REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS. Documento Colaborativo Oficial para Criação e Implantação do Jardim Botânico de CAMPINA GRANDE PB CONTEÚDO

Documentos relacionados
REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS. Documento Colaborativo Oficial para Criação e Implantação de Jardins Botânicos CONTEÚDO 1.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 266, DE 03 DE AGOSTO DE 2000

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção

PORTARIA n 0175/ GAB

Atribuições do órgão conforme a Lei nº 3.063, de 29 de maio de 2013: TÍTULO II DAS COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA

REGIMENTO INTERNO DA FUNDAÇÃO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE JOINVILLE - (FITEJ)

PREFEITURA MUNICIPAL DE TEIXEIRA DE FREITAS ESTADO DA BAHIA

Termo de Referência nº Antecedentes

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARMO DA CACHOEIRA ESTADO DE MINAS GERAIS GABINETE DO PREFEITO

REGIMENTO INTERNO DO NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS NINTEC CAPÍTULO I DO NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SEUS FINS

Compilar, organizar e disponibilizar os resultados das pesquisas científicas sobre a Unidade de Conservação;

Termo de Referência nº Antecedentes

GABINETE DO PREFEITO

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC

CHAMADA PARA SELEÇÃO DE BOLSA NA MODALIDADE APOIO CIENTÍFICO - RES

Cooperação científica e técnica e o mecanismo de intermediação de informações

a Resolução CONAMA nº 422/2010 de 23 de março de 2010, que estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de educação ambiental;

LEI Nº 2.278/07, DE 24 DE AGOSTO DE 2007.

Prefeitura Municipal de Jaboticabal

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ Av. Jerson Dias, Estiva CEP Itajubá Minas Gerais

EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Meta e Estratégias. Meta

As Questões Ambientais do Brasil

CÂMARA DOS DEPUTADOS Gabinete do Deputado ODAIR CUNHA PT/MG

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO FACULDADE SUMARÉ

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO SEBASTIÃO DO OESTE ESTADO DE MINAS GERAIS

ICKBio MMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

PRÓ-DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU - PROPESP POLÍTICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO REDONDO CNPJ / Rua Antonio Carlos Thiesen, Pouso Redondo Santa Catarina

Critérios para certificação de Sites SciELO: critérios, política e procedimentos para a classificação e certificação dos sites da Rede SciELO

Política Ambiental das Empresas Eletrobras

gestão das Instâncias de Governança nas regiões turísticas prioritárias do país.

UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE

Minuta REGIMENTO DO ARQUIVO CENTRAL DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CAPÍTULO I DA NATUREZA, COMPOSIÇÃO E OBJETIVOS

CÓDIGO DE CONDUTA VOLUNTÁRIO PARA HORTICULTURA ORNAMENTAL SUSTENTÁVEL

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO UNIVERSITÁRIO

Rede de Produção de Plantas Medicinais, Aromáticas e Fitoterápicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

MMX - Controladas e Coligadas

PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRINHOS Estado de Goiás LEI N , DE 28 DE DEZEMBRO DE O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS,

V - promover a cooperação internacional na área de ciência, tecnologia e inovação;

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

RESOLUÇÃO n o 35 de 16/12/2011- CAS

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Programa de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais. Secretaria Nacional de Programas Urbanos

Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM

Dom Macedo Costa. ESTADO DA BAHIA Município de Dom Macedo Costa Prefeitura Municipal Onde Pulsa o Desenvolvimento

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SEDAM.

DECRETO Nº DE 06 DE SETEMBRO DE 2013

ANEXO X DIAGNÓSTICO GERAL

RESULTADOS FINAIS DO ENCONTRO NACIONAL - ÁREA MEIO - ESTRATÉGIA NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

LEI Nº , DE 27 DE JULHO DE 1992

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

REGIMENTO INTERNO CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS

REGIMENTO DO CENTRO DE PESQUISA - CEPESq PROF. PASQUALE CASCINO

PROJETO DE LEI N o 1.847, DE 2003

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº D, DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Regimento Interno CAPÍTULO PRIMEIRO DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Reserva Extrativista Chico Mendes

PORTARIA MMA Nº 43, DE 31 DE JANEIRO DE 2014

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Art. 1º - Criar o Estatuto dos Núcleos de Pesquisa Aplicada a Pesca e Aqüicultura.

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

PREFEITURA MUNICIPAL DE URUAÇU ESTADO DE GOIÁS PODER EXECUTIVO SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO CNPJ /

PORTARIA-TCU Nº 385, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009 (Revogada) (Portaria - TCU nº 36, de 31/01/2011, BTCU nº 03, de 31/01/2011)

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES 2004

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA ESPECIALIZADA (PESSOA FÍSICA)

DELIBERAÇÃO CONSUNI Nº 028/2001

MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS. Junho, 2006 Anglo American Brasil

LEI Nº DE 2 DE ABRIL DE

Coleções FIOCRUZ. Coleção de Malacologia Médica Centro de Pesquisas René Rachou. Sistema de Gestão Unificado

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

II. Atividades de Extensão

PORTARIA TRT 18ª GP/DG/SGPe Nº 066/2011 Dispõe sobre a estrutura da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região e dá outras

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

1. COMPETÊNCIAS DAS DIRETORIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS CONSELHO UNIVERSITÁRIO

Gestão Plano de Trabalho. Colaboração, Renovação e Integração. Eduardo Simões de Albuquerque Diretor

RESOLUÇÃO UNIV N o 31 DE 27 DE JULHO DE 2011.

Ações Locais para a Sustentabilidade Programa Biocidade

MINISTÉRIO DAS CIDADES CONSELHO DAS CIDADES RESOLUÇÃO RECOMENDADA N 75, DE 02 DE JULHO DE 2009

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

PLANO NACIONAL DE DANÇA

01. Câmara Municipal. 02. Secretaria Municipal de Governo. 03. Gabinete do Vice-Prefeito. 04. Procuradoria Geral do Município

Adequação dos Sistemas de Trens Urbanos de Porto Alegre à Acessibilidade Universal (Decreto n de 2004)

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO Nº 21/2007

COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº 522, DE 2014

Secretaria Municipal da Educação e Cultura - SMEC SALVADOR MAIO/2003

REESTRUTURAÇÃO DO CADASTRO

PROJETO DE LEI Nº., DE DE DE 2012.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA

RIO GRANDE DO NORTE LEI COMPLEMENTAR Nº 478, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012.


Secretarias, competências e horários de funcionamento. Secretaria de Administração, Planejamento e Gestão

TERMO DE REFERÊNCIA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Coordenação de Agroecologia / PROBIO II.

Dispõe sobre a transformação da Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Estado de Roraima FEMACT-RR, e do

ESPELHO DE EMENDAS DE INCLUSÃO DE META

Transcrição:

REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS Criação e Implantação do Jardim Botânico de CAMPINA GRANDE PB CONTEÚDO 1. APRESENTAÇÃO 2. DEFINIÇÃO DE JARDIM BOTÂNICO 3. OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DOS JARDINS BOTÂNICOS BRASILEIROS 4. O PAPEL DOS JARDINS BOTÂNICOS 5. CONTEXTO 6. PLANEJAMENTO E ESTRUTURA 7. PASSOS PARA CRIAÇÃO, REGISTRO E IMPLANTAÇÃO Elaborado por: João Neves Toledo Presidente do Comitê Executivo da RBJB Fevereiro de 2013

1. APRESENTAÇÃO A Rede Brasileira de Jardins Botânicos foi acionada pelo Jardim Botânico de João Pessoa para orientar e prestar consultoria à Prefeitura de Campina Grande/Secretaria Municipal de Cultura, no sentido de instruir o processo de criação e implantação de um Jardim Botânico naquela cidade. De pronto a RBJB atendeu a solicitação respondendo à mensagem do Sr. Bruno Vaz Diniz, ora consultor da Universidade Estadual da Paraíba, parceira nesta iniciativa, credenciado que foi pelo Prefeito e Secretária de Cultura de Campina Grande, para tratar deste assunto. Tivemos a oportunidade de nos encontrar no Jardim Botânico INHOTIM, ocasião em que iniciamos este trabalho, sugerindo os passos para a Criação e Implantação do JBCG, que a nosso ver reúne condições favoráveis para sua efetivação no primeiro semestre deste ano. Este primeiro contato, aliado à coleta de dados primários e informações legais e administrativas, propiciou a construção do conteúdo deste documento oficial, que será oportunamente publicado no site da RBJB. Este Documento, tem por base a Resolução Conama 339, o Plano de Ação dos Jardins Botânicos, as Normas Internacionais de Conservação em Jardins Botânicos, alem de outros documentos que instruíram o processo de criação de jardins nos moldes da RBJB. De maneira muito simples, diante do contexto favorável em Campina Grande, elencamos os passos para a criação formal do JBCG e o Planejamento Estratégico para sua Implantação e Operação, exposto a seguir. 2. DEFINIÇÃO DE JARDIM BOTÂNICO Trata-se da definição oficial de Jardim Botânico, expressa na resolução CONAMA 339, que rege os jardins botânicos brasileiros: Para os efeitos desta Resolução entende-se como jardim botânico a área protegida, constituída no seu todo ou em parte, por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do patrimônio florístico do País, acessível ao público, no todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente. 3. OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DOS JARDINS BOTÂNICOS BRASILEIROS Quanto aos objetivos, trata-se do resumo do Plano de Ação para os Jardins Botânicos brasileiros combinado a Resolução CONAMA nº 339:

I - promover a pesquisa, a conservação, a preservação, a educação ambiental e o lazer compatível com a finalidade de difundir o valor multicultural das plantas e sua utilização sustentável; II - proteger, inclusive por meio de tecnologia apropriada de cultivos, espécies silvestres, ou raras, ou ameaçadas de extinção, especialmente no âmbito local e regional, bem como resguardar espécies econômica e ecologicamente importantes para a restauração ou reabilitação de ecossistemas; III - manter bancos de germoplasma ex situ e reservas genéticas in situ; IV - realizar, de forma sistemática e organizada, registros e documentação de plantas, referentes ao acervo vegetal, visando plena utilização para conservação e preservação da natureza, para pesquisa científica e educação; V - promover intercâmbio científico, técnico e cultural com entidades e órgãos nacionais e estrangeiros; e VI - estimular e promover a capacitação de recursos humanos. Quanto à organização, esta se dá na aplicação da mesma resolução, que tem como foco e conceito a Estratégia Global para Conservação da Flora GSPC. O jardim botânico criado pela União, Estado, Município, Distrito Federal ou pela iniciativa particular, deverá ser registrado no Ministério do Meio Ambiente, que supervisionará o cumprimento do disposto na Resolução CONAMA 339. Compete à Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, o acompanhamento e análise dos assuntos relativos à implementação da presente Resolução, subsidiada pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos e pela Rede Brasileira de Jardins Botânicos. A concessão de registros de jardins botânicos será efetuada pelo Ministério do Meio Ambiente, por intermédio do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro-IPJBR. O pedido de registro de jardim botânico no Ministério do Meio Ambiente deverá ser feito mediante solicitação ao JBRJ, instruído com os seguintes documentos: I - cópia do ato de criação e da publicação no Diário Oficial; II - memorial descritivo da área protegida; e III - planejamento global contendo proposta de funcionamento, projetos de pesquisa científica e de educação ambiental. Quanto à Rede Brasileira de Jardins Botânicos RBJB, esta é uma associação civil sem fins lucrativos, dotada de personalidade jurídica de direito privado, fundada em 23 de janeiro de 1991 na cidade de Goiânia, Estado de Goiás, com prazo de duração indeterminado.

Os objetivos da RBJB são: a) Estimular a cooperação entre jardins botânicos, arboretos, hortos e instituições congêneres que mantenham coleções científicas de plantas vivas e material preservado, bem como entre os cientistas e técnicos de tais instituições; b) estimular o estudo da taxonomia das plantas em benefício da humanidade e da educação ambiental em todos os níveis educacionais, extensiva ao grande público; c) estimular o estudo e a prática correta da introdução de plantas nas coleções científicas de jardins botânicos e instituições congêneres; d) promover a documentação e o intercâmbio de informações e espécimes de mútuo interesse entre os jardins botânicos, arboretos, hortos e instituições congêneres; e) estimular e fomentar a conservação de espécies preferencialmente raras e/ou ameaçadas; f) incrementar o papel dos jardins botânicos na conservação da diversidade biológica brasileira, em estreita relação com outras entidades, promovendo a colaboração entre a RBJB e tais instituições; g) estimular o cultivo de plantas de interesse econômico atual ou potencial; h) incentivar a criação de coleções temáticas regionais nos jardins botânicos; i) prestar consultoria e apoio à criação de novos jardins botânicos; j) estimular a ligação entre jardins botânicos e universidades, no nível nacional e internacional, sobretudo aquelas que desenvolvem atividades relacionadas às ciências da terra. A RBJB adota procedimentos e métodos para alcançar os seus objetivos, que incluem: a) Edição de publicações técnicas de interesse para os jardins botânicos; b) Estabelecimento de comissões para propósitos especiais; c) a organização de reuniões periódicas relativas ao trabalho dos jardins botânicos; d) a busca de apoio institucional, logístico e financeiro para os jardins botânicos associados, através da celebração de termos de cooperação. 4. O PAPEL DOS JARDINS BOTÂNICOS Medidas no curto e médio prazo, voltadas para a conservação in situ, serão insuficientes para reverter à perda de espécies nos ecossistemas brasileiros se não estiverem apoiadas numa estratégia de conservação ex situ das floras regionais, em larga escala, para a qual os jardins botânicos são instrumentos privilegiados. No nordeste, com o desflorestal de mais de 80% de sua área original e a necessidade de recuperação de importantes áreas de preservação, o papel dos Jardins Botânicos é mais evidente. Os Jardins Botânicos desempenham múltiplos papéis e também participam do desenvolvimento do país, contribuindo diretamente para a implementação da Convenção sobre a Diversidade Biológica, em consonância com a Política Nacional de Biodiversidade (Decreto Federal 4.339, de 22/08/2002).

5. CONTEXTO JARDIM BOTÂNICO de Campina Grande PB Os primeiros jardins botânicos surgiram no século XVI, criados para cultivo e estudo de plantas medicinais. Na Europa, as primeiras dessas instituições foram estabelecidas em Pisa (1543), Pádua (1545) e Montpellier (1598). No Brasil, o primeiro jardim botânico foi implantado em Recife, no período da dominação holandesa (1630-1654), e reunia espécimes da flora coletadas durante as expedições ao sertão nordestino. Na medida em que aumentava a exploração de novos territórios pelos europeus, crescia também o número de espécies vegetais conhecidas. Neste contexto, os jardins botânicos ganham ainda mais importância, pois reúnem no mesmo local, plantas de diversas partes do mundo, contribuindo para os estudos sobre estrutura, morfologia e fisiologia. Fala-se muito sobre ecologia, meio ambiente e manejo sustentado dos recursos naturais renováveis, destacando a relevância da Conservação destes recursos. Porém, somente uma pequena parte da população possui conhecimento suficiente para entender a dinâmica e as interrelações que ocorrem entre os diferentes ecossistemas que existem no mundo. A instalação e o funcionamento de um Jardim Botânico, no município de Campina Grande PB, de imediato garantirá a preservação de uma extensa área coberta por vegetação de Mata Atlântica/Caatinga, além de contribuir para o patrimônio florístico do país, estimulando ainda a educação ambiental, programas culturais e sócio-ambientais, ações preservacionistas e conservacionistas, visando o desenvolvimento sustentável no contexto do município de Campina Grande PB e região. Este jardim que se inicia tem a peculiaridade de trabalhar o valor multicultural das plantas e o conhecimento tradicional, mesclando traços da cultura popular nordestina/brasileira à favor da conservação das plantas e a educação ambiental para esta conservação. O trabalho em rede também será a marca deste jardim, contribuindo para o cumprimento da Meta VIII da Estratégia Global para Conservação das Plantas, alem da colaboração técnica e científica com os jardins do nordeste, em especial o de João Pessoa, e a pesquisa científica junto à Universidade Estadual da Paraíba.

6. PLANEJAMENTO E ESTRUTURA JARDIM BOTÂNICO de Campina Grande PB A proposta de criação do Jardim Botânico de Campina Grande surge como alternativa de uso e ocupação das áreas da Mata do Louzeiro a serem integradas ao acervo de proteção ambiental, no município de Campina Grande. Com os nobres objetivos que a área passará a ter, o Jardim Botânico de Campina Grande contribuirá para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida local e regional, integrado à política nacional de conservação da biodiversidade. O perímetro do JBCG deverá ser definido em consonância com um Plano de Manejo desta área. Para se constituir um bom Jardim Botânico de caráter regional, o mesmo deve atender, pelo menos, às seguintes exigências: possuir quadro técnico-científico compatível com suas atividades; dispor de serviços de vigilância e jardinagem, próprios ou terceirizados; manter área de produção de mudas, preferencialmente de espécies nativas da flora local; dispor de apoio administrativo e logístico compatível com as atividades a serem desenvolvidas; desenvolver programas de pesquisa visando à conservação das espécies; possuir coleções especiais representativas da flora nativa, em estruturas adequadas; desenvolver programas na área de educação ambiental; possuir infra-estrutura básica para atendimento de visitantes; ter herbário próprio ou associado com outra instituição; possuir sistema de registro para o seu acervo; promover treinamento técnico do seu corpo funcional; oferecer cursos técnicos ao público externo; e oferecer apoio técnico, científico e institucional, em cooperação com as unidades de conservação, previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC, instituído pela Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000. Para que o Jardim Botânico de Campina Grande PB se consolide, deverá assumir outras funções como: possuir sistema de registro informatizado para seu acervo; possuir biblioteca própria especializada; manter programa de publicação técnico-científica, subordinado à comissão de publicações e/ou comitê editorial, com publicação seriada; manter banco de germoplasma e publicação regular do Index Seminum;

No entanto, a proposta de criação do Jardim Botânico de Campina Grande PB, se ligado ao à Rede Brasileira de Jardins Botânicos, apresenta a vantagem de que muitas das estruturas e funções exigidas para o estabelecimento de um Jardim Botânico de caráter nacional, poderão ser compartilhadas entre os Jardins associados, ampliando suas ações. O primeiro passo para a criação de um Jardim Botânico é a declaração de sua missão, que deve explicitar o por que do jardim existir e que propósito deve cumprir. Será a coluna vertebral do jardim, guiando o planejamento e a política atuais e futuras. Os conceitos explicitados na missão devem estar afinados com as características naturais e atividades sociais da comunidade local. Estrutura Os Jardins Botânicos diferem dos parques públicos não só por oferecerem um lazer especializado, mas também por manterem um acervo de plantas ordenadas e classificadas, devidamente registrado e documentado, muitas vezes interpretando informações sobre os vegetais de nosso dia-a-dia, de diversas e lúdicas formas, sob a ótica da sua evolução e utilidades para o homem, ressaltando a sua importância para a vida sobre a Terra, suas origens, distribuição, utilidades e curiosidades (Costa 2004). Para ser um jardim botânico ideal, seus administradores e técnicos devem estabelecer e declarar, por escrito a missão institucional, a coluna vertebral da instituição, que se constitui no guia de planejamento de políticas atuais e futuras. O planejamento físico do Jardim Botânico Ideal deve levar em conta: A paisagem local As condições especiais de relevo, cursos d água naturais e artificiais Área natural remanescente com um complexo de vegetação que possa ser devidamente exibida e interpretada A integração com o entorno, vias de acesso e transportes públicos As coleções do Jardim Botânico Ideal devem levar em conta: A exposição em instalações especiais como estufas, canteiros e arboretos A possibilidade de lagos ou cursos hídricos com plantas aquáticas compondo a paisagem Área de reserva natural ou recuperada devidamente interpretada Viveiro para produção de mudas A conservação da flora local com coleções que devam refletir esse acervo e sua investigação Uma Política de Coleções definindo limites do acervo, direcionando as ações para o seu desenvolvimento futuro, em harmonia com a missão declarada Sistema de tombamento e documentação do acervo Política de Aquisições O pessoal técnico do Jardim Botânico Ideal deve ser composto por: Botânicos Ecólogos Biólogos Agrônomos Horticultores Arquitetos Jardineiros

Educadores Administradores Um Jardim Botânico para ser reconhecido como tal necessita de um registro oficial, o que se dá atualmente pelo atendimento à Resolução CONAMA nº 339, de 25/09/2003. Nesta resolução estão as diretrizes para a criação de jardins botânicos, normas de funcionamento e objetivos, que determinam o programa de necessidades de um Jardim Botânico. Define-se jardim botânico como: A área protegida, constituída no seu todo ou em parte, por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do patrimônio floristico do País, acessível ao público, no todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente. O jardim botânico será classificado em três categorias denominadas "A", "B" e "C", observando-se critérios técnicos que levarão em conta a sua infra-estrutura, qualificações do corpo técnico e de pesquisadores, objetivos, localização e especialização operacional. Cada uma destas categorias define um Programa de Necessidades para seu enquadramento, sendo o mais complexo a categoria A : I - possuir quadro técnico - científico compatível com suas atividades; II - dispor de serviços de vigilância e jardinagem, próprios ou terceirizados; III - manter área de produção de mudas, preferencialmente de espécies nativas da flora local; IV - dispor de apoio administrativo e logístico compatível com as atividades a serem desenvolvidas; V - desenvolver programas de pesquisa visando à conservação e à preservação das espécies; VI - possuir coleções especiais representativas da flora nativa, em estruturas adequadas; VII - desenvolver programas na área de educação ambiental; VIII - possuir infra-estrutura básica para atendimento de visitantes; IX - dispor de herbário próprio ou associado a outras instituições; X - possuir sistema de registro informatizado para seu acervo; XI - possuir biblioteca própria especializada; XII - manter programa de publicação técnico-científica, subordinado à comissão de publicações e/ou comitê editorial, com publicação seriada; XIII - manter banco de germoplasma e publicação regular do Index Seminum; XIV - promover treinamento técnico do seu corpo funcional; XV - oferecer cursos técnicos ao público externo; e XVI - oferecer apoio técnico, científico e institucional, em cooperação com as unidades de conservação, previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC, instituído pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Existe um conjunto de características e atividades que definem um jardim botânico e influenciam o programa de necessidades: Possuir um grau razoável de estabilidade Manter a coleção de plantas identificadas adequadamente Assumir compromissos de longa duração Ser aberto ao público Desenvolver atividades de educação ambiental Promover o intercâmbio de material botânico Formar recursos humanos em horticultura, paisagismo e botânica

Nem todos os jardins botânicos possuem todas estas características, mesmo assim continuam sendo considerados como tal, e vêm se reformulando para atender estes critérios gerais e as normas internacionais para a conservação da biodiversidade. De maneira geral os jardins botânicos podem ser classificados tipologicamente, dentre outros, como: Jardins Históricos Jardins Ornamentais Jardins de Conservação Jardins Universitários Jardins Agrobotânicos e Zoobotânicos Jardins de Horticultura Jardins Temáticos Jardins Comunitários Jardins Clássicos 7. PASSOS PARA CRIAÇÃO, REGISTRO E IMPLANTAÇÃO Com base nos dados e informações preliminares, associado ao contexto do JBCG e à vontade política para sua criação, apresentamos os passos, que estão divididos em três fases distintas e complementares: I) CRIAÇÃO ; II) REGISTRO E ENQUADRAMENTO; III) IMPLANTAÇÃO e OPERAÇÃO. I ) Passos para Criação: Passo Ação Produtos/Documentos Prazo Regularização Levantamento de Fundiária Definição da área para implantação do JBCG Definição da Personalidade Jurídica do JBCG dados da área pretendida junto ao Cartório de Registro de Imóveis, visando obter informações cadastrais, propriedade, ônus, e embaraços. Memorial Descritivo da (s) área (s). Elaboração do Projeto de Lei autorizando a Criação do JBCG, a instituição gestora, Matrícula e Certidão Vintenária da (s) Área ( s), obtida no Cartório de Registro de Imóveis. Até 20/02/2013 Decreto Executivo tornando a área de Utilidade Pública, gravando seu uso para implantação do JBCG. Até 28/02/2013 Projeto de Lei e Mensagem a ser encaminhada à Câmara Municipal. Sugestão de Encaminhamento Evitar qualquer tipo de embaraço. Trabalhar preliminarmente com a área que jápertence ao Município, evitando nesse momento dispender recursos para desapropriação ou compra. O Decreto deve prever toda área de interesse independente do proprietário. Este Decreto grava o interesse do Município para a implantação do JBCG e instrui futura desapropriação. Sugere-se o modelo de Fundação de Direito Público, com atribuições de gestão

Mobilização Articulação. e cargos, funções, orçamento, autonomia administrativa, competências, doação de área e demais elementos desta iniciativa. Organização e execução de um Seminário para apresentação do JBCG visando o envolvimento e apoio da sociedade organizada, empresas, Poder Público nas três esferas, ong s, ambientalistas, produtores culturais, universidades, comércio e prestadores de serviços, industrias, instituições de pesquisa e formadores de opinião. Até 20/03/2013 Seminário de apresentação, discussão e conceituação do JBCG, alem da constituição da Comissão para formular o Planejamento Estratégico do JBCG. Referendo e Validação do Projeto de Lei criando a Fundação JBCG. Até 15/03/2013 plena do JBCG e execução de Políticas Públicas Ambientais, Culturais e Turísticas. Pode-se incluir nestas competências a administração de equipamentos culturais, turísticos e ambientais. Apresentamos o estudo de caso da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas e modelo de gestão. Sugerimos que o Seminário aconteça em 03 dias, na data de 13 a 15 de março de 2013. Apresentaremos sugestão de programação incluindo o II Encontro Rede Nordeste de Jardins Botânicos. II ) Passos para Registro e Enquadramento: Passo Ação Produtos/Documentos Prazo Ato de criação do Acompanhar o Lei de Criação da JBCG processado na Câmara Fundação JBCG Municipal, responder sancionada. questionamentos, instruir processos. Depende da tramitação na Câmara Municipal, prazo estimado 20/05/2013 Sugestão de Encaminhamento Facilitar o processo de aprovação através da atuação da Comissão e lideranças políticas. Memorial descritivo da área protegida Memorial Descritivo da (s) área (s), vinculado à Lei de Criação do JBCG. Lei de Criação da Fundação JBCG sancionada, autorizando a doação da área e o respectivo Memorial Descritivo da Área. No projeto de lei deve estar previsto a Descrição da Área.

Depende da tramitação na Câmara Municipal, prazo estimado 20/05/2013 Planejamento global contendo proposta de funcionamento, projetos de pesquisa científica e de educação ambiental. Declaração da MISSÃO. Elaboração do Planejamento pela Comissão com o apoio da Prefeitura e suas Secretarias, Universidade, Rede Brasileira de Jardins Botânicos. Planejamento Estratégico com a declaração da MISSÃO, Visão e Valores. Proposta de gestão e funcionamento, projetos de pesquisa científica e de educação ambiental, alinhados com a Missão do Jardim Botânico. Poderá ser elaborado concomitante à aprovação da Lei na Câmara Municipal. Prazo estimado 20/05/2013 Para a declaração da Missão sugerimos um workshop de 02 dias para aprofundar o tema e capacitar a Comissão para elaborar o documento de declaração da Visão/Missão e Valores. Para os demais itens sugerimos celebrar um Termo de Cooperação com a Rede para subsídios técnicos, científicos e legais, contando com a participação dos jardins botânicos associados e estudos de caso. Politica de Coleções, Gestão de Coleções. Documentação Registro Enquadramento para e Elaboração da Política de Coleções pela Comissão com o apoio da Rede Brasileira de Jardins Botânicos. Compilação de Dados e Elaboração dos Relatórios de Enquadramento pela Comissão com o apoio da Prefeitura e suas Secretarias,Universidade, Rede Brasileira de Jardins Botânicos. Política de Coleções alinhada com o Plano de Ação dos Jardins Botânicos e SNCES da Rede Brasileira de Jardins Botânicos. Até 20/05/2013 Relatórios de Atendimento dos Quesitos ( CONAMA 339)Poderá ser elaborado concomitante à aprovação da Lei na Câmara Municipal. Prazo estimado 20/05/2013 Sugerimos celebrar um Termo de Cooperação com a Rede para subsídios técnicos, científicos e legais, contando com a participação dos jardins botânicos associados. Sugerimos celebrar um Termo de Cooperação com a Rede para subsídios técnicos, científicos e legais, contando com a participação dos jardins botânicos associados.

III ) Passos para Implantação e Operação: Passo Ação Produtos/Documentos Prazo Plano Diretor e Plano PLANO DIRETOR E Máster ( Masterplan) MASTERPLAN Projetos Arquitetônicos, Paisagísticos e Complementares. Obras das Edificações Pioneiras. Aquisição de Equipamentos, Bens Móveis e Equipamentos. Plano de Cargos e Carreiras, Concurso Público para provimento dos Cargos. Elaborar o Plano Diretor de Ocupação física do JBCG, alinhado à Missão da Instituição. Contratação dos Projetos ( Dispensa, Concurso, Licitação ) Contratação das Obras das Edificações Pioneiras. ( Licitação de Obras Tomada de Preços/Concorrência ) Prazo estimado para conclusão 20/06/2013 Projetos Básicos, Projetos Executivos, Editais de Obras. Prazo 20/10/2013 estimado Edificações Pioneiras. Pregoes e Licitações. Equipamentos e Material Permanente Aprovação do Plano de Cargos e Promoção do Concurso Público. Servidores de Carreira em exercício no JBCG. Sugestão de Encaminhamento Sugerimos celebrar um Termo de Cooperação com a Rede para subsídios técnicos, científicos e legais, contando com a participação dos jardins botânicos associados. Sugerimos celebrar um Termo de Cooperação com a Rede e IAB ( Institutto de Arquitetos do Brasil) para subsídios técnicos, científicos e legais. Observar os requisitos legais para execução de obras, como dotações orçamentárias, PPA, LDO, Licenças e aprovações. Observar os requisitos legais para aquisição além das dotações orçamentárias, PPA, LDO. Se o Plano de Cargos estiver previsto na Lei que criou o JBCG adianta-se as contratações. Observar os requisitos legais para contratação de pessoal.