PARECER/MP/CONJUR/JPA/Nº 0183-3.13 / 2010



Documentos relacionados
PRESIDÊNCIA 19/04/2013 INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 21 / 2013

Resumo sobre GQ das Carreiras pesquisadas

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, DECRETA:

PRESIDÊNCIA 21 / 06 / 2013 INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 22 / 2013

Medida Provisória nº de de 2008

Coordenação-Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos - Codrh

Coordenação-Geral de Tributação

Em relação à Carreira da Tecnologia Militar, a gratificação foi prevista pela Lei /2009 nos seguintes termos:

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

NOTA TÉCNICA Nº276/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP. ASSUNTO: Exercícios anteriores - revisão de aposentadoria SUMÁRIO EXECUTIVO

Coordenação-Geral de Tributação

CADERNO 1 - ADMINISTRATIVO > MINISTÉRIO PÚBLICO > PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA > SECRETARIA GERAL ATO NORMATIVO Nº 004/2011

Coordenação-Geral de Tributação

INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA Nº 01/2007/SAD/EG, DE 14 DE MARÇO DE 2007

Nota Técnica nº 555 /2010/COGES/DENOP/SRH/MP. ASSUNTO: Adicional por Plantão Hospitalar. Referência: Documento nº

Adicional de Pós-Graduação. Conceito

DECRETO Nº 1040, DE 28 DE ABRIL DE 2015

Coordenação-Geral de Tributação

Seção I. Das Disposições Gerais

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.389/12 Dispõe sobre o Registro Profissional dos Contadores e Técnicos em Contabilidade.

NOTA INFORMARTIVA Nº 270/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP

Câmara Municipal de Uberaba O progresso passa por aqui LEI COMPLEMENTAR Nº 381

Coordenação-Geral de Tributação

LEI Nº 8.067, DE 7 DE OUTUBRO DE 2014.

Coordenação-Geral de Tributação

LEGISLAÇÃO / Ofícios Circulares UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO

Coordenação-Geral de Tributação

NOTA TÉCNICA, nº 04/CGGP/SAA/MEC

Coordenação-Geral de Tributação

ATO NORMATIVO Nº 021/2014

Regulamento dos Cursos da Diretoria de Educação Continuada

COMISSÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA

Parecer Setor Consultivo/LFBA n 08/2011 Brasília, 18 de agosto de 2011.

Coordenação-Geral de Tributação

Data 27 de abril de 2015 Processo Interessado CNPJ/CPF

Decreto nº , de 22 de março de 2010

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO CONSULTORIA JURÍDICA DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

Coordenação-Geral de Tributação

ABONO DE PERMANÊNCIA E APOSENTADORIA DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL, DO ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO


UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS CONSELHO UNIVERSITÁRIO RESOLUÇÃO Nº. 030/2011-CONSUNIV DISPÕE sobre revalidação de diplomas de cursos de graduação

REGULAMENTO DOS PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA, APROVEITAMENTO DE ESTUDOS E COMPETÊNCIAS E ACESSO DE PORTADOR DE DIPLOMA SUPERIOR

Coordenação-Geral de Tributação

LEI Nº 3.848, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1960

Ementa : Estabelece normas para o funcionamento de cursos de Pós-Graduação lato sensu na Universidade de Pernambuco

RESOLUÇÃO N 02/2014/CDP Florianópolis, 05 de agosto de 2014.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Coordenação-Geral de Tributação LABORATÓRIOS BAGÓ DO BRASIL S/A CNPJ/CPF /

REGULAMENTO/COGEP Nº 001, DE 1º DE JUNHO DE ª Edição Atualizada em 29 de janeiro de 2013.

REGULAMENTO/DIGEP Nº 002, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2014.

Nota Técnica. 1- Referência:

Ministério da Educação UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Criada pela Lei No de 24 de abril de 2002 Pró-Reitoria de Administração

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

INSTRUÇÃO NORMATIVA/FUNDAÇÃO UNITINS/GRE/N 004/2012.

ABONO DE PERMANÊNCIA

Coordenação-Geral de Tributação

DOS CURSOS E SEUS OBJETIVOS

REGULAMENTO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO ESTADO SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS PORTARIA NORMATIVA SRH Nº 2, DE 14 DE OUTUBRO DE 1998

Coordenação-Geral de Tributação

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei de 21/10/1966 São Luís Maranhão

DECRETO Nº /2015 DE 05 DE JANEIRO DE O Prefeito Municipal de Querência - MT, no uso de suas

CÓPIA. Coordenação-Geral de Tributação. Relatório. Solução de Consulta nº Cosit Data 25 de agosto de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF

Coordenação-Geral de Tributação

disciplinas componentes do currículo pleno de cursos de graduação autorizados ou reconhecidos, concluídas com aprovação;

PROJETO DE RESOLUÇÃO nº 107, de 21 de dezembro de 2012.

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DE PERNAMBUCO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete da Presidência INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 21, DE 24 DE SETEMBRO DE 2010

PARECER HOMOLOGADO(*) (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 24/6/2003 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO


DECRETO FEDERAL Nº 6.303, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007 Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 13 dez Seção I, p.

FACULDADE PROCESSUS REGULAMENTO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

APROVAR as normas para concessão de afastamento para pós-graduação aos servidores do IF-SC. CAPÍTULO I DOS TIPOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Coordenação-Geral de Tributação

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO N , DE 12 DE JUNHO DE 2007

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

Solicitação de aprovação de cursos de Pós-Graduação Lato Sensu Especialização

O Presidente da Câmara Superior de Pós-Graduação da Universidade Federal de Campina Grande, no uso de suas atribuições,

Coordenação-Geral de Tributação

NOTA TÉCNICA N o 295/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP ASSUNTO: Redistribuição com dispensa de contrapartida

PROGRAMA DE BOLSAS UNIVESP BOLSAS DE APOIO ACADÊMICO E TECNOLÓGICO

DESENVOLVIMENTO FUNCIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE PAPANDUVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02/2010/CPG

PORTARIA Nº. 14/REITORIA/10, de 5 de julho de 2010 CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Coordenação-Geral de Tributação

RESOLUÇÃO Nº 32/2011

CAPITULO I DISPOSIÇOES GERAIS

O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PROJETO DE LEI Nº de 2013 (do Poder Executivo)

Parecer sobre indenização por dispensa de FC na integralização da GAE

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL FEDERAL Procuradoria Federal junto ao IF Sudeste MG

Minuta do Regimento Geral de Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu da Universidade Federal de São Carlos

LEI Nº , DE 12 DE MAIO DE (Projeto de Lei nº 611/02, da Vereadora Claudete Alves - PT)

Coordenação-Geral de Tributação

art. 5º - Para efeito desde Regulamento, considera-se: II - indenização: valor devido aos beneficiários, em caso de sinistro;

Conselho Nacional de Justiça

Transcrição:

PARECER/MP/CONJUR/JPA/Nº 0183-3.13 / 2010 PROCESSO Nº: 03090.001376/2009-12 EMENTA: DÚVIDAS DO ÓRGÃO CONSULENTE ACERCA DA CORRETA INTERPRETAÇÃO DA LEI N.º 11.907, DE 2 DE FEVEREIRO DE 2009. CARREIRAS DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DE GESTÃO, PLANEJAMENTO E INFRAESTRUTURA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. GRATIFICAÇÃO DE QUALIFICAÇÃO GQ. INTERPRETAÇÃO E ALCANCE DOS ARTIGOS 56 E 57 DA REFERIDA LEI. INDEPENDÊNCIA ENTRE AS DISPOSIÇÕES NORMATIVAS CONTIDAS NOS 5º E 6º DO ART. 56 DA LEI. INEXISTÊNCIA DE CONFLITO ENTRE AS DISPOSIÇÕES DOS ARTS. 56 E 57 DO CITADO DIPLOMA LEGISLATIVO. PELO ENVIO DOS AUTOS AO ÓRGÃO CONSULENTE. 1. Vem à análise e manifestação desta Consultoria Jurídica, órgão setorial da Advocacia- Geral da União, consulta realizada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho FUNDACENTRO, por meio do Ofício OF/CEPR/SAD/051/2009 (fls. 01/02), sobre a interpretação que deve ser conferida aos artigos 56 e 57, ambos da Lei n.º 11.907/2009, que disciplinam a concessão da Gratificação de Qualificação GQ aos titulares de cargos de provimento

efetivo de níveis intermediário e auxiliar integrantes das Carreiras de Desenvolvimento Tecnológico e de Gestão, Planejamento e Infraestrutura em Ciência e Tecnologia. 2. Instruem o Ofício OF/CEPR/SAD/051/2009 (fls. 01/02): a) cópia não autenticada da Portaria nº 085/08 FUNDACENTRO, via da qual o Presidente desta Fundação institui a Comissão Interna da FUNDACENTRO CEI (fls.03/04); cópia não autenticada de alguns artigos da Lei n.º 11.907/2009 (fls.05/11). 3. A fls. 13/16 dos autos consta NOTA/MP/CONJUR/PFF/Nº 4872-3.17 / 2009, por meio da qual esta Consultoria Jurídica CONJUR/MP sugere o envio dos autos à Secretaria de Recursos Humanos deste Ministério, para manifestação preliminar acerca do tema objeto da consulta. 4. O alvitre veiculado na NOTA/MP/CONJUR/PFF/Nº 4872-3.17 / 2009 foi acatado pelo i. Consultor Jurídico do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão MP, e, por conseguinte, os autos foram remetidos à Secretaria de Recursos Humanos SRH deste Ministério. 5. A Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação de Normas da Secretaria de Recursos Humanos SRH apreciou, por meio da Nota Técnica nº 251/20009/COGES/DENOP/SRH/MP, a questão objeto de consulta nestes autos, concluindo que in verbis: [...] no caso do enquadramento dos servidores dos níveis II e III, nos termos do 4º e 5º do art 56, do anexo XX da Lei nº 11.907/2009, para fins de percepção da Gratificação de Qualificação QG, o servidor deverá comprovar tão-somente a conclusão do curso de graduação. 9. Como relação ao conflito suscitado entre os arts. 46 e 57, da Lei nº 11.907, de 2009, entendemos ser inexistente, vez que a Administração concluiu pela maior exigência de formação por que alguns servidores já estavam percebendo o Adicional de Titulação, cuja substituição se deu pela referida gratificação. PARECER JPA 0183 3.13-2010 2

6. Em seguida, os autos retornaram a esta Consultoria Jurídica CONJUR/MP, para análise conclusiva. 7. É o sucinto relatório. 8. A matéria objeto de análise nesta consulta diz respeito à correta interpretação a ser conferida aos artigos 56 e 57, ambos da Lei n.º 11.907/2009, tendo em vista as dúvidas e questionamentos suscitados no ofício OF/CEPR/SAD/051/2009 (fls. 01/02). Nota-se que se trata de uma questão unicamente de direito, sem controvérsia fática a ser analisada. 9. Os dispositivos legais cuja interpretação se mostra controvertida soa, como já dito, os arts. 56 e 57 da Lei n.º 11.907/2009, que estão assim redigidos in verbis: Art. 56. Fica instituída a Gratificação de Qualificação - GQ a que se refere o art. 21-A da Lei no 8.691, de 28 de julho de 1993, a ser concedida aos titulares de cargos de provimento efetivo de níveis intermediário e auxiliar integrantes das Carreiras de Desenvolvimento Tecnológico e de Gestão, Planejamento e Infra-Estrutura em Ciência e Tecnologia, em retribuição ao cumprimento de requisitos técnicofuncionais, acadêmicos e organizacionais necessários ao desempenho das atividades de níveis intermediário e auxiliar de desenvolvimento tecnológico, gestão, planejamento e infra-estrutura, quando em efetivo exercício do cargo, de acordo com os valores constantes do Anexo XX desta Lei. 1o Os requisitos técnico-funcionais, acadêmicos e organizacionais necessários à percepção da GQ abrangem o nível de qualificação que o servidor possua em relação: I - ao conhecimento dos serviços que lhe são afetos, na sua operacionalização e na sua gestão; e II - à formação acadêmica e profissional, obtida mediante participação, com aproveitamento, em cursos regularmente instituídos. PARECER JPA 0183 3.13-2010 3

2o Os cursos a que se refere o inciso II do 1o deste artigo deverão ser compatíveis com as atividades dos órgãos ou entidades onde o servidor estiver lotado. 3o Os cursos de Doutorado e Mestrado para os fins previstos no caput deste artigo serão considerados somente se credenciados pelo Conselho Federal de Educação e, quando realizados no exterior, revalidados por instituição nacional competente para tanto. 4o Os titulares de cargos de nível intermediário das Carreiras a que se refere o caput deste artigo somente farão jus ao nível I da GQ se comprovada a participação em cursos de qualificação profissional com carga horária mínima de 360 (trezentas e sessenta) horas, na forma disposta em regulamento. 5o Para fazer jus aos níveis II e III da GQ, os servidores a que se refere o 4o deste artigo deverão comprovar a participação em cursos de formação acadêmica, observado no mínimo o nível de graduação, na forma disposta em regulamento. 6o Os titulares de cargos de nível auxiliar somente farão jus à GQ se comprovada a participação em cursos de qualificação profissional com carga horária mínima de 180 (cento e oitenta) horas, na forma disposta em regulamento. 7o O regulamento disporá sobre as modalidades de curso a serem consideradas, a carga horária mínima para fins de equiparação de cursos, as situações específicas em que serão permitidas a acumulação de cargas horárias de diversos cursos para o atingimento da carga horária mínima a que se referem os 3o e 4o deste artigo, os critérios para atribuição de cada nível de GQ e os procedimentos gerais para concessão da referida gratificação, observadas as disposições desta Lei. 8o A GQ será considerada no cálculo dos proventos e das pensões somente se os requisitos técnico-funcionais, acadêmicos e organizacionais tiverem sido obtidos anteriormente à data da inativação. (Incluído pela Medida Provisória nº 479, de 2009) PARECER JPA 0183 3.13-2010 4

Art. 57. O servidor de nível intermediário ou auxiliar, titular de cargo de provimento efetivo integrante das Carreiras a que se refere o art. 56 desta Lei que em 29 de agosto de 2008 estiver percebendo, na forma da legislação vigente até esta data, Adicional de Titulação passará a perceber a GQ da seguinte forma: I - o possuidor de certificado de conclusão, com aproveitamento, de curso de aperfeiçoamento ou especialização receberá a GQ em valor correspondente ao nível I, de acordo com os valores constantes do Anexo XX desta Lei; e II - o portador do grau de Mestre ou título de Doutor perceberá a GQ em valor correspondente aos níveis II e III, respectivamente, de acordo com os valores constantes do Anexo XX desta Lei. 1o Em nenhuma hipótese, a GQ a que se refere o art. 56 poderá ser percebida cumulativamente com qualquer adicional ou gratificação que tenha como fundamento a qualificação profissional ou a titulação. 2o Aplica-se aos aposentados e pensionistas o disposto nos incisos I e II do caput deste artigo. 10. As dúvidas referentes à correta interpretação dos dispositivos podem ser resumidas nos questionamentos veiculados no ofício OF/CEPR/SAD/051/2009 (fls. 01/02) verbis: No artigo 56 * 4º Os titulares de cargos de nível intermediário das Carreiras a que se refere o caput deste artigo somente farão jus ao nível I da GQ se comprovada a participação em cursos de qualificação profissional com carga horária mínima de 360 horas, na forma disposta em regulamento. * 5o Para fazer jus aos níveis II e III da GQ, os servidores a que se refere o 4o deste artigo deverão comprovar a participação em cursos de formação acadêmica, observado no mínimo o nível de graduação, na forma disposta em regulamento. PARECER JPA 0183 3.13-2010 5

Aqui surgiram duas interpretações possíveis: 1ª interpretação: para que o servidor do nível intermediário faça jus ao nível II da QG ele deverá comprovar a conclusão do curso de graduação mais a participação em cursos de qualificação profissional com carga horária mínima de 360 horas (requisito para a percepção do nível I da QG) 2ª Interpretação: para que o servidor do nível intermediário faça jus ao nível II da QG ele deverá comprovar somente a conclusão do curso de graduação * 6 Para cargos de nível auxiliar, seja qual for a titulação comprovada, cursos de graduação, aperfeiçoamento, especialização ou cursos com carga horária mínima de 180 horas, farão jus ao valor único da QG, constante no anexo XX. No artigo 57: * Os cargos de nível intermediário que recebiam Adicional de Titulação, passam a receber a QG da seguinte forma: I servidores que concluíram Cursos de aperfeiçoamento ou especialização receberão QG correspondente ao nível I; II servidores possuidores do grau de Mestre ou título de Doutor, receberão a QG correspondente aos níveis II e III, respectivamente. Ou seja, há um conflito entre os dois artigos, pois o art. 56 é exigida uma menor qualificação/formação para enquadramento nos níveis I, II e III do que o exigido no art. 57. Por favor, qual seria interpretação quanto aos referidos artigos e quanto ao conflito identificado? (grifos originais) 11. De relação ao primeiro questionamento, tem-se que houve, de fato, uma imprecisão na redação empregada no 5º do art 56 do diploma legislativo ora em foco. Pretendeu o legislador, nesse parágrafo, estipular os requisitos para que o servidor ocupante do cargo de nível intermediário, PARECER JPA 0183 3.13-2010 6

independentemente de já ser beneficiário da GQ de nível I (cujos requisitos estão disposto no parágrafo antecedente), pudesse auferir a Gratificação de Qualificação nos níveis II e III. 12. A falta de maior apuro técnico do legislador deu-se em razão de o 5º, ao estipular os requisitos para percepção da GQ II e III, fazer referência aos servidores do 4º, ao invés de remeterse diretamente ao caput do art. 56. A alusão aos servidores a que se refere o 4 o induz o intérprete mais incauto a concluir que o acesso aos níveis II e III da GQ condiciona-se ao fato de o servidor ocupante de cargo de nível intermediário preencher o requisito para a percepção da GQ I. Significa isto dizer, em outras palavras, que o acesso aos níveis II e III condiciona-se, necessariamente, ao preenchimento do requisito para a percepção do GQ I - a participação em cursos de qualificação profissional com carga horária mínima de 360 horas. 13. Não é essa, contudo, a teleologia ínsita à redação do 5º, que pretendeu bonificar com gratificação de maior nível (GQ II e III) os servidores cuja qualificação se mostrasse mais elevada. 14. Não há dúvida que o requisito estipulado no 5º - comprovação de participação em cursos de formação acadêmica, observado no mínimo o nível de graduação - mostra-se mais rigoroso do que aquele previsto no parágrafo antecedente comprovação de participação em cursos de qualificação profissional com carga horária mínima de 360 horas. De igual modo, é incontroverso que referidos requisitos são independentes entre si, de modo que a hipótese de incidência tracejada no 5º não é condicionada ao preenchimento dos requisitos de incidência do parágrafo anterior. 15. A comprovação de participação em curso de formação acadêmica em nível de graduação já é suficiente, só por si, para que o servidor de nível intermediário faça jus à percepção da GQ II ou III, não sendo necessário que esse servidor tenha participado de cursos de qualificação profissional com carga horária mínima de 360 horas (requisito para percepção da GQ I). Esta a correta exegese a ser empregada nos parágrafos 4º e 5º do art. 56 da Lei nº 11.907/2009. 16. A prevalecer entendimento diverso, chegar-se-ia a situações esdrúxulas, contrárias à finalidade dos dispositivos ora em análise. Pense-se, por exemplo, o caso de dois servidores ocupantes do cargo de nível intermediário: o primeiro servidor comprovou a participação em curso de qualificação profissional de no mínimo 360 horas; enquanto o segundo servidor comprova apenas ser portador de formação acadêmica (nível de graduação), sem nunca ter participado de curso de qualificação profissional. PARECER JPA 0183 3.13-2010 7

17. No exemplo, se tomássemos como correta uma exegese diversa da que aqui foi sugerida, seria imperativo concluir que o primeiro servidor, conquanto menos qualificado, faria jus à percepção da GQ I. Já o segundo servidor, que preencheu, à perfeição, o requisito mais rigoroso (plus) de qualificação acadêmica, não seria beneficiado com nenhuma gratificação, apenas porque não satisfez o requisito de menor rigor (minus) previsto no 4 º do art. 56. 18. Daí se concluir que a segunda interpretação referida no ofício OF/CEPR/SAD/051/2009 (fls. 01/02) mostra-se correta, porquanto consentânea com a teleologia (mens legis) do art. 56 e seus parágrafos. 19. Em relação ao segundo questionamento objeto desta consulta, consistente na existência de uma suposta incompatibilidade entre os conteúdos normativos do art. 56 e 57 da Lei nº 11.907/2009, cumpre aduzir, de plano, que inexiste qualquer incongruência entre referidos dispositivos. 20. Note-se que o conteúdo do art. 57 tem como destinatário o servidor de nível intermediário ou auxiliar, titular de cargo de provimento efetivo integrante das Carreiras a que se refere o art. 56 desta Lei que em 29 de agosto de 2008 estiver percebendo, na forma da legislação vigente até esta data, Adicional de Titulação. Tal servidor, a depender do seu grau de titulação (Especialista, Mestre ou Doutor), passará a receber, automaticamente e em substituição ao Adicional de Titulação, a Gratificação de Qualificação nos níveis indicados nos incisos I e II do art. 57. 21. Já o art. 56 e seus parágrafos estipulam os requisitos para os servidores que se encontrem em situação diversa, ou seja, servidores que em 29 de agosto de 2008 não estivessem percebendo o Adicional de Titulação. As disposições do art. 56 e seus parágrafos são endereçadas aos servidores não beneficiados, até a data de 29 de agosto de 2008, pela percepção do Adicional de Titulação. Se o servidor estiver gozando do referido adicional, sujeitar-se-á às regras do art. 57, e não ao disposto no art. 56 e parágrafos. 22. Logo se conclui que os art. 56 e 57 tratam de situações diversas, porquanto se destinam a disciplinar as situações de servidores que se encontram em contextos fáticos completamente distintos. PARECER JPA 0183 3.13-2010 8

23. Diante de todas essas considerações, é lícito concluir que: a) a segunda interpretação referida no ofício OF/CEPR/SAD/051/2009 (fls. 01/02), no sentido de que o servidor ocupante de cargo de nível intermediário necessita comprovar tão somente os requisitos previstos no 5º para a percepção da Gratificação de Qualificação nos níveis II ou III, mostra-se como a mais acertada; b) inexiste qualquer incongruência entre os comandos normativos dos arts. 56 e 57 da Lei nº 11.907/2009, já que destinados a regular situações jurídicas diversas. 24. Por todo o exposto, opina-se: a) pelo envio dos autos Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho FUNDACENTRO, a fim de dar ciência acerca das conclusões lavradas neste parecer; b) pelo envio de cópia desta manifestação à Secretaria de Recursos Humanos SRH deste Ministério, para fins de ciência. À consideração superior. Brasília, 04 de fevereiro de 2010. JOÃO PEREIRA DE ANDRADE FILHO Advogado da União De acordo. À consideração do Sr. Consultor Jurídico. Em 05/02/2010. PAULO FERNANDO FEIJÓ TORRES JUNIOR Coordenador-Geral Jurídico de Recursos Humanos, Substituto I. Aprovo. II.Encaminhem-se os autos à Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho FUNDACENTRO. III. Encaminhe-se cópia deste parecer à Secretaria de Recursos Humanos - SRH deste Ministério. Em 05/02/2010. WILSON DE CASTRO JUNIOR Consultor Jurídico PARECER JPA 0183 3.13-2010 9