no Brasil. In: CONGRESSO IBERO AMERICANO DE ENGENHARIA MECÂNICA, 2, Belo Horizonte. Anais... CD-Rom 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este Projeto Pedagógico se diferencia do Projeto anterior, basicamente, pelo seu enfoque no ensino pela pesquisa. Embora seja uma proposta para balizamento das ações cotidianas, ele traz, em si, a peculiaridade de ser dinâmico, abrigando e/ou aceitando alternativas renovadoras a cada passo. As ênfases diferenciadas, possibilitam ao estudante se diplomar em oito semestres em Engenharia Civil ou em dez semestres com especialização em uma das três ênfases escolhida. A introdução das disciplinas, Metodologia da Pesquisa, Introdução à Engenharia e Estágio Supervisionado no início do curso estimula o calouro para o terreno do questionamento que desemboca na pesquisa. A diminuição de alguns pré-requisitos e a incorporação de estudos independentes (atividades complementares) na carga horária, dando maior autonomia e flexibilidade ao estudante, possibilitam a realização de um curso mais rápido e enxuto. A diminuição do tempo em salas de aulas é compensada com a participação de um maior número de professores no NAP. A diferença não se dará apenas pela mudança e/ou inclusão de disciplinas, por novas tecnologias de ensino, materiais e meios, mas, principalmente, pela nova concepção do curso, pela mudança na relação instituição/estudante, professor/estudante e instituição/professor, buscando sempre desconstrução e construção no sentido vertical, onde cada degrau alcançado (futuro) significa uma superação do anterior (passado). APP - 76