POR UMA INTERNET LIVRE: As redes sociais como instrumento de mobilização social. Curtiu? Compartilhe.



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Transcrição:

POR UMA INTERNET LIVRE: As redes sociais como instrumento de mobilização social. Curtiu? Compartilhe. Autoras: Fernanda Martins Chamone, Izabela Almeida Baptista, Leila Abdul Khalek Piccinini, Lívia Mara Motta de Souza e Raiza Marcela de Brito Arcanjo. Resumo: Pretende-se debater o uso das redes sociais como instrumento de mobilização da sociedade para questões importantes como a liberdade, tanto na internet quanto no mundo offline. Disseminar ideias, conteúdos, protestar e conscientizar a sociedade para causas políticas, sociais e culturais tem sido o principal papel das redes sociais. Atualmente, é possível criticar, exigir e reivindicar direitos com apenas um clique. Palavras- chave: Redes Sociais, Mobilização, Liberdade. Metodologia de pesquisa utilizada: O presente trabalho foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica realizada em livros e artigos publicados, além da observação e análise das redes sociais às quais as autoras estão integradas.

Introdução: O presente artigo visa demonstrar a importância das redes sociais para a conscientização e mobilização dos cidadãos para causas políticas, culturais ou sociais e a ameaça que projetos como ACTA, SOPA e PIPA representam para esta tão importante ferramenta de comunicação da atualidade. Dos fatos: De fato, as redes sociais ultrapassaram a sua função original de entreter e formar relações pessoais para se tornarem o principal instrumento de cobrança de posturas éticas do poder público e de empresas privadas, de organização de manifestações de cunho político, cultural e social, ou simplesmente de divulgação e/ou posicionamento contra determinadas práticas como, por exemplo, maus-tratos aos animais, o hábito de dirigir embriagado, projetos de lei que não atendem aos interesses da sociedade como um todo, entre outras. É inequívoco que a internet mudou a forma das pessoas se relacionarem e compartilharem suas ideias e convicções. Em sendo assim, conclui-se que os principais acontecimentos da atualidade estão intimamente relacionados à internet, sejam eles considerados sob uma perspectiva mundial ou regional. Vide os recentes acontecimentos políticos no Mundo Árabe, que utilizaram a internet, notadamente as redes sociais, como forma de organizar os manifestantes contra regimes políticos antidemocráticos. Também podemos citar as recentes manifestações contra os projetos de lei que pretendem modificar o acesso ao conteúdo de sites da internet, como ACTA, SOPA e PIPA. Num âmbito mais restrito Brasil e Belo Horizonte, ressaltam-se as campanhas veiculadas pelo Facebook e Twitter contra a associação de bebidas e trânsito, maus-tratos aos animais e até mesmo contra um arbitrário aumento de salário dos vereadores de Belo Horizonte, que culminou na retratação dos mesmos em vários comunicados dirigidos à comunidade belorizontina. Hoje, a internet inegavelmente se tornou a nova praça pública da sociedade, e tem se constituído em um espaço democrático de discussão. Todos os que tem acesso a um computador com internet podem expressar suas opiniões acerca de um fato, independentemente de suas condições sociais, posições políticas ou grau de escolaridade. E a

constante mobilização das pessoas na rede tem mostrado uma realidade inquestionável: as pessoas querem debater política, querem ser agentes ativos nos projetos políticos de suas cidades. Como os espaços originalmente criados para este fim os órgãos legislativos, como as câmaras municipais e as assembleias legislativas não têm cumprido suas funções, as pessoas tem encontrado na internet, em especial nas redes sociais, a possibilidade de terem suas vozes ouvidas. Um fato que chamou bastante a atenção do mundo no último ano foi grande agitação política nos países árabes, com a sucessiva queda de regimes ditatoriais. Como mostra o infográfico ao lado, há uma relação direta entre o crescente número de usuários egípcios na rede social Twitter e a eclosão da chamada Revolução Egípcia. O número de novos usuários que se registraram nessa rede social saltou de maneira notável entre dezembro de 2010 a janeiro de 2011, mês dos protestos. O volume de mensagens disparadas através do Twitter vindas do Egito também aumentou, e a movimentação política ganhou notoriedade mundial, visto que em 25 de janeiro os assuntos mais comentados no Twitter, em escala mundial, eram Cairo, Egito e Mubarak. Infográfico 1: Mídia Social e agitação no #Egito. Fonte: < http://blog.hootsuite.com/egypt/ >, acesso em 12 de maio de 2012.

O número de usuários egípcios no Facebook também cresceu e, em março de 2011, semanas após a Revolução, o Egito era o país do continente africano com o maior número de pessoas cadastradas segundo o infográfico ao lado, retirado de um site de monitoramento de dados de redes sociais. Infográfico 2: Facebook na África. Fonte: <http://afrographique.tumblr.com/post/4137819613/comprehensiveinfographic-of-facebook-penetration>, acesso em 12 de maio de 2012. Conclusão: Os fatos apontam que a internet se constitui na principal ferramenta de mobilização política atualmente disponível. No entanto, mais do que democratizar o acesso à rede, é necessário que os cidadãos sejam conscientizados a respeito de como eles podem exercer a cidadania através de um computador. Vários estabelecimentos de educação básica oferecem aulas de informática a seus alunos, onde eles aprendem a dominar funções básicas do computador como edição de textos e imagens -, a acessar a internet utilizando diferentes navegadores, e fazer pesquisas escolares. Cremos ser igualmente importante que lhes seja mostrado como serem sujeitos políticos ativos, através de seus cliques. Democracia na rede: curtiu? Compartilhe!

Referências bibliográficas: CARDOSO, Gustavo. A Mídia na Sociedade em Rede. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007; TORO, José Bernardo e WERNECK, Nisia Maria Duarte. Mobilização Social: um modo de construir a democracia e a participação. Belo Horizonte: Autêntica, 1ª reimpressão, 2004; <http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2011/03/marcus-abilio.pdf>, acesso em 09/04/2012.