A Revisão das Metas do PERSU 2020 e Desafios para 2030 Paulo Praça ESGRA Baguim do Monte, 13 de julho de 2017
BREVE APRESENTAÇÃO DA
A ESGRA foi constituída ESGRA em 2009 com o objetivo de assegurar a defesa dos interesses do Setor dos Resíduos. 3
Associados: BRAVAL LIPOR AMBISOUSA RESÍDUOS DO NORDESTE ECOBEIRÃO RESITEJO GESAMB AMBILITAL ESGRA RESIALENTEJO MUSAMI TERAMB ECOLEZÍRIA EMAR_VR EGF 4
Missão: Promoção dos interesses dos Associados - exploração de sistemas de tratamento de resíduos, desenvolvimento estratégico, investigação de recursos que preservem e potenciem o País como território de desenvolvimento socioeconómico, cultural e ambiental. ESGRA 5
Representação Nacional: Área: 88.000 Km2 (97% do Total Nacional) População: 6,2 Milhões de habitantes (91% do Total Nacional) Resíduos: 4.600.000 t/ano ESGRA (96% do Total Nacional) 6
Representação internacional: A ESGRA é responsável pela representação de Portugal na Municipal Waste Europe (MWE). A MWE, Associação com sede em Bruxelas, congrega 16 países Europeus e é interveniente formal junto do Parlamento Europeu e do Conselho em procedimentos legislativos em matéria de resíduos. 7
A Revisão das Metas do PERSU 2020 e Desafios para 2030 8
PERSU 2020 Metas globais estabelecidas para 31 de dezembro de 2020 Prevenção: redução mínima da produção de resíduos por habitante: 10% (relativamente a 2012) Preparação para reutilização e reciclagem: aumento global mínimo de 50% (relativamente a 2012) Reciclagem dos resíduos de embalagens: 70% Deposição de RUB em aterro: redução para 35% 9
PERSU 2020 Metas intercalares, Revisão do SIGRE, TGR Despachos 3350/2015 e 7111/2015: Definição de metas intercalares, específicas para cada SGRU, de preparação para reutilização e reciclagem, retomas com origem na recolha seletiva para o período 2016-2020; metas de retoma dos SGRU por material, decalcadas das metas do PERSU 2020. Revisão do modelo de Valores de Contrapartida do SIGRE: Introdução de novos elementos da fórmula de cálculo, um dos quais faz depender os VC do cumprimento das metas definidas no Despacho 7111/2015. 10
PERSU 2020 Metas intercalares, Revisão do SIGRE, TGR Indexação do cumprimento das metas à Taxa de Gestão de Resíduos: O incumprimento das metas intercalares, definidas no Despacho 3350/2015, é penalizado via TGR, não podendo ser repercutido nos municípios. Novos Despachos do SIGRE - Não acautelam a operacionalização relativa aos materiais de embalagens provenientes da recolha indiferenciada, impedindo-se deste modo a possibilidade do seu escoamento, o que se traduz numa situação de enorme gravidade para a gestão dos SGRU. 11
PERSU 2020 Situação de incerteza e falta de condições de operacionalização Valores de Contrapartida - Os VC propostos podem implicar uma redução nos valores globais de contrapartida de resíduos de embalagens na ordem dos 20% em relação a 2015: Especificações técnicas demasiado exigentes. Penalizações decorrentes de metas desfasadas da realidade, inatingíveis. Repercussão tarifária do aumento dos custos de gestão dos SGRU nos munícipes / consumidores. 12
PERSU 2020 O estado da arte Desvio das metas definidas, utilização predominante da deposição em aterro, capitações de recolha seletiva abaixo do proposto. In Relatório de Monitorização do Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2020 (PERSU 2020), referente ao ano de 2015, elaborado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), em fevereiro de 2017. 13
PERSU 2020 O estado da arte Pese embora dois SGRU já cumpram, inclusive, as três metas intercalares definidas para 2016, na globalidade, o seu cumprimento em 2020 carecerá ainda de um reforço adicional nas atividades de recolha seletiva multimaterial, de valorização orgânica dos RUB e de recuperação de materiais recicláveis do fluxo indiferenciado. Acresce ainda que importará avaliar a eficiência e otimização das diversas instalações de tratamento, de molde a recuperar e valorizar as quantidades tecnicamente expectáveis pelas tecnologias de tratamento construídas pelos SGRU.* 14 *In Relatório de Monitorização do Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2020 (PERSU 2020), referente ao ano de 2015, elaborado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), em fevereiro de 2017.
PERSU 2020 e Desafios para 2030 Desafio ambiental - Alcançar as metas estabelecidas, tendo ainda presentes as metas mais ambiciosas que se encontram em discussão a nível comunitário. Desafio económico-financeiro Aumentar o grau de recuperação dos custos, garantindo a sustentabilidade económico-financeira das Entidades Gestoras e, muito em particular, dos SGRU. 15
PERSU 2020 e Desafios para 2030 Desafio social Reforçar o investimento na sensibilização do cidadão para a sua adesão, cada vez mais eficaz, à prevenção da produção de resíduos e à adequada deposição seletiva de resíduos. Desafio global / operacional Melhorar o conhecimento das infraestruturas, a eficiência, o encaminhamento e a valorização, também dos aspetos económicofinanceiros, dos materiais recicláveis, composto e refugo / rejeitados, resultantes do tratamento dos resíduos. 16
PERSU 2020 e Desafios para 2030 Proposta de atuação do Setor Reavaliar o plano de ação, num espírito de maior colaboração e exigência técnica, envolvendo os agentes-chave do Setor. Fixar objetivos e metas exequíveis para o País e que tenham em conta o tipo de investimentos que têm sido realizados em Portugal, nomeadamente com recurso a fundos europeus como o PO SEUR. 17
PERSU 2020 e Desafios para 2030 Proposta de atuação do Setor Clarificar a situação da valorização energética de resíduos não passíveis de reciclagem, sempre preferível à deposição em aterro, em termos quer ambientais quer económicos, não pondo em causa que se procure atingir níveis cada vez mais elevados de taxas de reutilização e reciclagem. Modernizar as instalações de tratamento mecânico e tratamento mecânico e biológico, otimizando a operacionalização e, garantindo os níveis exigíveis de eficiência, aumentar a capacidade das unidades existentes. 18
PERSU 2020 e Desafios para 2030 Proposta de atuação do Setor Reforçar a recolha seletiva de resíduos urbanos biodegradáveis como um objetivo estratégico a implementar, alinhando Portugal com a estratégia europeia. Harmonizar e simplificar o quadro normativo aplicável aos subprodutos e ao fim do estatuto de resíduos, nomeadamente, insistindo, junto das instâncias nacionais e comunitárias, no fim do estatuto de resíduo para o composto de qualidade comprovada, resultante do tratamento de resíduos nas unidades de tratamento mecânico e biológico. 19
PERSU 2020 e Desafios para 2030 O desafio transversal da educação ambiental Nos últimos anos tem sido grande o investimento na sensibilização da população para a importância da reciclagem. No entanto, existe ainda um longo caminho a percorrer para o encaminhamento correto dos resíduos de forma a que a recolha seletiva em Portugal possa vir a ter dados semelhantes aos da maior parte dos Estados Membros da União Europeia. 20
PERSU 2020 e Desafios para 2030 O desafio transversal da educação ambiental Sem a alteração de comportamentos e um maior conhecimento, por parte de todos, sobre os sistemas mais eficientes e eficazes de separação dos vários fluxos de resíduos, não será possível fazer a transição para um modelo de economia circular. É fundamental estudar e encontrar sistemas de encaminhamento de resíduos que a todos e ao País beneficiem, podendo-se optar pela adoção de modelos diferentes, em função, designadamente, da densidade populacional de cada região do País. 21
PERSU 2020 e Desafios para 2030 Resumindo: importa, agora, ação. A ESGRA insiste na defesa de que é fundamental: Envolver o Setor na revisitação do PERSU e não impor metas que, desfasadas da realidade, se tornem inalcançáveis. Envolver todos os intervenientes cidadãos inclusive - na promoção da recolha seletiva. Definir uma política adequada à realidade nacional para os rejeitados, bem como para os combustíveis derivados de resíduos. Promover uma política abrangente e eficaz de educação ambiental. 22
MUITO OBRIGADO Paulo Praça Presidente da Direção da ESGRA 23