OS DIFERENTES CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE PALAVRAS EM GRAMÁTICAS ESCOLARES

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Transcrição:

OS DIFERENTES CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE PALAVRAS EM GRAMÁTICAS ESCOLARES Maria Luiza Casado Silva casadoluiza01@gmail.com Luana Lima Cabral da Silva luannnalima78@gmail.com Universidade Federal de Campina Grande UFCG E-mail gradletrasual@gmail.com Introdução O presente trabalho analisa gramáticas da Língua Portuguesa e os métodos de seus respectivos autores que são utilizados para definir três critérios fundamentais adotados pelos gramáticos do português brasileiro. São os critérios semântico, o morfológico e o sintático. É valido ressaltar, que há muitos anos estuda-se e divide-se as palavras em diversas classes, com o objetivo de organizar e categorizar as mesmas. Porém, essa classificação por muitas vezes não utiliza critérios claros e com uniformidade. Perine (1996) afirma que todos os critérios utilizados de classificação apresentam uma infinidade e são variáveis. Permitindo que o mesmo conjunto de elementos seja classificado de diferentes formas dependendo do contexto em que esteja empregado. Assim é possível compreender que temos três critérios imprescindíveis dentro do rico sistema gramatical brasileiro, que para classificar as palavras é necessário utilizar esses critérios que considerem a significação (semântico), a função sintática que exerce dentro de uma frase ou oração (funcional) e também na área de flexão e a formação de palavras (formal). Compreendendo que a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), apresenta uma proposta que deixa lacunas abertas causando conflitos entre muitos gramáticos, tendo isso em vista propomos um estudo sobra a classificação adotada nas gramáticas tradicionais em busca de analisar tais critérios, buscando conceitos mais claros e objetivos, facilitando assim o estudo dos vocábulos por parte dos alunos da educação básica. Materiais e Métodos Para identificar os critérios empregados para o conceito das classes de palavras, serão analisadas dois tipos de gramáticas que abrangem diversos níveis da educação básica. A primeira, Cipro Neto e Infante (2008) Gramática da língua portuguesa que é utilizada por diversos professores, por possuir uma linguagem de fácil acesso. E a segunda, Cordeiro e Coimbra (2009) Contextualizando a gramática que permite uma leitura mais sintética do conteúdo estudado. São gramáticas escolares que estão presentes na realidade de ensino/aprendizagem do nosso país. As classes de palavras serão comparadas e analisadas com embasamento em Basílio (2003), a partir dos critérios sintáticos, semânticos e morfológicos que são apresentados pela autora em seu livro Teoria lexical. A autora defende que A questão da definição de classes de palavras é bastante complexa, quer em relação aos critérios, quer em relação ao fato de que a adequação de definições de classes varia de língua para língua com isso, pretende-se

desenvolver um trabalho que possibilite mostrar as diferenças das classificações para as classes de palavras. Metodologia Basílio (2003) traz as definições dos critérios utilizados para classificar as palavras. O critério sintático é o estabelecimento de tipos de significado com base para a atribuição de palavras a classes (BASÍLIO, 2003, p. 50). O critério morfológico é definido como o entendimento de atribuição de palavras a diferentes classes, a partir de categorias gramaticais que apresentem assim como das características de variação de forma que se mostrem em conjunção com tais categorias (BASÍLIO, 2003, p. 52). O critério sintático é atribuído para palavras (p.53) a classes a partir de propriedades distribucionais (em que posições estruturais as palavras podem ocorrer) e/ou funcionais (que funções podem exercer na estrutura sintática) (BASÍLIO, 2003, p. 52). 1. Substantivo Iniciamos com a definição de substantivo, que é uma das maiores classes de palavras. A primeira definição exprime que substantivo é a palavra que nomeia os seres. (CIPRO NETO e INFANTE 2008, p. 213). A segunda, por sua vez, afirma que substantivo é a palavra que usamos para designar o que chamamos de objetos substantivos, ou seja, substâncias e todos os objetos que podemos apreender mentalmente como substância (CORDEIRO e COIMBRA, 2009, p. 90). Analisando com base nas definições de critérios de Basílio (2003), percebemos que o critério utilizado foi o semântico nas duas definições, pois foi permitido a nomeação dos seres, o qual pertence a este critério. 2. Preposição A segunda definição apresentada será a de preposição. Inicialmente preposição é a palavra invariável que atua como conectivo entre palavras ou orações, estabelecendo sempre uma relação de subordinação (CIPRO NETO e INFANTE 2008, p. 313). Comparando-se com preposição é uma palavra invariável, ou seja, não varia em gênero, número nem grau (CORDEIRO, 2009, p. 123). A primeira definição Cipro Neto e Infante (2008, p. 313), foram utilizados critérios para morfológicos, uma vez que o autor define como palavra invariável, critérios sintáticos quando atua como conectivo entre palavras ou orações e critérios semânticos, quando estabelece sempre uma relação de subordinação. Na segunda definição Cordeiro e Coimbra (2009, p. 123), o critério utilizado é o morfológico em virtude de ser uma palavra invariável. 3. Conjunção A terceira definição apresentada será com relação as conjunções. O primeiro autor indica que conjunções são palavras invariáveis que unem termos de uma oração ou unem orações (CIPRO NETO e INFANTE 2008, p. 323). O segundo autor afirma que conjunção é a palavra invariável que liga orações ou palavras (CORDEIRO e COIMBRA 2009, p. 127). O critério utilizado nas duas definições abrange o critério sintático, pois ela desempenha um papel em relação com outras orações, ou seja, com o contexto que está inserido.

4. Adjetivo A quarta definição traz uma classe abrangente, os adjetivos. Ela é identificada como a palavra que caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe qualidades (ou defeitos) e modos de ser, ou indicando-lhe o aspecto ou o estado (CIPRO NETO e INFANTE 2008, p. 242). E recebe também o conceito de que é a palavra variável que se refere ao substantivo atribuindo-lhe qualidades, defeitos, características (CORDEIRO, 2009, p. 97). Considerando a primeira definição, leva-se em consideração aspectos semânticos pois, estabelece uma relação com o substantivo indicando-lhe um aspecto ou estado. A segunda definição estabelece o critério morfológico, uma vez que, determina que os adjetivos são variáveis e o critério semântico, pois está indicando uma relação com o substantivo. 5. Pronome A quinta definição pertence à classe dos pronomes. Pronomes são palavras que representam os seres ou se referem a eles. Podem substituir os substantivos ou acompanhalos, para tornar-lhes claro o sentido (CIPRO NETO e INFANTE, 2008, p. 279). Outra definição especifica que pronome é a palavra que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso (CORDEIRO e COIMBRA 2009, p. 105). Os dois conceitos referem-se a um mesmo critério, o critério sintático porque afirma ser a palavra que substitui ou acompanha o nome. 6. Interjeição A sexta definição pertence a interjeição. É conceituada como palavras invariáveis que exprimem emoções, sensações, estados de espírito, ou que procuram agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar determinados comportamentos sem que se faça uso de estruturas linguísticas mais elaboradas (CIPRO NETO e INFANTE, 2008, p. 332). E ainda pode-se dizer que interjeição é a palavra por meio da qual expressamos emoções, sentimentos ou pensamentos (CORDEIRO e COIMBRA, 2008, p. 127). A primeira definição apresenta um critério morfológico a partir do momento que especifica que são palavras invariáveis, e também o aspecto semântico, pois leva em consideração a sua parte emotiva. A segunda definição pertence apenas ao critério semântico, pois demonstra apenas a sua parte emotiva que exerce na oração. 7. Artigo Para a sétima definição, trazemos os artigos. O artigo é a palavra que acompanha o substantivo, servindo basicamente para generalizar ou particularizar o sentido desse substantivo (CIPRO NETO e INFANTE, 2008, p. 236). É definido também como a palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo determinando-o ou indeterminando-o (CORDEIRO e COIMBRA, 2009, p. 96) O primeiro conceito exprime artigo com critério sintáticos, pois leva em consideração a sua função na frase/oração. O segundo conceito, demonstra critérios morfológicos, uma vez que o define como palavra variável em gênero, número. E ainda, utiliza-se de critérios sintáticos, quando exerce uma função na frase/oração.

8. Verbo A oitava definição, diz respeito a uma classe extensa, a classe dos verbos. O verbo é a palavra que se flexiona em número, pessoa, modo, tempo e voz. Pode indicar ação, caráter de estado, fenômeno natural, ocorrência, desejo e outros processos (CIPRO, NETO e INFANTE, 2008, p. 127). Outra afirmação que analisamos diz que verbo é a palavra que significa ação, estado, fato ou fenômeno (CORDEIRO e COIMBRA, 2008, p. 111). A primeira definição utiliza critérios para morfológicos quando afirma-se que se flexiona em número, pessoa, modo e tempo. E critérios semânticos quando pode indicar ação, caráter de estado, fenômeno natural, ocorrência e desejo. Na segunda definição, o critério utilizado é o semântico, uma vez que a definição traz apenas o seu significado de maneira geral, tendo verbo como ação, estado, fato ou fenômeno. 9. Advérbio A nona definição traz a classe dos advérbios, usados com intensidade em nosso língua. É relatado que advérbio é a palavra que caracteriza o processo verbal, exprimindo circunstâncias em que esse processo se desenvolve (CIPRO NETO e INFANTE, 2008, p. 266). Assim como recebe definição de palavra invariável que se liga a um verbo, a um adjetivo ou a outro advérbio, acrescentando circunstâncias de lugar, tempo, intensidade, modo, afirmação, dúvida, etc (CORDEIRO e COIMBRA, 2009, p. 122). Na primeira definição, os critérios utilizados para classificar são sintáticos, uma vez que o autor afirma que advérbio é a palavra que caracteriza o processo verbal. Na segunda definição, por sua vez, o advérbio recebe critérios morfológicos quando observa-se que se constitui de uma palavra invariável e critérios sintáticos quando se liga a um verbo e acrescenta circunstâncias de lugar, tempo, intensidade, modo, afirmação, dúvida. 10. Numeral A décima e última definição analisada, refere-se ao numeral. O numeral é a classe de palavras que denota um número exato e coisas, seres ou conceitos ou indica a posição que ocupam numa determinada ordem (CIPRO NETO e INFANTE, 2008, p. 304). Assim também é definido como a palavra que indicamos quantidade, ordem, divisão e multiplicação (CORDEIRO e COIMBRA, 2009, p. 103). As definições utilizam o mesmo critério de avaliação, o critério semântico, pois denotam ser um numeral, indicando a quantidade, ordem, divisão e multiplicação. Conclusão O artigo tem por base a seguinte questão: Como são os critérios utilizados na classificação das palavras em gramáticas escolares? Percebemos que os critérios levam em consideração esses aspectos homogêneos e que não satisfazem. Sendo possível analisar o fato da utilização de vários critérios em uma mesma classe, ocasionando um grande problema, pois, nas avaliações, predominará apenas um critério, e ele receberá preferência. Além de ser trabalhado os critérios semânticos e morfológicos, é de extrema importância que haja um equilíbrio com o nível sintático. Pois, como futuros professores, é essencial que se saiba

ensinar a gramática de uma forma que envolva (sempre que possível) os três aspectos (mórfico, sintático e semântico), facilitando o entendimento do aluno que, muitas vezes, possui dificuldades em compreender algum conceito. Diante de tudo isso, é legitimo observar que a ainda se tem muitas discussões acerca das classes de palavras, a sua importância e como é relevante os autores que trabalham esses critérios nos seus respectivos livros, e sabemos que a partir do nosso trabalho, seremos colaboradores para todos os profissionais terem uma visão geral dos critérios de classificação do vocábulo e da utilização de todos os critérios. Referências MONTEIRO, José Lemos. Noções introdutórias. In.: Morfologia portuguesa. Campinas/SP: Pontes, 2002, p. 11 20. CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 2008. PERINI, Mario A. Gramática descritiva do português. 2. Ed. São Paulo: Editora Ática, 1996. BRASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. Ed. São Paulo: Editora Ática S.A, 2003. CORDEIRO, L.; COIMBRA, N. A. Contextualização a gramática. Recife: Editora Construir, 2009.