SÚMULA VINCULANTE. Sessão da tarde Professora Bruna Vieira

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Transcrição:

SÚMULA VINCULANTE Sessão da tarde Professora Bruna Vieira

Súmula Vinculante - art. 103-A da CF e Lei nº 11.417/06 Edição: só pelo o Supremo Tribunal Federal (de ofício ou por provocação). Legitimados: art. 3º da Lei 11.417/06 I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III a Mesa da Câmara dos Deputados; IV o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União;

VII partido político com representação no Congresso Nacional; VIII confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.

- O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo (art. 103-A, 1º, da CF). Objeto: súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. (art. 103-A, 1º, da CF).

Obs: o Procurador-Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previamente à edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante (art. 2º, º, da Lei 11.417/06). Quórum: aprovação por decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional. Tal súmula, a partir da publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

-Desse modo, havendo descumprimento do mandamento trazido pela súmula vinculante, ou aplicação indevida, caberá reclamação ao STF que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso (art. 103-A, 3º, da CF). - Além disso, cabe ao STF não só editar como proceder a revisão ou cancelamento da súmula, na forma estabelecida em lei. Como mencionado anteriormente, a lei que regulamentou a súmula vinculante foi a de nº. 11.417/06.

- De acordo com o STF: Não se admite reclamação contra omissão da administração pública, sob fundamento de ofensa a súmula vinculante, quando não demonstrado o esgotamento das vias administrativas, conforme disposto no art. 7º, 1º, da Lei 11.417/2006. (Rcl 14.343-AgR, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 27-2-2014, Plenário, DJE de 28-3-2014.) - Além disso, a Corte já decidiu que: A ADPF não é a via adequada para se obter a interpretação, a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante. (ADPF 147-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 24-3-2011, Plenário, DJE de 8-4-2011.)

Normas relativas ao Judiciário / Estatuto damagistratura: O artigo 93 da Constituição Federal dispõe que cabe à lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o Estatuto da Magistratura, atualmente regulamentado pela Lei Complementar 35/79, devendo observar os princípios constitucionais elencados nos respectivos incisos. a)ingresso na carreira (inc. I): mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas as fases, sendo exigido do bacharel em direito no mínimo três anos deatividade jurídica;

b) Promoção do juiz (inc.ii): é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; a Constituição estabelece que não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação etc;

c) Acesso aos tribunais de 2º grau (inc.iii): o acesso será por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; d) Residência do juiz titular (inc. VII): o juiz titular deve residir na respectiva comarca, salvo se houver autorização do tribunal; d) Remoção, disponibilidade e aposentadoria por interesse público (inc. VIII): o quórum para essas determinações é de maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurando-se ao juiz a ampla defesa;

e) Publicidade (inc. IX): todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; e) Decisões administrativas dos Tribunais (inc. X): devem ser motivadas e tomadas em sessão pública, devendo as de natureza disciplinar ser tomadas pelo voto da maioria dos seus membros;

f) Composição do órgão especial (inc. XI): os Tribunais com número superior a 25 julgadores poderão constituir órgão especial com no mínimo 11 e no máximo 25 membros para exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais, sendo a metade deles provida por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; g) Férias forenses (inc. XII): a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, nos quais deverão funcionar juízes em plantão permanente nos dias em que não houver expediente forense normal;

h) Número de juízes (inc. XIII): deve ser proporcional à demanda e à população da unidade jurisdicional; i) Delegação de atos (inc. XIV): os servidores devem receber delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; j) Distribuição de processos (inc. XV): deve ser imediata, em todos os graus de jurisdição.

(OAB/Exame Unificado) Se Governador de Estado desejar se insurgir contra súmula vinculante que, a seu juízo, foi formulada com enunciado normativo que extrapolou os limites dos precedentes que a originaram, poderá, dentro dos instrumentos processuais constitucionais existentes, (A) (B) (C) (D) interpor reclamação contra a súmula vinculante. requerer o cancelamento da súmula vinculante. ajuizar ADPF contra a súmula vinculante. ajuizar ADI contra a súmula vinculante. A, B, C e D: determina o parágrafo 3º do art. 103-A da CF

Explicações: A, B, C e D: determina o parágrafo 3º do art. 103-A da CF que do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula vinculante ou que indevidamente a aplicar, cabe reclamação ao Supremo Tribunal Federal. Ocorre que na presente hipótese o que está sendo discutido é o próprio enunciado da súmula vinculante o não o descumprimento do efeito por ela produzido. Desse modo, cabe ao Governador do Estado requerer o cancelamento da súmula vinculante. O parágrafo 2º do art. 103-A dispõe que sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. O Governador de Estado ou DF, por ser legitimado ativo à

O Governador de Estado ou DF, por ser legitimado ativo à propositura de ação direta de inconstitucionalidade, conforme art. 103, V, da CF, pode requerer não só a aprovação, mas a revisão e o cancelamento da súmula vinculante. Gabarito B