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Transcrição:

Livro Eletrônico Legislação Previdenciária p/ Câmara de Goiânia (Assistente - Téc. Segurança do Trabalho) Pós-Edital Professor: Rubens Mauricio Corrêa

- Aula 0 - Demonstrativa Legislação Previdenciária Legislação Previdenciária Lei n. 8.213/91. Benefícios Decorrentes de Acidentes do Trabalho. Decreto n. 3.048/99. Prestações Previdenciárias. Carência. SUMÁRIO 1. Introdução e Roteiro de Aula... 3 2. Preparando-se para estudar... 4 3. Prestações do Regime geral de Previdência Social - RGPS... 6 3.1. Introdução... 6 3.2. Espécies de Benefícios Previdenciários... 6 3.3. Serviços Prestados Pela Previdência Social... 8 3.4. Prestações dos Segurados E Dependentes... 9 3.5. Aposentadoria por Invalidez... 15 3.6. Aposentadoria por Idade... 17 3.7. Aposentadoria por Tempo de Contribuição... 22 3.8. Aposentadoria Especial... 29 3.9. Auxílio Doença... 34 1

3.10. Auxílio Acidente... 38 3.11. Salário Maternidade... 45 3.12. Salário-Família... 53 3.13. Pensão Por Morte... 57 3.14. Auxílio Reclusão... 61 3.15. Habilitação e reabilitação Profissional... 66 3.16. Serviço Social... 70 4. Carência das Prestações do RGPS... 71 4.1. Conceito... 71 4.2. Aposentadoria por Invalidez e Auxílio Doença... 75 4.3. Aposentadoria por Idade, Aposentadoria por Tempo de Contribuição e Aposentadoria Especial... 81 4.4. Salário Maternidade... 84 4.5. Sem Carência Demais Benefícios e Serviços... 87 5. Resumo da Aula... 93 6. Lista de Exercícios... 98 6.1. Gabarito Comentado... 103 7. Gabarito Geral... 119 8. Questionário de Revisão... 120 8.1. Respostas Comentadas do Questionário de Revisão... 121 9. Considerações Finais da Aula... 2

1. INTRODUÇÃO E ROTEIRO DE AULA Olá Pessoal! É com imensa satisfação que iniciamos nosso Curso de Direito Previdenciário Diagramado para o concurso de Assistente Técnico Legislativo Especialidade Segurança do Trabalho, da Câmara de Goiânia. Meu nome é Rubens Maurício. Sou Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, Professor e Coach do Estratégia Concursos e instrutor da Escola de Administração Fazendária ESAF. Nesta minha trajetória de concursos públicos, fui aprovado e nomeado para os seguintes cargos: Técnico Judiciário do TRT/2ª Região; Agente de Fiscalização Judiciária do TJ/SP; Oficial de Justiça do 2º TAC/SP; Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil; Auditor-Fiscal da Previdência Social; Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (cargo atual). Após todos esses anos de convivência ao lado de alunos e grandes amigos concursandos e concursandas, aprovados(as) nos mais diversos concursos públicos por todo o país, pude somar experiências pessoais e agregá-las às experiências compartilhadas pelos demais colegas. E são estes ensinamentos que buscarei transmitir-lhes durante nosso curso. Mais do que ensinar o mapa da mina de Direito Previdenciário, buscarei utilizar minha experiência como Coach do Estratégia Concursos e auxiliá-los na organização e metodologia dos estudos. Buscaremos, juntos, alcançar sua aprovação em concursos públicos, com foco não apenas naquilo que deve ser feito, mas t O presente Curso de esquematizado", para melhor fixação dos conceitos, buscando ser, ao mesmo tempo, profundo e objetivo nas abordagens, focado em conceitos, palavras-chave e fixação do conteúdo mais cobrado em prova, nos termos dos respectivos programas contidos dos últimos editais. Nosso objetivo será único: gabaritarmos as provas de Direito Previdenciário, por meio do estudo de uma teoria focada em resultado e uma grande quantidade de questões cuidadosamente comentadas. 3

O curso será dividido em 7 módulos (aula 00 + 6 aulas), sendo 6 módulos de teoria com exercícios comentados de provas anteriores e 1 módulo com um simulado, cobrindo os pontos cobrados no edital, conforme segue: Aula Assunto 0 Legislação Previdenciária Lei n. 8.213/91 (Benefícios Decorrentes de Acidentes do Trabalho). Decreto n. 3.048/99. Prestações Previdenciárias. Carência. 1 Salário de Benefício. Renda Mensal Inicial. 2 Data de Início do Benefício. Data de Cessação do Benefício. 3 Acumulação de benefícios. 4 Acidente do Trabalho (Reflexos Previdenciários). 5 Perfil Profissiográfico Previdenciário 6 Simulado 2. PREPARANDO-SE PARA ESTUDAR Prepare seu ambiente de estudo. Desligue o celular. Saia da internet. Iluminação adequada. 4

A maneira mais eficaz e eficiente para ser aprovado em concursos públicos passa, necessariamente, por algumas etapas relacionadas com seu planejamento estratégico de preparação. O presente material tentará ajuda-lo na caminhada por cada uma destas etapas, buscando levá-lo rapidamente à aprovação. As etapas até sua aprovação, em resumo, são: Captação da informação; Aprofundamento do conhecimento; Memorização; Fixação. ==0== A captação da informação ocorre através do estudo do conteúdo teórico, onde podemos obter o conhecimento dos assuntos cobrados em prova de forma geral e contextualizada. O aprofundamento do conhecimento ocorre com o detalhamento de cada um dos assuntos estudados dentro da disciplina, bem como o estudo dos textos legais comentados, apresentação de exemplos, análise da jurisprudência, permitindo ao aluno não apenas conhecer a matéria, mas entender e aprofundar seu conteúdo. A memorização ocorrerá por meio de revisões sistemáticas, destaque de palavras-chave, diagramas, quadros comparativos, dicas e macetes. Para ajudá-los também nesta etapa, apresentarei, durante nossas aulas, diversos diagramas para melhor retenção de conteúdo, bem como um resumo organizado em tópicos, apresentado ao final de cada aula, contendo os pontos mais importantes da matéria estudada. A fixação ocorrerá com a resolução de exercícios de provas anteriores e simulados com questões inéditas. Cada questão será cuidadosamente comentada pelo professor, permitindo ao aluno conhecer como a matéria é cobrada, qual o entendimento da banca, além de treinar a resolução e fixar os conceitos estudados. T consolidar, ainda mais, os conceitos básicos da disciplina. 5

PLANO DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS 3. PRESTAÇÕES DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS 3.1. INTRODUÇÃO Prestação Previdenciária é gênero, dos quais são espécies os benefícios e serviços. BENEFÍCIOS: são as prestações previdenciárias com conteúdo pecuniário, ou seja, são pagas pelo INSS aos beneficiários (segurados e dependentes) SERVIÇOS: são as prestações previdenciárias sem conteúdo pecuniário, ou seja, não são pagas, mas prestadas em favor dos beneficiários (segurados e dependentes) ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS BENEFÍCIOS SERVIÇOS CONTEÚDO PECUNIÁRIO SEM CONTEÚDO PECUNIÁRIO 3.2. ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS O Regime Geral de Previdência Social RGPS compreende 10 benefícios, divididos em 4 aposentadorias, 3 auxílios, 2 salários e uma pensão. 6

São benefícios do RGPS: Aposentadoria por Invalidez; Aposentadoria por Idade; Aposentadoria por Tempo de Contribuição; Aposentadoria Especial; Auxílio-Doença; Auxílio-Acidente; Salário-Família; Salário-Maternidade; Pensão por Morte; Auxílio-Reclusão. 4 APOSENTADORIAS 3 AUXÍLIOS 2 SALÁRIOS 1 PENSÃO BENEFÍCIOS REGRA 4-3-2-1 7

4 - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - APOSENTADORIA POR IDADE - APOSENT. POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO - APOSENTADORIA ESPECIAL APOSENTADORIAS 3 AUXÍLIOS - AUXÍLIO DOENÇA - AUXÍLIO ACIDENTE - AUXÍLIO RECLUSÃO (PARA DEPENDENTES) 2 SALÁRIOS - SALÁRIO FAMÍLIA - SALÁRIO MATERNIDADE 1 PENSÃO - PENSÃO POR MORTE (PARA DEPENDENTES) 3.3. SERVIÇOS PRESTADOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL O Regime Geral de Previdência Social RGPS compreende 2 serviços. São serviços do RGPS: Habilitação e Reabilitação Profissional; Serviço Social. SERVIÇOS REABILITAÇÃO PROFISSIONAL SERVIÇO SOCIAL 8

3.4. PRESTAÇÕES DOS SEGURADOS E DEPENDENTES 3.4.1. Prestações dos Segurados Dentre as prestações previdenciárias, os segurados fazem jus apenas a 8 benefícios e 2 serviços. Segue relação dos 8 BENEFÍCIOS devidos a SEGURADOS do RGPS: Aposentadoria por Invalidez; Aposentadoria por Idade; Aposentadoria por Tempo de Contribuição; Aposentadoria Especial; Auxílio-Doença; Auxílio-Acidente; Salário-Família; Salário-Maternidade. Segue relação dos 2 SERVIÇOS devidos a SEGURADOS do RGPS: Habilitação e Reabilitação Profissional; Serviço Social. Não são devidos a SEGURADOS os seguintes BENEFÍCIOS: Pensão por Morte; Auxílio-Reclusão. PRESTAÇÕES DOS SEGURADOS 8 BENEFÍCIOS 2 SERVIÇOS 9

3.4.2. Prestações dos Dependentes Dentre as prestações previdenciárias, os dependentes fazem jus apenas a 2 benefícios e 2 serviços. Segue relação dos 2 BENEFÍCIOS devidos a DEPENDENTES do RGPS: Pensão por Morte; Auxílio-Reclusão. Segue relação dos 2 SERVIÇOS devidos a DEPENDENTES do RGPS: Habilitação e Reabilitação Profissional; Serviço Social. Não são devidos a DEPENDENTES os seguintes BENEFÍCIOS: Aposentadoria por Invalidez; Aposentadoria por Idade; Aposentadoria por Tempo de Contribuição; Aposentadoria Especial; Auxílio-Doença; Auxílio-Acidente; Salário-Família; Salário-Maternidade. PRESTAÇÕES DOS DEPENDENTES 2 BENEFÍCIOS 2 SERVIÇOS 10

DIREITOS DOS DEPENDENTES BENEFÍCIOS SERVIÇOS PENSÃO POR MORTE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL AUXÍLIO-RECLUSÃO SERVIÇO SOCIAL Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 1. (FCC - Assessor Jurídico - TCE-PI 2014). A lei que dispõe sobre o regime geral da previdência social prevê como prestações expressas em benefícios e serviços, devidas apenas aos dependentes dos segurados, a) aposentadoria especial e serviço social. b) salário-família e auxílio-reclusão. c) reabilitação profissional e salário-maternidade. d) pensão por morte e auxílio-reclusão. e) pecúlio e abono de permanência em serviço. COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer ao art. 18, II e III da Lei 8.213/91. 11

Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: (...) II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: a) pecúlios; (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) b) serviço social; c) reabilitação profissional (Destaques Nossos). Agora vamos às assertivas: a) aposentadoria especial e serviço social. Incorreta, pois aposentadoria especial é apenas direito do segurado. b) salário-família e auxílio-reclusão. Incorreta, pois salário-família é direito do segurado. c) reabilitação profissional e salário-maternidade. Incorreta, pois salário-maternidade é apenas direito do segurado. d) pensão por morte e auxílio-reclusão. Essa é a alternativa correta, pois ambas são devidas apenas aos dependentes. e) pecúlio e abono de permanência em serviços. Incorreta. Ambos os benefícios foram revogados. O pecúlio está com a revogação especificada na legislação transcrita acima. O abono de permanência em serviço era exclusivo do segurado, mas foi excluído do rol de benefícios do RGPS. Gabarito: D. 12

2. (CESPE - Auditor Fiscal do Trabalho 2013). No que se refere às normas que regulamentam a condição de dependente no RGPS, julgue o item subsequente. O companheiro e a companheira, desde que comprovem a existência de união estável, integram o rol de dependentes da primeira classe, o que lhes permite receber pensão por morte ou auxílio-reclusão, conforme o caso. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: As classes de dependentes são definidas em três, e apenas os dependentes da Classe I são considerados como financeiramente dependentes. Companheiros precisam comprovar união estável para serem considerados como dependentes, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91. Sobre quais benefícios esses dependentes terão direito, poderemos consultar o art. 18 da Lei 8.213/91: Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (...) 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o 3º do art. 226 da Constituição Federal. 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: [...] II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; (Destaques nossos) Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 13

3. (FCC - Analista Judiciário - TRT 6ª Região)/Judiciária/"Sem Especialidade"/2012). Quanto aos dependentes, são consideradas prestações previdenciárias compreendidas pelo Regime Geral de Previdência Social: a) aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. b) auxílio-reclusão e aposentadoria por tempo de contribuição. c) pensão por morte e aposentadoria especial. d) auxílio-reclusão e pensão por morte. e) aposentadoria por idade e auxílio-doença. COMENTÁRIOS: A resolução da presente questão tem por base o art. 18 da Lei 8.213/91. Tomando por base o texto legal citado, vamos à análise de cada alternativa: a) aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. Aposentadoria por invalidez e auxílio-doença são benefícios devidos aos segurados, não aos dependentes. (ERRADA). b) auxílio-reclusão e aposentadoria por tempo de contribuição. Auxílio-reclusão é devido aos dependentes e aposentadoria por tempo de contribuição é benefícios devidos aos segurados. (ERRADA). c) pensão por morte e aposentadoria especial. Pensão por morte é devido aos dependentes e aposentadoria especial é benefício devido aos segurados. (ERRADA). d) auxílio-reclusão e pensão por morte. Auxílio-reclusão e pensão por morte são benefícios devidos aos dependentes. (CORRETA). e) aposentadoria por idade e auxílio-doença. Aposentadoria por idade e auxílio-doença são benefícios devidos aos segurados, não aos dependentes. (ERRADA). RESPOSTA: D 14

3.5. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 3.5.1. Conceito A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado permanentemente incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ TOTAL DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO PERDA PERMANENTE SEM POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO MEDIANTE PERÍCIA MÉDICA 3.5.2. Beneficiários Todos os segurados têm direito à Aposentadoria por Invalidez APOSENTADORIA POR INVALIDEZ TODOS OS SEGURADOS 15

3.5.3. Informações Adicionais A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. O segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) e atenderá o disposto a seguir: será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno. Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 4. (CESPE - Analista Judiciário - TRT 17ª Região benefícios do regime geral de previdência social. 2013). Julgue o item seguinte, relativo aos Considere que um indivíduo, antes de aderir ao regime geral de previdência social, estivesse enfermo de uma moléstia incapacitante para o trabalho. Nessa situação, se não tiver havido posterior progressão ou agravamento da enfermidade, tal doença não dará a esse indivíduo o direito de obter a aposentadoria por invalidez. ( ) Certo ( ) Errado 16

COMENTÁRIOS: Essa é uma questão que demanda um pouquinho mais de tempo na hora da prova para analisarmos a situação-problema. Para respondê-la vamos consultar o Art. 42 da Lei 8.213/91 que diz quais são as normas vigentes para a aposentadoria por invalidez: Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. (Destaques Nossos). Sendo assim, uma vez que não houve agravamento ou progressão da doença, podemos concluir que a assertiva está correta (não adianta fazer o seguro depois). Gabarito: CERTO. 3.6. APOSENTADORIA POR IDADE 3.6.1. Conceito A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida na Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, conforme disposto no art. 201, 7º, inciso II da CF/88. Art. 201. (...) 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I (...) II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 17

Como disposto na CF/88, tais limites serão reduzidos para 60 (sessenta) e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade no caso de trabalhadores rurais, pescadores artesanais e garimpeiros, respectivamente homens e mulheres, abaixo relacionados: Empregado rural; Trabalhador que presta serviço de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; Trabalhador avulso rural; Segurado especial; Garimpeiro que trabalhe, comprovadamente, em regime de economia familiar. A aposentadoria por idade pode ser requerida compulsoriamente pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carência, quando completar 70 anos de idade, se homem, ou 65 anos anos de idade, se mulher (aposentadoria compulsória). Neste caso, a aposentadoria será compulsória, independentemente, portanto, da vontade do segurado, sendo-lhe garantida a indenização prevista na legislação trabalhista. A empresa, por sua vez, não é obrigada a requerer a aposentadoria do segurado nas idades mencionadas. Assim sendo, podemos concluir que tal aposentadoria será compulsória para o segurado, mas não é compulsória para a empresa. APOSENTADORIA POR IDADE COMPLETAR A IDADE 65 ANOS (HOMEM) REGRA GERAL 60 ANOS (MULHER) 18

60 ANOS (HOMEM) PRODUTOR RURAL EXCEÇÃO -5 ANOS PESCADOR ARTESANAL 70 ANOS (HOMEM) COMPULSÓRIA 55 ANOS (MULHER) GARIMPEIRO EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR 65 ANOS (MULHER) REQUERIDA PELA EMPRESA TENHA CUMPRIDO CARÊNCIA 0 3.6.2. Beneficiários Todos os segurados têm direito à Aposentadoria por Idade APOSENTADORIA POR IDADE TODOS OS SEGURADOS 3.6.3. Aposentadoria por Idade da Pessoa com Deficiência É assegurada a concessão de aposentadoria por idade, ao segurado com deficiência, com as idades mínimas a seguir: aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, independentemente do grau de deficiência e aos 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, independentemente do grau de deficiência. 19

Além das idades acima mencionadas, o segurado com deficiência, para poder se aposentar por idade, deverá comprovar o cumprimento concomitante dos seguintes requisitos : ter cumprido tempo mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de deficiência durante igual período. Para o reconhecimento do direito à aposentadoria por idade nestas condições, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao segurado que tenha reconhecido, em avaliação médica e funcional realizada por perícia própria do INSS, grau de deficiência leve, moderada ou grave, está condicionada à comprovação da condição de pessoa com deficiência na data da entrada do requerimento ou na data da implementação dos requisitos para o benefício. Todos os segurados considerados pessoas com deficiência, mediante perícia própria do INSS, poderão se beneficiar da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência. Para fins da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência é assegurada a conversão do período de exercício de atividade sujeita a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, cumprido na condição de pessoa com deficiência, exclusivamente para efeito de cálculo do valor da renda mensal, vedado o cômputo do tempo convertido para fins de carência. Ou seja, é possível converter tempo trabalhado em condições que dariam direito a aposentadoria especial (que será estudada mais adiante) para aproveitar no cálculo do valor da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência. No entanto, não se poderá aproveitar o tempo convertido para reduzir a carência (quantidade mínima de prestações mensais já recolhidas para poder usufruir dos benefícios previdenciários), que, neste caso, é de 180 contribuições mensais. É facultado ao segurado com deficiência optar pela percepção de qualquer outra espécie de aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa. A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia própria para avaliação ou reavaliação do grau de deficiência. Obs: Aplicam-se à pessoa com deficiência as demais normas relativas aos benefícios do RGPS. Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. 20

APOSENTADORIA POR IDADE (PESSOA COM DEFICIÊNCIA) 60 ANOS (HOMEM) COMPLETAR A IDADE REGRA 55 ANOS (MULHER) FÍSICA CONCEITO PESSOA COM DEFICIÊNCIA AQUELA QUE TEM IMPEDIMENTOS DE LONGO PRAZO DE NATUREZA: MENTAL INTELECTUAL SENSORIAL OS QUAIS, EM INTERAÇÃO COM DIVERSAS BARREIRAS, PODEM OBSTRUIR SUA PARTICIPAÇÃO PLENA E EFETIVA NA SOCIEDADE EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES COM AS DEMAIS PESSOAS. A CONCESSÃO DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO OU POR IDADE AO SEGURADO QUE TENHA RECONHECIDO, EM AVALIAÇÃO MÉDICA E FUNCIONAL REALIZADA POR PERÍCIA PRÓPRIA DO INSS, GRAU DE DEFICIÊNCIA LEVE, MODERADA OU GRAVE, ESTÁ CONDICIONADA À COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA DATA DA ENTRADA DO REQUERIMENTO OU NA DATA DA IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS PARAO BENEFÍCIO. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 21

5. (FCC - Analista Judiciário - TRT 2ª Região - Área Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2014). A aposentadoria por idade de um trabalhador urbano (exceto pessoa com deficiência), no regime geral de previdência social, será devida, desde que preenchida a carência aos a) 53 anos de idade, para homens, e aos 48 anos, para mulheres. b) 70 anos de idade, para homens, e aos 65 anos, para mulheres. c) 65 anos de idade, para homens, e aos 60 anos, para mulheres. d) 60 anos de idade, indistintamente para homens ou mulheres. e) 65 anos de idade, indistintamente para homens ou mulheres. COMENTÁRIOS: A resolução da presente questão tem por base o art. 48 da Lei 8.213/91, conforme segue: A A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, Tomando por base o texto legal citado, podemos afirmar que a única alternativa que atende ao enunciado é a ALTERNATIVA C. Tais limites de idade serão reduzidos para 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher, no caso de trabalhadores rurais, desde que comprovem o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido. GABARITO: C 3.7. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 3.7.1. Conceito A aposentadoria por tempo de contribuição é devida ao segurado que tiver cumprido a carência exigida e completar os tempos de contribuição abaixo mencionados: Constituição Federal Art. 201. (...) 22

7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - (...) 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Destaques nossos) Atualmente, no RGPS, não se exige idade mínima para a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. Ou seja, pelas regras atuais, uma vez implementadas as condições, poderá o segurado aposentar por tempo de contribuição, independentemente de sua idade. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COMPLETAR O TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 35 ANOS (HOMEM) REGRA GERAL 30 ANOS (MULHER) Para professores que comprovarem, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a aposentadoria por tempo de contribuição será reduzida em 5 anos, passando a ser de 30 anos de contribuição para professor e 25 anos de contribuição para professora. Atenção: Não confundir a redução do tempo de contribuição dos professores para aposentadoria por tempo de contribuição com a redução de idade na aposentadoria por idade. Os professores não terão redução na aposentadoria por idade, mas tão somente terão redução na aposentadoria por tempo de contribuição. Ademais, apenas professores da educação infantil, ensino fundamental e médio é que terão tal redução. Professor universitário, por exemplo, não têm qualquer redução em seu tempo de contribuição. 23

Obs: considera-se função de magistério a exercida por professor, quando exercida em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as funções de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. O Supremo Tribunal federal STF já firmou entendimento de que as atividades de direção de unidade escolar, coordenação e assessoramento pedagógico também terão o tempo de contribuição reduzido em 5 anos, desde que exercidas por professores. Também tem decidido o STF que, para efeito de aposentadoria, não é possível conversão de tempo de magistério em tempo de exercício comum. Ou seja, se o professor não tiver tempo exclusivo de magistério que permita sua aposentadoria com a redução de 5 anos, os anos de contribuição na condição de professor serão contados sem nenhum acréscimo. PROFESSORES EXCEÇÃO ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO INFANTIL ENSINO MÉDIO -5 ANOS 30 ANOS (HOMEM) 25 ANOS (MULHER) 3.7.2. Beneficiários Todos os segurados têm direito à Aposentadoria por Tempo de Contribuição. No entanto, temos que ressalvar situações específicas do segurado especial, contribuinte individual e segurado facultativo, conforme segue: Segurado Especial: somente terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição se contribuir, facultativamente e adicionalmente com alíquota de 20% sobre seu salário de contribuição (além do 1,3% recolhidos sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural). 24

Contribuinte Individual: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição quando trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% sobre o salário mínimo. Micro Empreendedor Individual (MEI): este contribuinte individual não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição quando caso tenha optado por contribuir com alíquota de 5% sobre o salário mínimo. Segurado Facultativo: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% ou 5% sobre o salário mínimo. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO TODOS OS SEGURADOS Segurado Especial: somente terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição se contribuir, facultativamente e adicionalmente com alíquota de 20% sobre seu salário de contribuição. Contribuinte Individual: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição quando trabalhe por conta própria,caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% sobre o salário mínimo. Micro Empreendedor Individual (MEI). Este contribuinte individual não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição quando caso tenha optado por contribuir com alíquota de 5% sobre o salário mínimo. Segurado Facultativo: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% ou 5% sobre o salário mínimo. 25

3.7.3. Aposentadoria por Tempo de Contribuição da Pessoa com Deficiência A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência, cumprida a carência, é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual e facultativo, observados os seguintes requisitos: I - aos vinte e cinco anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave; II - aos vinte e nove anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte e quatro anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência moderada; III - aos trinta e três anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e vinte e oito anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência leve. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO (PESSOA COM DEFICIÊNCIA) TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DEFICIÊNCIA GRAVE 25 ANOS (HOMEM) 20 ANOS (MULHER) DEFICIÊNCIA MODERADA 29 ANOS (HOMEM) 24 ANOS (MULHER) DEFICIÊNCIA LEVE 33 ANOS (HOMEM) 28 ANOS (MULHER) Para o reconhecimento do direito à aposentadoria por tempo de contribuição nestas condições, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. O grau de deficiência será atestado por perícia própria do INSS, por meio de instrumentos desenvolvidos para este fim. 26

A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao segurado que tenha reconhecido, em avaliação médica e funcional realizada por perícia própria do INSS, grau de deficiência leve, moderada ou grave, está condicionada à comprovação da condição de pessoa com deficiência na data da entrada do requerimento ou na data da implementação dos requisitos para o benefício. Todos os segurados com deficiência têm direito à Aposentadoria por Tempo de Contribuição da pessoa com deficiência. No entanto, temos que ressalvar situações específicas do segurado especial, contribuinte individual e segurado facultativo, conforme segue: Segurado Especial: somente terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência se contribuir, facultativamente e adicionalmente com alíquota de 20% sobre seu salário de contribuição (além do 1,3% recolhidos sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural). Contribuinte Individual: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência quando trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% sobre o salário mínimo. Micro Empreendedor Individual (MEI): este contribuinte individual não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência quando caso tenha optado por contribuir com alíquota de 5% sobre o salário mínimo. Segurado Facultativo: não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência caso tenha optado por contribuir com alíquota de 11% ou 5% sobre o salário mínimo. 27

A critério do INSS, o segurado com deficiência deverá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia própria para avaliação ou reavaliação do grau de deficiência. A existência de deficiência anterior à data da vigência da Lei Complementar 142/2013 deverá ser certificada, inclusive quanto ao seu grau, por ocasião da primeira avaliação, sendo obrigatória a fixação da data provável do início da deficiência. A comprovação de tempo de contribuição na condição de segurado com deficiência em período anterior à entrada em vigor Lei Complementar 142/2013 não será admitida por meio de prova exclusivamente testemunhal. Para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, o tempo de contribuição será proporcionalmente ajustado e os respectivos períodos serão somados após conversão, considerando o grau de deficiência preponderante, conforme as tabelas constantes no Regulamento da Previdência Social RPS. Considera-se grau de deficiência preponderante aquele em que o segurado cumpriu maior tempo de contribuição, antes da conversão, e servirá como parâmetro para definir o tempo mínimo necessário para a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência e para a conversão. Quando o segurado contribuiu alternadamente na condição de pessoa sem deficiência e com deficiência, os respectivos períodos poderão ser somados, após aplicação da conversão. A redução do tempo de contribuição da pessoa com deficiência não poderá ser acumulada, no mesmo período contributivo, com a redução aplicada aos períodos de contribuição relativos a atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, para efeito de aposentadoria especial (obs: o conceito de aposentadoria especial será estudada ainda nesta aula). É garantida a conversão do tempo de contribuição cumprido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física do segurado, inclusive da pessoa com deficiência, para fins da aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência, se resultar mais favorável ao segurado. É vedada a conversão do tempo de contribuição da pessoa com deficiência para fins de concessão da aposentadoria especial. É facultado ao segurado com deficiência optar pela percepção de qualquer outra espécie de aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa. Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. 28

3.8. APOSENTADORIA ESPECIAL 3.8.1. Conceito A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual (no caso do contribuinte individual somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção), que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A concessão da aposentadoria especial dependerá da comprovação, durante o período mínimo de quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso: tempo de trabalho em condições especiais que atenda aos seguintes requisitos: o trabalho permanente, o trabalho não ocasional, o trabalho não intermitente, exposição do segurado aos seguintes agentes nocivos: o agentes químicos, o agentes físicos, o agentes biológicos ou o associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, ou seja, aquele em que o segurado, no exercício de todas as suas funções, esteve efetivamente exposto a agentes nocivos físicos, químicos e biológicos ou associação de agentes. NÃO INTERMITENTE: algo que não sofre interrupções. Logo, para efeito de aposentadoria especial, não poderá haver interrupção na exposição aos referidos agentes nocivos previstos na legislação. NÃO OCASIONAL: quando não ocorra eventualmente. Assim sendo, a exposição aos referidos agentes nocivos não poderá ocorre eventualmente (ocasionalmente). 29

Desta forma, trabalho não ocasional nem intermitente é aquele em que na jornada de trabalho não houve interrupção ou suspensão do exercício de atividade com exposição aos agentes nocivos, ou seja, não foi exercida de forma alternada, entre atividade comum e atividade especial com exposição a agentes nocivos. Considera-se também tempo de trabalho permanente os períodos de descanso determinados pela legislação trabalhista, inclusive férias, aos de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem como aos de percepção de saláriomaternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exposto seguintes fatores de risco: agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. No entanto, Os períodos de afastamento decorrentes de gozo de benefício por incapacidade de espécie não acidentária não serão considerados como sendo de trabalho sob condições especiais. Obs: A redução de jornada de trabalho por acordo, convenção coletiva de trabalho ou sentença normativa não descaracteriza a atividade exercida em condições especiais. APOSENTADORIA ESPECIAL PREJUDICIAL À SAÚDE QUÍMICOS TRABALHAR EXPOSTO A AGENTES NOCIVOS FÍSICOS PREJUDICIAL À INTEGRIDADE FÍSICA BIOLÓGICOS DURANTE 15 ANOS A EXPOSIÇÃO TEM QUE SER PERMANENTE: 20 ANOS 25 ANOS NÃO OCASIONAL NÃO INTERMITENTE (NÃO SOFRE INTERRUPÇÕES) COMPROVAÇÃO DEPENDE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA EXPOSIÇÃO PPP PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO (ELABORADO PELA EMPRESA COM BASE NO LTCAT ) LTCAT LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO (ELABORADO PELO MÉDICO DO TRABALHO OU ENGENHEIRO DE SEGURANÇA) 30

3.8.2. Beneficiários São beneficiários da aposentadoria especial: segurado empregado; trabalhador avulso; e contribuinte individual, exclusivamente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou cooperativa de produção. APOSENTADORIA ESPECIAL SEGURADO EMPREGADO TRABALHADOR AVULSO SEGURADO COOPERADO 3.8.3. Informações Adicionais Consideram-se condições especiais que prejudiquem a saúde e a integridade física aquelas nas quais a exposição ao agente nocivo ou associação de agentes presentes no ambiente de trabalho esteja acima dos limites de tolerância estabelecidos segundo critérios quantitativos ou esteja caracterizada segundo os critérios da avaliação qualitativa. A avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos será comprovada mediante descrição: das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou associação de agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada; de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes nocivo ou associação de agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho; dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a intensidade da exposição, a frequência e a duração do contato. Para o segurado que houver exercido duas ou mais atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos de exercício serão somados após conversão, devendo ser considerada a atividade preponderante para efeito de enquadramento. No entanto, não serão considerados os períodos em que a atividade exercida não estava sujeita a condições especiais. 31

A relação dos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, consta do Anexo IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99. O STJ tem entendimento de que a classificação dos agentes nocivos constantes dos decretos regulamentadores (Regulamento da Previdência Social RPS, por exemplo) são meramente exemplificativos, cabendo o enquadramento inclusive em situações não previstas, desde que fique demonstrado a efetiva exposição a fatores de risco. Como exemplo podemos citar a exposição do segurado à A ista nos decretos regulamentadores, tal atividade exposta ao agente pode ser considerada especial. Outrossim, o STJ também tem entendimento de que o fato da empresa fornecer ao segurado equipamento de proteção individual EPI, não afasta, por si só, o direito à aposentadoria especial, devendo ser apreciado caso a caso. A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. No entanto, a constatação da presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a ser apurada na forma da legislação previdenciária, de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do Trabalho, será suficiente, por si só, para a comprovação de efetiva exposição do trabalhador, pois, neste caso, não há nível seguro de exposição a ser apurada. No laudo técnico de condições ambientais do trabalho, deverão constar informações sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual, e de sua eficácia, e deverá ser elaborado com observância das normas editadas pelo Ministério do Trabalho e dos procedimentos estabelecidos pelo INSS. A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita às penalidades previstas na legislação. O INSS estabelecerá os procedimentos para fins de concessão de aposentadoria especial, podendo, se necessário, confirmar as informações contidas nos documentos destinados a comprovar a efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos. A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico do trabalhador, contemplando as atividades desenvolvidas durante o período laboral, documento que a ele deverá 32

ser fornecido, por cópia autêntica, no prazo de trinta dias da rescisão do seu contrato de trabalho, sob pena de sujeição às sanções previstas na legislação aplicável. Considera-se perfil profissiográfico o documento com o histórico laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pelo INSS, que, entre outras informações, deve conter o resultado das avaliações ambientais, o nome dos responsáveis pela monitoração biológica e das avaliações ambientais, os resultados de monitoração biológica e os dados administrativos correspondentes. O trabalhador ou seu preposto terá acesso às informações prestadas pela empresa sobre o seu perfil profissiográfico, podendo inclusive solicitar a retificação de informações quando em desacordo com a realidade do ambiente de trabalho, conforme orientação estabelecida em ato do Ministro de Estado da Previdência Social. A cooperativa de trabalho e a empresa contratada para prestar serviços mediante cessão ou empreitada de mão de obra atenderão às mesmas obrigações acessórias acima citadas, com base nos laudos técnicos de condições ambientais de trabalho emitidos pela empresa contratante, quando o serviço for prestado em estabelecimento da contratante. Nas avaliações ambientais deverão ser considerados, além do disposto no Anexo IV do Regulamento da Previdência Social - RPS, a metodologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO. Na hipótese de não terem sido estabelecidos pela FUNDACENTRO a metodologia e procedimentos de avaliação, cabe ao Ministério do Trabalho definir outras instituições que os estabeleçam. A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-seá de acordo com a tabela prevista no Regulamento da Previdência Social RPS. Apesar de existir previsão legal para a conversão do tempo de atividade especial em tempo de atividade comum, não é possível converter o tempo de atividade comum em especial, uma vez que, para requerer aposentadoria especial, é obrigatório que todo o tempo da atividade seja especial. A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerão ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço, ainda que posteriormente revogada ou modificada. Obs: A legislação previdenciária não exige idade mínima para a concessão de aposentadoria especial. Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. 33

3.9. AUXÍLIO DOENÇA 3.9.1. Conceito O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado temporariamente para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual, por motivo de doença ou acidente. Apesar do benefício ser denominado auxílio-doença, ele será devido quando o segurado estiver temporariamente incapacitado para o trabalho por motivo tanto de doença, como decorrente de acidente, relacionado ou não com o trabalho (não precisa ser acidente do trabalho). No entanto, se a incapacidade for permanente, o auxílio-doença será convertido em aposentadoria por invalidez. Se a invalidez for constatada de imediato, o segurado será aposentado diretamente por invalidez, sem necessidade de receber previamente auxílio-doença. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de sessenta dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso. AUXÍLIO DOENÇA DOENÇA INCAPACIDADE TEMPORÁRIA ACIDENTE AUXÍLIO DOENÇA ACIDENTÁRIO 34

REGRA AUXÍLIO DOENÇA DURANTE OS PRIMEIROS 15 DIAS DE AFASTAMENTO CONSECUTIVO DA ATIVIDADE POR MOTIVO DE DOENÇA, OU DE ACIDENTE DO TRABALHO OU DE QUALQUER NATUREZA, CABERÁ À EMPRESA PAGAR AO SEGURADO EMPREGADO O SALÁRIO INTEGRAL. A PARTIR DO 16º DIA DE AFASTAMENTO, É DEVIDO O BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, A SER PAGO PELO INSS. SE OCORRER NOVO AFASTAMENTO DENTRO DE 60 DIAS DO RETORNO AO TRABALHO, O BENEFÍCIO SERÁ PAGO DIRETAMENTE PELO INSS. PARA OS DEMAIS SEGURADOS (EXCETO SEGURADO EMPREGADO), O BENEFÍCIO SERÁ DEVIDO E PAGO PELO INSS A CONTAR DA DATA DO INÍCIO DA INCAPACIDADE. 3.9.2. Beneficiários Todos os segurados têm direito ao benefício de Auxílio-Doença. AUXÍLIO DOENÇA TODOS OS SEGURADOS 3.9.3. Informações Adicionais Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. 35

INDEVIDO AUXÍLIO DOENÇA NÃO SERÁ DEVIDO AUXÍLIO DOENÇA AO SEGURADO QUE SE FILIAR AO RGPS : JÁ PORTADOR DA DOENÇA OU DA LESÃO INVOCADA COMO CAUSA PARA O BENEFÍCIO SALVO QUANDO A INCAPACIDADE SOBREVIER POR MOTIVO DE PROGRESSÃOOU AGRAVAMENTO DESSADOENÇAOU LESÃO. O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. Nos casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão ou setor próprio competente, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das atividades e de atendimento adequado à clientela da previdência social, o INSS poderá, sem ônus para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, convênios, termos de execução descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos ou acordos de cooperação técnica para realização de perícia médica, por delegação ou simples cooperação técnica, sob sua coordenação e supervisão, com órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sistema Único de Saúde (SUS). O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade. No entanto, caso o segurado, durante o gozo do auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada uma das atividades exercidas. O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo. Neste caso, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência somente as contribuições relativas a essa atividade. Ademais, se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas. Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício. Na ausência de fixação 36

do prazo de duração, o benefício cessará após cento e vinte dias, contado da data de concessão ou de reativação do auxílio-doença, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação perante o INSS, na forma do regulamento. Quando insuscetível de recuperação para sua atividade habitual, o segurado afastado em gozo de auxílio doença deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Neste caso, o auxílio-doença será mantido até que o segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez. No entanto, quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa e pelo empregador doméstico como licenciado. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor do benefício e a importância garantida pela licença remunerada. A previdência social deve processar de ofício o benefício, quando tiver ciência da incapacidade do segurado sem que este tenha requerido auxílio-doença. É facultado à empresa protocolar requerimento de auxílio-doença ou documento dele originário de seu empregado ou de contribuinte individual a ela vinculado ou a seu serviço, na forma estabelecida pelo INSS. O STJ tem entendimento que o auxílio-doença é devido ao segurado mesmo que seja considerado parcialmente incapaz para o trabalho, desde que suscetível de reabilitação profissional para o exercícios de outras atividades laborais. Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. 37

OBRIGAÇÃO AUXÍLIO DOENÇA O SEGURADO EM GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA ESTÁ OBRIGADO, INDEPENDENTEMENTE DE SUA IDADE E SOB PENA DE SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO: A SUBMETER-SE A EXAME MÉDICO A CARGO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, PROCESSO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL POR ELA PRESCRITO E CUSTEADO E TRATAMENTO DISPENSADO GRATUITAMENTE EXCETO O CIRÚRGICO E A TRANSFUSÃO DE SANGUE, QUE SÃO FACULTATIVOS. 3.10. AUXÍLIO ACIDENTE 3.10.1. Conceito O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas definitivas que impliquem: redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia; redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exercia à época do acidente; ou impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Para ter direito ao auxílio-acidente não é necessário que seja acidente do trabalho. A lei refere-se a acidente de qualquer natureza. No entanto, não basta a ocorrência do acidente de qualquer natureza para que o benefício de auxílio-acidente seja concedido. Faz-se necessário a ocorrência das circunstâncias a seguir: 1) segurado sofra um acidente de qualquer natureza; 2) ocorra a consolidação das lesões (quadro clínico tenha estabilizado); 3) do acidente, resulte sequelas definitivas; 38

4) haja redução da capacidade laborativa do segurado. Enquanto as lesões não se consolidarem e o segurado estiver impossibilitado temporariamente de voltar ao trabalho, receberá auxílio-doença. Se a perícia constatar que a incapacidade é total e permanente, será concedida a aposentadoria por invalidez. Obs: O ANEXO III do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99, traz uma lista de situações que dão direito ao auxílio-acidente. AUXÍLIO ACIDENTE PRÉ-REQUISITOS QUALQUER NATUREZA OCORRIDO UM ACIDENTE QUALQUER CAUSA ACIDENTE DE TRABALHO OU NÃO ACIDENTE CONSOLIDAÇÃO DAS LESÕES SEQUELAS DEFINITIVAS COM REDUÇÃO PARCIAL DA CAPACIDADE LABORATIVA CONSTATADO ISSO, CESSA O AUXÍLIO DOENÇA E INICIA O AUXÍLIO ACIDENTE, COM RETORNO AO TRABALHO 3.10.2. Beneficiários Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os seguintes segurados: Empregado; Empregado doméstico; Trabalhador avulso; e Segurado especial Na hipótese de o trabalhador ter exercido, durante sua vida profissional, diversas atividades, enquadrando-se em diferentes categorias de segurado, para fins de concessão do auxílio-acidente, considerar-se-á a atividade exercida na data do acidente. 39

Assim, para que o benefício seja concedido é necessário que, na data do acidente, o trabalhador esteja exercendo alguma atividade que o enquadre como: Empregado; Empregado doméstico; Trabalhador avulso; e Segurado especial AUXÍLIO ACIDENTE SEGURADO EMPREGADO EMPREGADO DOMÉSTICO TRABALHADOR AVULSO SEGURADO ESPECIAL AUXÍLIO ACIDENTE NA HIPÓTESE DE O TRABALHADOR TER EXERCIDO, DURANTE SUA VIDA PROFISSIONAL, DIVERSAS ATIVIDADES, ENQUADRANDO-SE EM DIFERENTES CATEGORIAS DE SEGURADO, PARA FINS DE CONCESSÃO DO AUXÍLIOACIDENTE, CONSIDERAR-SE-Á A ATIVIDADE EXERCIDA NA DATA DO ACIDENTE. ASSIM, PARA QUE O BENEFÍCIO SEJA CONCEDIDO É NECESSÁRIO QUE, NA DATA DO ACIDENTE, O TRABALHADOR ESTEJA EXERCENDO ALGUMA ATIVIDADE QUE O ENQUADRE COMO: EMPREGADO TRABALHADOR AVULSO EMPREGADO DOMÉSTICO SEGURADO ESPECIAL 40

3.10.3. Informações Adicionais O auxílio acidente é recebido como uma indenização, a ser paga ao segurado quando do seu retorno ao trabalho, como uma forma de compensação pelo esforço adicional que deverá fazer por trabalhar com redução de sua capacidade laborativa. Enquanto o trabalhador estiver afastado, recebe auxíliodoença. O auxílio acidente é devido a partir do retorno ao trabalho. Em tratando-se de acidente do trabalho, além de devido o auxílio-acidente a ser pago pela Previdência Social, não será excluída a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros. Para fazer jus ao auxílio-acidente é necessária a confirmação, pala perícia médica do INSS, da efetiva redução da capacidade laborativa do segurado, em decorrência de acidente de qualquer natureza. Consequentemente, se não houver redução da capacidade para o trabalho, o auxílio acidente não deverá ser concedido. O STJ tem entendimento de que para fazer jus ao auxílio-acidente, não basta apenas a comprovação do dado à saúde do segurado, mas é necessário que se mostre configurado o comprometimento de sua capacidade laborativa. Vejamos abaixo julgado neste sentido: AGRAVO REGIMENTAL - RECURSO ESPECIAL - DIREITO PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-ACIDENTE - REQUISITOS INCAPACIDADE - REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 7/STJ. 1. Esta Corte Superior de Justiça, no julgamento do REsp 1.108.298/SC, submetido ao rito dos recursos repetitivos, firmou entendimento segundo o qual "o auxílio-acidente visa indenizar e compensar o segurado que não possui plena capacidade de trabalho em razão do acidente sofrido, não bastando, portanto, apenas a comprovação de um dano à saúde do segurado, quando o comprometimento da sua capacidade laborativa não se mostre configurado". 2. Hipótese em que a Corte a quo examinou a fundamentação à luz do trabalho pericial que, diferentemente do aduzido pelo agravante, concluiu pela ausência de qualquer restrição para o trabalho, considerando para tanto o grau extremamente leve da moléstia. (...) (STJ, AgRg no AREsp 215287 / SP, Rel. Min. DIVA MALERBI, 2ª Turma, DJe 18/12/2012). Também, no entendimento do STJ, exige-se, para concessão do auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da capacidade para o labor 41

habitualmente exercido, independentemente do nível do dano e do grau do aumento do esforço do segurado. O que importa é a redução para a capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Vejamos abaixo o julgado neste sentido: PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. AUXÍLIO-ACIDENTE. LESÃO MÍNIMA. DIREITO AO BENEFÍCIO. 1. Conforme o disposto no art. 86, caput, da Lei 8.213/91, exige-se, para concessão do auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da capacidade para o labor habitualmente exercido. 2. O nível do dano e, em consequência, o grau do maior esforço, não interferem na concessão do benefício, o qual será devido ainda que mínima a lesão. 3. Recurso especial provido. (STJ, REsp 1109591 / SC, Rel. Min. CELSO LIMONGI, 3ª SEÇÃO, DJe 08/09/2010). O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. Abaixo, relaciono situações que, nos termos do Regulamento da Previdência Social - RPS, não darão ensejo ao benefício de auxílio-acidente: Caso que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa; e Caso de mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela empresa, como medida preventiva, em decorrência de inadequação do local de trabalho. A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente quando, além do reconhecimento do nexo entre o trabalho e o agravo, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia. Assim sendo, para que a perda da audição, em qualquer grau, dê direito à concessão de auxílioacidente, é obrigatório que se cumpram, cumulativamente, os requisitos abaixo: Nexo causal entre o trabalho exercido e a perda da audição; Redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, em decorrência da perda da audição. Ou seja, não será devido o auxílio acidente, em caso de redução ou perda da audição, se não houver nexo causal entre o trabalho e a perda auditiva ou, ainda que existente nexo causal, a perda da audição não provocar a redução ou perda da capacidade laborativa. 42

O STJ tem manifestado entendimento neste sentido, senão vejamos: PREVIDENCIÁRIO. DISACUSIA. AUXÍLIO-ACIDENTE. REQUISITOS. NEXO CAUSALE REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA. TABELA FOWLER. INAPLICABILIDADE.TERMO INICIAL. CITAÇÃO. (PRECEDENTES). 1. De acordo com os precedentes deste Superior Tribunal de Justiça, para concessão de auxílio-acidente fundamentado na redução da capacidade laboral pela perda de audição, é necessário, somente, que a sequela decorra da atividade exercida e acarrete, de fato, uma redução da capacidade para o trabalho habitualmente exercido. 2. Conforme jurisprudência desta Corte, na ausência de requerimento administrativo e prévia concessão do auxílio-doença, o termo inicial do auxílio-acidente deve ser fixado na citação. 3. Agravo interno ao qual se nega provimento. (STJ - AgRg no Ag 1364221 SP 2010/0189380-9, DJe 25/05/2011 O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. Assim sendo, é vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto de mais de um auxílioacidente. Desta forma, se o segurado em gozo de auxílio-acidente fizer jus a um novo auxílioacidente, decorrente de um outro acidente que acarretou novas sequelas com perda parcial da capacidade para o trabalho, será mantido apenas um auxílio-acidente, de valor mais vantajoso entre os dois. No caso de reabertura de auxílio-doença pelo mesmo acidente que tenha dado origem a auxílioacidente, este (o auxílio-acidente) será suspenso até a cessação do auxílio-doença reaberto, quando será reativado o respectivo auxílio-acidente. No entanto, se o auxílio-doença for decorrente de doença ou acidente diverso daquele que deu origem ao auxílio-acidente concedido, é perfeitamente possível acumular o auxílio-acidente com o auxílio-doença (apenas quando decorrentes de causas diversas). O STJ tem manifestado entendimento neste sentido, senão vejamos: PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE E AUXÍLIO-DOENÇA. CUMULAÇÃO INDEVIDA. DECISÃO MANTIDA. 1. A teor da jurisprudência assente no âmbito da Terceira Seção, é indevida a cumulação dos benefícios de auxílio- 43

acidente e auxílio-doença oriundos de uma mesma lesão, ex vi do disposto nos arts. 59 e 60 combinados com o art. 86, 2º, todos da Lei n. 8.213/1991. 2. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no AgRg no REsp: 1075918 SP, DJe 28/02/2011) Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. REGRA 1 O RECEBIMENTO DE SALÁRIO OU CONCESSÃO DE OUTRO BENEFÍCIO, EXCETO APOSENTADORIA, NÃO PREJUDICARÁ O RECEBIMENTO DO AUXILIO-ACIDENTE. AUXÍLIO ACIDENTE ASSIM, É VEDADA SUA ACUMULAÇÃO COM QUALQUER APOSENTADORIA REGRA 2 NÃO É PERMITIDO ACUMULAR O RECEBIMENTO DE MAIS DE UM AUXÍLIO-ACIDENTE. MANTÉM-SE O MAIS VANTAJOSO. AUXÍLIO ACIDENTE REGRA 3 AUXÍLIO ACIDENTE O AUXÍLIO-ACIDENTE NÃO PODE SER ACUMULADO COM O AUXÍLIO-DOENÇA, QUANDO DECORREREM DA MESMA CAUSA. 44

3.11. SALÁRIO MATERNIDADE 3.11.1. Conceito Salário-maternidade é um benefício previdenciário devido em função das seguintes circunstâncias: Parto (inclusive se natimorto); Aborto não criminoso; Adoção; ou Guarda judicial para fins de adoção. Seguem abaixo breves comentários introdutórios e conceituais acerca das circunstâncias que são consideradas fatos geradores de salário-maternidade. Em seguida, iremos aprofundar o estudo deste benefício previdenciário com mais informações: PARTO: O salário-maternidade é devido à segurada da previdência social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início, em regra, 28 (vinte e oito) dias antes da data prevista para o parto e término 91 (noventa e um) dias depois do parto. Como é impossível prever, com exatidão a data do parto, caso ocorra nascimento antecipado ou natimorto, poderá ter início no intervalo de 28 dias antes do parto até a data do parto, iniciando-se a contagem dos 120 dias de salário-maternidade. A partir da 23ª semana de gestação, mesmo que natimorto, será considerado parto e dará direito a 120 dias de salário-maternidade. Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao parto podem ser aumentados de mais 2 (duas) semanas, mediante atestado médico específico. Em caso de parto antecipado ou não, a segurada tem direito aos 120 (cento e vinte dias) previstos na legislação. ABORTO NÃO CRIMINOSO: Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente a 2 (duas semanas). No entanto, se o aborto for tipificado como crime, a segurada não terá direito ao salário-maternidade. Considera-se aborto não criminoso aquele ocorrido nas seguintes circunstâncias: 1. Aborto involuntário; 2. Quando não há outro meio de salvar a vida da gestante: 3. Quando a gravidez resulta de estupro; e 4. Interrupção de gravidez de feto que apresenta anencefalia (entendimento do STF) 45

ADOÇÃO e GUARDA JUDIAL PARA FINS DE ADOÇÃO: Ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias. Considera-se criança, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, a pessoa até 12 anos de idade incompletos. Já o adolescente é q pessoa que tenha entre 12 anos e 18 anos de idade. Assim sendo, terá direito ao salário-maternidade, o segurado ou segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança com até 11 anos de idade completos (ou 12 anos de idade incompletos). Se a pessoa adotada tiver 12 anos completos ou mais, não dará direito ao benefício de salário-maternidade. SALÁRIO MATERNIDADE PARTO 120 DIAS (23ª SEMANA EM DIANTE) ABORTO NÃO CRIMINOSO PODE SER AMPLIADO EM + 2 SEMANAS (MEDIANTE ATESTADO MÉDICO) 2 SEMANAS NO FINAL DO PERÍODO NO INÍCIO E FINAL DO PERÍODO ADOÇÃO GUARDA JUDICIAL PARA FINS DE ADOÇÃO NO INÍCIO DO PERÍODO 120 DIAS PODE INICIAR GOZO 28 DIAS ANTES DO PARTO, COM TÉRMINO 91 DIAS APÓS. 3.11.2. Beneficiários No caso de parto e aborto não criminoso, são beneficiários do salário-maternidade: Todas as seguradas do RGPS. o (apenas do sexo feminino). 46

No caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção de criança, são beneficiários do saláriomaternidade: Todos os segurados e seguradas do RGPS. o (do sexo masculino ou feminino) Obs: Não poderá ser concedido o benefício de salário-maternidade a mais de um segurado, decorrente do mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges ou companheiros estejam submetidos a Regime Próprio de Previdência Social. Assim sendo, caso ambos os adotantes forem segurados do RGPS, o salário-maternidade somente será devido a um dos adotantes. No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do saláriomaternidade, o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade. Exemplo: Irineu é casado com Adelaide, sendo ambos segurados empregados do RGPS. Caso Adelaide venha a falecer durante o parto e o bebê sobreviva, Irineu (por também ser segurado), terá direito ao recebimento do salário maternidade por 120 dias. Caso o bebê também venha a falecer ou seja abandonado por Irineu, o benefício de saláriomaternidade não será pago. SALÁRIO MATERNIDADE PARTO E ABORTO NÃO CRIMINOSO: DEVIDO A TODAS AS SEGURADAS (APENAS MULHERES) ADOÇÃO OU GUARDA JUDICIAL PARA FINS DE ADOÇÃO: DEVIDO A TODOS OS SEGURADOS (HOMENS OU MULHERES) 3.11.3. Informações Adicionais A percepção do salário-maternidade está condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício. Para efeito de concessão e pagamento do salário-maternidade, em caso de gêmeos, não há qualquer alteração de valor ou duração do benefício, sendo devido apenas um único salário maternidade. 47

O salário-maternidade é devido à segurada independentemente de a mãe biológica ter recebido o mesmo benefício quando do nascimento da criança. No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do saláriomaternidade, o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade, devendo ser requerido até o último dia do prazo previsto para o término do salário-maternidade originário. Neste caso, será pago diretamente pela Previdência Social durante o período entre a data do óbito e o último dia do término do salário-maternidade originário, aplicando-se, tais regras, também nos casos de segurado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção. Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe biológica e o pagamento no ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado (no caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade), não poderá ser concedido o benefício a mais de um segurado, decorrente do mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges ou companheiros estejam submetidos a Regime Próprio de Previdência Social. Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregada gestante, efetivandose a compensação quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. Neste caso, a empregada deve dar quitação à empresa dos recolhimentos mensais do saláriomaternidade na própria folha de pagamento ou por outra forma admitida, de modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada. Para a comprovação das compensações acima mencionadas, a empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos os comprovantes dos pagamentos e os atestados correspondentes para exame pela fiscalização previdenciária. O salário-maternidade devido ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, devido pelo período de 120 (cento e vinte) dias, será pago diretamente pela Previdência Social. O salário-maternidade devido à empregada do microempreendedor individual, da mesma forma, será pago diretamente pela Previdência Social. Também será paga diretamente pela Previdência Social para os segurados empregado doméstico, trabalhador avulso, segurado especial, contribuinte individual e segurado facultativo em relação a todos os fatos geradores do benefício de salário-maternidade. O salário-maternidade não é devido quando o termo de guarda não contiver a observação de que é para fins de adoção ou só contiver o nome do cônjuge ou companheiro. 48

Para a concessão do salário-maternidade é indispensável que conste da nova certidão de nascimento da criança, ou do termo de guarda, o nome da segurada adotante ou guardiã, bem como, deste último, tratar-se de guarda para fins de adoção. Quando houver adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, é devido um único salário-maternidade relativo à criança de menor idade. No entanto, no caso de empregos concomitantes, a segurada fará jus ao salário-maternidade relativo a cada emprego. Compete à interessada instruir o requerimento do salário-maternidade com os atestados médicos necessários. Quando o benefício for requerido após o parto, o documento comprobatório é a Certidão de Nascimento, podendo, no caso de dúvida, a segurada ser submetida à avaliação pericial junto ao Instituto Nacional do Seguro Social. O início do afastamento do trabalho da segurada empregada será determinado com base em atestado médico ou certidão de nascimento do filho. Nos meses de início e término do salário-maternidade da segurada empregada, o saláriomaternidade será proporcional aos dias de afastamento do trabalho. O salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício por incapacidade. Quando ocorrer incapacidade em concomitância com o período de pagamento do saláriomaternidade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro dia seguinte ao término do período de cento e vinte dias de pagamento do salário-maternidade. A segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao recebimento do salário-maternidade. Se a empregada gestante tiver seu contrato de trabalho extinto sem justa causa ou em razão do encerramento do prazo de vigência inicialmente firmado entre empregador e empregado ou no caso de contrato de trabalho com prazo determinado que tenha se encerrado pelo decurso do prazo préestipulado entre as partes, o benefício será pago diretamente pela empresa, em forma de indenização, quando a segurada estiver grávida na data do encerramento do contrato de trabalho. Assim sendo, não caberá ao INSS a responsabilidade por tal pagamento. A segurada que estiver desempregada ou que cessar suas contribuições por qualquer razão, bem como a segurada especial, terão direito ao salário-maternidade desde que o parto, aborto não criminoso ou adoção (eventos geradores do benefício) ocorram dentro do prazo de manutenção da qualidade de segurada, conforme regras que serão estudadas em capítulo próprio em nosso curso. Entretanto, se a perda da qualidade de segurado vier a ocorrer no período de 28 (vinte e oito) dias anteriores ao parto, ainda assim será devido o salário-maternidade. 49

Como já estudado, o salário-maternidade é o único benefício do RGPS sobre o qual incide contribuição previdenciária, integrando, portanto, o salário de contribuição e sofrendo incidência de contribuição previdenciária. OBSERVAÇÃO: A Lei 13.301/16, que dispõe sobre a adoção de medidas de vigilância em saúde quando verificada situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do vírus da zika, determina em seu 3º do art. 18 que a licença-maternidade da empregada será de 180 (cento e oitenta) dias no caso das mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, assegurado, nesse período, o recebimento de salário-maternidade por igual período, aplicando-se, no que couber, as mesmas regras a segurada especial, contribuinte individual, facultativa e trabalhadora avulsa. (apesar da lei não mencionar a empregada doméstica, entendemos que ela também deverá ser abrangida nesta regra. PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ: A Lei 11.770/08 criou o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade mediante concessão de incentivo fiscal às empresas participantes. A licença-maternidade será prorrogada por 60 (sessenta) dias e será garantida à empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada a requeira até o final do primeiro mês após o parto, e será concedida imediatamente após a fruição da licença-maternidade. Durante o período de prorrogação da licença-maternidade a empregada terá direito à remuneração integral, nos mesmos moldes devidos no período de percepção do salário-maternidade pago pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS). A prorrogação será garantida, na mesma proporção, à empregada e ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança. No período de prorrogação da licença-maternidade, a empregada não poderá exercer nenhuma atividade remunerada, e a criança deverá ser mantida sob seus cuidados. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração, o total da remuneração integral da empregada e do empregado pago nos dias de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a dedução como despesa operacional. No entanto, não podemos confundir a prorrogação da licença-maternidade com a prorrogação do salário-maternidade. O Programa Empresa Cidadã apenas aumenta o prazo do afastamento da empregada (licença-maternidade). O prazo de duração do benefício previdenciário de salário-maternidade continua sendo o mesmo. Os valores pagos pela empresa durante a prorrogação da licença-maternidade são considerados remuneração e não benefício previdenciário. 50

Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. REGRA 1 SALÁRIO MATERNIDADE É DEVIDO À MÃE OU PAI ADOTIVOS, MESMO QUE A MÃE BIOLÓGICA TIVER RECEBIDO O MESMO BENEFÍCIO POR OCASIÃO DO NASCIMENTO DA CRIANÇA. REGRA 2 SALÁRIO MATERNIDADE EM CASO DE PARTO ANTECIPADO, O PERÍODO DE CARÊNCIA SERÁ REDUZIDO EM NÚMERO DE CONTRIBUIÇÕES EQUIVALENTE AO NÚMERO DE MESES EM QUE O PARTO FOI ANTECIPADO. REGRA 3 SALÁRIO MATERNIDADE A PARTIR DA 23ª SEMANA DE GESTAÇÃO, MESMO QUE NATIMORTO, SERÁ CONSIDERADO PARTO E DARÁ DIREITO A 120 DIAS. REGRA 4 SALÁRIO MATERNIDADE EM CASO DE GÊMEOS, SERÁ DEVIDO SEMPRE UM ÚNICO SALÁRIO MATERNIDADE. 51

REGRA 5 SALÁRIO MATERNIDADE NOS CASOS DE ADOÇÃO OU GUARDA EM CONJUNTO, SE AMBOS OS ADOTANTES FOREM SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, O SALÁRIO-MATERNIDADE SOMENTE SERÁ CONCEDIDO A UM DOS ADOTANTES. REGRA 6 SALÁRIO MATERNIDADE EM CASO DE ADOÇÃO OU GUARDA JUDICIAL PARA FINS DE ADOÇÃO DE CRIANÇA, O SEGURADO DO SEXO MASCULINO TAMBÉM PODE RECEBER O SALÁRIO-MATERNIDADE PELO PERÍODO DE 120 DIAS. REGRA 7 SALÁRIO MATERNIDADE NO CASO DE FALECIMENTO DA SEGURADA OU SEGURADO QUE FIZER JUS AO RECEBIMENTO DO SALÁRIO-MATERNIDADE, O BENEFÍCIO SERÁ PAGO, POR TODO O PERÍODO OU PELO TEMPO RESTANTE A QUE TERIA DIREITO, AO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO SOBREVIVENTE QUE TENHA A QUALIDADE DE SEGURADO, EXCETO NO CASO DO FALECIMENTO DO FILHO OU DE SEU ABANDONO. REGRA 8 SALÁRIO MATERNIDADE A PERCEPÇÃO DO SALÁRIO-MATERNIDADE ESTÁ CONDICIONADA AO AFASTAMENTO DO SEGURADO DO TRABALHO OU DA ATIVIDADE DESEMPENHADA, SOB PENA DE SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO. PARTO SEGURADA EMPREGADA EMPRESA PAGA E SE COMPENSA ABORTO NÃO CRIMINOSO DEMAIS SEGURADAS PAGO DIRETAMENTE PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL ADOÇÃO GUARDA JUDICIAL PARA FINS DE ADOÇÃO PREVIDÊNCIA SOCIAL PAGA DIRETAMENTE PARA TODOS OS TIPOS DE SEGURADOS O SALÁRIO MATERNIDADE NÃO PODE SER ACUMULADO COM BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE 52

3.12. SALÁRIO-FAMÍLIA 3.12.1. Conceito O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, desde que sejam considerados segurados de baixa renda, ou seja, que tenham salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 1.319,18 (valor válido para 2018), na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados, de qualquer condição, até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. Equiparam-se aos filhos, nos termos do art. 16, 3º do RPS, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação. A invalidez do filho ou equiparado maior de quatorze anos de idade deve ser verificada em exame médico-pericial a cargo da previdência social. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria. SALÁRIO FAMÍLIA TER FILHO ATÉ 14 ANOS OU INVÁLIDO SEGURADO EMPREGADO EMPREGADO DOMÉSTICO (OU EQUIPARADO) APENAS PARA SEGURADO DE BAIXA RENDA APOSENTADOS POR INVALIDEZ + TRABALHADOR AVULSO + DEMAIS APOSENTADOS APOSENTADOS POR IDADE MAIS DE 65 ANOS (HOMEM) MAIS DE 60 ANOS (MULHER) 53

3.12.2. Beneficiários O salário-família será pago mensalmente: ao empregado, pela empresa, com o respectivo salário; ao empregador doméstico, pelo empregador doméstico, com o respectivo salário; ao trabalhador avulso, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, mediante convênio; ao aposentado por invalidez ou em gozo de auxílio-doença, pela Previdência Social juntamente com o benefício; ao trabalhador rural aposentado por idade aos 60 (sessenta) anos, se do sexo masculino, ou 55 (cinquenta e cinco) anos, se do sexo feminino, pela Previdência Social, juntamente com a aposentadoria; e aos demais empregados e trabalhadores avulsos aposentados aos sessenta e cinco anos de idade, se do sexo masculino, ou sessenta anos, se do sexo feminino, pela Previdência Social, juntamente com a aposentadoria. 3.12.3. Informações Adicionais O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade ou inválido de qualquer idade é de (valores válidos para 2018): R$ 45,00 para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 877,67; e R$ 31,71 para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 877,67 e igual ou menor a R$ 1.319,18. Os valores mencionados são corrigidos nas mesmas datas e pelos mesmos índices de correção dos demais benefícios do RGPS. O pagamento do salário-família é condicionado à apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis anos de idade, e de comprovação de frequência à escola do filho ou equiparado, a partir dos sete anos de idade. No caso do empregado doméstico, deve ser apresentado apenas a certidão de nascimento. Se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a comprovação de frequência escolar do filho ou equiparado, nas datas definidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, o benefício do salário-família será suspenso, até que a documentação seja apresentada. 54

Não é devido salário-família no período entre a suspensão do benefício motivada pela falta de comprovação da frequência escolar e o seu reativamento, salvo se provada a frequência escolar regular no período. A comprovação de frequência escolar será feita mediante apresentação de documento emitido pela escola, na forma de legislação própria, em nome do aluno, onde consta o registro de freqüência regular ou de atestado do estabelecimento de ensino, comprovando a regularidade da matrícula e frequência escolar do aluno. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador doméstico, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do recolhimento das contribuições. Por se tratar de um benefício previdenciário, o encargo financeiro deverá recair sobre a Previdência Social. Desta forma, embora pago pela empresa ou pelo empregador doméstico, trata-se apenas de uma antecipação compensável, que será reembolsado quando do recolhimento das contribuições da empresa ou empregador doméstico, abatendo das respectivas contribuições devidas. A empresa ou o empregador doméstico conservarão durante 10 (dez) anos os comprovantes de pagamento e as cópias das certidões correspondentes, para fiscalização da Previdência Social. Quando o pagamento do salário não for mensal, o salário-família será pago juntamente com o último pagamento relativo ao mês. O salário-família devido ao trabalhador avulso não portuário poderá ser recebido pelo sindicato de classe respectivo, que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes e de distribuí-lo. O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota. Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao salário-família. O salário-família correspondente ao mês de afastamento do trabalho será pago integralmente pela empresa, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, conforme o caso, e o do mês da cessação de benefício pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido. Para efeito de concessão e manutenção do salário-família, o segurado deve firmar termo de responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa ou ao Instituto Nacional do Seguro Social qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao benefício, ficando sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções penais e trabalhistas. 55

A falta de comunicação oportuna de fato que implique cessação do salário-família, bem como a prática, pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu recebimento, autoriza a empresa, o Instituto Nacional do Seguro Social, o sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, conforme o caso, a descontar dos pagamentos de cotas devidas com relação a outros filhos ou, na falta delas, do próprio salário do empregado ou da renda mensal do seu benefício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, devidamente atualizadas. O empregado deve dar quitação à empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra de cada recebimento mensal do salário-família, na própria folha de pagamento ou por outra forma admitida, de modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada. O valor do salário-família, por não substituir a remuneração mensal do segurado, poderá ter valor inferior ao salário mínimo. As cotas do salário-família não serão incorporadas, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício. Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. REGRA 1 SALÁRIO FAMÍLIA PARA O SEGURADO EMPREGADO É PAGO PELA EMPRESA. REGRA 2 SALÁRIO FAMÍLIA PARA O EMPREGADO DOMÉSTICO, PELO EMPREGADOR DOMÉSTICO. REGRA 3 SALÁRIO FAMÍLIA PARA O TRABALHADOR AVULSO É PAGO PELO SINDICATO OU OGMO. REGRA 4 SALÁRIO FAMÍLIA AOS APOSENTADOS, É PAGO PELO INSS JUNTO COM A APOSENTADORIA. 56

REGRA 5 QUANDO O PAI E A MÃE FOREM EMPREGADOS, EMPREGADOS DOMÉSTICOS OU TRABALHADORES AVULSOS DE BAIXA RENDA, AMBOS TEM O DIREITO AO BENEFÍCIO DE SALÁRIO-FAMÍLIA, POR FILHO MENOR DE 14 ANOS OU INVÁLIDO. SALÁRIO FAMÍLIA REGRA 6 SALÁRIO FAMÍLIA QUANDO O SALÁRIO FAMÍLIA É PAGO PELA EMPRESA OU PELO EMPREGADOR DOMÉSTICO SERÁ DEDUZIDO QUANDO DO RECOLHIMENTO DE SUAS CONTRIBUIÇÕES. 3.13. PENSÃO POR MORTE 3.13.1. Conceito Trata-se a pensão por morte de um benefício previdenciário devido aos dependentes do segurado nos seguintes casos: Morte do Segurado; Morte Presumida do Segurado. o Mediante sentença declaratória de ausência o Em caso de desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe, acidente ou desastre PENSÃO POR MORTE MORTE DO SEGURADO MORTE PRESUMIDA DO SEGURADO É A MORTE DO SEGURADO, NÃO DO DEPENDENTE DECISÃO JUDICIAL DE DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA (APÓS 6 MESES DESAPARECIDO) COMPROVADA A PRESENÇA EM GRANDES CATÁSTROFES, DESASTRES OU ACIDENTES SE REAPARECER, CESSA O BENEFÍCIO BOA FÉ: NÃO DEVOLVE MÁ FÉ: DEVOLVE NESTE CASO, COMPROVAÇÃO ADMINISTRATIVA 57

3.13.2. Beneficiários São beneficiários da pensão por morte os dependentes de todas as espécies de segurados do Regime Geral de Previdência Social - RGPS PENSÃO POR MORTE DEPENDENTES DE TODOS OS SEGURADOS 3.13.3. Informações Adicionais A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não e, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar. Importante lembrar que os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições. Além disso, os dependentes de 3ª classe somente terão direito a pensão por morte caso não exista qualquer dependente de 1ª classe (preferencial), nem tampouco qualquer de pendente de 2ª Classe, uma vez que a existência de dependente de qualquer das classes anteriores exclui do direito às prestações os das classes seguintes. Desta forma, os pais ou irmãos deverão, para fins de concessão de benefícios, comprovar a inexistência de dependentes preferenciais, mediante declaração firmada perante o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação. O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante apresentação de termo de tutela. No ato de inscrição, o dependente menor de vinte e um anos deverá apresentar declaração de não emancipação, ou seja, de que não é emancipado. No caso de enteado e menor sob tutela, a inscrição será feita mediante a comprovação da equiparação por documento escrito do segurado falecido manifestando essa intenção, da dependência econômica e da declaração de que não tenha sido emancipado. 58

Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito em julgado, o condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado. Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a companheira atuais do segurado, e somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de dependência econômica. Assim sendo, podemos constatar que, apesar do cônjuge, em regra, não precisar comprovar dependência econômica, excepcionalmente deverá comprovar essa dependência quando se tratar de cônjuge ausente, assim entendido aquele se, apesar de não separado judicialmente, afasta-se do convívio conjugal por longo período. O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes de 1ª Classe. Vejamos o entendimento do STJ sobre o tema: Súmula 336 do STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente. Se o segurado instituidor do benefício e/ou seu companheiro ou companheira forem casados com terceiros, ainda assim poderá ser concedida pensão por morte a este companheiro(a) dependente, desde que comprovada a separação de fato ou judicial com os respectivos cônjuges e a vida em comum com o companheiro(a). Exemplo: Neimar, segurado do RGPS, é separado judicialmente de Marta. Adriana é separada judicialmente de Marcos. Caso Neimar e Adriana comprovem vida em comum e Adriana comprove ser dependente econômica de Neimar, Adriana fará jus à pensão por morte, caso Neimar venha a falecer. O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave. O dependente menor de idade que se invalidar antes de completar vinte e um anos deverá ser submetido a exame médico-pericial, não se extinguindo a respectiva cota se confirmada a invalidez. Será concedida pensão provisória por morte presumida nos seguintes casos: 59

Declarada pela autoridade judicial competente, depois de 6 (seis) meses de ausência. Mediante prova administrativa do desaparecimento do segurado em consequência de acidente, desastre ou catástrofe. Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessará imediatamente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé. Servirão como prova do desaparecimento, entre outras: Boletim de ocorrência lavrado junto a autoridade policial; Prova de sua presença no local da ocorrência; Noticiário nos meios de comunicação. Caso exista nexo de causalidade entre a catástrofe e o trabalho do segurado, configurar-se-á acidente do trabalho. Neste caso, será necessário, também, a apresentação da Comunicação de Acidente do Trabalho CAT, com o respectivo parecer médico-pericial para caracterização no nexo técnico. Nas situações de morte presumida, a cada seis meses o recebedor do benefício deverá apresentar documento da autoridade competente, contendo informações acerca do andamento do processo de declaração de ausência, até que seja apresentada a certidão de óbito. Não se aplica o prazo decadencial de 10 anos para a garantia de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei. A pensão por morte somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha ocorrido antes da emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos, desde que reconhecida ou comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do segurado. O pensionista inválido está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda da qualidade de segurado salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da aposentadoria segundo a legislação em vigor à época da implementação das condições para se aposentar. Obs: As informações de carência, renda mensal inicial, data de início do benefício, data da cessação do benefício, dentre outras, serão objeto de estudo nos demais capítulos do nosso Curso de. 60

REGRA 1 PENSÃO POR MORTE O CÔNJUGE DIVORCIADO OU SEPARADO JUDICIALMENTE OU DE FATO, QUE RECEBIA PENSÃO DE ALIMENTOS, RECEBERÁ A PENSÃO POR MORTE EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES COM OS DEMAIS DEPENDENTES DE 1ª CLASSE. REGRA 2 PENSÃO POR MORTE O FILHO INVÁLIDO SOMENTE É DEPENDENTE CASO SE TORNE INVÁLIDO ANTES DO ÓBITO DO SEGURADO OU QUANDO AINDA ERA DEPENDENTE QUANDO DA SUA INVALIDEZ. REGRA 3 PENSÃO POR MORTE NÃO TERÁ DIREITO À PENSÃO POR MORTE O CONDENADO PELA PRÁTICA DE CRIME DOLOSO DE QUE TENHA RESULTADO A MORTE DO SEGURADO. 3.14. AUXÍLIO RECLUSÃO 3.14.1. Conceito O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, em regime fechado ou semi-aberto, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que seja considerado segurado de baixa renda, ou seja, que tenha salário-decontribuição inferior ou igual a R$ 1.319,18 (valor válido para 2018). 3.14.2. Beneficiários São beneficiários do auxílio reclusão os dependentes de baixa renda de todas as espécies de segurados do Regime Geral de Previdência Social RGPS. 61

Como vimos, segurado de baixa renda é aquele que tenha salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 1.319,18 (valor válido para 2018). A renda a ser considerada para efeito de concessão do benefício de auxílio-reclusão é a renda do segurado recluso e não dos seus dependentes beneficiários. Neste sentido, vejamos abaixo julgado do STF: EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. ART. 201, IV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LIMITAÇÃO DO UNIVERSO DOS CONTEMPLADOS PELO AUXÍLIO-RECLUSÃO. BENEFÍCIO RESTRITO AOS SEGURADOS PRESOS DE BAIXA RENDA. RESTRIÇÃO INTRODUZIDA PELA EC 20/1998. SELETIVIDADE FUNDADA NA RENDA DO SEGURADO PRESO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. I - Segundo decorre do art. 201, IV, da Constituição, a renda do segurado preso é que a deve ser utilizada como parâmetro para a concessão do benefício e não a de seus dependentes. II - Tal compreensão se extrai da redação dada ao referido dispositivo pela EC 20/1998, que restringiu o universo daqueles alcançados pelo auxílio-reclusão, a qual adotou o critério da seletividade para apurar a efetiva necessidade dos beneficiários. III - Diante disso, o art. 116 do Decreto 3.048/1999 não padece do vício da inconstitucionalidade. IV - Recurso extraordinário conhecido e provido. (RE 587365, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 25/03/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO. DJe-084 DIVULG 07-05-2009 PUBLIC 08-05-2009 EMENT VOL02359-08 PP-01536) AUXÍLIO RECLUSÃO DEPENDENTES DE TODOS OS SEGURADOS DE BAIXA RENDA 3.14.3. Informações Adicionais Os dependentes somente terão direito ao benefício de auxílio-reclusão se presentes, cumulativamente, os requisitos abaixo: Segurado recolhido a prisão em regime fechado ou semi-aberto; 62

Segurado não receba remuneração a empresa; Segurado não esteja em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço; Seja segurado de baixa renda, ou seja, que tenha salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 1.319,18 (valor válido para 2018). REGIME FECHADO: a execução da pena em estabelecimento prisional de segurança máxima ou média. REGIME SEMI-ABERTO: a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. Os dependentes do segurado detido em prisão provisória (preventiva ou temporária) terão direito ao benefício desde que comprovem o efetivo recolhimento do segurado por meio de documento expedido pela autoridade responsável. Equipara-se à condição de recolhido à prisão, a situação do maior de dezesseis e menor de dezoito anos de idade que se encontre internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude. Ao término da prisão provisória o auxílio-reclusão pago aos dependentes deverá ser cessado e, caso nova prisão ocorra, ainda que em razão do mesmo evento causador da primeira privação de liberdade, proceder-se-á à nova análise de dependência, qualidade de segurado e renda, em novo requerimento de auxílio-reclusão. Não cabe a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que esteja em livramento condicional ou que cumpra pena em regime aberto. A privação da liberdade será comprovada por documento, emitido pela autoridade competente, comprovando o recolhimento do segurado à prisão e o regime de reclusão. Para o maior de dezesseis e menor de dezoito anos, serão exigidos certidão do despacho de internação e o documento atestando seu efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juiz da Infância e da Juventude. O cumprimento de pena em prisão domiciliar não impede o recebimento do benefício de auxílioreclusão pelos dependentes, se o regime previsto for o fechado ou semiaberto. A monitoração eletrônica do instituidor do benefício de auxílio-reclusão não interfere no direito do dependente ao recebimento do benefício, uma vez que tem a função de fiscalizar o preso, desde 63

que mantido o regime semiaberto ou a prisão domiciliar, sendo o regime previsto fechado ou semiaberto. É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado. O exercício de atividade remunerada do segurado recluso em cumprimento de pena em regime fechado ou semi-aberto que contribuir na condição de contribuinte individual ou facultativo não acarreta a perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão para seus dependentes. O auxílio-reclusão será mantido enquanto o segurado permanecer detento ou recluso. O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o segurado continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente. No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado. Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, o mesmo será considerado para a verificação da perda ou não da qualidade de segurado. Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que estiver sendo pago será automaticamente convertido em pensão por morte. Não havendo concessão de auxílio-reclusão, em razão de salário-de-contribuição superior a R$ 1.319,18 (valor válido para 2018), será devida pensão por morte aos dependentes se o óbito do segurado tiver ocorrido até doze meses após o livramento, pois estará mantida sua qualidade de segurado por este período, independentemente de qualquer contribuição para o RGPS. Fica garantido o direito ao auxílio-reclusão ao companheiro ou companheira do mesmo sexo. Se a realização do casamento ou constituição de união estável ocorrer durante o recolhimento do segurado à prisão, o auxílio-reclusão não será devido, considerando a dependência superveniente ao fato gerador. O filho nascido durante o recolhimento do segurado à prisão terá direito ao benefício de auxílioreclusão a partir da data do seu nascimento. É vedada a concessão do auxílio-reclusão após a soltura do segurado. 64

AUXÍLIO RECLUSÃO SEGURADO RECOLHIDO À PRISÃO REGIME PRISIONAL FECHADO APENAS PARA SEGURADO DE BAIXA RENDA REGIME PRISIONAL SEMI-ABERTO SE CONTINUAR RECEBENDO A REMUNERAÇÃO QUE RECEBIA, NÃO RECEBE AUXÍLIO RECLUSÃO NÃO PRECISA SER CONDENADO, BASTA SER PRESO SALÁRIO MENOR OU IGUAL R$ 1.319,18 REGRA 1 AUXÍLIO RECLUSÃO O BENEFICIÁRIO DEVERÁ APRESENTAR TRIMESTRALMENTE ATESTADO DE QUE O SEGURADO CONTINUA DETIDO OU RECLUSO, FIRMADO PELA AUTORIDADE COMPETENTE. REGRA 2 AUXÍLIO RECLUSÃO O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA DO SEGURADO RECLUSO EM CUMPRIMENTO DE PENA EM REGIME FECHADO OU SEMI-ABERTO QUE CONTRIBUIR NA CONDIÇÃO DE CONTRIBUINTE INDIVIDUAL OU FACULTATIVO NÃO ACARRETA A PERDA DO DIREITO AO RECEBIMENTO DO AUXÍLIO-RECLUSÃO PARA SEUS DEPENDENTES. 65

3.15. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL 3.15.1. Conceito A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a educação, reeducação, adaptação e readaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. A reabilitação profissional compreende: o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional; a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário; o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL RECUPERAR A CAPACIDADE LABORATIVA DOS BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURADOS DEPENDENTES INCAPACITADOS TOTAL OU PARCIALMENTE PARA O TRABALHO VISA A REINSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO 66

3.15.2. Beneficiários Como já vimos, a assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos beneficiários (segurados e dependentes), incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem. Cabe ao INSS promover a prestação de que trata este artigo aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de serviços especializados. As pessoas portadoras de deficiência serão atendidas mediante celebração de convênio de cooperação técnico-financeira. 3.15.3. Informações Adicionais O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será desenvolvido por meio das funções básicas de: avaliação do potencial laborativo; orientação e acompanhamento da programação profissional; articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; e acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho. A execução das funções do processo de habilitação e de reabilitação profissional dar-se-á, preferencialmente, mediante o trabalho de equipe multiprofissional especializada em medicina, serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia ocupacional e outras afins ao processo, sempre que possível na localidade do domicílio do beneficiário, ressalvadas as situações excepcionais em que este terá direito à reabilitação profissional fora dela. Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional, transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes. No caso das pessoas portadoras de deficiência, a concessão dos recursos materiais mencionados no parágrafo anterior ficará condicionada à celebração de convênio de cooperação técnico-financeira. 67

O Instituto Nacional do Seguro Social não reembolsará as despesas realizadas com a aquisição de órtese ou prótese e outros recursos materiais não prescritos ou não autorizados por suas unidades de reabilitação profissional. A programação profissional será desenvolvida mediante cursos e/ou treinamentos, na comunidade, por meio de contratos, acordos e convênios com instituições e empresas públicas ou privadas. Nos casos de impossibilidade de instalação de órgão ou setor próprio competente do Instituto Nacional do Seguro Social, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das atividades e atendimento adequado à clientela da previdência social, as unidades executivas de reabilitação profissional poderão solicitar a celebração de convênios, contratos ou acordos com entidades públicas ou privadas de comprovada idoneidade financeira e técnica, ou seu credenciamento, para prestação de serviço, por delegação ou simples cooperação técnica, sob coordenação e supervisão dos órgãos competentes do INSS. O treinamento do reabilitando, quando realizado em empresa, não estabelece qualquer vínculo empregatício ou funcional entre o reabilitando e a empresa, bem como entre estes e o INSS. Compete ao reabilitando, além de acatar e cumprir as normas estabelecidas nos contratos, acordos ou convênios, pautar-se no regulamento daquelas organizações. Concluído o processo de reabilitação profissional, o INSS emitirá certificado individual indicando a função para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de outra para a qual se julgue capacitado. Não constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação em outro para o qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional com a emissão do respectivo certificado. Cabe à previdência social a articulação com a comunidade, com vistas ao levantamento da oferta do mercado de trabalho, ao direcionamento da programação profissional e à possibilidade de reingresso do reabilitando no mercado formal. O acompanhamento e a pesquisa acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho é obrigatório e tem como finalidade a comprovação da efetividade do processo de reabilitação profissional. A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados, 2%; II - de 201 a 500 empregados, 3%; III - de 501 a 1000 empregados, 4%; ou 68

IV - mais de 1000 empregados, 5%. A dispensa de empregado na condição de beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, quando se tratar de contrato por tempo superior a noventa dias e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, somente poderá ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes. A EMPRESA COM CEM OU MAIS EMPREGADOS ESTÁ OBRIGADA A PREENCHER DE 2% A 5% DE SEUS CARGOS COM BENEFICIÁRIOS REABILITADOS OU PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA, HABILITADAS, NA SEGUINTE PROPORÇÃO. ATÉ DUZENTOS EMPREGADOS, 2% DE DUZENTOS E UM A QUINHENTOS EMPREGADOS, 3% DE QUINHENTOS E UM A MIL EMPREGADOS, 4%; OU. MAIS DE MIL EMPREGADOS, 5% O PROCESSO DE HABILITAÇÃO E DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DO BENEFICIÁRIO SERÁDESENVOLVIDO POR MEIO DAS FUNÇÕES BÁSICAS DE. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL LABORATIVO ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA PROGRAMAÇÃO PROFISSIONAL ARTICULAÇÃO COM A COMUNIDADE, INCLUSIVE MEDIANTE A CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIO PARA REABILITAÇÃO FÍSICA RESTRITA A SEGURADOS QUE CUMPRIRAM OS PRESSUPOSTOS DE ELEGIBILIDADE AO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL, COM VISTAS AO REINGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO. ACOMPANHAMENTO E PESQUISA DA FIXAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO 69

3.16. SERVIÇO SOCIAL 3.16.1. Conceito O serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social e visa prestar ao beneficiário orientação e apoio no que concerne à solução dos problemas pessoais e familiares e à melhoria da sua interrelação com a previdência social, para a solução de questões referentes a benefícios, bem como, quando necessário, à obtenção de outros recursos sociais da comunidade. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade. SERVIÇO SOCIAL PRESTAR ESCLARECIMENTOS E AUXÍLIO AOS BENEFICIÁRIOS ORIENTAÇÃO SOLUÇÃO DE PROBLEMAS PESSOAIS E FAMILIARES APOIO SEUS DIREITOS E MEIOS DE PLEITEÁ-LOS JUNTO À PREVIDÊNCIA SOCIAL 3.16.2. Beneficiários São beneficiários do serviço social todos os segurados e seus dependentes. Será dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas. 70

3.16.3. Informações Adicionais Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção técnica, assistência de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou contratos. O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e no fortalecimento da política previdenciária, em articulação com as associações e entidades de classe. O Serviço Social, considerando a universalização da Previdência Social, prestará assessoramento técnico aos Estados e Municípios na elaboração e implantação de suas propostas de trabalho. 4. CARÊNCIA DAS PRESTAÇÕES DO RGPS 4.1. CONCEITO Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. Ou seja, sem cumprir o período de carência do benefício, não terá direito ao seu recebimento. Para o segurado especial, considera-se período de carência o tempo mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão do benefício requerido. Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das contribuições do segurado empregado, empregado doméstico e do trabalhador avulso. Relativamente ao contribuinte individual, considera-se presumido o recolhimento das contribuições descontadas pela empresa a partir da competência abril de 2003. O período de carência é contado: para o segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS; para o contribuinte individual e facultativo, inclusive o segurado especial que contribui com contribuição complementar de 20% sobre o salário de contribuição por ele declarado, da mesma forma que o facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição 71

sem atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores. Para o segurado especial que não contribui com contribuição complementar de 20% sobre o salário de contribuição por ele declarado, da mesma forma que o facultativo, o período de carência é contado a partir do efetivo exercício da atividade rural, mediante comprovação feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de início e término. Para os segurados optantes pelo recolhimento trimestral, o período de carência é contado a partir do mês de inscrição do segurado, desde que efetuado o recolhimento da primeira contribuição no prazo estipulado. Nem todos os períodos considerados pela legislação previdenciária como tempo de contribuição irão contar para como tempo de carência. Assim sendo, segue alguns exemplos de períodos que, apesar de contarem como tempo de contribuição, não são computados para efeito de carência: Tempo de serviço militar (voluntário ou obrigatório); Tempo de serviço do trabalhador rural anterior à competência novembro/2011, quando ainda não contribuía para a Previdência Social; Contribuições recolhidas com atraso, relativas a competências anteriores à data do recolhimento da primeira contribuição sem atraso dos segurados contribuinte individual e facultativo. O STJ decidiu ser possível considerar o período em que o segurado esteve em gozo de benefício por incapacidade (auxílio doença ou aposentadoria por invalidez) para fins de carência, desde que intercalados com períodos contributivos, conforme segue: PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. CÔMPUTO DO TEMPO DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE COMO PERÍODO DE CARÊNCIA. POSSIBILIDADE, DESDE QUE INTERCALADO COM PERÍODO DE EFETIVO TRABALHO. POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. EFEITOS ERGA OMNES LIMITADOS À COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR. 1. Ação civil pública que tem como objetivo obrigar o INSS a computar, como período de carência, o tempo em que os segurados estão no gozo de benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez). 72

2. O acórdão recorrido julgou a lide de modo fundamentado e coerente, não tendo incorrido em nenhum vício que desse ensejo aos embargos de declaração e, por conseguinte, à violação do art. 535 do Código de Processo Civil. 3. É possível considerar o período em que o segurado esteve no gozo de benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) para fins de carência, desde que intercalados com períodos contributivos. 4. Se o período em que o segurado esteve no gozo de benefício por incapacidade é excepcionalmente considerado como tempo ficto de contribuição, não se justifica interpretar a norma de maneira distinta para fins de carência, desde que intercalado com atividade laborativa. 5. Possibilidade de execução da obrigação de fazer, de cunho mandamental, antes do trânsito em julgado e independentemente de caução, a ser processada nos moldes do art. 461 do Código de Processo Civil. 6. Prevalece nesta Corte o entendimento de que a sentença civil fará coisa julgada erga omnes nos limites da competência territorial do órgão prolator, nos termos do art. 16 da Lei n. 7.347/85, alterado pela Lei n. 9.494/97. 7. O valor da multa cominatória fixada pelas instâncias ordinárias somente pode ser revisado em sede de recurso especial se irrisório ou exorbitante, hipóteses não contempladas no caso em análise. 8. Recurso especial parcialmente provido. REGRA GERAL: CARÊNCIA É A QUANTIDADE MÍNIMA DE PRESTAÇÕES MENSAIS QUE O SEGURADO JÁ DEVE TER RECOLHIDO PARA TER DIREITO AOS BENEFÍCIOS, CONSIDERADAS A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DOS MESES DE SUA COMPETÊNCIA. EXCEÇÃO: SEGURADO ESPECIAL - QUANTIDADE DE MESES DE EFETIVO EXERCÍCIO NA ATIVIDADE AGROPECUÁRIAOU PESQUEIRA. 73

Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 6. (CESPE - Advogado da União 2015). Acerca do RGPS, julgue o item subsequente. Desde que tenha sido intercalado com o exercício de atividade laborativa, o período em que o segurado se beneficiar de auxílio-doença deverá ser considerado para fins de cômputo de carência e para o cálculo do tempo de contribuição na concessão de aposentadoria por invalidez, conforme entendimento do STF. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Esta já uma questão mais elaborada e que exige o conhecimento do candidato sobre a Jurisprudência (não se esqueça, candidato que, depois de estudar as leis, estuda também a jurisprudência é candidato diferenciado). Bom, conforme solicitado pelo examinador, vejamos o que o STF tem a nos dizer sobre o assunto: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CÔMPUTO DO TEMPO DE GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA PARA FINS DE CARÊNCIA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal decidiu nos autos do RE nº 583.834/PR-RG, com repercussão geral reconhecida, que devem ser computados, para fins de concessão de aposentadoria por invalidez, os períodos em que o segurado tenha usufruído do benefício de auxílio-doença, desde que intercalados com atividade laborativa. 2. A Suprema Corte vem-se pronunciando no sentido de que o referido entendimento se aplica, inclusive, para fins de cômputo da carência, e não apenas para cálculo do tempo de contribuição. Precedentes: ARE 802.877/RS, Min. Teori Zavascki, DJe de 1/4/14; ARE 771.133/RS, Min. Luiz Fux, DJe de 21/2/2014; ARE 824.328/SC, Min. Gilmar Mendes, DJe de 8/8/14; e ARE 822.483/RS, Min. Cármem Lúcia, DJe de 8/8/14. 3. Agravo regimental não provido. (STF ARE 746835 AgR/RS Publicação em 07.10.2014) Relator Ministro DIAS TOFFOLI Primeira Turma Julgamento em 19.08.2014 A assertiva nos traz exatamente o que é dito pelo STF, portanto assertiva correta. Gabarito: CERTO. 74

4.2. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ E AUXÍLIO DOENÇA 4.2.1. Carência A concessão dos benefícios de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença dependem do cumprimento da carência de 12 contribuições mensais. No entanto, Independe de carência a concessão destes benefícios nos seguintes casos: Incapacidade decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa; Incapacidade decorrente de doença profissional ou do trabalho; segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. OBSERVAÇÃO: Até que seja elaborada a lista de doenças e afecções mencionada acima, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças:: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada. Em casos de acidente, a legislação previdenciária afirma que a dispensa da carência será concedida para acidentes decorrentes de qualquer natureza ou causa, independentemente de tratar-se ou não de acidente de trabalho. Assim sendo, até mesmo uma lesão sofrida por segurado durante uma partida de futebol com os amigos no final de semana, se resultar em perda ou redução permanente ou temporária da capacidade laborativa, é motivo para concessão do benefício, independente do cumprimento de qualquer carência. Para o segurado especial, como já estudado, a contagem da carência não é efetuada com base no número de contribuições mensais recolhidas, mas sim pela comprovação do exercício de atividade rural pelo período equivalente ao número de meses correspondente à carência do benefício 75

requerido. Assim sendo, para ter direito a aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, basta o segurado especial comprovar 12 meses de efetivo exercício na respectiva atividade agropecuária ou pesqueira (exceto nos casos em que a carência é dispensada). APOSENTADORIA POR INVALIDEZ E AUXÍLIO-DOENÇA EM REGRA 12 CONTRIBUIÇÕES INCAPACIDADE DECORRENTE DE ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA OU CAUSA SEM CARÊNCIA DOENÇA PROFISSIONAL OU DO TRABALHO SEGURADO QUE, APÓS FILIAR-SE AO RGPS, FOR ACOMETIDO DE ALGUMA DAS DOENÇAS E AFECÇÕES ESPECIFICADAS EM LISTA ELABORADA PELOS MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, ATUALIZADA A CADA 3 (TRÊS) ANOS Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 7. (FCC - Analista Judiciário - TRF 3ª Região 2014). De acordo com a Lei nº 8.213/91, em regra, a concessão do benefício do auxílio-doença: a) não possui período de carência pré-estabelecido. b) está sujeita a carência de doze contribuições mensais. c) está sujeita a carência de seis contribuições mensais. d) está sujeita a carência de quinze contribuições mensais. e) só estará sujeita ao período de carência se a concessão inicial for de, no mínimo, trinta dias. COMENTÁRIOS: Existem dois tipos de auxílio-doença: o auxilio doença acidentário e o auxílio-doença comum. No caso de acidente de qualquer natureza ou causa, o segurado pode receber o auxílio-doença acidentário independentemente de qualquer carência. Na questão, o examinador refere-se ao de 12 meses. 76

Portanto podemos concluir que a assertiva verdadeira é a B, as outras estão erradas, inclusive para os dois gêneros de auxílio-doença apresentados. Vejamos a legislação pertinente ao assunto: Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais; III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Gabarito: B. 8. (CESPE - Defensor Público Federal- 2017). O item seguinte, acerca de benefícios previdenciários, apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Raul nunca havia contribuído para o RGPS. No entanto, após uma semana do início de atividade laboral em determinado emprego, um acidente de trabalho o tornou incapaz e insuscetível de reabilitação. Nessa situação, Raul não faz jus ao benefício da aposentadoria por invalidez porque não cumpriu o tempo de carência exigido. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer aos artigos 25 e 26 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; (Destaques Nossos). Vamos conferir as exceções no Art. 26: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência 77

Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Destaques Nossos). Podemos concluir que apesar de existir uma carência de 12 meses para receber a aposentadoria por invalidez, em caso de acidente de qualquer natureza essa carência deixa de existir, o que torna a assertiva incorreta. Gabarito: ERRADO. 9. (CESPE - Analista de Controle Externo - TCE-PE 2017). No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada a respeito de benefício previdenciário e contribuição para o RGPS e regime próprio de previdência social. Flávio, que nunca havia contribuído para o RGPS, foi contratado como empregado de uma empresa privada. No quinto dia de trabalho, ao conduzir sua bicicleta rumo ao seu emprego, Flávio foi atropelado por um veículo, o que o deixou absolutamente incapacitado. Nessa situação, Flávio não terá direito à aposentadoria por invalidez concedida pelo RGPS, por não ter cumprido o tempo mínimo de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer aos artigos 25 e 26 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; (Destaques Nossos). Vamos conferir as exceções no Art. 26: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Destaques Nossos). 78

Podemos concluir que apesar de existir uma carência de 12 meses para receber a aposentadoria por invalidez, quando em caso de acidente de qualquer natureza essa carência deixa de existir. Portanto, assertiva incorreta. Gabarito: ERRADO. 10. (CESPE - Técnico do Seguro Social 2016). Com base no disposto na Lei n.º 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência social e dá outras providências, julgue o item seguinte. Em regra, o período de carência para a concessão do benefício de auxílio-doença é de doze contribuições mensais. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos novamente recorrer aos artigos 25 e 26 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; (Destaques Nossos). Vamos conferir as exceções no Art. 26: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Destaques Nossos). Podemos concluir que, em regra, existe uma carência de 12 meses para receber o auxílio-doença. Deixar de ter carência para este benefício é a exceção. Assim sendo, podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 79

11. (CESPE - Inspetor de Controle Externo - TCE-RN 2015). Julgue o item a seguir, relativo à seguridade social e ao regime geral de previdência social. A concessão de auxílio-doença independe de carência nos casos em que o segurado ficar incapacitado para seu trabalho por mais de quinze dias consecutivos devido a alguma doença profissional ou a um acidente de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão recorramos aos art. 26 da Lei 8.213/91, que aborda os benefícios que são independentes de carência: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV - serviço social; V - reabilitação profissional. VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Destaques Nossos). Especificamente sobre os 15 dias mencionados na questão, vamos recorrer ao Art. 59 da mesma lei referida acima. Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. (Destaques Nossos). Dessa forma podemos concluir que a assertiva é verdadeira. Gabarito: CERTO. 80

4.3. APOSENTADORIA POR IDADE, APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E APOSENTADORIA ESPECIAL 4.3.1. Carência A concessão dos benefícios de aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial dependem do cumprimento da carência de 180 contribuições mensais. No entanto, para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, a carência das aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e aposentadoria especial obedecerão uma regra de transição, levando-se em conta o ano em que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção do benefício, conforme segue: Ano de implementação das condições Meses de contribuição exigidos 1991 60 meses 1992 60 meses 1993 66 meses 1994 72 meses 1995 78 meses 1996 90 meses 1997 96 meses 1998 102 meses 1999 108 meses 2000 114 meses 2001 120 meses 2002 meses 2003 132 meses 2004 138 meses 2005 144 meses 2006 150 meses 2007 156 meses 2008 162 meses 2009 168 meses 2010 174 meses 2011 180 meses 81

Para o segurado especial, como já estudado, a contagem da carência não é efetuada com base no número de contribuições mensais recolhidas, mas sim pela comprovação do exercício de atividade rural pelo período equivalente ao número de meses correspondente à carência do benefício requerido. Assim sendo, para ter direito a aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial, basta o segurado especial comprovar 180 meses de efetivo exercício na respectiva atividade agropecuária ou pesqueira (exceto se sujeito à regra de transição, em que o período de carência será menor). APOSENTADORIA POR IDADE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO APOSENTADORIA ESPECIAL CARÊNCIA EXCEÇÃO 180 CONTRIBUIÇÕES SEGURADOS INSCRITOS ATÉ 24/07/1991 (VÉSPERA DA PUBLICAÇÃO DA LEI 8.213/91) CARÊNCIA PASSOU DE 60 PARA 180 CONTRIBUIÇÕES (REGRA DE TRANSIÇÃO ART. 142 DA LEI 8.213/91) Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 12. (FCC - Procurador Autárquico MANAUSPREV 2015). A aposentadoria por tempo de serviço, nos termos da Lei no 8.213/91, como regra, exige o seguinte número de contribuições mensais: a) 180. b) 120. c) 210. d) 240. e) 360. 82

COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer ao art. 25 da Lei 8.213/91 Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. (Destaque Nosso). Dessa maneira podemos ver que a alternativa correta é a A, ou seja, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço (tempo de contribuição) e aposentadoria especial exigem, no mínimo, 180 contribuições mensais. Obs: Devemos lembrar que atualmente a aposentadoria por tempo de serviço foi substituída por aposentadoria por tempo de contribuição. Gabarito: A. 13. (FCC - Auditor - TCE-CE 2015). A Lei no 8.213/1991 institui benefícios aos segurados e seus dependentes, bem como requisitos para sua concessão, dentre eles a carência relacionada à quantidade mínima de contribuições, que nos casos de aposentadoria por invalidez comum e aposentadoria por idade, para filiados após a edição da referida lei, são correta e respectivamente de: a) 12 e 120. b) 10 e 60. c) 12 e 180. d) 60 e 120. e) dispensada e 180. COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer ao art. 25 da Lei 8.213/91 Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: 83

I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. (Destaques Nossos); Podemos notar que existem 3 possibilidades de carência (10, 12 e 180 contribuições mensais), o que já descarta algumas das alternativas. O examinador questiona sobre a carência por invalidez ções mensais. Lembrando que em caso de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como incapacidade decorrente de doença profissional ou do trabalho e doenças graves previstas na legislação, esse tempo de carência para aposentadoria por invalidez será dispensado, conforme podemos ver no Art.26 da Lei 8.213/91: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (...) Portanto alternativa correta é a C, ou seja, 12 e 180 contribuições mensais respectivamente. Gabarito: C. 4.4. SALÁRIO MATERNIDADE 4.4.1. Carência A concessão do salário-maternidade para o contribuinte individual e segurado facultativo depende do cumprimento da carência de 10 contribuições mensais. 84

Será devido o salário-maternidade à segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que de forma descontínua. Em caso de parto antecipado, o período de carência do salário-maternidade será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. Assim sendo, se o parto de uma segurada facultativa ou contribuinte individual for antecipado em 3 meses, a carência será reduzida de 10 contribuições mensais para 7 contribuições mensais. No entanto, se o parto de uma segurada especial for antecipado em 3 meses, a carência será reduzida de 10 meses de atividade rural para 7 meses de atividade rural. Independe de carência a concessão de salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. SALÁRIO MATERNIDADE EMPREGADA TRABALHADORA AVULSA EMPREGADA DOMÉSTICA SEM CARÊNCIA CONTRIBUINTE INDIVIDUAL SEGURADA FACULTATIVA 10 CONTRIBUIÇÕES SEGURADA ESPECIAL 10 MESES DE EFETIVO EXERCÍCIO NA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA OU PESQUEIRA PARA CADA MÊS DE ANTECIPAÇÃO DO PARTO, ANTECIPA-SE A CARÊNCIA NA MESMA QUANTIDADE DE MESES. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: 85

14. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-PE 2017). A respeito da carência e da condição de segurados e dependentes no regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item subsequente. A concessão do salário-maternidade à segurada empregada independe de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer aos art. 26 da Lei 8.213/91, que nos fala quais benefícios são independentes de carência: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: (...) VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Destaques Nossos). Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 15. (CESPE - Defensor Público Federal 2015) (Questão Adaptada). Acerca da carência, dos períodos de graça e da condição de segurado, julgue o item a seguir. O salário-maternidade pago à segurada empregada, à segurada doméstica e à segurada avulsa prescinde de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer aos art. 26 da Lei 8.213/91, que nos fala quais benefícios são independentes de carência: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: (...) VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Destaques Nossos). Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 86

4.5. SEM CARÊNCIA DEMAIS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS Independem de carência a concessão das seguintes prestações do RGPS: pensão por morte; auxílio-acidente; salário-família; auxílio-reclusão; Habilitação e Reabilitação Profissional; Serviço Social. PENSÃO POR MORTE SEM CARÊNCIA AUXÍLIO-ACIDENTE SALÁRIO FAMÍLIA AUXÍLIO RECLUSÃO SEM CARÊNCIA HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL SERVIÇO SOCIAL SEM CARÊNCIA 87

Como já estudado, também independem de carência os seguintes benefícios, nas condições abaixo especificadas: auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. 16. (FCC - Auditor Substituto de Conselheiro do TCM-RJ 2015). O período de carência visa a garantir o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema. Para os segurados que ingressaram no sistema após a vigência da Lei nº 8.213/1991, em relação aos benefícios de aposentadoria especial, aposentadoria por invalidez acidentária e salário-família, a carência, em número de contribuições mensais, será respectivamente de a) 180, nenhuma, nenhuma. b) 180, 12, nenhuma. c) 120, 12, 10. d) 120, nenhuma, 10. e) 180, 120, 12. COMENTÁRIOS: Para responder essa questão recorramos ao art. 26 da Lei 8.213/91, que assim dispõe: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV - serviço social; V - reabilitação profissional VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. 88

(Destaques Nossos). Sobre a carência da aposentadoria especial, vamos conferir o art. 25 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: (...) II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais (...). (Destaques Nossos). Assim, podemos concluir que para a aposentadoria especial, a carência são 180 meses, já para a aposentadoria por invalidez acidentária e salário-família, ambos são independentes de carência. Gabarito: A. 17. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-RO 2013). Considerando as normas de concessão de benefícios pelo regime geral de previdência social (RGPS), julgue o item a seguir. De acordo com a legislação previdenciária, o período de carência corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao recebimento de alguns benefícios, independendo, no entanto, de carência a concessão dos benefícios de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Conforme podemos ver nos artigos 24 e 26 da Lei 8.213/91, alguns benefícios precisam de um determinado período de carência para poderem ser solicitados pelo segurado, já outros são dispensados de carência. Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. (...) Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente (...) (Destaque Nosso). Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 89

18. (CESPE Analista SERPRO - 2013). Com base na legislação trabalhista e previdenciária brasileira, julgue o item abaixo. A concessão do auxílio-acidente previdenciário independe do cumprimento do período de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Conforme podemos ver no Art.26 da Lei 8.213/91, alguns benefícios são independentes de carência para poderem ser solicitados pelo segurado, é o caso do auxílio-acidente: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; (...) (Destaques Nossos). Conforme podemos concluir a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 90

PAUSA PARA ANOTAÇÕES Vamos dar uma parada. Você se deparou com diversas informações importantes. Anote tudo o que você acha que pode causar problemas para você. Certamente você fará bom uso de suas anotações. Pronto, agora é com você. Mãos à obra. 91

Todo esforço sempre é recompensado! 92

5. RESUMO DA AULA Benefícios Previdenciários: o 4 Aposentadorias: Aposentadoria por invalidez Aposentadoria por idade Aposent. Por tempo de contribuição Aposentadoria especial o 3 auxílios: Auxílio doença Auxílio acidente Auxílio reclusão (para dependentes) o 2 salários: Salário família Salário maternidade o 1 pensão: Pensão por morte Aposentadoria por Invalidez: o Perda total e permanente da capacidade para o trabalho; o Mediante perícia médica; o Sem possibilidade de Reabilitação o Carência: 12 contribuições Sem carência: 93

Incapacidade decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa; Doença profissional ou do trabalho; Segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos. Aposentadoria por Idade: o 65 anos (homem); o 60 anos (mulher). o Se for produtor rural, pescador artesanal ou garimpeiro: 60 anos (homem) 55 anos (mulher) o Se for pessoa com deficiência: 60 anos (homem) 55 anos (mulher) Aposentadoria por Tempo de Contribuição: o 35 anos (homem) o 30 anos (mulher) o Se for professor (ensino infantil, fundamental ou médio): 30 anos (homem) 25 anos (mulher) o Se for pessoa com deficiência: Deficiência Grave 25 anos (homem) 20 anos (mulher) Deficiência Moderada 29 anos (homem) 24 anos (mulher) Deficiência leve 94

33 anos (homem) 28 anos (mulher) o Carência: 180 contribuições: Aposentadoria Especial: o Trabalhar exposto a agentes físicos, químicos ou biológicos; o Prejudicial à saúde; o Prejudicial à integridade física; o Durante 15, 25 ou 25 anos. Auxílio-Doença: o Incapacidade temporária para o trabalho, por motivo de doença ou acidente; o Carência: 12 contribuições Sem carência: Incapacidade decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa; Doença profissional ou do trabalho; Segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios o Carência: 180 contribuições: Auxílio-Acidente: o Após acorrer um acidente de qualquer natureza ou causa, quando há consolidação das lesões com sequelas definitivas, com redução parcial da capacidade laborativa; o Sem carência Salário-Maternidade: o Parto; o Aborto não criminoso; o Adoção; 95

o Guarda judicial para fins de adoção o Carência: Sem carência: Empregada, Doméstica e Trabalhadora avulsa; 10 contribuições: Contribuinte Individual e segurada facultativa; 10 meses de efetivo exercício na atividade agropecuária ou pesqueira: segurada especial Salário-Família: o Ter filho de até 14 anos (ou inválido de qualquer idade); o Segurado de baixa renda o Sem carência Pensão por morte: o Morte do segurado; o Morte presumida do segurado: Declaração judicial de ausência; Comprovada presença em catástrofes, desastres ou acidentes. o Sem carência Auxílio Reclusão: o Segurado recolhido à prisão; o Regime prisional fechado ou semi-aberto o Sem carência 96

Muito bem! Agora que terminamos o estudo do conteúdo e respectiva revisão da nossa aula 6, recomendo que você refaça, preferencialmente no dia seguinte, a lista de exercícios desta aula, que apresentamos a seguir. Vale ressaltar que, neste momento do estudo, a resolução dos exercícios não tem apenas finalidade de mensurar o seu conhecimento, mas de consolidar tal conhecimento, proporcionando maior fixação de conteúdo, identificação de pontos não retidos durante o estudo e aprofundamento teórico por meio dos comentários na resolução das questões. Outrossim, não deixe de marcar todas as questões que errar ou tiver dúvidas, para repetição oportuna da resolução. Ademais, estude os comentários contidos na resolução de cada questão com o mesmo zelo que teve com o estudo inicial de conteúdo, inclusive fazendo anotações e marcações. Lembre-se que o ponto mais importante da sua preparação está na revisão de conteúdo e na resolução de exercícios. Assim sendo, não deixe de dar atenção máxima a tais ferramentas. 97

6. LISTA DE EXERCÍCIOS Lista dos exercícios utilizados nesta aula (resolvidos e comentados em seguida) 1. (FCC - Assessor Jurídico - TCE-PI 2014). A lei que dispõe sobre o regime geral da previdência social prevê como prestações expressas em benefícios e serviços, devidas apenas aos dependentes dos segurados, a) aposentadoria especial e serviço social. b) salário-família e auxílio-reclusão. c) reabilitação profissional e salário-maternidade. d) pensão por morte e auxílio-reclusão. e) pecúlio e abono de permanência em serviço. 2. (CESPE - Auditor Fiscal do Trabalho 2013). No que se refere às normas que regulamentam a condição de dependente no RGPS, julgue o item subsequente. O companheiro e a companheira, desde que comprovem a existência de união estável, integram o rol de dependentes da primeira classe, o que lhes permite receber pensão por morte ou auxílio-reclusão, conforme o caso. ( ) Certo ( ) Errado 3. (FCC - Analista Judiciário - TRT 6ª Região)/Judiciária/"Sem Especialidade"/2012). Quanto aos dependentes, são consideradas prestações previdenciárias compreendidas pelo Regime Geral de Previdência Social: a) aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. b) auxílio-reclusão e aposentadoria por tempo de contribuição. c) pensão por morte e aposentadoria especial. 98

d) auxílio-reclusão e pensão por morte. e) aposentadoria por idade e auxílio-doença. 4. (CESPE - Analista Judiciário - TRT 17ª Região benefícios do regime geral de previdência social. 2013). Julgue o item seguinte, relativo aos Considere que um indivíduo, antes de aderir ao regime geral de previdência social, estivesse enfermo de uma moléstia incapacitante para o trabalho. Nessa situação, se não tiver havido posterior progressão ou agravamento da enfermidade, tal doença não dará a esse indivíduo o direito de obter a aposentadoria por invalidez. ( ) Certo ( ) Errado 5. (FCC - Analista Judiciário - TRT 2ª Região - Área Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2014). A aposentadoria por idade de um trabalhador urbano (exceto pessoa com deficiência), no regime geral de previdência social, será devida, desde que preenchida a carência aos a) 53 anos de idade, para homens, e aos 48 anos, para mulheres. b) 70 anos de idade, para homens, e aos 65 anos, para mulheres. c) 65 anos de idade, para homens, e aos 60 anos, para mulheres. d) 60 anos de idade, indistintamente para homens ou mulheres. e) 65 anos de idade, indistintamente para homens ou mulheres. 6. (CESPE - Advogado da União 2015). Acerca do RGPS, julgue o item subsequente. Desde que tenha sido intercalado com o exercício de atividade laborativa, o período em que o segurado se beneficiar de auxílio-doença deverá ser considerado para fins de cômputo de carência e para o cálculo do tempo de contribuição na concessão de aposentadoria por invalidez, conforme entendimento do STF. ( ) Certo ( ) Errado 7. (FCC - Analista Judiciário - TRF 3ª Região 2014). De acordo com a Lei nº 8.213/91, em regra, a concessão do benefício do auxílio-doença: a) não possui período de carência pré-estabelecido. b) está sujeita a carência de doze contribuições mensais. 99

c) está sujeita a carência de seis contribuições mensais. d) está sujeita a carência de quinze contribuições mensais. e) só estará sujeita ao período de carência se a concessão inicial for de, no mínimo, trinta dias. 8. (CESPE - Defensor Público Federal- 2017). O item seguinte, acerca de benefícios previdenciários, apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Raul nunca havia contribuído para o RGPS. No entanto, após uma semana do início de atividade laboral em determinado emprego, um acidente de trabalho o tornou incapaz e insuscetível de reabilitação. Nessa situação, Raul não faz jus ao benefício da aposentadoria por invalidez porque não cumpriu o tempo de carência exigido. ( ) Certo ( ) Errado 9. (CESPE - Analista de Controle Externo - TCE-PE 2017). No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada a respeito de benefício previdenciário e contribuição para o RGPS e regime próprio de previdência social. Flávio, que nunca havia contribuído para o RGPS, foi contratado como empregado de uma empresa privada. No quinto dia de trabalho, ao conduzir sua bicicleta rumo ao seu emprego, Flávio foi atropelado por um veículo, o que o deixou absolutamente incapacitado. Nessa situação, Flávio não terá direito à aposentadoria por invalidez concedida pelo RGPS, por não ter cumprido o tempo mínimo de carência. ( ) Certo ( ) Errado 10. (CESPE - Técnico do Seguro Social 2016). Com base no disposto na Lei n.º 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência social e dá outras providências, julgue o item seguinte. Em regra, o período de carência para a concessão do benefício de auxílio-doença é de doze contribuições mensais. ( ) Certo ( ) Errado 11. (CESPE - Inspetor de Controle Externo - TCE-RN 2015). Julgue o item a seguir, relativo à seguridade social e ao regime geral de previdência social. 100

A concessão de auxílio-doença independe de carência nos casos em que o segurado ficar incapacitado para seu trabalho por mais de quinze dias consecutivos devido a alguma doença profissional ou a um acidente de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado 12. (FCC - Procurador Autárquico MANAUSPREV 2015). A aposentadoria por tempo de serviço, nos termos da Lei no 8.213/91, como regra, exige o seguinte número de contribuições mensais: a) 180. b) 120. c) 210. d) 240. e) 360. 13. (FCC - Auditor - TCE-CE 2015). A Lei no 8.213/1991 institui benefícios aos segurados e seus dependentes, bem como requisitos para sua concessão, dentre eles a carência relacionada à quantidade mínima de contribuições, que nos casos de aposentadoria por invalidez comum e aposentadoria por idade, para filiados após a edição da referida lei, são correta e respectivamente de: a) 12 e 120. b) 10 e 60. c) 12 e 180. d) 60 e 120. e) dispensada e 180. 14. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-PE 2017). A respeito da carência e da condição de segurados e dependentes no regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item subsequente. A concessão do salário-maternidade à segurada empregada independe de carência. ( ) Certo ( ) Errado 101

15. (CESPE - Defensor Público Federal 2015) (Questão Adaptada). Acerca da carência, dos períodos de graça e da condição de segurado, julgue o item a seguir. O salário-maternidade pago à segurada empregada, à segurada doméstica e à segurada avulsa prescinde de carência. ( ) Certo ( ) Errado 16. (FCC - Auditor Substituto de Conselheiro do TCM-RJ 2015). O período de carência visa a garantir o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema. Para os segurados que ingressaram no sistema após a vigência da Lei nº 8.213/1991, em relação aos benefícios de aposentadoria especial, aposentadoria por invalidez acidentária e salário-família, a carência, em número de contribuições mensais, será respectivamente de a) 180, nenhuma, nenhuma. b) 180, 12, nenhuma. c) 120, 12, 10. d) 120, nenhuma, 10. e) 180, 120, 12. 17. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-RO 2013). Considerando as normas de concessão de benefícios pelo regime geral de previdência social (RGPS), julgue o item a seguir. De acordo com a legislação previdenciária, o período de carência corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao recebimento de alguns benefícios, independendo, no entanto, de carência a concessão dos benefícios de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado 18. (CESPE Analista SERPRO - 2013). Com base na legislação trabalhista e previdenciária brasileira, julgue o item abaixo. A concessão do auxílio-acidente previdenciário independe do cumprimento do período de carência. ( ) Certo ( ) Errado 102

6.1. GABARITO COMENTADO 1. (FCC - Assessor Jurídico - TCE-PI 2014). A lei que dispõe sobre o regime geral da previdência social prevê como prestações expressas em benefícios e serviços, devidas apenas aos dependentes dos segurados, a) aposentadoria especial e serviço social. b) salário-família e auxílio-reclusão. c) reabilitação profissional e salário-maternidade. d) pensão por morte e auxílio-reclusão. e) pecúlio e abono de permanência em serviço. COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer ao art. 18, II e III da Lei 8.213/91. Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: (...) II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: a) pecúlios; (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) b) serviço social; c) reabilitação profissional (Destaques Nossos). 103

Agora vamos às assertivas: a) aposentadoria especial e serviço social. Incorreta, pois aposentadoria especial é apenas direito do segurado. b) salário-família e auxílio-reclusão. Incorreta, pois salário-família é direito do segurado. c) reabilitação profissional e salário-maternidade. Incorreta, pois salário-maternidade é apenas direito do segurado. d) pensão por morte e auxílio-reclusão. Essa é a alternativa correta, pois ambas são devidas apenas aos dependentes. e) pecúlio e abono de permanência em serviços. Incorreta. Ambos os benefícios foram revogados. O pecúlio está com a revogação especificada na legislação transcrita acima. O abono de permanência em serviço era exclusivo do segurado, mas foi excluído do rol de benefícios do RGPS. Gabarito: D. 2. (CESPE - Auditor Fiscal do Trabalho 2013). No que se refere às normas que regulamentam a condição de dependente no RGPS, julgue o item subsequente. O companheiro e a companheira, desde que comprovem a existência de união estável, integram o rol de dependentes da primeira classe, o que lhes permite receber pensão por morte ou auxílioreclusão, conforme o caso. 104

( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: As classes de dependentes são definidas em três, e apenas os dependentes da Classe I são considerados como financeiramente dependentes. Companheiros precisam comprovar união estável para serem considerados como dependentes, conforme podemos ver no art. 16 da Lei 8.213/91. Sobre quais benefícios esses dependentes terão direito, poderemos consultar o art. 18 da Lei 8.213/91: Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (...) 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o 3º do art. 226 da Constituição Federal. 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: [...] II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; (Destaques nossos) Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 3. (FCC - Analista Judiciário - TRT 6ª Região)/Judiciária/"Sem Especialidade"/2012). Quanto aos dependentes, são consideradas prestações previdenciárias compreendidas pelo Regime Geral de Previdência Social: a) aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. b) auxílio-reclusão e aposentadoria por tempo de contribuição. c) pensão por morte e aposentadoria especial. 105

d) auxílio-reclusão e pensão por morte. e) aposentadoria por idade e auxílio-doença. COMENTÁRIOS: A resolução da presente questão tem por base o art. 18 da Lei 8.213/91. Tomando por base o texto legal citado, vamos à análise de cada alternativa: a) aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. Aposentadoria por invalidez e auxílio-doença são benefícios devidos aos segurados, não aos dependentes. (ERRADA). b) auxílio-reclusão e aposentadoria por tempo de contribuição. Auxílio-reclusão é devido aos dependentes e aposentadoria por tempo de contribuição é benefícios devidos aos segurados. (ERRADA). c) pensão por morte e aposentadoria especial. Pensão por morte é devido aos dependentes e aposentadoria especial é benefício devido aos segurados. (ERRADA). d) auxílio-reclusão e pensão por morte. Auxílio-reclusão e pensão por morte são benefícios devidos aos dependentes. (CORRETA). e) aposentadoria por idade e auxílio-doença. Aposentadoria por idade e auxílio-doença são benefícios devidos aos segurados, não aos dependentes. (ERRADA). RESPOSTA: D 4. (CESPE - Analista Judiciário - TRT 17ª Região benefícios do regime geral de previdência social. 2013). Julgue o item seguinte, relativo aos Considere que um indivíduo, antes de aderir ao regime geral de previdência social, estivesse enfermo de uma moléstia incapacitante para o trabalho. Nessa situação, se não tiver havido 106

posterior progressão ou agravamento da enfermidade, tal doença não dará a esse indivíduo o direito de obter a aposentadoria por invalidez. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Essa é uma questão que demanda um pouquinho mais de tempo na hora da prova para analisarmos a situação-problema. Para respondê-la vamos consultar o Art. 42 da Lei 8.213/91 que diz quais são as normas vigentes para a aposentadoria por invalidez: Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. (Destaques Nossos). Sendo assim, uma vez que não houve agravamento ou progressão da doença, podemos concluir que a assertiva está correta (não adianta fazer o seguro depois). Gabarito: CERTO. 5. (FCC - Analista Judiciário - TRT 2ª Região - Área Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2014). A aposentadoria por idade de um trabalhador urbano (exceto pessoa com deficiência), no regime geral de previdência social, será devida, desde que preenchida a carência aos a) 53 anos de idade, para homens, e aos 48 anos, para mulheres. b) 70 anos de idade, para homens, e aos 65 anos, para mulheres. c) 65 anos de idade, para homens, e aos 60 anos, para mulheres. d) 60 anos de idade, indistintamente para homens ou mulheres. e) 65 anos de idade, indistintamente para homens ou mulheres. 107

COMENTÁRIOS: A resolução da presente questão tem por base o art. 48 da Lei 8.213/91, conforme segue: A A mprida a carência exigida nesta Lei, Tomando por base o texto legal citado, podemos afirmar que a única alternativa que atende ao enunciado é a ALTERNATIVA C. Tais limites de idade serão reduzidos para 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher, no caso de trabalhadores rurais, desde que comprovem o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido. GABARITO: C 108

6. (CESPE - Advogado da União 2015). Acerca do RGPS, julgue o item subsequente. Desde que tenha sido intercalado com o exercício de atividade laborativa, o período em que o segurado se beneficiar de auxílio-doença deverá ser considerado para fins de cômputo de carência e para o cálculo do tempo de contribuição na concessão de aposentadoria por invalidez, conforme entendimento do STF. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Esta já uma questão mais elaborada e que exige o conhecimento do candidato sobre a Jurisprudência (não se esqueça, candidato que, depois de estudar as leis, estuda também a jurisprudência é candidato diferenciado). Bom, conforme solicitado pelo examinador, vejamos o que o STF tem a nos dizer sobre o assunto: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CÔMPUTO DO TEMPO DE GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA PARA FINS DE CARÊNCIA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal decidiu nos autos do RE nº 583.834/PR-RG, com repercussão geral reconhecida, que devem ser computados, para fins de concessão de aposentadoria por invalidez, os períodos em que o segurado tenha usufruído do benefício de auxílio-doença, desde que intercalados com atividade laborativa. 2. A Suprema Corte vem-se pronunciando no sentido de que o referido entendimento se aplica, inclusive, para fins de cômputo da carência, e não apenas para cálculo do tempo de contribuição. Precedentes: ARE 802.877/RS, Min. Teori Zavascki, DJe de 1/4/14; ARE 771.133/RS, Min. Luiz Fux, DJe de 21/2/2014; ARE 824.328/SC, Min. Gilmar Mendes, DJe de 8/8/14; e ARE 822.483/RS, Min. Cármem Lúcia, DJe de 8/8/14. 3. Agravo regimental não provido. (STF ARE 746835 AgR/RS Publicação em 07.10.2014) Relator Ministro DIAS TOFFOLI Primeira Turma Julgamento em 19.08.2014 A assertiva nos traz exatamente o que é dito pelo STF, portanto assertiva correta. Gabarito: CERTO. 7. (FCC - Analista Judiciário - TRF 3ª Região 2014). De acordo com a Lei nº 8.213/91, em regra, a concessão do benefício do auxílio-doença: a) não possui período de carência pré-estabelecido. b) está sujeita a carência de doze contribuições mensais. c) está sujeita a carência de seis contribuições mensais. d) está sujeita a carência de quinze contribuições mensais. e) só estará sujeita ao período de carência se a concessão inicial for de, no mínimo, trinta dias. 109

COMENTÁRIOS: Existem dois tipos de auxílio-doença: o auxilio doença acidentário e o auxílio-doença comum. No caso de acidente de qualquer natureza ou causa, o segurado pode receber o auxílio-doença acidentário independentemente de qualquer carência. Na questão, o examinador refere-se ao de 12 meses. Portanto podemos concluir que a assertiva verdadeira é a B, as outras estão erradas, inclusive para os dois gêneros de auxílio-doença apresentados. Vejamos a legislação pertinente ao assunto: Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais; III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Gabarito: B. 8. (CESPE - Defensor Público Federal- 2017). O item seguinte, acerca de benefícios previdenciários, apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Raul nunca havia contribuído para o RGPS. No entanto, após uma semana do início de atividade laboral em determinado emprego, um acidente de trabalho o tornou incapaz e insuscetível de reabilitação. Nessa situação, Raul não faz jus ao benefício da aposentadoria por invalidez porque não cumpriu o tempo de carência exigido. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer aos artigos 25 e 26 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; (Destaques Nossos). 110

Vamos conferir as exceções no Art. 26: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Destaques Nossos). Podemos concluir que apesar de existir uma carência de 12 meses para receber a aposentadoria por invalidez, em caso de acidente de qualquer natureza essa carência deixa de existir, o que torna a assertiva incorreta. Gabarito: ERRADO. 9. (CESPE - Analista de Controle Externo - TCE-PE 2017). No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada a respeito de benefício previdenciário e contribuição para o RGPS e regime próprio de previdência social. Flávio, que nunca havia contribuído para o RGPS, foi contratado como empregado de uma empresa privada. No quinto dia de trabalho, ao conduzir sua bicicleta rumo ao seu emprego, Flávio foi atropelado por um veículo, o que o deixou absolutamente incapacitado. Nessa situação, Flávio não terá direito à aposentadoria por invalidez concedida pelo RGPS, por não ter cumprido o tempo mínimo de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer aos artigos 25 e 26 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; (Destaques Nossos). Vamos conferir as exceções no Art. 26: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 111

II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Destaques Nossos). Podemos concluir que apesar de existir uma carência de 12 meses para receber a aposentadoria por invalidez, quando em caso de acidente de qualquer natureza essa carência deixa de existir. Portanto, assertiva incorreta. Gabarito: ERRADO. 10. (CESPE - Técnico do Seguro Social 2016). Com base no disposto na Lei n.º 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência social e dá outras providências, julgue o item seguinte. Em regra, o período de carência para a concessão do benefício de auxílio-doença é de doze contribuições mensais. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos novamente recorrer aos artigos 25 e 26 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; (Destaques Nossos). Vamos conferir as exceções no Art. 26: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Destaques Nossos). 112

Podemos concluir que, em regra, existe uma carência de 12 meses para receber o auxílio-doença. Deixar de ter carência para este benefício é a exceção. Assim sendo, podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 11. (CESPE - Inspetor de Controle Externo - TCE-RN 2015). Julgue o item a seguir, relativo à seguridade social e ao regime geral de previdência social. A concessão de auxílio-doença independe de carência nos casos em que o segurado ficar incapacitado para seu trabalho por mais de quinze dias consecutivos devido a alguma doença profissional ou a um acidente de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão recorramos aos art. 26 da Lei 8.213/91, que aborda os benefícios que são independentes de carência: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV - serviço social; V - reabilitação profissional. VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Destaques Nossos). Especificamente sobre os 15 dias mencionados na questão, vamos recorrer ao Art. 59 da mesma lei referida acima. 113

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. (Destaques Nossos). Dessa forma podemos concluir que a assertiva é verdadeira. Gabarito: CERTO. 12. (FCC - Procurador Autárquico MANAUSPREV 2015). A aposentadoria por tempo de serviço, nos termos da Lei no 8.213/91, como regra, exige o seguinte número de contribuições mensais: a) 180. b) 120. c) 210. d) 240. e) 360. COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer ao art. 25 da Lei 8.213/91 Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. (Destaque Nosso). Dessa maneira podemos ver que a alternativa correta é a A, ou seja, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço (tempo de contribuição) e aposentadoria especial exigem, no mínimo, 180 contribuições mensais. Obs: Devemos lembrar que atualmente a aposentadoria por tempo de serviço foi substituída por aposentadoria por tempo de contribuição. Gabarito: A. 114

13. (FCC - Auditor - TCE-CE 2015). A Lei no 8.213/1991 institui benefícios aos segurados e seus dependentes, bem como requisitos para sua concessão, dentre eles a carência relacionada à quantidade mínima de contribuições, que nos casos de aposentadoria por invalidez comum e aposentadoria por idade, para filiados após a edição da referida lei, são correta e respectivamente de: a) 12 e 120. b) 10 e 60. c) 12 e 180. d) 60 e 120. e) dispensada e 180. COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer ao art. 25 da Lei 8.213/91 Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. (Destaques Nossos); Podemos notar que existem 3 possibilidades de carência (10, 12 e 180 contribuições mensais), o que já descarta algumas das alternativas. O examinador questiona sobre a carência por invalidez Lembrando que em caso de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como incapacidade decorrente de doença profissional ou do trabalho e doenças graves previstas na legislação, esse tempo de carência para aposentadoria por invalidez será dispensado, conforme podemos ver no Art.26 da Lei 8.213/91: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência 115

Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (...) Portanto alternativa correta é a C, ou seja, 12 e 180 contribuições mensais respectivamente. Gabarito: C. 14. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-PE 2017). A respeito da carência e da condição de segurados e dependentes no regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item subsequente. A concessão do salário-maternidade à segurada empregada independe de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Para responder essa questão vamos recorrer aos art. 26 da Lei 8.213/91, que nos fala quais benefícios são independentes de carência: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: (...) VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Destaques Nossos). Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 15. (CESPE - Defensor Público Federal 2015) (Questão Adaptada). Acerca da carência, dos períodos de graça e da condição de segurado, julgue o item a seguir. O salário-maternidade pago à segurada empregada, à segurada doméstica e à segurada avulsa prescinde de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: 116

Para responder essa questão vamos recorrer aos art. 26 da Lei 8.213/91, que nos fala quais benefícios são independentes de carência: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: (...) VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Destaques Nossos). Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 16. (FCC - Auditor Substituto de Conselheiro do TCM-RJ 2015). O período de carência visa a garantir o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema. Para os segurados que ingressaram no sistema após a vigência da Lei nº 8.213/1991, em relação aos benefícios de aposentadoria especial, aposentadoria por invalidez acidentária e salário-família, a carência, em número de contribuições mensais, será respectivamente de a) 180, nenhuma, nenhuma. b) 180, 12, nenhuma. c) 120, 12, 10. d) 120, nenhuma, 10. e) 180, 120, 12. COMENTÁRIOS: Para responder essa questão recorramos ao art. 26 da Lei 8.213/91, que assim dispõe: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV - serviço social; V - reabilitação profissional 117

VI salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. (Destaques Nossos). Sobre a carência da aposentadoria especial, vamos conferir o art. 25 da Lei 8.213/91: Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: (...) II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições mensais (...). (Destaques Nossos). Assim, podemos concluir que para a aposentadoria especial, a carência são 180 meses, já para a aposentadoria por invalidez acidentária e salário-família, ambos são independentes de carência. Gabarito: A. 17. (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-RO 2013). Considerando as normas de concessão de benefícios pelo regime geral de previdência social (RGPS), julgue o item a seguir. De acordo com a legislação previdenciária, o período de carência corresponde ao número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao recebimento de alguns benefícios, independendo, no entanto, de carência a concessão dos benefícios de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Conforme podemos ver nos artigos 24 e 26 da Lei 8.213/91, alguns benefícios precisam de um determinado período de carência para poderem ser solicitados pelo segurado, já outros são dispensados de carência. Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. (...) Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente (...) (Destaque Nosso). Sendo assim podemos concluir que a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 118

18. (CESPE Analista SERPRO - 2013). Com base na legislação trabalhista e previdenciária brasileira, julgue o item abaixo. A concessão do auxílio-acidente previdenciário independe do cumprimento do período de carência. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Conforme podemos ver no Art.26 da Lei 8.213/91, alguns benefícios são independentes de carência para poderem ser solicitados pelo segurado, é o caso do auxílio-acidente: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; (...) (Destaques Nossos). Conforme podemos concluir a assertiva está correta. Gabarito: CERTO. 7. GABARITO GERAL 1 D 2 - CERTO 3 D 4 - CERTO 5 C 6 - CERTO 7 B 8 ERRADO 9 ERRADO 10 - CERTO 11 CERTO 12 A 13 - C 14 - CERTO 15 CERTO 16 A 17 CERTO 18 - CERTO 119

8. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO Perguntas e respostas simples e objetivas para fixação de conteúdo elementar. 1. Quais são os benefícios previdenciários? 2. Quais benefícios são devidos aos dependentes? 3. Qual a diferença conceitual entre aposentadoria por invalidez e auxílio-doença? 4. Qual é o fato gerador da aposentadoria especial? 5. Qual é a diferença entre os fatos geradores da aposentadoria por idade e a aposentadoria por tempo de contribuição? 6. Qual é a diferença entre auxílio-doença e auxílio acidente? 7. Quais são os fatos geradores do salário maternidade? 8. Quais são as situações que dão direito à pensão por morte? 9. Qual é a carência para se gozar de auxílio doença? 10. Qual é a carência exigida para se aposentar por idade, tempo de contribuição e aposentadoria especial? 11. Qual é a carência para ter direito ao salário-maternidade? 12. Quais são as prestações previdenciárias que dispensam carência? 120

8.1. RESPOSTAS COMENTADAS DO QUESTIONÁRIO DE REVISÃO 1. Quais são os benefícios previdenciários? Os benefícios previdenciários são: 4 Aposentadorias: o Aposentadoria por invalidez o Aposentadoria por idade o Aposent. Por tempo de contribuição o Aposentadoria especial 3 auxílios: o Auxílio doença o Auxílio acidente o Auxílio reclusão (para dependentes) 2 salários: o Salário família o Salário maternidade 1 pensão: o Pensão por morte 2. Quais benefícios são devidos aos dependentes? Os dependentes têm direito apenas aos seguintes benefícios: Auxílio reclusão e Pensão por Morte. 3. Qual a diferença conceitual entre aposentadoria por invalidez e auxílio-doença? Na aposentadoria por invalidez, a incapacidade para o trabalho é total e permanente, enquanto no auxílio-doença a incapacidade laborativa é temporária. 121

4. Qual é o fato gerador da aposentadoria especial? A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual (no caso do contribuinte individual somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção), que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A concessão da aposentadoria especial dependerá da comprovação, durante o período mínimo de quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso: tempo de trabalho em condições especiais que atenda aos seguintes requisitos: o trabalho permanente, o trabalho não ocasional, o trabalho não intermitente, exposição do segurado aos seguintes agentes nocivos: o agentes químicos, o agentes físicos, o agentes biológicos ou o associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, ou seja, aquele em que o segurado, no exercício de todas as suas funções, esteve efetivamente exposto a agentes nocivos físicos, químicos e biológicos ou associação de agentes. 5. Qual é a diferença entre os fatos geradores da aposentadoria por idade e a aposentadoria por tempo de contribuição? A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida na Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. Tais limites serão reduzidos para 60 (sessenta) anos e 55 (cinquenta e cinco) anos no caso de trabalhadores rurais, pescadores artesanais e garimpeiros, respectivamente homens e mulheres. 122

A aposentadoria por idade pode ser requerida compulsoriamente pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carência, quando completar 70 anos de idade, se homem, ou 65 anos, se mulher. Já a aposentadoria por tempo de contribuição é devida ao segurado que tiver cumprido a carência exigida e completar os tempos de contribuição de trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher. Para professores que comprovarem, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a aposentadoria por tempo de contribuição será reduzida em 5 anos, passando a ser de 30 anos de contribuição para professor e 25 anos de contribuição para professora. 6. Qual é a diferença entre auxílio-doença e auxílio acidente? O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado temporariamente para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual, por motivo de doença ou acidente, relacionado ou não com o trabalho (não precisa ser acidente do trabalho). O auxílio-acidente, por sua vez, será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas definitivas que impliquem: redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia; redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exercia à época do acidente; ou impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. No entanto, não basta a ocorrência do acidente de qualquer natureza para que o benefício de auxílio-acidente seja concedido. Faz-se necessário a ocorrência das circunstâncias a seguir: segurado sofra um acidente de qualquer natureza; ocorra a consolidação das lesões (quadro clínico tenha estabilizado); do acidente, resulte sequelas definitivas; haja redução da capacidade laborativa do segurado. 123

Enquanto as lesões não se consolidarem e o segurado estiver impossibilitado temporariamente de voltar ao trabalho, receberá auxílio-doença. Com a consolidação das lesões e o retorno ao trabalho, cessará o auxílio-doença e passará o segurado a receber auxílio-acidente. 7. Quais são os fatos geradores do salário maternidade? São fatos geradores do salário-maternidade: Parto; Aborto não criminoso; Adoção; Guarda judicial para fins de adoção 8. Quais são as situações que dão direito à pensão por morte? A pensão por morte poderá ser devida nos seguintes casos: Morte do segurado; Morte presumida do segurado: o Declaração judicial de ausência; o Comprovada presença em catástrofes, desastres ou acidentes. 9. Qual é a carência para se gozar de auxílio doença? Para ter direito ao auxílio doença, o segurado deverá cumprir as seguintes carências: Em regra:12 contribuições Sem carência: o Incapacidade decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa; o Doença profissional ou do trabalho; o Segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios 10. Qual é a carência exigida para se aposentar por idade, tempo de contribuição e aposentadoria especial? A concessão dos benefícios de aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial dependem do cumprimento da carência de 180 contribuições mensais. Para o segurado especial a contagem da carência não é efetuada com base no número de contribuições mensais recolhidas, mas sim pela comprovação do exercício de atividade rural pelo período equivalente ao número de meses correspondente à carência do benefício requerido. 124

11. Qual é a carência para ter direito ao salário-maternidade? A concessão do salário-maternidade para o contribuinte individual e segurado facultativo depende do cumprimento da carência de 10 contribuições mensais. Será devido o salário-maternidade à segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que de forma descontínua. Em caso de parto antecipado, o período de carência do salário-maternidade será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. Independe de carência a concessão de salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. 12. Quais são as prestações previdenciárias que dispensam carência? Independem de carência a concessão das seguintes prestações do RGPS: pensão por morte; auxílio-acidente; salário-família; auxílio-reclusão; Habilitação e Reabilitação Profissional; Serviço Social. auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica. 125

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS DA AULA Muito bem, pessoal! Na aula de iniciamos nosso estudo cobrindo os seguintes pontos do edital: Legislação Previdenciária Lei n. 8.213/91 (Benefícios Decorrentes de Acidentes do Trabalho). Decreto n. 3.048/99. Prestações Previdenciárias. Carência. Em nossa próxima aula iremos estudar o salário de benefício e renda mensal inicial. Um grande abraço e que Deus te abençoe. Até a próxima aula!