A INCLUSÃO DAS TAXAS CARTORÁRIAS NOS FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS PARA O SEGMENTO DE BAIXA RENDA: VIABILIDADE E UTILIDADE



Documentos relacionados
RESOLUÇÃO Nº 1980 R E S O L V E U:

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança?

Securitização De Créditos Imobiliários

a) Buscar informações no site da Caixa Econômica Federal, ou

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 24, DE 2006

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal promulgam a seguinte emenda constitucional:

Cédula de Crédito Imobiliário - CCI

A LAVRATURA DOS CONTRATOS PARTICULARES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO POR ESCRITURA PÚBLICA: POSSÍVEIS CONVÊNIOS COM BANCOS SEGURANÇA JURÍDICA E FÉ PÚBLICA

C 326/266 Jornal Oficial da União Europeia PROTOCOLO (N. o 7) RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA CAPÍTULO I

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 359, DE 2015

Consultor Legislativo da Área VII Finanças, Direito Comercial, Direito Econômico, Defesa do Consumidor e

Of. nº 1435/GP. Paço dos Açorianos, 27 de novembro de 2013.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 561, DE 2012

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador GILVAM BORGES

Em direção à. Lembre-se de que não é permitido financiar imóveis em áreas não urbanizadas, assim como chácaras e sítios.

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO CHANCE ÚNICA

A responsabilidade do inquilino pelo pagamento do IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano, relativo ao imóvel locado.

RESOLUÇÃO Nº R E S O L V E U:


Juros Simples.

A aquisição de qualquer imóvel pressupõe o pagamento de IMT, IMI e imposto de selo.

Perguntas e respostas sobre a criação do Funpresp (Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos)

Melhoria do marco regulatório para o crédito. Ministério da Fazenda 20 de Agosto, 2014

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N o 76, DE I RELATÓRIO

7. PROTOCOLO RELATIVO AOS PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DA UNIÃO EUROPEIA

ÁREA DE FORMAÇÃO: CONTRAIR CRÉDITO CUSTO DO CRÉDITO

RESOLUÇÃO Nº 4.292, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2013

Dispõe sobre o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF).

REGULAMENTO PROMOÇÃO ISENÇÃO DE CONDOMÍNIO, IPTU E ESCRITURA GRÁTIS

LEI MUNICIPAL Nº /08

Receita Orçamentária: Conceitos, codificação e classificação 1

Incentivos fiscais à reabilitação urbana e legislação relacionada. Tatiana Cardoso Dia 18 de Setembro de 2013 Lisboa

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

Coordenação-Geral de Tributação

PROVIMENTO Nº 34. O CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA em substituição, no uso de suas atribuições legais e constitucionais;

Anexo à Política de Investimentos 2010 a 2014

Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe. Orientações para Processos Licitatórios Gerência Executiva Outubro/2014

ESTADO DO PIAUÍ PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA

PROPOSTA LEGISLATIVA DE CRIAÇÃO DE CONTA CORRENTE ESPECÍFICA COM AS MESMAS CONDIÇÕES FISCAIS CONCEDIDAS AOS PLANOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO VISUAL URBANA

Prefeitura Municipal de São José dos Campos - Estado de São Paulo - LEI COMPLEMENTAR N 490/13 DE 11 DE ABRIL DE 2013

Privadas O Projeto de Lei em tramitação

RESOLUCAO

Lei n. o 7/2013. Regime jurídico da promessa de transmissão. de edifícios em construção. Breve introdução

Produto BNDES Exim Pós-embarque Normas Operacionais. Linha de Financiamento BNDES Exim Automático

RECEITA. Despesas Correntes, sob forma: Tributária Patrimonial Industrial Recursos financeiros Outras. Tributo: Definição: Receita derivada,

Assembleia Popular Nacional

Renda Fixa. Letra de Crédito Imobiliário

UNIDADE VI Tributação sobre a transmissão de bens e direitos e operações financeiras Constituição (art. 156, inciso II e parágrafo segundo)

Cartilha. Perguntas e respostas Decreto regulamentando a Lei n

RESOLUÇÃO Nº II - de 2 (dois) a 4 (quatro) anos: PLE = 0,24(APR) + 0,015 (SW); IV - a partir de 6 (seis) anos: PLE = 0,08 (APR) + 0,015 (SW).

STJ Principais tipos de depósito..."... "... 30

DECRETO Nº , DE 10 DE OUTUBRO DE 1968.

Prefeitura Municipal De Belém Gabinete do Prefeito

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS JÚNIOR I RELATÓRIO

1.3. Ao comprador da LCI é conferido direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária.

Audiência Pública na Comissão do Trabalho, Administração e de Serviço Público. junho de 2007

até % até % até % até % até % Circular n 1214, de 4 de agosto de 1987

DELPHOS INFORMA CONSELHO CURADOR DO FUNDO DE COMPENSAÇÃO DE VARIAÇÕES SALARIAIS RESOLUÇÃO Nº 133, DE 26 DE ABRIL DE 2002

Endereço Residencial Completo Bairro Telefone para contato. Município UF CEP Nome Representante Legal (PJ) ou Procurador

CONTAJURIS ASSESSORIA EMPRESARIAL S/C LTDA

Receita Orçamentária: Conceitos, codificação e classificação 1

PREÇOS MAIS BARATOS E TRANSPARENTES NA COMPRA DE CASA

CIRCULAR Nº Art. 3º Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação. Alexandre Schwartsman Diretor

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO. PROJETO DE LEI Nº 4.992, de 2005

Anexo à Política de Investimentos 2009 a 2013

Perguntas Frequentes sobre a Rede de Apoio ao Consumidor Endividado

Informativo sobre Feirão de imóveis

Produto BNDES Exim Pós-embarque Normas Operacionais. Linha de Financiamento BNDES Exim Automático

TATIANA SERRÃO ASSOCIADA FBL ADVOGADOS ANGOLA

PROJETO DE LEI N o 771, DE (Apensos os Projetos de Lei nº 772, de 2007 e nº 778, de 2007)

LEI Nº , DE 22 DE DEZEMBRO DE 2008

NORMA PARA CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMO A PARTICIPANTES (Aprovada pela Deliberação n 005/2012, de 29 de março de 2012)

1º A gestão do Programa cabe ao Ministério das Cidades e sua operacionalização à Caixa Econômica Federal CEF.

Acordo Quadro para Transacções Financeiras. Anexo de Produto para Empréstimos de Valores Mobiliários Edição de Janeiro de 2001

CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL E RESPECTIVAS ANUIDADES

NOTA TÉCNICA CONJUNTA PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

CFIAe. CFIAe:Um sonho, um ideal, uma moradia digna 1

Direito Tributário Espécies de Tributos Contribuições de Melhoria, Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 391-A, DE 2014

PROJETO DE LEI Nº de 2007 (Da Deputada Luiza Erundina)

Janeiro 2013 v1.2/dbg

UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO MERCADO DE CAPITAIS PRINCIPAIS PRODUTOS BANCARIOS Prof. Esp. Tomás de Aquino Salomão

CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Cuida, primeiramente, destacar que não há um consenso, entre os autores, para essa

Francisco Paulo Pimenta Maria Tereza de Araújo Serra

ÁREA DE FORMAÇÃO: CONTRAIR CRÉDITO NOÇÕES BÁSICAS SOBRE CRÉDITO

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº

Estratégia de Financiamento

FIXAÇÃO DO NÚMERO DE VEREADORES PELOS MUNICÍPIOS MÁRCIO SILVA FERNANDES

Direito Previdenciário - Custeio

FINANCIAMENTO À HABITAÇÃO

PALESTRA: LINHAS DE CRÉDITOS.

Administrar uso do FGTS no consórcio de imóvel

PROJETO DE LEI Nº, DE 2002

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 476, DE 2009

TRIBUTAÇÃO DO SETOR IMOBILIÁRIO E DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Martelene Carvalhaes

Lei de Responsabilidade Fiscal

Projeto de Lei n.º 026/2015

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 5.339, DE 2013

Transcrição:

A INCLUSÃO DAS TAXAS CARTORÁRIAS NOS FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS PARA O SEGMENTO DE BAIXA RENDA: VIABILIDADE E UTILIDADE CASSIANO LUIZ CRESPO ALVES NEGRÃO Consultor Legislativo da Área VII Sistema Financeiro, Direito Comercial, Econômico e Defesa do Consumidor OUTUBRO/2006

Cassiano Luiz Crespo Alves Negrão 2 2006 Câmara dos Deputados. Todos os direitos reservados. Este trabalho poderá ser reproduzido ou transmitido na íntegra, desde que citados o autor e a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. São vedadas a venda, a reprodução parcial e a tradução, sem autorização prévia por escrito da Câmara dos Deputados. Este trabalho é de inteira responsabilidade de seu autor, não representando necessariamente a opinião da Câmara dos Deputados. Câmara dos Deputados Praça 3 Poderes Consultoria Legislativa Anexo III - Térreo Brasília - DF

Cassiano Luiz Crespo Alves Negrão 3 A INCLUSÃO DAS TAXAS CARTORÁRIAS NOS FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS PARA O SEGMENTO DE BAIXA RENDA: VIABILIDADE E UTILIDADE Independentemente de o empréstimo seguir as regras do Sistema Financeiro Habitacional (SFH) ou do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), é possível categorizar as despesas extras de um financiamento segundo sua natureza e finalidade. De acordo com esses critérios, usualmente identificam-se quatro tipos de dispêndios acessórios aos financiamentos imobiliários: i) taxas administrativas, normalmente relacionadas com procedimentos adotados pela própria instituição financeira a fim de verificar a viabilidade da contratação. Encaixam-se nessa categoria as taxas de avaliação do imóvel, taxas de abertura de crédito, taxas de pesquisa cadastral e taxas de inscrição e expediente; ii) custos dos seguros contra riscos de morte ou invalidez permanente e de danos físicos ao imóvel, cujas contratações, pelos tomadores de financiamento, são obrigatórias nos termos da atual legislação de regência; iii) tributos, relativos à incidência do imposto sobre operações financeiras (IOF) e do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI); iv) custas cartorárias, atinentes a emissão de certidões relacionadas com o imóvel (certidão vintenária, certidões negativas de tributos etc.), ao registro do título translativo (expedição de escritura) e à constituição de garantias cujo aperfeiçoamento exija assentamento em registro de imóveis (hipoteca e alienação fiduciária de coisa imóvel). De início, cumpre esclarecer que inexistem, nas leis e regulamentos que disciplinam o assunto, disposições que impeçam a inserção de taxas de certidões, registro e transferência nos financiamentos imobiliários. Com efeito, as atuais práticas bancárias demonstram que as duas primeiras espécies de despesa taxas administrativas e seguros, por constituírem remunerações de serviços fornecidos pelo próprio agente financeiro ou por empresas participantes do mesmo conglomerado, já são costumeiramente inseridas no financiamento, facultando-se ao mutuário a diluição do pagamento dos respectivos encargos ao longo das prestações.

Cassiano Luiz Crespo Alves Negrão 4 As outras categorias de despesas representam custas devidas aos cartórios e às Fazendas Públicas Federal (IOF) e Municipal (ITBI). As custas cartorárias incidem em razão das disposições da Lei n. 6.015, de 1973 (Lei de Registros Públicos) e seus valores são fixados por atos das corregedorias dos Tribunais de Justiça Estaduais, responsáveis pelas fiscalização dos serviços notariais e de registro. Os valores incidentes a título de IOF e ITBI são definidos nas correspondentes leis tributárias. Por constituírem quantias pagas a entes estranhos aos bancos e por serem normalmente exigíveis à vista e anteriormente à constituição das garantias (hipoteca ou alienação fiduciária) em favor do agente financeiro, as despesas de cartório e de tributos não são freqüentemente objeto de inclusão no valor do financiamento. Não obstante, tem-se notícia de que pelo menos dois grandes atores do segmento oferecem uma modalidade de crédito imobiliário que também financia referidas despesas. A inclusão dessas despesas, todavia, não é automática. Justamente pelos motivos citados acima, a concessão de financiamentos dessa espécie dependem de criteriosa análise da capacidade de crédito do tomador. Diante do que foi exposto, pode-se afirmar que, de acordo com as normas vigentes e com os vertentes costumes bancários, a inclusão dos gastos extras nos empréstimos habitacionais já é viável. Nesse sentido, um projeto de lei para meramente facultar a inserção dos encargos acessórios afigurar-se-ia, desnecessário. Ocorre, contudo, que, especificamente quanto às despesas cartorárias e tributárias, essa faculdade de inclusão no financiamento dificilmente alcança os mutuários de baixa renda. O perfil de crédito desse segmento social seguramente não fornece atrativos aos agentes financeiros para adiantar os recursos referentes a tais custas, notadamente quando se relembra que esses gastos incorrem previamente ao aperfeiçoamento da hipoteca do imóvel a ser financiado, única garantia usualmente passível de ser oferecida pela população de baixa renda. Seria recomendável, então, formular projeto de lei para tornar a inclusão dessas despesas obrigatórias nos financiamentos habitacionais dirigidos a mutuários de baixa renda? A resposta, a nosso ver, deve ser negativa. E diz-se isso porque disposição legal nesse sentido pouca ou nenhuma eficácia teria para desonerar os financiamentos em comento. Deveras, a quase totalidade dos empréstimos acessíveis aos mutuários de baixa renda é concedida ao abrigo do SFH. Diferentemente do SFI, onde os recursos são livremente captados nos mercados financeiros e de valores mobiliários, no SFH os recursos que suportam os financiamentos são onerosos, pois provenientes do FGTS, de propriedade dos trabalhadores, e da caderneta de poupança.

Cassiano Luiz Crespo Alves Negrão 5 Em virtude disso, as regras para definição do montante a ser financiado e do valor das parcelas seguem parâmetros rigorosamente associados aos rendimentos do tomador, ao valor do imóvel e ao prazo da contratação. Desses parâmetros resulta o valor total do financiamento, ou seja, o teto máximo compatível com a capacidade financeira do adquirente do imóvel. A inclusão obrigatória das custas cartorárias e tributárias nos financiamentos não poderá alterar esse teto. Conseqüentemente, os valores correspondentes a esses encargos extras certamente ocuparão o lugar de uma parcela do valor do imóvel que estava incluída no financiamento. É dizer, enquanto as aludidas despesas serão financiadas, uma parte do imóvel que estaria incluída no montante total do financiamento haverá de ser pago ao vendedor do imóvel com recursos próprios do comprador/mutuário. Nesse quadro, um modo mais eficiente para desonerar os financiamentos habitacionais destinados à população de baixa renda seria isentá-los das taxas de cartórios e da tributação incidente. Relativamente à esfera tributária, tal desiderato, porém, não constituiria tarefa fácil. Isso porque demandaria estudos afetos a temas complexos como renúncia fiscal e, particularmente quanto ao ITBI, ao poder de isentar. É que, segundo a ordem tributária, o poder de isentar é ínsito ao poder de tributar. Sendo o ITBI, conforme nosso sistema tributário constitucional, um imposto de competência dos Municípios, o modo hábil para a concessão de isenção deste tributo consistiria na elaboração, em cada município brasileiro, de lei local com esse objetivo. Ou, de forma igualmente árdua, por meio da aprovação de emenda constitucional que conferisse imunidade de ITBI nas hipóteses de aquisição de casa própria por população de baixa renda. De outra banda, no que tange as despesas cartorárias, a isenção mostrase perfeitamente exeqüível. A esse propósito vale destacar a tramitação, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei n. 848, de 2003, que, além de estabelecer que nenhum saldo devedor de financiamento do SFH poderá ser superior ao valor de mercado do imóvel, preconiza, em seu art. 4º, que: "... Ficam a partir desta data, isentas de emolumentos cartorários e dos registros de que trata a Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973, aqueles mutuários do Sistema Financeiro Habitacional, cuja renda seja igual ou inferior a 03 (três) salários mínimos". (grifou-se) A título meramente informativo, vale registrar, ainda, a existência de Lei Estadual do Rio de Janeiro, de n. 4.846, de 2006, que concede isenção de emolumentos e de registros "à primeira aquisição de imóveis financiados pelo Instituto Nacional do Seguro Social, localizados em conjuntos habitacionais de baixa renda".

Cassiano Luiz Crespo Alves Negrão 6 Em vista das considerações aqui expendidas, tende-se a concluir que um projeto de lei cujo conteúdo limite-se a franquear a inclusão das despesas cartorárias e tributárias no montante financiado provavelmente não atenderá ao elevado desígnio de facilitar a adesão da população de baixa renda aos financiamentos habitacionais. No âmbito das atribuições legislativas deste Parlamento, crê-se que tal desiderato poderá ser mais facilmente alcançado mediante a aprovação de proposições que, na esteira do PL n. 848, de 2003, dispensem esse segmento populacional do pagamento dos emolumentos e das taxas de registro que recaem sobre a aquisição de imóveis ao abrigo do SFH.