Faculdades Integradas de Itararé FAFIT-FACIC Itararé SP Brasil v. 06, n. 01, jan./jun. 2015, p. 35-42. REVISTA ELETRÔNICA FAFIT/FACIC A influência da idade relativa no desempenho individual de participantes do atletismo nos jogos estudantis da primavera The influence of age on the individual performance of participants of athletics in the spring student games Guilherme Moreira Caetano Pinto Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR Ponta Grossa Brasil guilherme-coxa@uol.com.br Bruno Pedroso Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG Ponta Grossa Brasil brunopedroso@uepg.br Luciano Nascimento Corsino Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Campinas Brasil prof.lucianocorsino@wpós.com.br Resumo O objetivo deste trabalho é mensurar os efeitos da idade relativa no desempenho dos atletas com idade entre 12 e 14 anos participantes da modalidade atletismo nos Jogos Estudantis da Primavera, utilizando como base as provas de 75 metros rasos e Arremesso do peso. A análise de dados consiste, em primeiro momento, de uma análise de variância (ANOVA) como post-hoc o teste de Tukey e posteriormente o teste t de Student não pareado. Os resultados retornados demonstram que a idade relativa tende a apresentar efeitos no desempenho dos atletas na prova do arremesso do peso para meninos e meninas, o que não acontece na prova de 75 metros rasos. Conclui-se que a idade relativa é um indicador importante a ser considerado no planejamento de competições escolares, a fim de diminuir eventuais disparidades entre seus participantes. Palavras-chave: idade relativa, competições escolares, atletismo. Abstract The objective of this study is to measure the effects of age on the performance of athletes between the ages of 12 and 14 years participating in the modality of athletics in the Spring Student Games, based on the 75 meter race and Shot Put events. The data analysis consists, in first instance, of an analysis of variance (ANOVA) as post hoc the Tukey test and subsequently the Student t test unpaired. The returned results demonstrate that the relative age tends to have effects on the performance of athletes in the proof of the shot put for boys and girls, which does not happen in the 75 meter race. We conclude that relative age is an important factor to be considered in planning school competitions, in order to reduce any disparities between its participants. Keywords: relative age, school competitions, athletics.
1. Introdução No meio acadêmico encontram-se vários estudos relacionados à idade relativa em relação à detecção de talentos de diversas modalidades. Porém, no que concerne ao Atletismo tal temática é pouco explorada. As competições escolares são comuns em todos os estados brasileiros, com a participação de um grande número de atletas. Não obstante, a modalidade de atletismo encontra-se presente na maioria destas competições, embora sua prática não esteja tão presente no cotidiano escolar. Usualmente essas competições segregam os atletas por grupos etários de dois anos, permitindo o encontro de atletas com idade cronológica distinta. Sendo assim, torna-se importante investigar a influência que a separação cronológica realizada nas competições escolares exerce no desempenho desses atletas, pautando-se na premissa de isonomia a todos os participantes, bem como pela possível perda de praticantes que ocorre na medida em que a criança não obtém um resultado que considera satisfatório. A idade relativa refere-se às diferenças de idade entre jovens que foram agrupados juntos na mesma faixa etária (BARNSLEY; THOMPSON, 1988 apud RIBEIRO, 2009), ou seja, o número de meses que uma criança viveu a mais que a outra, mesmo estando no mesmo ano cronológico (FOLGADO et al., 2006). Sendo assim, a idade relativa tende a gerar influência sobre a prática esportiva em atletas jovens. O efeito da idade relativa é definido como a vantagem que os atletas mais velhos têm em relação a seus concorrentes mais novos em competições nos mais variados esportes (GLAMSER; VICENT apud PENNA et al., 2012). A maioria das competições escolares existentes divide suas categorias de acordo com a idade cronológica. Este contexto remete a uma reflexão que abarque a influência da idade relativa no desempenho de atletas jovens em competições escolares. São vários os estudos que comprovam que as crianças ou jovens mais velhos no escalão etário têm maior probabilidade de atingir níveis mais altos de proficiência (BEKER; LOGAN, 2007 apud RIBEIRO, 2009). Suspeita-se que a maturação precoce ou precocidade física são importantes características que formam a base da seleção de talentos (HELSEN et al., 2000 apud ROGEL et al., 2010). Diversos estudos que evidenciaram a idade relativa em modalidades como o hóquei de gelo, natação, tênis, beisebol, voleibol e críquete (RIBEIRO, 2009). No entanto, estudos relacionados ao atletismo são escassos na literatura. Diante deste contexto, o presente estudo almeja averiguar a influência da segregação etária no desempenho de atletas no contexto do atletismo. 2. Idade relativa e desempenho no esporte Os primeiros estudos realizados investigando os efeitos da idade relativa são oriundos das ciências da educação, e seus resultados indicaram que as crianças nascidas nos meses iniciais do ano apresentavam melhores resultados dentro do contexto escolar (FOLGADO et al., 2006). De maneira geral, o enfoque dos estudos que abarcam esta temática está voltado para a detecção de talentos. Em alguns lugares, a seleção de talentos começa a adequarse à idade relativa para se buscar realizar um trabalho mais eficiente (GANDOLFE; TAKAHASHI, 2003). Segundo Penna e Moraes (2010), os efeitos da idade relativa já foram encontrados em várias modalidades como tênis, basquetebol, beisebol, hóquei no gelo, futebol americano e principalmente no futebol. Como as competições escolares geralmente trabalham com uma variação de faixa etária de um a dois anos, esses problemas podem acentuar-se ainda mais. Mesmo alunos 36
que nasceram no mesmo ano, porém em meses diferentes, vão ter um nível de maturação diferenciada. Tal diferença pode se estender até próximo de 24 meses. Dentro das competições, o cenário é semelhante. Normalmente as crianças nascidas no início do ano de seleção levam vantagem em relação aos seus pares mais novos do mesmo escalão, principalmente devido ao maior desenvolvimento físico (FOLGADO et al., 2006). Naturalmente, dentro desta condição o desempenho de um atleta mais jovem tende a ser inferior ao de seu concorrente mais velho, o que pode ocasionar problemas em relação à continuidade deste no esporte. Em cinco das sete categorias do futebol francês, os alunos nascidos nos últimos meses do ano abandonaram a modalidade em número significativamente superior àqueles que nasceram nos primeiros meses do ano (DELORME apud PENNA; MORAES, 2012). O supracitado fenômeno ocorre em função do nível de maturação diferenciado em que os alunos competem. O ser humano, no decorrer da sua vida, atravessa muitas etapas desde o seu nascimento. Essas etapas são somas inerentes ao processo de crescimento, desenvolvimento e maturação (LEME, 2011). O crescimento enfatiza as mudanças nas dimensões durante o desenvolvimento (ARAÚJO apud LEME, 2011). Mudanças gradativas de um nível simples para um nível complexo de desenvolvimento dos aspectos físicos, mentais e emocionais pelo qual o indivíduo passa desde os primeiros dias de sua vida até sua morte também ajuda a definir esse crescimento (BARBANTI apud LEME, 2011). É evidente que, devido às demandas energéticas e fisiológicas do futsal, aqueles atletas com mais vigor físico levam vantagem em relação a seus concorrentes em determinadas idades (PENNA; MORAES, 2010). Esta premissa tende a repetir-se em todas as modalidades, acentuando-se naquelas disputadas de forma individual. A vantagem que os desportistas mais velhos têm permite que estes obtenham um maior sucesso, enquanto que os desportistas mais novos ficam limitados pela questão do menor nível de maturação, o que pode a causar frustração e o consequente abandono do esporte (FOLGADO et al., 2006). O efeito da idade relativa implica que a maturação física determine os atletas que terão acesso a treinos mais complexos e desenvolvidos, tanto na estrutura de seus equipamentos, como em seus treinadores, tendo ainda um maior tempo para praticar a modalidade, ampliando a chance de atingir o alto nível (FOLGADO et al., 2006). 3. Metodologia A presente pesquisa de caráter experimental teve seus dados coletados através do acesso às súmulas das modalidades do atletismo na 57ª edição dos Jogos Estudantis da Primavera (JEP), promovidos pela Universidade Estadual de Ponta Grossa em parceria com a Prefeitura Estadual de Ponta Grossa. Para atingir o objetivo proposto, as ações metodológicas foram orientadas por Quivy e Campenhoudt (1992), adotando o modelo para procedimentos científicos que considera três etapas para o estudo: a ruptura, a construção e a verificação, que por sua vez, ainda podem ser subdivididas em: pergunta de partida; exploração; problemática; construção do modelo de análise; observação; análise das informações e; conclusões. A ruptura ocorreu através da ampliação do referencial teórico, através de uma pesquisa bibliográfica acerca da temática em livros e artigos que versam sobre esta. Na etapa da construção foram utilizadas as súmulas oficias dos jogos estudantis da primavera, para análise das provas de 75 metros rasos e arremesso do peso, de ambos os gêneros da categoria Grupo 1 (12, 13 e 14 anos). 37
Por fim, a etapa da verificação buscou, através de cálculos estatísticos, mensurar os efeitos da idade relativa nestas provas. Para isto, foi utilizado como teste estatístico a análise de variância (ANOVA), empregando como post-hoc o teste de Tukey. Para a análise das amostras correspondentes à diferença de desempenho envolvendo uma mesma faixa etária, com diferença de meses, utilizou-se o teste t de Student não pareado. As análises foram desenvolvidas no software BioEstat 5.0 (freeware). Foram avaliados 147 atletas inscritos na modalidade de Atletismo nos Jogos Estudantis da Primavera. Destes, 93 alunos são oriundos de escolas públicas e 54 de escolas particulares, sendo 71 meninas e 76 meninos. Quanto à idade destes atletas, 76 atletas nasceram no ano de 1998, 53 em 1999, 17 em 2000 e um em 2001, de acordo com as súmulas oficiais específicas de cada modalidade fornecidas pelos organizadores das competições. A Competição aonde foi realizada a coleta de dados segue as regras oficiais da modalidade, com adaptações relativas à idade do atleta que compete em determinada faixa etária. Foram tabuladas a idade cronológica dos participantes da competição, contendo o dia, mês e ano de nascimento do indivíduo, bem como a sua colocação e marca nas provas examinadas. Para averiguar se os atletas haviam sido submetidos a um treinamento prévio para a modalidade esportiva, foi aplicado um questionário individual no dia da prova com questões fechadas com respostas baseadas em uma escala de Likert. Foram incluídos na análise o grupo de atletas que afirmaram ter passado por um treinamento prévio, com duas a quatro sessões de treinamento por semana, além de praticar a modalidade atletismo por pelo menos um ano e outra modalidade esportiva além do atletismo. Os competidores que não atendiam aos referidos requisitos foram excluídos da amostra. Para facilitar e aprimorar a análise de dados foi utilizado um sistema de escore para todos os grupos e provas analisadas. O escore é uma pontuação dada para cada posição classificatória dentro da prova. As posições mais elevadas, que davam direito à medalha, foram melhores pontuadas. O presente estudo utiliza escore até a posição número 15, referente aos alunos que chegaram a final da prova, deixando claro as únicas três posições que davam direito à medalha. As demais colocações eram classificadas e pontuadas para definir a competição por equipes entre os colégios. A pontuação de escore dada a cada posição pode ser observada na Tabela 1: Tabela 1: Descrição da classificação de escore em relação à colocação dentro da prova COLOCAÇÃO ESCORE MEDALHA 1 15 Ouro 2 14 Prata 3 13 Bronze 4 12 Sem medalha 5 11 Sem medalha 6 10 Sem medalha 7 9 Sem medalha 8 8 Sem medalha 9 7 Sem medalha 10 6 Sem medalha 11 5 Sem medalha 12 4 Sem medalha 13 3 Sem medalha 14 2 Sem medalha 15 1 Sem medalha Fonte: Autoria própria (2012) 38
O escore do grupo dividido por meses usou uma classificação distinta, devido à diminuição no tamanho da amostra, classificando apenas as oito primeiras posições dentro de determinada faixa etária, excluindo-se as demais posições, ou seja, a posição desta classificação diferiu da classificação regular da prova de acordo com as regras da competição. 4. Resultados e discussão Na análise da prova de 75 metros, tanto no grupo masculino como no grupo feminino, não houve diferença significativa entre nenhuma das diferenças etárias (p>0,05). Esta prova requer como capacidade física específica a velocidade, visto que exige que o atleta percorra a distância prevista no menor tempo possível. O resultado deste panorama sugere que não há vantagens para atletas velocistas mais velhos, diferente do que se acreditava com base nos estudos pesquisados, em estudos com amostras maiores e com ações metodológicas rígidas acerca do isolamento das variáveis são necessários para obtenção de conclusões mais fidedignas. A obtenção deste resultado pode ter ocorrido devido ao fato de que, em toda a prova, encontraram-se competindo em maior quantidade alunos mais novos, ou seja, nascidos nos anos de 1999 e 2000. Sendo assim, pode-se supor que não houve uma seleção de atletas dentro do colégio para a participação da competição nas provas de velocidade, mesmo que os alunos afirmem que passaram por um treinamento prévio para a competição. Por ser um movimento natural, que em tese exige menor domínio da técnica por parte de seus praticantes, possivelmente receberam o treinamento e participaram da prova os atletas que tinham afinidade com a modalidade. Este fato fundamenta-se nos vários os estudos que afirmam que, dentro de uma seleção normal, aonde não se considera a maturação do indivíduo na detecção de talentos, obtêm êxito em maioria os atletas nascidos no início do ano. A maior parte dos atletas praticantes da modalidade de futsal que são federados no estado de Minas Gerais nasceu nos primeiros meses do ano competitivo (PENNA, 2012), o que confirma a afirmação supramencionada. No futsal de elite do Brasil, há grande assimetria entre as datas de nascimento do atleta, indicando que a maioria dos atletas profissionais selecionados nasceram nos primeiros meses do ano (PENNA; MORAES, 2010). O resultado encontrado na prova de 75 metros foi diferente do que pode ser observado na prova de arremesso do peso, em ambos os grupos (masculino e feminino). Nesta prova, percebe-se que o cenário se alterna e pode alimentar outra discussão. No grupo feminino, o presente estudo demonstra os dados da prova de arremesso do peso, cuja principal característica é a força, no gráfico 1: 39
Gráfico 1: Comparação entre o escore médio das diferentes faixas etárias na prova de arremesso de peso feminino (análise estatística por ANOVA, utilizando como post-hoc o teste de Tukey * p<0,05; ** p<0,01) ** ** * Fonte: Pesquisa de campo (2012) A análise deste gráfico baseado nos resultados obtidos, tendo em vista que letras diferentes indicam que há diferença significativa, sugere que houve diferença significativa entre todas as faixas etárias avaliadas para o grupo feminino. Isto sugere que há vantagem de desempenho nos atletas mais velhos participantes da prova em relação a seus concorrentes mais novos. A diferença de desempenho entre os alunos nascidos em 1998 foi significativamente superior em relação aos alunos nascidos no ano de 1999. Esta diferença também foi significante entre os alunos nascidos em 1999 em comparação aos nascidos em 2000. O resultado encontrado foi semelhante ao da prova de arremesso do peso, do grupo masculino. Nela, o gráfico nos apresenta o seguinte panorama: Gráfico 2: Comparação entre o escore médio das diferentes faixas etárias na prova de arremesso de peso masculino (análise estatística por ANOVA, utilizando como post-hoc o teste de Tukey) p<0,01 Fonte: Pesquisa de campo (2012) Observa-se que há diferença significativa entre o escore médio no ano de 1998 em relação aos anos de 1999 e 2000. Não houve diferença significativa entre os atletas nascidos em 1999 em comparação com os atletas nascidos no ano de 2000. Isto reforça a sugestão de uma vantagem dos atletas mais velhos em relação a seus concorrentes. Resultados semelhantes a este foram encontrados em outros estudos e fundamentam esta discussão. A maioria da bibliografia indica que existe vantagem de desempenho em atletas mais velhos. 40
Ocorre um aumento no desempenho dos atletas do sexo feminino em competições de atletismo nas idades entre 11 e 15 anos quando estas estão no pico de crescimento, tendo um rendimento em até 10% melhor (GANDOLFE; TAKAHASHI, 2003). Não obstante, em atletas do salto em distância, observa-se que também houve um aumento de desempenho nessas circunstancias (SILVA et al. apud GANDOLFE; TAKAHASHI, 2003). No futsal, Penna e Moraes (2010) corroboram a tese de que os efeitos da idade relativa interferem também na pratica deste. Estes fundamentam-se em vários autores que encontram resultados semelhantes nos mais variados esportes. Nenhum estudo foi encontrado com pesquisas similares dentro de uma competição esportiva. Porém muitos estudos discutem o fato da idade relativa favorecer o desempenho dos atletas mais velhos em relação a seus concorrentes. Os resultados deste estudo podem sugerir ainda que os efeitos da idade relativa tendem a ser maiores em provas de maior exigência técnica dentro da modalidade do atletismo. Pondera-se que são necessários novos estudos com novas metodologias devem ser executados para corroborar com esta discussão. Deve-se considerar que, de acordo com este estudo, a competição escolar acaba não sendo uma ferramenta totalmente confiável no que concerne à detecção de talentos no atletismo. Muitas vezes, os resultados de uma competição podem vir a ocultar potenciais talentos desportivos devido a um resultado ruim em uma prova em que os atletas não competiram em total igualdade de condições. Mesmo diante desse cenário, coloca-se a competição escolar não deve ser excluída, mas sim, programada através de diversos critérios, visando amenizar os efeitos da idade relativa nos atletas, visto que isto pode acarretar problemas para a Educação Física quando interpretado por um viés educacional. A supervalorização do resultado em competições escolares é muito presente dentro desse contexto, tanto pelos atletas como seus pais e professores (CAPITANIO, 2003). Seguindo essa linha de raciocínio, nota-se que a decepção pode estar muito presente para a maioria dos atletas, visto que apenas uma minoria é premiada. Este fato pode afastar as crianças que não obtiveram bons resultados do esporte, aumentando o risco de passarem a repudiá-lo. A função educacional de formação integral do aluno que pode ser atingida com a Educação Física corre o risco de não ser cumprida. O agravo desta excessiva cobrança pode ser maior ainda em competições individuais, pois estas têm por característica a dependência do atleta de seus próprios méritos, o que pode gerar uma decepção ainda maior e acelerar o processo de abandono do esporte. 5. Conclusão O estudo sugere que a idade relativa apresenta significativa vantagem tendendo para os atletas mais velhos na modalidade de arremesso de peso, e não apresenta resultado semelhante na prova de 75 metros rasos. Sugere-se a realização de novas pesquisas sobre o tema, visando aprofundar o debate e qualificar e embasar as discussões para que possíveis e viáveis soluções sejam encontradas, a fim de diminuir os efeitos da idade relativa em atletas jovens e evitar que isto venha a afastar indiretamente os alunos da prática esportiva. Competições escolares com grupos divididos em faixa etárias diferentes nos esportes individuais podem ampliar o efeito da idade relativa sobre o resultado das mesmas, o que pode ser resolvido com competições dentro faixa etária de menor amplitude. 41
A utilização de festivais de integração, sem a valorização de vencedores, utilizando da competição entre as modalidades sem a valorização excessiva de vencedores pode também amenizar estes problemas. Debater a idade relativa dentro de competições escolares torna-se importante dentro de um ideal educacional, pois as teses educacionais modernas visam a integração do aluno, o que pode não ocorrer devido aos efeitos que a idade relativa ocasiona nos atletas mais novos. Referências CAPITANIO, A. M. Educação através da prática esportiva: missão impossível?. Lecturas, Educación Física y Desportes, Buenos Aires, v. 8, n. 58, 2003. FOLGADO, H. A. et al. Efeito da idade cronológica na distribuição dos futebolistas por escalões de formação e pelas diferentes posições especificas. Revista Porto Cientista Desportivo, Portugal, v. 6, n. 3, p. 349-355, 2006. GANDOLFE, S; TAKAHASHI, K. Importância da determinação da maturação biológica no processo de seleção de talentos no atletismo Feminino. Lecturas, Educación Física y Desportes, Buenos Aires, v. 9, n. 64, 2003. LEME, M. L. A. Efeitos do treinamento periodiado no desempenho motor de atletas de 11 a 16 anos de idade, praticantes de atletismo. 2011. 191 f. Dissertação (mestrado em Educação Física) Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Piracicaba, Piracicaba, 2011. NASCIMENTO, M. G; PALHANO, D; OEIRAS, J. Y. Y. Competições escolares: uma alternativa na busca pela qualidade em educação. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, 18., 2007, Belém. Anais... Belém: Mackenzie, 2007. p. 284 a 287. PENNA, E. M. Efeito da idade relativa no futsal de Minas Gerais, Revista Brasileira de Ciência do Esporte, Florianópolis, v. 34, n. 1, p. 41-51, jan./mar. 2012. PENNA, E. M; MORAES, L. C. C. Efeito relativo da idade em atletas brasileiros de futsal de alto nível. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 3, p. 658-663, jul./set. 2010. QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa: Gradiva, 1992. RIBEIRO, R. J. C. Efeitos da idade relativa no futebol. Por categorias etárias, estatuto posicional e tempo jogado. 2009. 57 f. Monografia (Graduação em Educação Física) Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, 2009. ROGEL, T. et al. Efeitos da idade relativa na seleção de talento no futebol. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 3, n. 3, p. 171-178, 2007. 42