Desafios do SPD na região dos Cerrados Eng. Agr. Dr. Henrique Debiasi Eng. Agr. Dr. Julio C. Franchini Eng. Agr. Dr. Alvadi A. Balbinot Jr. Eng. Agr. Dr. Osmar Conte Sorriso/MT 01 a 03/08/2018
ECONÔMICA CONTEXTO AMBIENTAL SOCIAL SUSTENTABILIDADE CONCEITOS E CONHECIMENTOS AGRONÔMICOS BÁSICOS
CONTEXTO Custo, sacas ha -1 70 60 50 40 30 20 10 0 Custo fixo Custo variável Produtividade média 2015/16 2016/17 2017/18 2018/19 Elaborado a partir de dados do IMEA (2018) Custos de produção variáveis e fixos (exceto remuneração capital e terra) da soja no estado do Mato Grosso.
CONTEXTO Custo, sacas ha -1 140 120 100 80 60 40 20 0 Custo fixo Custo variável Produtividade média 2015/16 2016/17 2017/18 2018/19 Elaborado a partir de dados do IMEA (2018) Custos de produção variáveis e fixos (exceto remuneração capital e terra) do milho 2ª safra no estado do Mato Grosso.
00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 Produtividade, kg ha -1 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 Produtividade, kg ha -1 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 MS BA y = 50,65x + 2294 R² = 0,36 y = 55,48x + 2122,7 R² = 0,31 CONTEXTO Elaborado a partir de dados da Conab (2018) CV = 16,2% CV = 12,6% CV = 20,2% CV = 26,2% TO y = 31,02x + 2366 R² = 0,24 PI y = 27,414x + 2223 R² = 0,05 Variabilidade temporal da produtividade da soja em alguns estados brasileira, em 18 safras (2000/2001 a 2017/2018).
07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 CONTEXTO 15/16 16/17 17/18 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 SOJA MILHO Produtividade, scs ha -1 70 60 50 40 30 20 10 CV = 4,8% Centro-Sul Médio-Norte Nordeste Noroeste Oeste Sudeste Norte y = 0,41 + 49,6 R 2 = 0,30 Produtividade, scs ha -1 140 120 100 80 60 40 20 Centro-Sul Médio-Norte Nordeste Noroeste Oeste Sudeste Norte y = 2,5X + 73,8 R² = 0,28 CV = 17,8% 0 0 Elaborado a partir de dados do IMEA (2018) Variabilidade temporal da produtividade da soja e do milho em diferentes regiões do estado do Mato Grosso, em 11 safras (2007/08 a 2017/18)
CONTEXTO Produtividade, scs ha -1 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Talhão A Talhão B 69 65 3,2 66 3,4 49 5,4 34 6,5 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 52 47 7,5 42 6,3 57 6,2 57 5,5 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18 Variabilidade temporal da produtividade da soja e do milho em diferentes regiões do estado do Mato Grosso, em 11 safras (2007/08 a 2017/18)
CONTEXTO CUSTO ELEVADO + VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL NA PRODUTIVIDADE ALTO RISCO!
CONTEXTO Principais fatores associados ao alto risco nos sistemas de produção nos Cerrados - Expansão para regiões com solo/clima menos favoráveis - Aumento no custo de controle de pragas, doenças e plantas daninhas De 2007/08 a 2017/18 (CEPEA/CNA, 2018) Herbicidas = 2 x Fungicidas = 2,6 x Inseticidas = 5,5 x - Semeadura fora das condições indicadas (umidade) - Utilização de cultivares muito precoces - Degradação da qualidade estrutural do solo Compactação, adensamento, desagregação - Aumento dos danos de doenças radiculares Nematoides, Macrophomina, Fitóftora, Fusarium, Rhizoctonia, Sclerotinia - Eficiência de uso dos fertilizantes abaixo do desejável Sintomas da adoção parcial do SPD
CONTEXTO FUNDAMENTOS DO SPD Insumos de sistema Cobertura do solo Matéria orgânica do solo Raízes Diversidade biológica Mínimo revolvimento Diversificação de culturas
CONTEXTO Sistemas de produção predominantes Região Tropical Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Milho 2 a safra Pousio Soja Milheto Pousio Pousio
CONTEXTO
CONTEXTO Estrutura do solo Mata Museu de Solos Fazenda Experimental da Coamo, Campo Mourão/PR, fev/2018 Trigo/Soja (sem correção química) (sem tráfego)
Soja/Milho 2ª + Gradagens CONTEXTO 1 Soja/Milho 2ª + SPD 2 Pastagem reformada 3 ILP 4
CONTEXTO Produtividadade (sc/ha) 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 MOS Ca, Mg, K ph y = -0.012x + 59.324 r = 0.744 0 600 1200 1800 2400 População (indivíduos/g raiz) 4,8 scs ha -1 (8%) + 19,5 scs/ha + R$ 1.400,00 24,3 scs ha -1 (41%) Relação entre a produtividade da soja e a população de Pratylenchus brachyurus em R5. Fazenda Dacar, Vera/MT, safra 2011/2012.
CONTEXTO Correlações significativas entre a incidência de Macrophomina phaseolina em raízes de soja e alguns atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Atributo Coeficiente de correlação de Pearson Fungos (UFC g -1 solo) -0,36* Bactérias (UFC g -1 solo) -0,39* Resp. microbiana (mg CO2 g -1 sem -1 ) -0,34* Hidrólise FDA (µg fluoresceína g -1 h -1 ) -0,44* Matéria orgânica (g kg -1 ) -0,52* Ca (cmol c dm -3 ) -0,47* K (cmol c dm -3 ) -0,39* Capacidade de retenção de água (m 3 m -3 ) -0,59* Estabilidade de agregados -0,78* Adaptado de Perez-Brandán et al. (2012)
CONTEXTO P na palhada de braquiária Fósforo aplicado Fósforo recuperado Anuais 1 Anuais e capim 2 kg/ha de P 2 O 5 ---------------- % --------------- 100 44 85 200 40 82 400 35 70 800 40 62 1 A área foi cultivada por dez anos com soja, seguida de um plantio com milho e quatro ciclos da seqüência milho-soja, e plantio de milho, milho e soja 2 A área foi cultivada por dois anos com soja, seguida de nove anos com braquiária mais dois anos com soja e dois ciclos da seqüência milho-soja, e cinco anos com braquiária. Fonte: Sousa et al., dados não publicados. Fonte: Sousa et al., dados não publicados.
Produtividade, sacas/ha CONTEXTO 66 56 44 50 GANHOS (scs/ha) 32 MOS = Palha = MOS + Palha = + 12 + 22 + 34 MOS (%) 1,8 1,8 3,5 3,5 Média Palha (t/ha) 0,3 7,9 0,4 7,6 Adaptado de Costa et al. (2014). Argila: Área 1 (1,8% de MOS)=46% Área 2 (3,5% de MOS)=44% Produtividade da soja (TMG 115RR) em função do teor de MOS e da cobertura do solo na safra 2010/11, em Lucas do Rio Verde/MT.
Pousio Ruz CONTEXTO Piatã Ruz Piatã Ruz Piatã Produtividade, scs ha -1 60 50 40 30 20 10 29 +8,5% 42 33 +16,5% 44 47 +27% 54 51 Palha = 31,5% Raízes = 61,1% Interação = 7,4% 0 Palha Raiz Total Adaptado de Balbinot et al. (não publicado) Desempenho da soja (BRS 359RR) em diferentes combinações palhada/raízes. Embrapa Soja, Londrina/PR, 2016.
DESAFIOS DO SPD O maior desafio (atual e futuro) do SPD é ser ADOTADO em plena consonância com seus FUNDAMENTOS, garantindo a produção dos INSUMOS DE SISTEMA BIODIVERSIDADE DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Até final da década de 1990 DESAFIOS DO SPD Redução ciclo cultivares de soja Desenvolvimento tecnológico milho 2 a safra Novas opções de plantas de cobertura Desenvolvimento e ajustes de consórcios Consórcios culturas de grãos e coberturas Métodos de implantação alternativos (sobressemeadura) Integração lavoura-pecuária
DESAFIOS DO SPD Fatores associados à baixa taxa de adoção de sistemas de produção com maior biodiversidade 1) Pesquisa e desenvolvimento - Desenvolvimento de arranjos espaciais e temporais de plantas, que maximizem o retorno econômico e ambiental de sistemas com maior biodiversidade? - Desenvolvimento de arranjos espaciais e temporais de plantas, com maior eficiência na solução de problemas específicos (compactação, doenças, reciclagem de nutrientes)? - Melhoramento genético de espécies para cobertura de solo? - Ajustes fitotécnicos, especialmente em consórcios de espécies? - Registro e desenvolvimento de produtos fitossanitários, especialmente herbicidas? - Geração de mais informações, em nível de região, que comprovem os benefícios econômicos da adoção plena do SPD?
DESAFIOS DO SPD Fatores associados à baixa taxa de adoção de sistemas de produção com maior biodiversidade 2) Transferência de tecnologias e conhecimentos - Resultados de pesquisas não estão chegando à assistência técnica e produtores? - Falta de apelo comercial das tecnologias associadas à diversidade de espécies em sistemas de produção? - Assistência técnica focada em vendas? 3) Políticas públicas - Financiamento, seguro agrícola e outras políticas públicas? 4) Setor produtivo - Dificuldade em perceber os benefícios da diversificação (sensibilização)? - Falta de visão sistêmica e de médio-longo prazo? - Dificuldades operacionais (disponibilidade de sementes, máquinas)?
NSAR A DIVERSIFICAÇÃO DESAFIOS DO SPD - Foco na 2ª safra, para potencializar a RENTABILIDADE das culturas principais - Matéria orgânica, palha, raízes e diversidade são INSUMOS das culturas principais Diversificação é investimento! - Envolve o cultivo de espécies que, embora não resultem em produtos diretamente comercializáveis, são economicamente viáveis - Exige visão sistêmica Rentabilidade avaliada não somente por cultura, mas pelo desempenho de todo o sistema de produção ao longo do tempo - Espécies alternativas - conduzir como CULTURA!!!!!! - Esquemas de rotação/sucessão de culturas adequados ao produtor: Flexibilidade Agregação de valor (Ex: ILP, produção de sementes) Consorciação de culturas
Mensagem final A adoção plena do SPD se justifica por ser economicamente viável MAS TÃO OU MAIS IMPORTANTE É O PAPEL EXERCIDO NA CONSERVAÇÃO DO SOLO, DA ÁGUA E NA REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS
Foto: Kichel (2003)
A DECISÃO É NOSSA!!
Grato pela atenção! henrique.debiasi@embrapa.br (43) 3371 6217