O sábio sempre sabe do sítio, da sinuosidade e do sono das serpentes. Luiselza Pinto. Guia de identificação de serpentes do Bairro Guapiruvu, Brasil



Documentos relacionados
SERPENTES RESPONSÁVEIS POR ENVENENAMENTOS NO BRASIL

SERPENTES PEÇONHENTAS Família Elapidae Micrurus corallinus - Cobra-coral* Micrurus frontalis - Cobra-coral

Cobras, Tartarugas e Lagartos Silvestres da PVSuL. - Os Répteis -

ANNEX 1. Proposal of manuscript for publication in a Journal of social science, with results from studies of social perception in Barrio Guapiruvu.

Chave para os gêneros:

COBRAS PEÇONHENTAS E NÃO PEÇONHENTAS Prof. Evandro Marques

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

Paciente: JIBÓIA (Boa constrictor)

Série Didática Número 5

Nosso Território: Ecossistemas

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Serpentes de Viçosa e região (Minas Gerais)

Assustadores e Venenosos

A Fauna de Répteis na Região de Paranapiacaba

BIOMA. dominante. %C3%B3gicos_mapas/biomas.asp

o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério

SOCIEDADE PAULISTA DE ZOOLÓGICOS

Avaliação 1 o Bimestre

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense


Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: Ciências

Atividade de Aprendizagem 1 Aquífero Guarani Eixo(s) temático(s) Tema Conteúdos Usos / objetivos Voltadas para procedimentos e atitudes Competências

Aula Os conquistadores do ambiente terrestre

COLÉGIO MARQUES RODRIGUES

CLIMAS DO BRASIL MASSAS DE AR

Roteiro de Estudos de Ciências 7 ANO. 3º trimestre

Sistema de Ensino CNEC a-20s-tg-09 Trabalho de Geografia Eu no Mundo

Os animais. Eliseu Tonegawa mora com a família - a. nova

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC)

RELAÇÃO ENTRE ECOMORFOLOGIA E LOCOMOÇÃO DE SERPENTES

Peixes e crustaceos Nativos da PVSuL

Trabalho realizado por: João Rabaça. 11º Ano do Curso Técnico de gestão de Equipamentos Informáticos

A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso

Gato-do-mato-pequeno. Filhote de menor felino do Brasil nasce na Fundação. Congresso ALPZA recebe mais de 400 participantes

ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NO MUNICÍPIO DE MANGARATIBA, RJ. Palavras-chave: Animais peçonhentos; Acidentes. Mangaratiba. Rio de Janeiro.

Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros. Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia. Bioma

COMPOSIÇÃO, HISTÓRIA NATURAL, DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DAS SERPENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP FAUSTO ERRITTO BARBO

Biodiversidade em Minas Gerais

As Questões Ambientais do Brasil

Serpentes do Município de Viçosa, Mata Atlântica do Sudeste do Brasil

Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Prof. MSc. Leandro Felício

Bergson Museu de Paleontologia de Crato Fóssil de escorpião + / mi anos Formação Santana do Cariri

BRASIL: UM PAÍS DE MUITAS ESPÉCIES

truta - sapos - rãs - tartaruga - serpente - garça - andorinha - morcego - macaco

Simpósios. 2) Integrando a história natural com ecologia, evolução e conservação de anfíbios e répteis.

Origem, Evolução e Diversidade da Fauna do Bioma Caatinga

A origem, evolução e diversidade da fauna da Mata Atlântica. André Victor Lucci Freitas Departamento de Biologia Animal Unicamp

Analfabetismo no Brasil

GLOSSÁRIO: - MEIO URBANO; - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL; - RISCOS AMBIENTAIS; - IMPACTO SIGNIFICATIVO.

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8

Ações de Conservação da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção

Biomas Brasileiros I. Floresta Amazônica Caatinga Cerrado. Mata Atlântica Pantanal Campos Sulinos ou Pampas Gaúchos

4. Reuniões Técnicas (Mini-Seminário por Bioma) Objetivo das Reuniões Técnicas

ANFÍBIOS. vascularizada e sempre umedecida. Pertencentes a classe de vertebrados denominada

ANIMAL: PORQUINHO DA ÍNDIA. LAURA E ANA BEATRIZ 2º ano H

B I O G E O G R A F I A

FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber. Ipê Amarelo

Composição, etnoecologia e etnotaxonomia de serpentes no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo

REDES HIDROGRÁFICAS SÃO TODOS OS RECURSOS HIDROGRÁFICAS DE UM PAÍS, COMPOSTOS GERALMENTE PELOS RIOS, LAGOS E REPRESAS.

Informação sob embargo até dia 30/11 às 9hs... Cana-de-açúcar avança em áreas prioritárias. para a conservação e uso sustentável do Cerrado

APRESENTAÇÃO. Foto 1: Imagem aérea da Ilha de Santa Catarina

Da água para a terra com sucesso Os Anfíbios

Ecologia e história natural de uma taxocenose de serpentes no Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, no sudeste do Brasil

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES OFÍDICOS NO AMAZONAS NO PERÍODO DE 2008 A 2015.

1) INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere as afirmativas a seguir, sobre a Região Nordeste do Brasil.

7ª série / 8º ano 2º bimestre U. E. 10

MAS O QUE É A NATUREZA DO PLANETA TERRA?

Formações de Santa Catarina. Profa. Elisa Serena Gandolfo Martins Março/2015

O Homem foi contemporâneos dos Dinossauros?

B I O G E O G R A F I A

Complete com as principais características de cada bioma: MATA ATLÂNTICA

CURSOS Agronomia, Ciências Habilitação em Biologia, Educação Física, Farmácia, Fisioterapia e Zootecnia

Mineração e Biodiversidade: lições aprendidas por uma mineradora global

DISTRIBUIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS PADRÕES RECENTES

Bioma : CERRADO. Alessandro Mocelin Rodrigo Witaski Gabriel Kroeff Thiago Pereira

Prof Thiago Scaquetti de Souza

Federal do Espírito Santo. Santo. * para correspondência:

Snake assemblage of Ilha de São Sebastião, southeastern Brazil: comparison to mainland

POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA DE BARRAGENS. Lei /2010. Carlos Motta Nunes. Dam World Conference. Maceió, outubro de 2012

REPRODUÇÃO MECANISMO DE PERPETUAÇÃO DAS ESPÉCIES

Grupo Votorantim inicia aquisições de terras na região em 1927

- ENSINO. Texto 1. selva. Esse. Tempo. 1) feroz bravo.

Rota de Aprendizagem 2015/16 5.º Ano

Não ficam longe da água. Respiram também pela pele. Ajudam a controlar a população de moscas e mosquitos. primeiras vítimas do desequilíbrio.

a) Cite o nome do estado brasileiro onde aparece a maior parte do domínio das araucárias. R:

Aspectos morfológicos gerais e taxonomia de répteis, aves e mamíferos

Biomas, Domínios e Ecossistemas

Anuário Estatístico de Turismo

Estudos da Natureza na Educação Infantil

Esse raciocínio é correto e não serve apenas para a espécie humana. Todas as espécies de seres vivos realizam a reprodução para a continuação da vida.

Compreensão das diferenças entre os artrópodes, crustáceos, insetos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes, reconhecendo suas características

DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS

COMENTÁRIO DA PROVA DE BIOLOGIA

Aspectos epidemiológicos dos acidentes ofídicos ocorridos no Estado de Roraima, Brasil, entre 1992 e 1998

PANORAMA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM MATO GROSSO

Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO

Vivendo na Terra. Como era a Terra e quais os grupos animais viventes no momento evolutivo em que se deu a transição para o ambiente terrestre?

PROJETO DE LEI N o, DE 2006

Anuário Estatístico de Turismo

Transcrição:

O sábio sempre sabe do sítio, da sinuosidade e do sono das serpentes. Luiselza Pinto Guia de identificação de serpentes do Bairro Guapiruvu, Brasil

Guia de identificação de serpentes do Bairro Guapiruvu, Brasil

Guia de identificação de serpentes do Bairro Guapiruvu, Brasil Naylien Barreda Leyva Bruno Gonçalves Augusta Heloisa Passarellis Borges Mariana Galera Soler Giuseppe Puorto Erika Hingst-Zaher Capa Bothrops jararacussu Lacerda, 1884. Foto por. Sete Barras, Estado de São Paulo, Brasil. Outubro, 2015

Indice das espécies Revisores Fausto Errito. Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Bruno Ferreto. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. PEÇONHENTAS Bothrops jararaca (Wied, 1824). Jararaca... 10 Bothrops jararacussu Lacerda, 1884. Jararacuçu, Jararacuçu amarelo ou Cotiara... 11 Micrurus corallinus (Merrem, 1820). Coral-verdadeira... 12 NÃO PEÇONHENTAS Ilustradores Chironius fuscus (Linnaeus, 1758). Cobra-cipó... 14 Chironius exoletus (Linnaeus, 1758). Cobra-cipó... 15 Alexander Sánchez-Ruiz. Instituto Butantan. Naylien Barreda Leyva. Instituto Butantan. Chironius laevicollis (Wied, 1824). Cobra-cipó... 16 Corallus cropanii (Hoge, 1953). Jibóia-de-Copran... 17 Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1758). Coral-falsa ou Falsa-coral... 18 Echinanthera cephalostriata Di-Bernardo, 1996. Cobra-cipó... 19 Colaboradores. Instituto Butantan. Erythrolamprus miliaris (Linnaeus, 1758). Cobra-de-água ou Cobra-lisa... 20 Helicops carinicaudus (Wied, 1825). Papa-pinto, Jararacussu-de-água ou espingarda-nova... 21 Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Duméril, 1854. Falsa-coral... 22 Sibynomorphus neuwiedi (Ihering, 1911). Dormideira... 23 Renato Gaiga. Biotropica-Consultoría Ambiental. Spilotes pullatus Linnaeus, 1758. Caninana... 24 Sordellina punctata (Peters, 1880). Jararacussu-de-água ou Cobra-de-água... 25 Povoadores do Bairro Guapiruvu. Sete Barras. Taeniophallus bilineatus (Fischer, 1885)... 26 Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854. Serpente-pampas ou Corre-campo... 27 2 Xenodon neuwiedii Günther, 1863... 28 3

Introdução Glossário As serpentes são animais de grande importância ecológica, cultural e médica, que infelizmente estão presentes de forma muito negativa no imaginário popular. Projetos educativos que envolvam comunidades rurais são sempre importantes tanto para prevenir acidentes ofídicos quanto para melhorar a relação entre pessoas e serpentes. O presente trabalho constitui uns dos resultados do projeto educativo Parceria Ciência-Comunidade: A Conservação e o Registro do Conhecimento Popular de Serpentes da Mata Atlântica na região da Fazenda Barra do Etá, Sete Barras, SP, desenvolvido desde 2013 até 2015. O objetivo desta guia é fornecer um material educativo, especialmente para os povoadores do Bairro Guapiruvu e Fazenda Barra do Etá que contribuía á identificação de espécies de serpentes da área. Ao mesmo tempo apóie em informação ações locais respeito á conservação de serpentes, prevenção de acidentes ofídicos e primeiros socorros em diferentes círculos sociais da comunidade. Agradecemos aos moradores do Bairro de Guapiruvu e Fazenda Barra do Etá, por todo o apoio dado ao projeto. Á Cooperativa Agropecuária de Produtos Sustentáveis do Guapiruvu (COOPERAGUA) e a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Guapiruvu AGUA. Também queremos dar um especial agradecimento, pelas fotos proporcionadas ao Dr. do Instituto Butantan; Giuseppe Puorto, Diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan e Renato Gaiga de Biotropica-Consultoría Ambiental. Pelos conhecimentos compartilhados e revisões do material, agradecemos ao Dr. Fausto Erritto Barbo do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Dr. Marcio Martins da Universidade de São Paulo, Dr. Alexander Sánchez Ruiz do Laboratório Especial de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan, e Bruno Ferreto, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus Rio Claro (SP). Endêmico: Uma espécie é endêmica quando existe só nesse lugar. Existem espécies endêmicas de países, estados ou regiões. Extinção: Que não existe mais. Quando se fala que uma espécie está em perigo de extinção, quer dizer que está em perigo de deixar de existir, que está em perigo de desaparecer. Espécie de serpente peçonhenta: É a espécie que produze veneno e que é capaz, através de um aparato, de injetá-lo em outro animal ou no ser humano. Este aparato é constituído por dentes modificados e inoculadores de veneno, fundamentalmente dentição proteróglifa (coral-verdadeira) e dentição solenóglifa (jararacas, jararacuçu e cascavel). Espécie de serpente não peçonhenta: É a espécie que produze veneno, mas não apresenta aparato inoculador de veneno. Animal venenoso: Animal venenoso é o animal que possui glândula de veneno. Existem serpentes que são venenosas porque tem glândulas salivares venenosas, sim embargo não são peçonhentas porque não tem dentes inoculadores desse veneno. Melanismo: Melanismo é um excesso de pigmentação escura numa população animal ou grupo, o que se traduz em um escurecimento da pele. Mimetismo: Mimetismo é uma habilidade que certos seres vivos têm para se assemelhar os outros organismos e seu próprio ambiente para ganhar alguma vantagem funcional. 4 5

Legenda Legenda Dentição Áglifa (sem dentes inoculadores de veneno): Serpentes que possuem apenas os dentes normais, sem dentes especializados ou sulcados, podem o não ter glândulas de veneno (glândulas de Duvernoy). Atividade Diurna: Quer dizer que é uma espécie ativa durante o dia. Alimento Anfíbios: Rãs, pererecas, sapos. Reprodução Opistóglifa (com dentes inoculadores de veneno posteriores): As serpentes que possuem além dos dentes normais, um par de dentes especializados que ficam na parte de trás do maxilar. No caso, esses dois dentes são sulcados (com um tipo de fenda), por onde vai escorrer o veneno quando for estimulada a glândula. Proteróglifa (com dentes inoculadores de veneno anteriores): Serpentes que possuem o par de dentes especializados na parte da frente da boca. Esses dentes possuem um canal ou sulco que se comunica com as glândulas. Essa característica é presente exclusivamente no grupo das corais verdadeiras. Solenóglifas (com presas móveis inoculadoras de veneno): Serpentes que possuem um par de dentes bem maior e destacado, articulado (móvel), localizado na parte da frente da boca. Esses par de dentes são ocos e estão ligados às glândulas, injetando o veneno como uma agulha de seringa. Presente nas jararacas e cascavéis. Ovípara: Espécie que põe ovos. Hábitat Noturna: Quer dizer que é uma espécie ativa durante a noite. Aquática: Ativa na água. Arborícola: Ativa sobre a vegetação. Subterrânea: Ativa sobre o solo e folhiço. Aves: Inclui filhotes e ovos. Anuros: Lagartixas. Mamíferos: Roedores e marsupiais. Moluscos: Lesmas e caramujos. Minhocas: Inclui minhocaçus e sanguessugas Vivípara: Espécie que dá a luz a seus filhotes já formados. Terrícola: Ativa sobre o solo. Serpentes: Inclui filhotes e ovos. 6 7

Legenda Comportamento defensivo Anfíbios: Rãs, pererecas, sapos. Comportamento defensivo Anfíbios: Rãs, pererecas, sapos. Aves: Inclui filhotes e ovos. Anuros: Lagartixas. Aves: Inclui filhotes e ovos. Anuros: Lagartixas. Serpentes peçonhentas Mamíferos: Roedores e marsupiais. Moluscos: Lesmas e caramujos. Minhocas: Inclui minhocaçus e sanguessugas Serpentes: Inclui filhotes e ovos. Categorias E P A Endemica Peçonhenta Ameaçada 8 9

Jararaca Bothrops jararaca (Wied) Familia Viperidae Jararacuçu Bothrops jararacussu Lacerda Familia Viperidae P P Espécie distribuída em áreas abertas e florestadas de alguns lugares do Brasil, nordeste de Argentina e Paraguai. No Brasil tem registros em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Da peçonha dessa cobra foi descoberta uma substância útil para remediar a hipertensão. Espécie distribuída em Brasil, Bolivia, Uruguai, Paraguai e Argentina. No Brasil tem registros em Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. É uma espécie de coloração dorsal variável entre cinza, rosa, amarelo, marrom ou preto, com manchas triangulares marrom-escuras. 10 11

Coral-verdadeira Micrurus corallinus (Merrem) Familia Elapidae Serpentes não peçonhentas P Espécie distribuída em Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. No Brasil tem registros em Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Caracterizada pela coloração com anéis vermelhos intercalados por conjunto formado de anéis branco, negro e branco. Espécie que pode causar riscos graves de envenenamento. 12 13

Cobra-cipó Chironius fuscus (Linnaeus) Familia Culubridae Cobra-cipó Chironius exoletus (Linnaeus) Familia Culubridae Espécie amplamente distribuída pela América do Sul. Apresenta registros para a Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa e Argentina. No Brasil se pode encontrar nos estados do Pará, Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. É uma espécie de áreas florestais. Espécie distribuída em Costa Rica e Panamá. Amplamente distribuída pela América do Sul. Apresenta registros para a Argentina, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Peru, Bolívia. No Brasil se pode encontrar nos estados do Bahia, Espírito Santo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. 14 15

Cobra-cipó Chironius laevicollis (Wied) Familia Culubridae Jibóia-de-Copran Corallus cropanii (Hoge) Familia Boidae E E A Espécie endêmica do Brasil, tem registros em Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Espécie endémica e ameaçada, com distribuição restrita ao estado de São Paulo, em áreas da Mata Atlântica. Raramente encontrada e pouco conhecida. Há apenas cinco exemplares conhecidos e o último indivíduo foi localizado perto do Bairro Guapiruvu. Tem um tamanho superior a um metro e pesa aproximadamente 1kg. 16 17

Falsa-coral Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus) Cobra-cipó Echinanthera cephalostriata Di-Bernardo E Espécie amplamente distribuída em América do Sul desde Argentina até Trinidade e Tobago. No Brasil se pode encontrar em Pará, Sergipe, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Ela possui um padrão de cores que se assemelha muito a coral-verdadeira, o que garante sua defesa, pois ela parecerá venenosa aos seus predadores. Espécie endémica do Brasil. Distribui-se pelas regiões florestadas da Mata Atlântica do sudeste e sul do Brasil: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Esta espécie se caracteriza por possuir uma faixa amarela única ventro-lateral, que se estende da cabeça ao terço anterior do corpo. 18 19

Cobra-d água Erythrolamprus miliaris (Linnaeus) Papa-pinto Helicops carinicaudus (Wied) Renato Gaiga Espécie amplamente distribuída em América do Sul. No Brasil se pode encontrar em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Muito comum em ambientes alterados e mesmo dentro das casas e próximo a tanques artificiais, é uma das espécies mais abundante na região do Bairro Guapiruvu. Espécie distribuída em Brasil e Colômbia. No Brasil se pode encontrar em Espirito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul. Ela é também chamada de Jararacussu-de-água ou espingarda-nova pelos moradores do Bairro Guapiruvu. 20 21

Falsa-Coral Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Duméril Dormideira Sibynomorphus neuwiedi (Ihering) E Giussepe Puorto E Espécie distribuída no Brasil e Argentina. No Brasil esta distribuída em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ela tem um padrão de cores que se assemelham as corais-verdadeira. Apresenta tendência para o melanismo (com indivíduos inteiramente pretos). Espécie distribuída nos estados de Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Ocupam tanto áreas abertas como áreas de mata, mas também parecem adaptar-se bem às áreas cultivadas, principalmente plantações de pupunha, onde há uma grande quantidade de lesmas, principalmente nos resíduos (cascas do palmito). 22 23

Caninana Spilotes pullatus Linnaeus Familia Culubridae Cobra d água Sordellina punctata (Peters) Giussepe Puorto E Espécie amplamente distribuída pela América Central e do Sul. No Brasil distribui-se por diferentes biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. É um animal presente em diversos tipos de ambientes. Em Venezuela a conhecem como Tigra cazadora, em Costa Rica como Mica e em outros lugares como Serpiente tigre, Serpiente voladora, Chichicúa. Espécie distribuída nas regiões florestadas da Serra do Mar, que se estende do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Apresenta coloração dorsal negra, com uma linha lateral amarela na cabeça. O ventre é negro, porém a borda das escamas ventrais é amarela. 24 25

Cobra-cipó Taeniophallus bilineatus (Fischer) Corre-campo Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, E Giussepe Puorto Espécie distribuída em áreas florestadas da Mata Atlântica, com registros em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Caracterizada pela cabeça marrom-escura com uma linha lateral branca que se estende do focinho até a altura da borda posterior das temporais, passando acima do olho. Espécie distribuída nas regiões abertas e florestadas de alguns lugares do Brasil, o nordeste da Argentina e em áreas de Suriname. No Brasil tem-se registros em Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Tapiraí. No Guapiruvu, muitas pessoas identificam esta cobra como Cascavel, mas na área não existem reportes de Cascavel. 26 27

Jararaquinha Xenodon neuwiedii Günther Referências Bibliográficas Espécie de ampla distribuição, que abrange regiões abertas e florestadas de Brasil, Bolívia, Paraguai e norte de Argentina. No Brasil podemos lhe encontrar em lugares de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia. Ela é mimética de Jararaca, afastando assim a muitos predadores, mas não se trata de uma espécie peçonhenta. Bernardo, P.H. & Pires, M.R.S. (2005). Estudo Taxonômico de Oxyrhopus clathrarus Duméril, Bibron e Duméril, 1854 (Serpentes, Xenodontinae). em: XIII Seminário de Iniciação Científica. Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil. Caldeira Costa, H.; Moura, M.R. & Feio, R.N. (2008). Serpentes de Viçosa e Região (Minas Gerais) - Conhecer para preservar. Universidade Federal de Viçosa e FAPEMIG, Viçosa, MG, Brasil. Costa Cardoso, J. L.; de Siqueira França, F. O.; Hui Wen, F.; Sant Ana Málaque, C. M.; Haddad Jr., V. (2003). Animais Peçonhentos no Brasil. Biologia Clínica e Terapêutica dos Acidentes. Sarvier Editora de Livros Médicos (SARVIER). Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). São Paulo. Brasil. Fausto, E.B.; Marques, O.A.V. & Sawaya, R.J. (2011). Diversity, Natural History, and Distribution of Snakes in the Municipality of São Paulo. South American Journal of Herpetology, 6 (3): p.135-160. Firth, R. & Sheikh-Miller, J. (2001). Snakes. Usborne Publishing Ltd, Saffron Hill, London, UK. Fraga, R.; Pimentel, A.; Costa, A. L. & Magnusson, W. E. (2013). Guia de Cobras da Região de Manaus Amazônia Central. Editora Inpa, Manaus, Brasil. Forlani, M. C.; Bernardo, P.H.; Haddad, C. B. F. & ZAHER, H. (2010). Herpetofauna of the Carlos Botelho State Park, São Paulo State, Brazil. Biota Neotropica. 10 (3): p. 265 310. Disponível em: https:// www.biotaneotropica.org.br/v10n3/en/abstract?inventory+bn00210032010. Hoge, A. R. (1953). A New Genus and Species of Boinae from Brazil. Xenobo A Cropanii, GEN. NOV., SP. NOV. Mem. Inst. Butantan. 25(1): 27-34. Hui, F.W. & Malaque, C.M.S. (2013). Acidentes por animais peçonhentos no Brasil. Instituto Butantan. São Paulo, Brasil. 28 29

Referências Bibliográficas Instituto Butantan. (2003). Animais Peçonhentos: Serpentes. Série Didática 5. São Paulo, SP, Brasil. Machado-Filho, P.R., Duarte, M. R., Carmo do, L.F., Franco, F. L. (2011). New record of Corallus cropanii (Boidae, Boinae): a rare snake from de Vale do Ribeira, State of Sao Paulo, Brazil. SALAMANDRA 47(2), p. 112-115. Marques, O.A.V.; Eterovic, A. & Sazima, I. (2004). História Natural dos Répteis da Estação Ecológica Juréia Itatins. In: Marques, O.A.V. & Duleba, W. (eds.). Estação Ecológica Juréia-Itatins - Ambiente Físico, Flora e Fauna. Editora Holos. Ribeirão Preto, Brasil, p. 257-277. Marques, O.A.V.; Eterovic, A. & Sazima, I. (2004). Serpentes da Mata Atlântica - Guia Ilustrado para a Serra do Mar. Editora Holos, Ribeirão Preto, Brasil. Martins, M. & Molina, F.B. (2008). Panorama geral dos répteis ameaçados do Brasil. In: Machado, A.B.M.; Drummond, G.M. & Paglia A.P. (eds.) Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, Brasília, Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte, Brasil, p.327-334. Nogueira, C. C. & O. A. V. Marques. (1998). Reprodução e hábitos alimentares de Helicops carinicaudus (Serpentes: Colubridae) na porção sul da Mata Atlântica. Resumos. XXII Congresso Brasileiro de Zoologia, Recife. Puorto, G.; Hui, F.W.; Lopes Ferreira, M. & Oliveira, T. (2007). Acidentes com animais peçonhentos no Oeste do Pará - Cartilha de orientação para Multiplicadores. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil. Sant anna, S.S.; Grego, K.F. & Puorto, G. (2013). Animais venenosos: serpentes, anfíbios, aranhas, escorpiões e insetos. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil. 30 31