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RESOLUÇÃO TJ/OE/RJ Nº11/2016 (TEXTO CONSOLIDADO)

Transcrição:

» Cacildo Baptista Palhares Júnior Advogado em Araçatuba (SP) Questões comentadas de Direitos Humanos da prova objetiva do concurso de 2009 para Defensor do Pará 81. A Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 inova a concepção de direitos humanos porque universaliza os direitos (A) civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, conferindo-lhes paridade hierárquica. (B) enunciados na Declaração francesa de direitos humanos, assegurando globalmente direitos civis e políticos e conferindo-lhes supremacia. (C) enunciados na Declaração do Povo Trabalhador e Explorado, assegurando globalmente direitos econômicos, sociais e culturais, conferindo-lhes supremacia. (D) civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, conferindo maior hierarquia aos direitos civis e políticos. (E) enunciados na Declaração americana de direitos humanos, assegurando globalmente direitos de solidariedade e conferindo-lhes supremacia. Resolução: (A) Correta. A Declaração de 1948 menciona duas categorias de direitos: os direitos civis e políticos e os direitos econômicos, sociais e culturais, combinando desse modo o discurso liberal ao social da cidadania e conjugando o valor da liberdade ao da igualdade. A Declaração afirma que sem liberdade não há igualdade possível e, por sua vez, sem igualdade não há efetiva liberdade. (B) Incorreta. Ver resposta à alternativa a. (C) Incorreta. Não foi conferida supremacia a direitos econômicos, sociais e culturais em relação a direitos civis e políticos.

(D) Incorreta. Ver resposta à alternativa a. (E) Incorreta. Não foi conferida supremacia a direitos de solidariedade. Alternativa a. 82. A Declaração Universal de Direitos Humanos (A) apresenta força jurídica vinculante, seja por constituir uma interpretação autorizada do artigo 55 da Carta das Nações Unidas, seja por constituir direito costumeiro internacional, conforme sustenta parte considerável da doutrina, consagrando ainda a ideia de que, para ser titular de direitos, basta ser nacional de qualquer Estado. (B) não apresenta qualquer força jurídica vinculante, consagrando a ideia de que, para ser titular de direitos, basta ser nacional de um Estado. (C) apresenta força jurídica vinculante, seja por constituir uma interpretação autorizada do artigo 55 da Carta das Nações Unidas, seja por constituir direito costumeiro internacional, conforme sustenta parte considerável da doutrina, consagrando ainda a ideia de que, para ser titular de direitos, basta ser pessoa. (D) não apresenta qualquer força jurídica vinculante, consagrando a ideia de que, para ser titular de direitos, basta ser nacional de um Estado membro da ONU. (E) apresenta força jurídica vinculante, por constituir uma interpretação autorizada das modernas Declarações de direito, conforme sustenta parte considerável da doutrina, consagrando ainda a idéia de que, para ser titular de direitos, basta ser nacional de um Estado membro da ONU. Resolução: Força vinculante e Direito Costumeiro Internacional Tecnicamente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem é uma recomendação que a Assembléia Geral das Nações Unidas faz aos seus

membros (Carta das Nações Unidas, artigo 10). Nesta condição, costuma-se sustentar que o documento não tem força vinculante. O entendimento de que a Declaração Universal de Direitos Humanos não apresenta qualquer força jurídica vinculante peca por excesso de formalismo. Segundo o portal www.dhnet.org.br, reconhece-se hoje, em toda parte, que a vigência dos direito humanos independe de sua declaração em constituições, leis e tratados internacional, exatamente porque se está diante de exigências de respeito à dignidade humana, exercidas contra todos os poderes estabelecidos, oficiais ou não. A doutrina jurídica contemporânea, de resto, distingue os direitos humanos fundamentais, na medida em que estes últimos são justamente os direitos humanos consagrados pelo Estado como regras constitucionais escritas. É óbvio que a mesma distinção há de ser admitida no âmbito do direito internacional. Já se reconhece aliás, de há muito, que a par dos tratados ou convenções, o direito internacional é também constituído pelos costumes e os princípios gerais de direito, como declara o Estatuto da Corte internacional de Justiça (art. 38). Ora, os direitos definidos na Declaração de 1948 correspondem, integralmente, ao que o costume e os princípios jurídicos internacionais reconhecem, hoje, como exigências básicas de respeito à dignidade humana. A própria Corte Internacional de Justiça assim tem entendido. Ao julgar, em 24 de maio de 1980, o caso de retenção, como reféns, dos funcionários que trabalhavam na embaixada norte-americana em Teerã, a Corte declarou que privar indevidamente seres humanos de sua liberdade, e sujeitá-los a sofrer constrangimentos físicos é, em si mesmo, incompatível com os princípios da Carta das Nações Unidas e com os princípios fundamentais enunciados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Artigo 55 da Carta das Nações Unidas A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi fundada no artigo 55 da Carta das Nações Unidas. Universalidade da Declaração Universal dos Direitos do Homem

Para ser titular de direitos, basta ser pessoa, como dispõe o artigo II da Declaração: Artigo II Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. (A) Incorreta. Para ser titular de direitos basta ser pessoa. (B) Incorreta, tendo em vista que a Declaração Universal de Direitos Humanos apresenta certa força jurídica vinculante. (C) Correta. (D) Incorreta, tendo em vista que a Declaração Universal de Direitos Humanos apresenta certa força jurídica vinculante. (E) Incorreta. Para ser titular de direitos, basta ser pessoa. Alternativa c. 83. O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos estabelece a aplicação (A) progressiva de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios e, mediante Protocolo Facultativo, a sistemática de petições individuais e comunicações interestatais. (B) progressiva de direitos civis e políticos, contemplando apenas o mecanismo de relatórios.

(C) imediata de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios, comunicações interestatais, petições individuais e investigações in loco. (D) imediata de direitos civis e políticos, contemplando apenas o mecanismo de relatórios. (E) imediata de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios e comunicações interestatais e, mediante Protocolo Facultativo, a sistemática de petições individuais. Resolução: O artigo 40, 1, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos prevê o mecanismo de relatórios: Art. 40-1. Os estados-partes no presente Pacto comprometem-se a submeter relatórios sobre as medidas por eles adotadas para tomar efetivos os direitos reconhecidos no presente Pacto e sobre o progresso alcançado no gozo desses direitos: O artigo 41, 1, a, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos reconhece a possibilidade de comunicações interestatais: Art. 41-1. Com base neste artigo, todo estado-parte no presente Pacto poderá declarar, a qualquer momento, que reconhece a competência do Comitê para receber e examinar as comunicações em que um estado-parte alegue que outro estado-parte não vem cumprindo as obrigações que lhe impõe o presente Pacto. As referidas comunicações só serão recebidas e examinadas nos termos desse artigo, no caso de serem apresentadas por um estado-parte que houver feito uma declaração em que reconheça, com relação a si próprio, a competência do Comitê. O Comitê não receberá comunicação alguma relativa a um estado-parte que não houver feito uma declaração dessa natureza. As comunicações recebidas em virtude do deste artigo estarão sujeitas ao procedimento que segue:

a) Se um estado-parte no presente Pacto considerar que outro estado-parte não vem cumprindo as disposições do Pacto poderá, mediante comunicação escrita, levar a questão ao conhecimento desse estado-parte. Dentro do prazo de três meses, a contar da data do recebimento da comunicação, o estado destinatário fornecerá ao estado que enviou a comunicação explicações e quaisquer outras declarações por es crito que esclareçam a questão, as quais deverão fazer referência, até onde seja possível e pertinente, aos procedimentos nacionais e aos recursos jurídicos adotados em trâmite ou disponíveis sobre a questão; O artigo 7º do Protocolo Facultativo referente ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos faz referência ao direito de petição concedido pela Carta das Nações Unidas: Artigo 7.º Enquanto se espera a realização dos objectivos da Resolução 1514 (XV), adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 14 de Dezembro de 1960, referente à Declaração sobre a Concessão de Independência aos Países e aos Povos Coloniais, o disposto no presente Protocolo em nada restringe o direito de petição concedido a estes povos pela Carta das Nações Unidas e por outras convenções e instrumentos internacionais concluídos sob os auspícios da Organização das Nações Unidas ou das suas instituições especializadas. O artigo 1º do Protocolo Facultativo prevê a sistemática de comunicações provenientes de particulares: Artigo 1.º Os Estados Partes no Pacto que se tornem partes no presente Protocolo reconhecem que o Comité tem competência para receber e examinar comunicações provenientes de particulares sujeitos à sua jurisdição que aleguem ser vítimas de uma violação,

por esses Estados Partes, de qualquer dos direitos enunciados no Pacto. O Comité não recebe nenhuma comunicação respeitante a um Estado Parte no Pacto que não seja parte no presente Protocolo. Havia divergência entre os países ocidentais e os países do bloco socialista sobre a autoaplicabilidade dos direitos que viessem a ser reconhecidos. Os países ocidentais, cuja orientação acabou prevalecendo, entendiam que os direitos civis e políticos eram autoaplicáveis, enquanto que os direitos sociais, econômicos e culturais eram programáticos, necessitando de uma implementação progressiva. (A) Incorreta. (B) Incorreta. (C) Incorreta. (D) Incorreta. (E) Correta. Alternativa e. 84. O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o Protocolo de San Salvador em matéria de direitos econômicos, sociais e culturais prevêem que estes direitos têm aplicação (A) imediata, devendo ser implementados pelos Estados-partes no prazo de dois anos a contar da ratificação dos aludidos tratados. (B) progressiva, estando condicionados à prévia implementação dos direitos civis e políticos, vedado o retrocesso social. (C) imediata, devendo os Estados dispor do máximo dos recursos disponíveis para a sua realização, permitido o retrocesso social com base na reserva do possível.

(D) progressiva, devendo os Estados dispor do máximo dos recursos disponíveis para a sua realização, vedado o retrocesso social. (E) imediata, devendo ser implementados pelos Estados-partes no prazo de cinco anos a contar da ratificação dos aludidos tratados. Resolução: Os direitos econômicos, sociais e culturais têm aplicação progressiva. Dispõe o artigo 2º, I, do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: Art. 2º - 1. Cada estado-parte no presente Pacto compromete-se a adotar medidas, tanto por esforço próprio como pela assistência e cooperação internacionais, principalmente nos planos econômico e técnico, até o máximo de seus recursos disponíveis, que visem a assegurar, progressivamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercício dos direitos reconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de medidas legislativas. Diz o artigo 1º do Protocolo de San Salvador: Artigo 1 Obrigação de adotar medidas Os Estados Partes neste Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos comprometem-se a adotar as medidas necessárias, tanto de ordem interna como por meio da cooperação entre os Estados, especialmente econômica e técnica, até o máximo dos recursos disponíveis e levando em conta seu grau de desenvolvimento, a fim de conseguir, progressivamente e de acordo com a legislação interna, a plena efetividade dos direitos reconhecidos neste Protocolo. Decorre da progressividade a proibição de retrocesso.

(A) Incorreta. (B) Incorreta. (C) Incorreta. (D) Correta. (E) Incorreta. Alternativa d. 85. O acesso à Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão jurisdicional do sistema interamericano, é assegurado (A) apenas aos Estados-partes e à Comissão Interamericana, sendo sua competência contenciosa prevista mediante cláusula facultativa. (B) a todo e qualquer indivíduo, grupo de indivíduos e organização nãogovernamental, sendo sua competência contenciosa prevista mediante cláusula facultativa. (C) apenas aos Estados-partes e à Comissão Interamericana, sendo sua competência contenciosa prevista mediante cláusula obrigatória. (D) a todo e qualquer indivíduo, grupo de indivíduos e organização nãogovernamental, sendo sua competência contenciosa prevista mediante cláusula obrigatória. (E) apenas às organizações não-governamentais legalmente constituídas em um ou mais Estados membros da OEA, sendo sua competência contenciosa prevista mediante cláusula facultativa. Resolução: Dispõe o artigo 61 da Convenção Americana de Direitos Humanos:

Art. 61-1. Somente os estados-partes e a Comissão têm direito de submeter um caso à decisão da Corte. 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é necessário que sejam esgotados os processos previstos nos arts. 48 a 50. A competência contenciosa é facultativa, conforme artigo 62 da Convenção Americana de Direitos Humanos: (A) Correta. (B) Incorreta. (C) Incorreta. (D) Incorreta. Art. 62-1. Todo estado-parte pode, no momento do depósito do seu instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece como obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial, a competência da Corte em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação desta Convenção. 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob condição de reciprocidade, por prazo determinado ou para casos específicos. Deverá ser apresentada ao Secretário-Geral da Organização, que encaminhará cópias da mesma a outros Estadosmembros da Organização e ao Secretário da Corte. 3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso relativo à interpretação e aplicação das disposições desta Convenção, que lhe seja submetido, desde que os Estados-partes no caso tenham reconhecido ou reconheçam a referida competência, seja por declaração especial, como prevêem os incisos anteriores, seja por convenção especial.

(E) Incorreta. Alternativa a.