Santander Totta investe 26 milhões no ensino superior português Cerca de 5% dos resultados da operação anual do banco são investidos no ensino superior. Em todo o mundo, o apoio do banco às instituições já ultrapassou os mil milhões de euros. Coimbra Ver a Universidade de ser eleita pela UNESCO Património Mundial da Humanidade não teria sido possível sem o apoio do Santander Totta. O banco investiu quase meio milhão de euros na preparação da candidatura vitoriosa, diz o reitor da Universidade de Coimbra João Gabriel Silva não tem dúvidas que este é o banco que de longe mais investe no ensino superior. Assim como não teria sido possível a Sara Miranda, estudante de Medicina, cumprir o sonho de estudar no Brasil. Ao ser uma das melhoras alunas da Universidade do Porto, ganhou uma bolsa de mobilidade Santander que lhe permitiu estar seis meses na Universidade do Rio de Janeiro. Ao todo esta entidade bancária financiou cerca de 1.500 bolsas de mobilidade de estudantes entre Portugal e o Brasil. O apoio ao empreendedorismo é outra das Unhas fortes da política do banco. Um portal de compra e venda de livros académicos usados - "Livros de ontem" - foi a ideia de negócio que venceu o prémio de empreendedorismo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas apoiado pelo Santander Totta, que assim permitiu financiar o lançamento de uma empresa. Estes são apenas alguns das centenas de exemplos concretos de projectos que foram viabilizados pelo financiamento desta entidades bancária. Poucos imaginavam que o apoio ao ensino superior pudesse chegar tão longe, quando há dez anos foi criada a divisão do Santander Universidades em Portugal. Desde 2003, o banco investiu mais de 26 milhões de euros nas instituições de ensino superior, tornando-se o mais importante mecenas das universidades e institutos politécnicos. Todos os anos, 5% dos resultados da operação em Portugal são canalizados para este nível de ensino. Apesar da crise, "mantivemos o apoio ao mesmo nível - 5,5 milhões de euros, em 2013 - e este ano até poderá aumentar", diz Vieira Monteiro, o homem que fez nascer esta divisão em Portugal e que hoje lidera o Santander Totta. Um apoio que se traduziu em mais de 450 prémios de mérito académico que viabilizou muitas' investigações que estavam em risco por falta de financiamento. Outra linha de força desta estratégia é o apoio ao empreendedorismo, que permitiu que muitos diplomados criassem o seu próprio emprego. "Quando saímos da universidade é quando somos mais empreendedores e é uma pena o país não aproveitar essa força e energia", diz Vieira Monteiro. "Surgem muito jovens com ideias fantásticas e não há apoio suficiente para que concretizem os seus projectos". Por isso muitos dos protocolos assinados com as instituições inscrevem apoios para o lançamento de negócios. O sonho de transformar o ensino superior português numa referência do mundo, atraindo cada vez mais estudantes internacionais, também se foi concretizando através das mais de 1.500 bolsas de mobilidade internacional financiadas pelo que já é chamado "o banco das universidades". Só em Coimbra há cerca de dois mil estudantes brasileiros o que faz como que seja "a maior universidade brasileira fora do Brasil", ironiza o reitor. Muitos chegam com o apoio do Santander. "Estamos dispostas a apoiar esses esforços porque acreditamos que Portugal tem as condições para se transformar num pólo de atracção de estudantes internacionais, desde que isso seja proposta pelas universidades nos protocolos", PROTAGONISTAS "O Santander tem um acordo com mais de 40 universidades portuguesas e mais de 1.100 em todo o mundo. Apoiar o ensino superior é contribuir para o desenvolvimento do país. Gera mudanças profundas e significativas para toda a sociedade. O aumento do emprego e desenvolvimento do bem estar baseia-se na educação, na investigação e no esforço". EMÍLIO BOTIN Presidenta do Santander
esclarece o presidente do Santander Totta. Neste momento, o Santander lidera também o 'ranking' das instituições que mais empréstimos concedem aos estudantes portugueses representando metade deste mercado em 2012/13 com quase 11 milhões de euros atribuídos. E prevê-se "aumentar ligeiramente a concessão deste tipo de crédito", garante Vieira Monteiro. Ao todo seis mil estudantes já beneficiaram destes empréstimos que chegaram aos 60 milhões de euros. Mas porque é que elegem as universidades como prioridade na responsabilidade social? Acreditamos que "são as universidades que vão criar pessoas com capacidade de resolver a crise e conduzir como deve ser o país no futuro. Porque sem gestores formados e competentes o país não conseguirá avançar". Para o reitor da Universidade de Coimbra, "o apoio do Santander tem sido essencial para manter a capacidade de ter algumas iniciativa num contexto de redução do financiamento público que já nem sequer chega para pagar os salários da universidade". "Quem nos dera termos mais banqueiros como o Dom Emílio Bottin", conclui António Rendas, presidente do Conselho de Reitores. Imprescindível era aumentar o número dos mecenas para o ensino superior em Portugal. Uma tarefa difícil já que não existe a tradição de devolver à universidade parte do que se conseguiu na vida profissional por lá se ter estudado, lamenta o reitor da Universidade de Coimbra, ao contrário do que acontece nos países anglo- -saxónicos. Só a Universidade de Oxford conseguiu captar 1,4 mil milhões de euros na última campanha de recolha de fundos. i Uadalena Queirós 'O apoio do Santander :em sido essencial para nanter a capacidade te ter algumas iniciativas, lum contexto de redução io financiamento público". JOÃO GABRIEL SILVA íteitor da Universidade de Coimbra 'Quem me dera que louvesse mais banqueiros :omo o Dom Emílio Botin". ANTÓNIO RENDAS Presidente do Conselho de Reitores
"Vamos continuar a apoiar a universidade" Apoio ao empreendedorismo, bolsas e mérito académico são as áreas que deverão ser mais apoiadas. Porque é que dedicam a maior fatia da responsabilidade social ao ensino superior? Este é um projecto de médio e longo prazo, cuja rentabilidade é preparar o país para o futuro. A ligação do banco à sociedade civil e às áreas consideradas fundamentais para o desenvolvimento do país é cada vez maior. Sem gestores e professores competentes o país não consegue avançar e por isso é que a universidade é muito importante para o desenvolvimento e preparação do futuro do país. É um projecto em que não se pensa na rentabilidade a curto prazo. O Santander vai continuar a aumentar a verba parao ensino superior? Vamos continuar a apoiar a universidade, a desenvolver a nossa actividade e alargá-la. Não só no mecenato mas noutras vertentes da nossa responsabilidade social, no âmbito dos protocolos. Fundamentalmente no apoio ao empreendedorismo, bolsas e mérito académico. Mas não nos podemos substituir ao Estado na sua função, somos meramente complementares. Critica a forma como foram feitos os cortes no ensino superior? Não coloco em dúvida que as pessoas não tenham pensado noutras vias. Se calhar esta foi a melhor forma de fazer aquilo que era necessário do ponto de vista prático. Mas gostava que tivesse sido feito de outra maneira Em vez de termos cortes cegos, devíamos ter privilegiado no investimento universitário aquilo que é positivo e cortado no que o não é. Mas no nosso ensino superior existem áreas onde se pode optimizar. O corte nas bolsas preocupa-o? Preocupa-me. Num país em que um terço dos estudantes universitários deixa de estudar ou de passar da licenciatura para o mestrado por falta de meios financeiros é uma questão que me preocupa. Porque as dificuldades económicas são enormes. E como não há emprego deixou de existir uma figura muito comum no meu tempo que era o trabalhador-estudante. Quanto às bolsas de investigação não compreendo o corte, porque a verba vinha toda da União Europeia. ma ANTÓNIO VIEIRA MONTEIRO Presidente do Santander Totta