EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO



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Transcrição:

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO EE. NICOLA MASTROCOLA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO CURSO: TÉCNICO EM QUÍMICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO Catanduva 1º Semestre / 2012

PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Vana Rousseff MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Eliezer Moreira Pacheco SECRETARIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO Herman Jacobus Cornelis Voorwald REITOR DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO Arnaldo Augusto Ciquielo Borges PRÓ-REITOR DE ENSINO Thomaz Edson Filgueiras Filho PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO Yoshikazu Suzumura Filho PRÓ-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Gersoney Tonini Pinto PRÓ-REITOR DE PESQUISA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA João Sinohara da Silva Sousa PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO Garabed Kenchian DIRETOR GERAL DO CAMPUS CATANDUVA Márcio Andrey Teixeira DIRETOR GERAL DA EE NICOLA MASTROCOLA Isabel Cristina Ferreira Ishisato 2

Texto Amadeu Moura Bego Joanita Nakamura Granato 3

INDICE 1. APRESENTAÇÃO........................ 6 2. JUSTIFICATIVA........................... 7 3. IDENTIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS NO PROJETO......... 11 3.1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO. 11 3.2. IDENTIFICAÇÃO DO CAMPUS CATANDUVA............ 11 3.3. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA ESTADUAL............ 12 4. HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES..................... 13 4.1. MISSÃO DO IFSP........................ 13 4.2. HISTÓRICO DO IFSP........................ 13 4.2.1. A ESCOLA DE APRENDIZES E ARTÍFICES DE SÃO PAULO........ 16 4.2.2. O LICEU INDUSTRIAL DE SÃO PAULO............... 17 4.2.3. A ESCOLA INDUSTRIAL DE SÃO PAULO E A ESCOLA TÉCNICA DE SÃO PAULO 17 4.2.4. A ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DE SÃO PAULO............ 20 4.2.5. O CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SÃO PAULO... 21 4.2.6. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO 22 4.2.7. HISTÓRICO DO CAMPUS CATANDUVA.................. 24 4.2.7.1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CATANDUVA...... 25 4.3. HISTÓRICO DA EE NICOLA MASTROCOLA............... 28 5. JUSTIFICATIVA E DEMANDA DE MERCADO..................... 29 6. OBJETIVOS................................. 30 6.1. OBJETIVOS GERAIS........................ 30 6.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................... 30 7. REQUISITOS DE ACESSO........................ 32 8. PERFIL DA FORMAÇÃO........................ 33 8.1. PERFIL DE FORMAÇÃO GERAL.................. 33 8.2. PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO DOS EGRESSOS...... 34 9. LEGISLAÇÃO.............................. 36 9.1. LEIS........................... 36 9.2. RESOLUÇÕES... 36 9.3. PARECERES... 38 9.4. DECRETOS... 39 9.5. PORTARIAS... 39 10. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR........................ 40 4

10.1. GRADE CURRICULAR........................... 42 10.2. EMENTÁRIOS DOS COMPONENTES CURRICULARES DE FORMAÇÃO GERAL... 43 10.3. EMENTÁRIOS DOS COMPONENTES CURRICULARES DA PARTE DIVERSIFICADA. 81 10.4. EMENTÁRIOS DOS COMPONENTES CURRICULARES DA PARTE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA... 88 11. ESTÁGIO SUPERVISIONADO........................... 99 12. CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE ESTUDOS.................. 101 13. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM.................. 103 14. ATENDIMENTO DISCENTE........................... 106 15. CONSELHO ESCOLAR........................... 107 16. MODELOS DE CERTIFICADOS E DIPLOMAS..................... 108 17. EQUIPE DE TRABALHO........................... 109 17.1. CORPO DOCENTE........................... 109 17.2. CORPO TÉCNICO ADMINISTRATIVO E PEDAGÓGICO............ 110 18. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS..................... 111 18.1. INFRAESTRUTURA FÍSICA............ 111 18.2. LABORATÓRIOS DE USO GERAL...... 112 18.3. LABORATÓRIOS ESPECÍFICOS............ 112 18.4. BIBLIOTECA: ACERVO POR ÁREA DO CONHECIMENTO... 113 19. REFERÊNCIAS... 114 5

1. APRESENTAÇÃO O presente Projeto Político-Pedagógico foi elaborado com o propósito de apresentar os pressupostos e diretrizes do CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO, resultado da parceria entre o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e a Secretaria Estadual de Educação (SEE-SP). Essa parceria se fundamentada em um conjunto de instrumentos legais, dentre eles, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96), o Decreto Estadual nº 57.121/2011, a Resolução SEE nº 47/2011 e um Termo de Acordo de Cooperação Técnica entre o IFSP e a SEE-SP. A parceria foi estabelecida seguindo-se diretrizes de ações compartilhadas entre essas redes públicas de ensino visando à implantação de políticas públicas de expansão da oferta da educação profissional técnica de nível médio. São metas a serem alcançadas pela parceria: a oferta de cursos, no período diurno, na modalidade de Educação Profissional Técnica de Nível Médio integrada ao Ensino Médio à comunidade; o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre a implantação dessa modalidade de ensino. 6

2. JUSTITIFICATIVA O Brasil vem experimentando nos últimos anos um aumento no número de matrículas na Educação Básica na modalidade de Educação Profissional (Tabela 1). Nesta modalidade de ensino a Rede Federal, particularmente, apresentou um crescimento no número de matrículas de mais de 110% no período de 2002 a 2010 (Tabela 2). Tabela 1. Número de matriculas da Educação Profissional por Dependência Administrativa Brasil 2002-2010. Tabela 2. Número de matriculas da Educação Profissional por Dependência Administrativa - Brasil 2002 2010. 7

Apesar deste crescimento do número de matrículas na Rede Federal, podemos constatar, de acordo com a Figura 1, que o sistema privado responde ainda por mais de 50% das matrículas de Educação Profissional. Figura 1. Matrículas de Educação Profissional por Dependência Administrativa - Brasil -2010. Dados do INEP, relativos ao censo escolar 2010, mostram que a oferta de Educação Profissional no Estado de São Paulo atinge o percentual de 15% em relação à matrícula no Ensino Médio. Destaca-se, ainda, o fato de que o maior percentual dessa oferta segue a tendência nacional, ou seja, está concentrado em instituições privadas. De acordo com o Decreto n. 5.154 de 2004, a articulação entre a educação profissional técnica de nível médio e o ensino médio pode se dar em três modalidades, quais sejam, integrada, concomitante e subsequente. Analisando os dados da Figura 2, percebe-se que a maior parte das matrículas na Educação Profissional ocorre na modalidade Subsequente, sendo que as matrículas na modalidade integrada não chegam a 19% do total. Figura 2. Distribuição do número de matrículas na Educação Profissional Brasil 2007-2010. Fonte: MEC/Inep/DEED. 8

O baixo percentual de matrículas contrasta, segundo o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb), com a qualidade manifestada por algumas redes e escolas de educação profissional no Estado de São Paulo, destacadamente a Rede Federal, representada pelos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, as escolas do Centro Paula Souza, o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, as escolas do SENAI e SENAC, entre outras. De acordo com o Ministro da Educação Fernando Haddad: O índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) dos institutos federais, no que se refere ao ensino médio, é de 5,7 pontos, numa escala de zero a dez. A média do Brasil nesta etapa de ensino é de 3,5. O Ideb dos institutos, hoje, é a meta do país para 2022. A rede federal de educação profissional já está no primeiro mundo. 1 Por outro lado, a Rede Estadual de Ensino de São Paulo, que conta com mais de 80% das matrículas de Ensino Médio, registra alto índice de evasão e relativa distância entre os índices de qualidade alcançados e aqueles almejados pela educação nacional. Essa situação indica a necessidade patente de medidas que possam garantir maior possibilidade de motivação aos alunos, melhor aprendizado e ainda aumento das condições socioeconômicas para a permanência na Escola. Frente ao panorama posto, a SEE-SP vem vertendo esforços no sentido de promover a expansão do ensino médio de melhor qualidade e de se assegurar aos alunos, no ensino médio, oportunidade de formação técnica que lhes propicie melhores condições de ingresso no mundo do trabalho. Neste sentido, por meio Decreto n. 57.121 de 2011, a SEE-SP instituiu o Programa Rede de Ensino Médio Técnico REDE, destinado a oferecer, gratuitamente, ensino médio articulado à educação profissional técnica de nível médio, nas modalidades integrada e concomitante, a alunos do ensino médio da rede pública estadual. Segundo tal decreto, poderão compor o Programa REDE, instituições públicas e privadas sem fins lucrativos que oferecem educação profissional técnica de nível médio, 1 http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/institutos+federais+fecham+metas+para+educacao/ n1237628461480.html, acesso em 18/08/2011. 9

conveniadas com a Secretaria da Educação e instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, credenciadas. O Acordo de Cooperação Técnica entre o IFSP e a SEE-SP firmado em 2011 se insere nas ações do Programa REDE e tem por objetivo tanto expandir a oferta de vagas na Educação Profissional Técnica de nível médio integrada ao Ensino Médio, como garantir a qualidade desta oferta por meio da infraestrutura e experiência histórica na área de educação profissionalizante dos Institutos Federais de Educação. 10

3. IDENTIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS NO PROJETO 3.1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO NOME: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo SIGLA: IFSP CNPJ: 10882594/0001-65 NATUREZA JURÍDICA: Autarquia Federal VINCULAÇÃO: Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC) ENDEREÇO: Rua Pedro Vicente, 625 Canindé São Paulo/Capital CEP: 01109-010 TELEFONES: (11) 2763-7563 (Reitoria) FACSÍMILE: (11) 2763-7650 PÁGINA INSTITUCIONAL NA INTERNET: http://www.ifsp.edu.br ENDEREÇO ELETRÔNICO: proensino@cefetsp.br DADOS SIAFI: UG: 153026 GESTÃO: 15220 NORMA DE CRIAÇÃO: Lei Nº 11.892 de 29/12/2008 NORMAS QUE ESTABELECERAM A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ADOTADA NO PERÍODO: Lei Nº 11.892 de 29/12/2008 FUNÇÃO DE GOVERNO PREDOMINANTE: Educação 3.2. IDENTIFICAÇÃO DO CAMPUS CATANDUVA NOME: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo SIGLA: IFSP Campus CATANDUVA CNPJ: 10.882.594/0013-07 NATUREZA JURÍDICA: Autarquia Federal VINCULAÇÃO: Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC) ENDEREÇO: Avenida Pastor José Dutra de Moraes, 239 Distrito Industrial Antônio Zácaro CEP: 15808-305 TELEFONES: (17) 3524-9710 PÁGINA INSTITUCIONAL NA INTERNET: http://ctd.ifsp.edu.br ENDEREÇO ELETRÔNICO: adm.ctd@ifsp.edu.br DADOS SIAFI: UG: 158520 GESTÃO: 26439 NORMA DE CRIAÇÃO: Lei Nº 11.892 de 29/12/2008 11

NORMAS QUE ESTABELECERAM A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ADOTADA NO PERÍODO: Lei Nº 11.892 de 29/12/2008 FUNÇÃO DE GOVERNO PREDOMINANTE: Educação 3.3. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA ESTADUAL NOME: Escola Estadual Nicola Mastrocola SIGLA: EE NICOLA MASTROCOLA NATUREZA JURÍDICA: Unidade Escolar VINCULAÇÃO: Secretaria de Estado da Educação de São Paulo ENDEREÇO: Rua Espírito Santo, 667 Vila Jorge CEP: 15804-045 TELEFONES: (17) 3522-5271; (17) 3521-1984 ENDEREÇO ELETRÔNICO: e026682a@see.gov.br NORMA DE CRIAÇÃO: Lei 5336 de 25/05/1959 NORMAS QUE ESTABELECERAM A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ADOTADA NO PERÍODO: ORGANIZACIONAL: Lei 5336 de 25/05/1959 FUNÇÃO DE GOVERNO PREDOMINANTE: Educação 12

4. HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES 4.1. MISSÃO DO IFSP Consolidar uma práxis educativa que contribua para a inserção social, à formação integradora e à produção do conhecimento. 4.2. HISTÓRICO DO IFSP Historicamente, a educação brasileira passa a ser referência para o desenvolvimento de projetos econômico-sociais, principalmente, a partir do avanço da industrialização pós-1930. Nesse contexto, a escola como o lugar da aquisição do conhecimento passa a ser esperança de uma vida melhor, sobretudo, no avanço da urbanização que se processa no país. Apesar de uma oferta reduzida de vagas escolares, nem sempre a inserção do aluno significou a continuidade, marcando a evasão como elemento destacado das dificuldades de sobrevivência dentro da dinâmica educacional brasileira, além de uma precária qualificação profissional. Na década de 1960, a internacionalização do capital multinacional nos grandes centros urbanos do Centro-sul acabou por fomentar a ampliação de vagas para a escola fundamental. O projeto tinha como princípio básico fornecer algumas habilidades necessárias para a expansão do setor produtivo, agora identificado com a produção de bens de consumo duráveis. Na medida que a popularização da escola pública se fortaleceu, as questões referentes à interrupção do processo de escolaridade também se evidenciaram, mesmo porque havia um contexto de estrutura econômica que, de um lado, apontava para a rapidez do processo produtivo e, por outro, não assegurava melhorias das condições de vida e nem mesmo indicava mecanismos de permanência do estudante, numa perspectiva formativa. A Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional LDB 5692/71, de certa maneira, tentou obscurecer esse processo, transformando a escola de nível fundamental num primeiro grau de oito anos, além da criação do segundo grau 13

como definidor do caminho à profissionalização. No que se referia a esse último grau de ensino, a oferta de vagas não era suficiente para a expansão da escolaridade da classe média que almejava um mecanismo de acesso à universidade. Nesse sentido, as vagas não contemplavam toda a demanda social e o que de fato ocorria era uma exclusão das camadas populares. Em termos educacionais, o período caracterizou-se pela privatização do ensino, institucionalização do ensino pseudo-profissionalizante e demasiado tecnicismo pedagógico. Deve-se levar em conta que o modelo educacional brasileiro historicamente não valorizou a profissionalização visto que as carreiras de ensino superior é que eram reconhecidas socialmente no âmbito profissional. Este fato foi reforçado por uma industrialização dependente e tardia que não desenvolvia segmentos de tecnologia avançada e, consequentemente, por um contingente de força de trabalho que não requeria senão princípios básicos de leitura e aritmética destinados, apenas, aos setores instalados nos centros urbano-industriais, prioritariamente no centro-sul. A partir da década de 1970, entretanto, a ampliação da oferta de vagas em cursos profissionalizantes apontava um novo estágio da industrialização brasileira ao mesmo tempo em que privilegiava a educação privada em nível de terceiro grau. Mais uma vez, portanto, se colocava o segundo grau numa condição intermediária sem terminalidade profissional e destinado às camadas mais favorecidas da população. É importante destacar que a pressão social por vagas nas escolas, na década de 1980, explicitava essa política. O aprofundamento da inserção do Brasil na economia mundial trouxe o acirramento da busca de oportunidades por parte da classe trabalhadora que via perderem-se os ganhos anteriores, do ponto de vista da obtenção de um posto de trabalho regular e da escola como formativa para as novas demandas do mercado. Esse processo se refletiu no desemprego em massa constatado na década de 1990, quando se constitui o grande contingente de trabalhadores na informalidade, a flexibilização da economia e a consolidação do neoliberalismo. Acompanharam 14

esse movimento: a migração intraurbana, a formação de novas periferias e a precarização da estrutura educacional no país. As Escolas Técnicas Federais surgiram num contexto histórico no qual a industrialização sequer havia se consolidado no país. Entretanto, indicou uma tradição que formava o artífice para as atividades prioritárias no setor secundário. Durante toda a evolução da economia brasileira e sua vinculação com as transformações postas pela Divisão Internacional do Trabalho, essa escola teve participação marcante e distinguia seus alunos dos demais candidatos, tanto no mercado de trabalho, quanto na universidade. Contudo, foi a partir de 1953 que se iniciou um processo de reconhecimento do ensino profissionalizante como formação adequada que dava acesso à universidade. Esse aspecto foi reiterado em 1959 com a criação das escolas técnicas e consolidado com a LDB 4024/61. Nessa perspectiva, até a LDB 9394/96, o ensino técnico equivalente ao ensino médio foi reconhecido como acesso ao ensino superior. Essa situação se rompe com o Decreto 2208/96 que é refutado a partir de 2005 quando se assume novamente o ensino médio técnico integrado. Nesse percurso histórico, pode-se perceber que o IFSP nas suas várias caracterizações (Escolas de Artífices, Escola Técnica, CEFET e Escolas Agrotécnicas) assegurou a oferta de trabalhadores qualificados para o mercado, bem como se transformou numa escola integrada no nível técnico, valorizando o ensino superior e, ao mesmo tempo, oferecendo oportunidades para aqueles que, injustamente, não conseguiram acompanhar a escolaridade regular. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo -IFSP foi instituído pela Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, mas, para abordarmos a sua criação, devemos observar como o IF foi construído historicamente, partindo da Escola de Aprendizes e Artífices de São Paulo, o Liceu Industrial de São Paulo, a Escola Industrial de São Paulo e Escola Técnica de São Paulo, a Escola Técnica Federal de São Paulo e o Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo. 4.2.1. A ESCOLA DE APRENDIZES E ARTÍFICES DE SÃO PAULO A criação dos atuais Institutos Federais se deu pelo Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909, com a denominação de Escola de Aprendizes e Artífices, 15

então localizadas nas capitais dos estados existentes, destinando-as a propiciar o ensino primário profissional gratuito (FONSECA, 1986). Este decreto representou o marco inicial das atividades do governo federal no campo do ensino dos ofícios e determinava que a responsabilidade pela fiscalização e manutenção das escolas seria de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Na Capital do Estado de São Paulo, o início do funcionamento da escola ocorreu no dia 24 de fevereiro de 1910 2, instalada precariamente num barracão improvisado na Avenida Tiradentes, sendo transferida, alguns meses depois, para as instalações no bairro de Santa Cecília, à Rua General Júlio Marcondes Salgado, 234, lá permanecendo até o final de 1975 3. Os primeiros cursos oferecidos foram de tornearia, mecânica e eletricidade, além das oficinas de carpintaria e artes decorativas (FONSECA, 1986). O contexto industrial da Cidade de São Paulo, provavelmente aliado à competição com o Liceu de Artes e Ofícios, também na Capital do Estado, levou a adaptação de suas oficinas para o atendimento de exigências fabris não comuns na grande maioria das escolas dos outros Estados. Assim, a escola de São Paulo foi das poucas que ofereceram desde seu início de funcionamento os cursos de tornearia, eletricidade e mecânica e não ofertaram os ofícios de sapateiro e alfaiate comuns nas demais. Nova mudança ocorreu com a aprovação do Decreto nº 24.558, de 03 de julho de 1934, que expediu outro regulamento para o ensino industrial, transformando a inspetoria em superintendência. 4.2.2. O LICEU INDUSTRIAL DE SÃO PAULO 4 O ensino no Brasil passou por uma nova estruturação administrativa e funcional no ano de 1937, disciplinada pela Lei nº 378, de 13 de janeiro, que regulamentou o recém-denominado Ministério da Educação e Saúde. Na área educacional, foi criado o Departamento Nacional da Educação que, por sua vez, foi 2 A data de 24 de fevereiro é a constante na obra de FONSECA (1986). 3 A respeito da localização da escola, foram encontrados indícios nos prontuário funcionais de dois de seus exdiretores, de que teria, também, ocupado instalações da atual Avenida Brigadeiro Luis Antonio, na cidade de São Paulo. 4 Apesar da Lei nº 378 determinar que as Escolas de Aprendizes Artífices fossem transformadas em Liceus, na documentação encontrada no CEFET-SP o nome encontrado foi o de Liceu Industrial. 16

estruturado em oito divisões de ensino: primário, industrial, comercial, doméstico, secundário, superior, extraescolar e educação física (Lei nº 378, 1937). A nova denominação, de Liceu Industrial de São Paulo, perdurou até o ano de 1942, quando o Presidente Getúlio Vargas, já em sua terceira gestão no governo federal (10 de novembro de 1937 a 29 de outubro de 1945), baixou o Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro, definindo a Lei Orgânica do Ensino Industrial que preparou novas mudanças para o ensino profissional. 4.2.3. A ESCOLA INDUSTRIAL DE SÃO PAULO E A ESCOLA TÉCNICA DE SÃO PAULO Em 30 de janeiro de 1942, foi baixado o Decreto-Lei nº 4.073, introduzindo a Lei Orgânica do Ensino Industrial e implicando a decisão governamental de realizar profundas alterações na organização do ensino técnico. Foi a partir dessa reforma que o ensino técnico industrial passou a ser organizado como um sistema, passando a fazer parte dos cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MATIAS, 2004). Esta norma legal foi, juntamente com as Leis Orgânicas do Ensino Comercial (1943) e Ensino Agrícola (1946), a responsável pela organização da educação de caráter profissional no país. Neste quadro, também conhecido como Reforma Capanema, o Decreto-Lei 4.073, traria unidade de organização em todo território nacional. Até então, a União se limitara, apenas a regulamentar as escolas federais, enquanto as demais, estaduais, municipais ou particulares regiam-se pelas próprias normas ou, conforme os casos, obedeciam a uma regulamentação de caráter regional (FONSECA, 1986). No momento que o Decreto-Lei nº 4.073, de 1942, passava a considerar a classificação das escolas em técnicas, industriais, artesanais ou de aprendizagem, estava criada uma nova situação indutora de adaptações das instituições de ensino profissional e, por conta desta necessidade de adaptação, foram se seguindo outras determinações definidas por disposições transitórias para a execução do disposto na Lei Orgânica. 17

A primeira disposição foi enunciada pelo Decreto-Lei nº 8.673, de 03 de fevereiro de 1942, que regulamentava o Quadro dos Cursos do Ensino Industrial, esclarecendo aspectos diversos dos cursos industriais, dos cursos de mestria e, também, dos cursos técnicos. A segunda, pelo Decreto 4.119, de 21 de fevereiro de 1942, determinava que os estabelecimentos federais de ensino industrial passariam à categoria de escolas técnicas ou de escolas industriais e definia, ainda, prazo até 31 de dezembro daquele ano para a adaptação aos preceitos fixados pela Lei Orgânica. Pouco depois, era a vez do Decreto-Lei nº 4.127, assinado em 25 de fevereiro de 1942, que estabelecia as bases de organização da rede federal de estabelecimentos de ensino industrial, instituindo as escolas técnicas e as industriais (FONSECA, 1986). Foi por conta desse último Decreto, de número 4.127, que se deu a criação da Escola Técnica de São Paulo, visando a oferta de cursos técnicos e os cursos pedagógicos, sendo eles das esferas industriais e de mestria, desde que compatíveis com as suas instalações disponíveis, embora ainda não autorizada a funcionar. Instituía, também, que o início do funcionamento da Escola Técnica de São Paulo estaria condicionada a construção de novas e próprias instalações, mantendo-a na situação de Escola Industrial de São Paulo enquanto não se concretizassem tais condições. Ainda quanto ao aspecto de funcionamento dos cursos considerados técnicos, é preciso mencionar que, pelo Decreto nº 20.593, de 14 de Fevereiro de 1946, a escola paulista recebeu autorização para implantar o Curso de Construção de Máquinas e Motores. Outro Decreto de nº 21.609, de 12 de agosto 1946, autorizou o funcionamento de outro curso técnico, o de Pontes e Estradas. Retornando à questão das diversas denominações do IFSP, apuramos em material documental a existência de menção ao nome de Escola Industrial de São Paulo em raros documentos. Nessa pesquisa, observa-se que a Escola Industrial de São Paulo foi a única transformada em Escola Técnica. As referências aos processos de transformação da Escola Industrial à Escola Técnica apontam que a primeira teria funcionado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, fato desconhecido pelos pesquisadores da história do IFSP (PINTO, 2008). 18

Também na condição de Escola Técnica de São Paulo, desta feita no governo do Presidente Juscelino Kubitschek (31 de janeiro de 1956 a 31 de janeiro de 1961), foi baixado outro marco legal importante da Instituição. Trata-se da Lei nº 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, que determinou sua transformação em entidade autárquica 5. A mesma legislação, embora de maneira tópica, concedeu maior abertura para a participação dos servidores na condução das políticas administrativa e pedagógica da escola. Importância adicional para o modelo de gestão proposto pela Lei 3.552, foi definida pelo Decreto nº 52.826, de 14 de novembro de 1963, do presidente João Goulart (24 de janeiro de 1963 a 31 de marco de 1964), que autorizou a existência de entidades representativas discentes nas escolas federais, sendo o presidente da entidade eleito por escrutínio secreto e facultada sua participação nos Conselhos Escolares, embora sem direito a voto. Quanto à localização da escola, dados dão conta de que a ocupação de espaços, durante a existência da escola com as denominações de Escola de Aprendizes Artífices, Liceu Industrial de São Paulo, Escola Industrial de São Paulo e Escola Técnica de São Paulo, ocorreram exclusivamente na Avenida Tiradentes, no início das atividades, e na Rua General Júlio Marcondes Salgado, posteriormente. 4.2.4. A ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DE SÃO PAULO A denominação de Escola Técnica Federal surgiu logo no segundo ano do governo militar, por ato do Presidente Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967), incluindo pela primeira vez a expressão federal em seu nome e, desta maneira, tornando clara sua vinculação direta à União. Essa alteração foi disciplinada pela aprovação da Lei nº. 4.759, de 20 de agosto de 1965, que abrangeu todas as escolas técnicas e instituições de nível superior do sistema federal. 5 Segundo Meirelles (1994, p. 62 63), apud Barros Neto (2004), Entidades autárquicas são pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou. 19

No ano de 1971, foi celebrado o Acordo Internacional entre a União e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD, cuja proposta era a criação de Centros de Engenharia de Operação, um deles junto à escola paulista. Embora não autorizado o funcionamento do referido Centro, a Escola Técnica Federal de São Paulo ETFSP acabou recebendo máquinas e outros equipamentos por conta do acordo. Ainda, com base no mesmo documento, o destaque e o reconhecimento da ETFSP iniciou-se com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB nº. 5.692/71, possibilitando a formação de técnicos com os cursos integrados, (médio e técnico), cuja carga horária, para os quatro anos, era em média de 4.500 horas/aula. Foi na condição de ETFSP que ocorreu, no dia 23 de setembro de 1976, a mudança para as novas instalações no Bairro do Canindé, na Rua Pedro Vicente, 625. Essa sede ocupava uma área de 60 mil m², dos quais 15 mil m² construídos e 25 mil m² projetados para outras construções. À medida que a escola ganhava novas condições, outras ocupações surgiram no mundo do trabalho e outros cursos foram criados. Dessa forma, foram implementados os cursos técnicos de Eletrotécnica (1965), de Eletrônica e Telecomunicações (1977) e de Processamento de Dados (1978) que se somaram aos de Edificações e Mecânica, já oferecidos. No ano de 1986, pela primeira vez, após 23 anos de intervenção militar, professores, servidores administrativos e alunos participaram diretamente da escolha do diretor, mediante a realização de eleições. Com a finalização do processo eleitoral, os três candidatos mais votados, de um total de seis que concorreram, compuseram a lista tríplice encaminhada ao Ministério da Educação para a definição daquele que seria nomeado. Foi na primeira gestão eleita (Prof. Antonio Soares Cervila) que houve o início da expansão das unidades descentralizadas - UNEDs da escola, com a criação, em 1987, da primeira do país, no município de Cubatão. A segunda UNED do Estado de São Paulo principiou seu funcionamento no ano de 1996, na cidade de Sertãozinho, com a oferta de cursos preparatórios e, posteriormente, ainda no 20

mesmo ano, as primeiras turmas do Curso Técnico de Mecânica, desenvolvido de forma integrada ao ensino médio. 4.2.5. O CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SÃO PAULO No primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o financiamento da ampliação e reforma de prédios escolares, aquisição de equipamentos, e capacitação de servidores, no caso das instituições federais, passou a ser realizado com recursos do Programa de Expansão da Educação Profissional - PROEP (MATIAS, 2004). Por força de um decreto sem número, de 18 de janeiro de 1999, baixado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso (segundo mandato de 01 de janeiro de 1999 a 01 de janeiro de 2003), se oficializou a mudança de denominação para CEFET- SP. Igualmente, a obtenção do status de CEFET propiciou a entrada da Escola no oferecimento de cursos de graduação, em especial, na Unidade de São Paulo, onde, no período compreendido entre 2000 a 2008, foi ofertada a formação de tecnólogos na área da Indústria e de Serviços, Licenciaturas e Engenharias. Desta maneira, as peculiaridades da pequena escola criada há quase um século e cuja memória estrutura sua cultura organizacional, majoritariamente, desenhada pelos servidores da Unidade São Paulo, foi sendo, nessa década, alterada por força da criação de novas unidades, acarretando a abertura de novas oportunidades na atuação educacional e discussão quanto aos objetivos de sua função social. A obrigatoriedade do foco na busca da perfeita sintonia entre os valores e possibilidades da Instituição foi impulsionada para atender às demandas da sociedade em cada localidade onde se inaugurava uma Unidade de Ensino, levando à necessidade de flexibilização da gestão escolar e construção de novos mecanismos de atuação. 21

4.2.6. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO O Brasil vem experimentando, nos últimos anos, um crescimento consistente de sua economia, o que demanda da sociedade uma população com níveis crescentes de escolaridade, educação básica de qualidade e profissionalização. A sociedade começa a reconhecer o valor da educação profissional, sendo patente a sua vinculação ao desenvolvimento econômico. Um dos propulsores do avanço econômico é a indústria que, para continuar crescendo, necessita de pessoal altamente qualificado: engenheiros, tecnólogos e, principalmente, técnicos de nível médio. O setor primário tem se modernizado, demandando profissionais para manter a produtividade. Essa tendência se observa também no setor de serviços, com o aprimoramento da informática e das tecnologias de comunicação, bem como a expansão do segmento ligado ao turismo. Se de um lado temos uma crescente demanda por professores e profissionais qualificados, por outro temos uma população que foi historicamente esquecida no que diz respeito ao direito a educação de qualidade e que não teve oportunidade de formação para o trabalho. Considerando-se, portanto, essa grande necessidade pela formação profissional de qualidade por parte dos alunos oriundos do ensino médio, especialmente nas classes populares, aliada à proporcional baixa oferta de cursos superiores públicos no Estado de São Paulo, o IFSP desempenha um relevante papel na formação de técnicos, tecnólogos, engenheiros, professores, especialistas, mestres e doutores, além da correção de escolaridade regular por meio do PROEJA e PROEJA FIC. A oferta de cursos está sempre em sintonia com os arranjos produtivos, culturais e educacionais, de âmbito local e regional. O dimensionamento dos cursos privilegia, assim, a oferta daqueles técnicos e de graduações nas áreas de licenciaturas, engenharias e tecnologias. Além da oferta de cursos técnicos e superiores, o IFSP atua na formação inicial e continuada de trabalhadores, bem como na pós-graduação e pesquisa 22

tecnológica. Avança no enriquecimento da cultura, do empreendedorismo e cooperativismo, e no desenvolvimento socioeconômico da região de influência de cada campus, da pesquisa aplicada destinada à elevação do potencial das atividades produtivas locais e da democratização do conhecimento à comunidade em todas as suas representações. A Educação Científica e Tecnológica ministrada pelo IFSP é entendida como um conjunto de ações que buscam articular os princípios e aplicações científicas dos conhecimentos tecnológicos à ciência, à técnica, à cultura e às atividades produtivas. Este tipo de formação é imprescindível para o desenvolvimento social da nação, sem perder de vista os interesses das comunidades locais e suas inserções no mundo cada vez mais definido pelos conhecimentos tecnológicos, integrando o saber e o fazer por meio de uma reflexão crítica das atividades da sociedade atual, em que novos valores reestruturam o ser humano. Assim, a educação exercida no IFSP não está restrita a uma formação meramente profissional, mas contribui para a iniciação na ciência, nas tecnologias, nas artes e na promoção de instrumentos que levem à reflexão sobre o mundo. Atualmente, o IFSP conta com 17 campi e 3 campi avançados, listados no Quadro 1, sendo que o primeiro campus é o de São Paulo, cujo histórico já foi relatado neste panorama. 23

Quadro 1. Relação dos campi do IFSP Campus Autorização de Funcionamento Início das Atividades São Paulo Decreto nº. 7.566, de 23/09/1909 24/02/1910 Cubatão Portaria Ministerial nº. 158, de 12/03/1987 01/04/1987 Sertãozinho Portaria Ministerial nº. 403, de 30/04/1996 01/1996 Guarulhos Portaria Ministerial nº. 2.113, de 06/06/2006 13/02/2006 São João da Boa Vista Portaria Ministerial nº. 1.715, de 20/12/2006 02/01/2007 Caraguatatuba Portaria Ministerial nº. 1.714, de 20/12/2006 12/02/2007 Bragança Paulista Portaria Ministerial nº. 1.712, de 20/12/2006 30/07/2007 Salto Portaria Ministerial nº. 1.713, de 20/12/2006 02/08/2007 São Carlos Portaria Ministerial nº. 1.008, de 29/10/2007 01/08/2008 São Roque Portaria Ministerial nº. 710, de 09/06/2008 11/08/2008 Campos do Jordão Portaria Ministerial nº. 116, de 29/01/2010 02/2009 Birigui Portaria Ministerial nº. 116, de 29/01/2010 16/08/10 Piracicaba Portaria Ministerial nº. 104, de 29/01/2010 16/08/10 Itapetininga Portaria Ministerial nº. 127, de 29/01/2010 16/08/10 Catanduva Portaria Ministerial nº. 120, de 29/01/2010 16/08/10 Araraquara Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 16/08/10 Suzano Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 16/08/2010 Barretos Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 16/08/10 Boituva (campus avançado) Portaria Ministerial nº. 1366, de 06/12/2010 16/08/10 Capivari (campus avançado) Portaria Ministerial nº. 1366, de 06/12/2010 16/08/10 Avaré Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 1º sem. de 2011 Hortolândia Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 1º sem. de 2011 Registro Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 1º sem. de 2011 Votuporanga Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 1º sem. de 2011 Presidente Epitácio Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 1º sem. de 2011 Campinas Portaria Ministerial nº. 1170, de 21/09/2010 1º sem. de 2011 Recentemente a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de oito novos campi do IFSP como parte da expansão da Rede Federal de Ensino. Assim deverão ser instalados, até 2014, os campi de Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Francisco Morato, São Paulo (Zona Noroeste), Bauru, Marília, Itapeva e Carapicuíba. 4.2.7. HISTÓRICO DO CAMPUS CATANDUVA O Campus Catanduva, edificado em atendimento à Chamada Pública do MEC/SETEC nº 001/2007 - Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Tecnológica FASE II, está localizado no município de Catanduva, na região noroeste do estado de São Paulo. Teve sua autorização de funcionamento através da Portaria nº 120, de 29 de janeiro de 2010 e iniciou suas atividades educacionais em 16 de agosto de 2010. Catanduva está situada no centro da região Sucroalcooleira dos Noroeste Paulista, abrigando a maior parte de seus trabalhadores e recebendo muitos migrantes durante a safra de cana de açúcar. 24

Uma das principais características da indústria local é o pequeno porte das unidades, especialmente nos setores de bens de consumo não-duráveis e de bens intermediários. Com exceção de alguns segmentos, a produção industrial tem característica doméstica, visto que a maior parte da sua receita bruta provém de vendas realizadas dentro do próprio Estado e região. Com uma área total construída composta por um conjunto edificado de padrão escolar com 3 blocos de edifícios interligados, com área total construída de 3.193 m², sendo bloco administrativo, bloco de salas de aula, bloco de biblioteca, convívio e cantina, com mais um bloco de laboratório a ser construído. A presença do IFSP em Catanduva permitirá a ampliação das opções de qualificação profissional e formação técnica e tecnológica para as indústrias e serviços da região, por meio de educação gratuita e de qualidade. 4.2.7.1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CATANDUVA O município de Catanduva faz parte da Região Administrativa de São José do Rio Preto, que compreende 05 (cinco) Regiões de Governo do Estado de São Paulo: Catanduva, Fernandópolis, Jales, São José do Rio Preto e Votuporanga. O município de Catanduva está localizado na região noroeste do Estado, distante 385 Km da capital. Sua área geográfica é de 291 km 2, a uma altitude de 503 metros e clima tropical seco. Fazem parte da microrregião de Catanduva os municípios: Ariranha, Itajobi, Catiguá, Elisário, Embaúba, Novais, Palmares Paulista, Paraíso, Pindorama, Santa Adélia, Severínia e Tabapuã. O município conta com os seguintes municípios limítrofes: Pindorama, Palmares Paulista, Ariranha, Novais, Itajobi, Elisiário e Catiguá. A Figura 1 ilustra o mapa dos campi do IFSP, onde a localização da cidade de Catanduva está destacada através de um circulo vermelho. Segundo dados do IBGE de 2010, o município de Catanduva é composto por 112.843 habitantes, com cerca de 99% na área urbana. A faixa etária da população é composta por cerca de 23% de habitantes com menos de 15 anos, 10% com idade entre 15 e 19 anos, 55% com idade entre 20 e 59 anos e 12% com 60 anos ou mais. 25

Figura 3. Mapa dos Campi do IFSP Fonte: IFSP Pró-Reitoria de Extensão. De acordo com o IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social), Catanduva foi classificada, em 2006, no Grupo 1: município com nível elevado de riqueza e bons níveis nos indicadores sociais. Catanduva apresenta características de polo micro regional, com comércio, setor de serviços e indústria. Mais de 550 indústrias estão instaladas na cidade. Os setores que se destacam são: ventiladores, citros, café, laticínios, álcool e açúcar. No setor industrial a produção e o comércio de ventiladores se sobressaem, o que tornou Catanduva conhecida como a "capital nacional dos ventiladores". As fábricas da cidade são responsáveis por cerca de 90% da produção nacional de ventiladores e empregam 60% da mão-de-obra alocada no setor industrial do no município. Na Tabela 3 são apresentados os indicadores de emprego e renda dos setores da economia no ano de 2009 em Catanduva. 26

Tabela 3. Indicadores de emprego e renda. Empregados nos setores da Percentual de Rendimento médio (R$) economia no ano de 2009 empregados Agropecuária 4,95 643,43 Indústria 26,58 1364,92 Construção civil 3,44 1030,38 Fonte: Fundação SEAD, 2009 Na Tabela 4 é possível acompanhar a evolução do emprego nos diferentes setores da economia catanduvense entre 2000 e 2009. Tabela 4. Evolução do emprego nos diferentes setores da economia entre 2000 e 2009. ANO Empregos Indústria de Construção Adm. Agrope- Comércio Serviços Totais Transformação Civil Pública cuária 2000-1282 375-155 492-145 - 202-1651 2001 2016-158 230 357 835 204 536 2002 2644 236 77 554 671 6 1098 2003-266 27-349 502 20-13 - 455 2004 1501 487-54 2856-1127 45-590 2005-426 - 18-234 500 92 69 2006 1516 620 64-108 964 14-34 2007-309 - 8 209-371 171 274 2008 763 84-153 - 52 335 142 400 2009 1670 661 101 339 629-155 90 Fonte: Caged. Segundo indicadores de 2000, a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais é de 7,6%. Cerca de 60,34% da população com 25 anos ou mais possui menos de 8 anos de estudo; 48,28% da população entre 18 e 24 anos possui o Ensino Médio completo Segundo indicadores do Seade referentes ao ano de 2000, a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais é de 7,6%. Cerca de 60,34% da população com 25 anos ou mais possui menos de 8 anos de estudo; 48,28% da população entre 18 e 24 anos possui o Ensino Médio completo. 27

4.3. HISTÓRICO DA EE NICOLA MASTROCOLA O então Ginásio Estadual Bairro do Higienópolis teve sua criação dada pela Lei n. 5.336 de 25 de maio de 1959, publicada no Diário Oficial (D.O.) de 27 de maio de 1959. O Ginásio foi instalado em 11 de março de 1960 e contava com 2 classes de 1ª série do curso ginasial. Devido à atuação do Deputado Estadual Antonio Mastrocola o Ginásio Estadual passou, de acordo com o Decreto 40.306, publicado no D.O. de 29 de junho de 1962, a denominar-se Ginásio Estadual Nicola Mastrocola, uma homenagem ao pai do deputado. O agricultor catanduvense Joaquim Estevam Jorge doou um quarteirão (formado pelas atuais ruas Espírito Santo, Campinas, Rio Grande do Norte e Uberaba) para que nele fosse construída a nova escola. A inauguração oficial se deu em 09 de maio de 1963, quando compareceram as famílias do homenageado e inúmeras autoridades. No início comportava 04 salas no andar térreo e 04 salas no andar superior, 01 sala de professores, 01 cantina, 01 secretaria, 01 quadra de educação física. Em 1964, o Ginásio Estadual Nicola Mastrocola passou a funcionar em 03 períodos e no ano de 1969 obteve autorização para o funcionamento do curso colegial. Devido ao grande número de alunos, em 1970, a escola passou por um processo de ampliação de sua infraestrutura graças à colaboração a sua Associação de Pais e Mestres e a Prefeitura Municipal de Catanduva. No ano de 1976, o antigo Ginásio foi transformado em Escola Estadual de 1º e 2º Graus Nicola Mastrocola, contava com 36 classes e possuía turmas desde a 1ª série do 1º grau à 3ª série do 2º grau. Cabe ressaltar que a biblioteca, numa homenagem póstuma, recebeu o nome de Joaquim Jorge Estevam e o salão Nobre denominado professor Wilson Tarsitano, devido a enorme colaboração vertida pelo professor a este estabelecimento de ensino e pelo vigor com que lutava em prol dos menos favorecidos. 28

5. JUSTIFICATIVA E DEMANDA DE MERCADO Catanduva apresenta características de polo micro regional, com comércio, setor de serviços e indústria. Mais de 550 indústrias estão instaladas na cidade. Catanduva está situada no centro da região Sucroalcooleira do Noroeste Paulista, sendo um município em que as atividades industriais relacionadas à produção de açúcar e álcool são muito intensas. No município de Catanduva estão instaladas três grandes usinas Sucroalcooleiras, sendo estas: Usina Catanduva, Usina São Domingos e Usina Cerradinho, além das demais Usinas instaladas nas cidades vizinhas, como por exemplo, Usina Itajobi, Usina Ruette e Usina Colombo. Ademais, Catanduva também possui uma grande variedade de pequenas, médias e grandes empresas ligadas diretamente no desenvolvimento de processos químicos, tais como o desenvolvimento de produtos de limpeza e higiene, desenvolvimento de biodiesel, tratamento químico de materiais metálicos, como zincagem, galvanoplastia etc. Desta forma, há uma grande necessidade de mão de obra qualificada para o trabalho com operação e análise de processos químicos. A essa análise do panorama econômico da cidade de Catanduva acrescentou-se a consulta ao Sistema de Informações de Capital Humano, elaborado pela FIESP- DEPAR- Departamento de Ação Regional, a fim de melhor entendimento das demandas do mercado de trabalho qualificado na região. Na região de São José do Rio Preto existem apenas 3 cursos de nível técnico relacionados à Química, todos localizados em Catanduva e sendo que dois deles são voltados especificamente à indústria de açúcar e álcool. No entanto, essa mesma região contava com 3013 indústrias em 2009, de acordo com o programa de Capital Humano, sendo 310 indústrias de alimentos, 172 de borracha e plástico, 79 de produtos químicos, entre outras, nas quais o técnico em Química pode atuar. Foi definida ainda em audiência pública realizada em 23 de outubro de 2007, na qual esteve presente o prefeito da cidade de Catanduva Afonso Macchione Neto e representantes dos setores produtivos da região, a oferta do curso de Química, além dos cursos de Fabricação Mecânica e Mecatrônica. 29

6. OBJETIVOS 6.1. OBJETIVOS GERAIS Fornecer ao aluno uma formação integral humanista, proporcionando ao educando condições para a aquisição de competências e habilidades necessárias ao seu desenvolvimento pessoal e profissional; Formar técnicos em Química que sejam capazes de atuar em diferentes ramos do mercado industrial, proporcionando uma base de conhecimentos científicos, tecnológicos e instrumentais ao egresso; Proporcionar ao técnico em Química conhecimentos relacionados à produtividade, qualidade e sustentabilidade, pautados sempre nas questões éticas e ambientais 6.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Atuar na preparação básica para o trabalho e para a cidadania do educando; Consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos posteriores ao ensino médio; Proporcionar uma formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico do educando; Compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e prática, no ensino de cada disciplina; Apresentar a Química como construção humana, compreendendo aspectos históricos de sua produção e suas relações com contextos culturais, sócioeconômicos e políticos; Formar profissionais de nível técnico em Química, para atuar em empresas de pequeno, médio e grande porte, ou como profissionais liberais; 30

Proporcionar aos jovens a aquisição de competências e habilidades, permitindo sua inclusão no mundo do trabalho, bem como prepará-los para futuras evoluções e ocupações dentro da área da Química; Qualificar e habilitar trabalhadores para atuarem com independência e criatividade na produção de novos saberes, atendendo assim a demandas do mercado regional e nacional; Formar pessoal de nível técnico, com competência para auxiliar os profissionais de nível superior nas tarefas de controle e operação de processos industriais de base química, no controle químico de qualidade de matérias-primas, reagentes e produtos, respeitando normas técnicas de qualidade, segurança e proteção ambiental; Capacitar o aluno para o emprego, gerenciamento e difusão de tecnologias e processos químicos, visando à melhoria da produtividade. 31

7. REQUISITOS DE ACESSO Serão ofertadas 40 vagas no período integral com ingresso anual e duração de 3 anos. Para matricular-se nos cursos técnicos integrados oferecidos pelo IFSP - Campus Catanduva em parceria com a EE Nicola Mastrocola o aluno deverá ter concluído o Ensino Fundamental ou escolaridade equivalente. O processo seletivo será realizado pela EE Nicola Mastrocola, que se responsabilizará pela realização de uma audiência pública sobre o curso integrado ofertado, publicar o edital de inscrição em todas as escolas do município de Catanduva e veicular propaganda, por um prazo não inferior a trinta dias, junto aos órgãos da mídia local. No caso do número de inscritos ser maior que o número de vagas oferecidas, a constituição das turmas se dará mediante sorteio. A matrícula deverá ser efetuada na secretaria da escola estadual parceira e na Coordenadoria de Registros Escolares do IFSP. 32

8. PERFIL DA FORMAÇÃO O perfil dos egressos dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio está dividido em perfil de formação geral e perfil técnico. 8.1. PERFIL DE FORMAÇÃO GERAL O técnico de nível médio deverá atuar compreendendo criticamente as relações e interações do mundo do trabalho, entendendo o trabalho como realização humana e prática econômica. Seu modo de atuação deverá se pautar pela compreensão da relação Ciência, Tecnologia e Sociedade e as relações sociais, culturais, políticas, éticas e ambientais locais e globais. Sua formação também o possibilitará a ser capaz de trabalhar coletivamente e de agir deforma crítica e cooperativa, bem como ser capaz ter capacidade de apropriação e geração de conhecimento. Devem ser consideradas ainda as competências básicas de formação geral, incluindo-se: I. Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemáticas, artístico-culturais e científico-tecnológicas; II. Conhecer e utilizar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais; III. Construir e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artístico-culturais; IV. Compreender os fundamentos científico-tecnológicos relacionando teoria e prática nas diversas áreas do conhecimento; V. Compreender a sociedade, sua gênese e transformação, e os múltiplos fatores que nela intervém, como produtos da ação humana; 33

VI. Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões, enfrentar situaçõesproblema e construir argumentação consistente; VII. Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenções solidárias na realidade, respeitando os valores humanos, preservando o meio ambiente considerando a diversidade sócio-cultural; VIII. Ter iniciativa, responsabilidade e espírito empreendedor, exercer liderança, saber trabalhar em equipe, respeitando a diversidade de ideias e ter atitudes éticas, visando o exercício da cidadania e a preparação para o trabalho. 8.2. PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO DOS EGRESSOS Para constituir o perfil de formação técnica tomou-se como base o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (http://catalogonct.mec.gov.br) lançado pelo MEC em dezembro de 2007, cujo objetivo é o fortalecimento da identidade dos cursos técnicos, sua sintonia com as vocações e peculiaridades regionais e a necessidade de ampliação de sua visibilidade. Segundo o Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, o Técnico em Química será um profissional apto a: atuar no planejamento, coordenação, operação e controle dos processos industriais e equipamentos nos processos produtivos; planejar e coordenar de processos laboratoriais; executar amostragens, análises químicas, físico-químicas e microbiológicas; realizar vendas e assistência técnica na aplicação de equipamentos e produtos químicos; participar no desenvolvimento de produtos e validação de métodos; 34