AUTISMO NA SALA DE AULA



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Transcrição:

13. CONEX Pôster Resumo Expandido 1 ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( x ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA AUTISMO NA SALA DE AULA Gabriela Teleginski Turra (g.itt@hotmail.com) Weliton Janelso De Lima (g.itt@hotmail.com) Marceli Behm Goulart (g.itt@hotmail.com) RESUMO Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência vivida em sala de aula, por bolsistas do PIBID Interdisciplinar da UEPG, com uma discente autista do 5º ano com diagnóstico de autismo. Assim, apresenta como é diagnosticado o Transtorno Autista, quais são as características, qual é o tratamento usado e as dificuldades encontradas na aprendizagem e ensino de crianças que são diagnosticadas. O desempenho de alunos diagnosticados é diferente dos demais, necessitando de mais atenção, tempo e uma orientação ao docente que realizar o trabalho, o que geralmente não acontece, pois na formação acadêmica esse assunto é pouco discutido e quando o professor se depara com essa situação, acaba existindo dificuldade no ensino. PALAVRAS-CHAVE Autismo. PIBID. Inclusão. Introdução O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um programa de incentivo e valorização do magistério e de aprimoramento do processo de formação de docentes para a educação básica, e que tem como base legal a Lei nº 9.394/1996, a Lei nº 12.796/2013 e o Decreto nº 7.219/2010. Atualmente na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) o Programa é composto de 13 subprojetos específicos (cada subprojeto envolve apenas uma licenciatura) e um subprojeto interdisciplinar, organizado em dois eixos: Eixo I envolvendo as licenciaturas em Artes Visuais, Música, História e Física; EIXO II- licenciaturas em Matemática, Pedagogia, Geografia e Biologia. O PIBID Interdisciplinar Eixo II da UEPG é desenvolvido no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC), nas escolas Reitor Álvaro Augusto Cunha

13. CONEX Pôster Resumo Expandido 2 Rocha, Educação Infantil e Ensino Fundamental, com dois 5º anos, e na escola Estadual Hália Terezinha Gruba com os 6º anos. Na escola Reitor Álvaro Cunha, em um dos 5º anos, é desenvolvido o acompanhamento de uma discente diagnosticada com autismo, buscando compreender suas necessidades específicas no processo de ensino e aprendizagem. Objetivos Apresentação do Transtorno Autista; Relatar experiência vivida em sala de aula com uma aluna autista; Atitudes para facilitar o ensino e aprendizagem do aluno; Transtorno Autista Nos últimos anos o número de pesquisas sobre o autismo tem aumentado, trazendo novas explicações, novos tratamentos e ajudando na sua popularização, pois pensava-se que o diagnóstico do autismo era algo fantasioso, mas mesmo com muito estudo, ainda existem muitas dúvidas sobre esse transtorno. Segundo Costa e Nunesmaia (1988), Kanner, um psiquiatra austríaco, foi o primeiro a descrever o autismo, e descreveu-o como Autismo infantil precoce, ele deu esse nome ao conjunto de características apresentadas por um grupo de 11 crianças. Essas características eram relacionadas à limitação do relacionamento com outras pessoas e/ou objetos, e à desordem no desenvolvimento da linguagem. Podia-se observar no comportamento dessas crianças atos repetitivos e estereotipados, além do isolamento e preferência em coisas inanimadas. Kanner notou que a maioria dos pais dessas crianças era de classe média alta e mostravam ser indiferentes com o cuidado dos filhos, isso levou a acreditar que o tratamento que os pais tinham com a criança ajudava a causar a condição de autista. Desde que aconteceu a primeira descrição do autismo, tenta-se encontrar mais sintomas e comportamentos apresentados por essas crianças, para que possam padronizá-los, a partir da universalização da linguagem utilizada. As descrições que aparecem no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), publicado pela Associação Psiquiátrica Americana (APA), são as que mais se aproximam das características definidoras do autismo. O DSM (2000) apresenta o Transtorno Autista como um Distúrbio Global do Desenvolvimento caracterizado por prejuízos comportamentais e eles são separados em 3 categorias, que seriam: o comprometimento da interação social; o comprometimento da comunicação; e padrões

13. CONEX Pôster Resumo Expandido 3 restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento. Cada categoria dessas, apresenta 4 critérios, se a criança apresentar pelo menos 6 dentre os 12 critérios, ela recebe o diagnóstico de Transtorno Autista (GOULART; ASSIS, 2002). Devido à dificuldade em socializar com outras pessoas, a criança com Autismo acabará com dificuldade em vários momentos, pois as regras da sociedade e a linguagem, por exemplo, são passadas através da socialização, assim acaba tendo má formação na linguagem ou na convivência com outras crianças (KHOURY et al., 2014). O autismo é um distúrbio crônico, e até o momento conta com planos de tratamento que devem ser feito um diagnóstico e depois aplicados por equipe multidisciplinar. Não existe um tratamento específico que possa ser utilizado, pois cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem comorbidades associadas. No quarto e quinto ano, na escola, é possível observar em uma criança diagnosticada com autismo: Ausência do contato visual; Jogos: ausência de fantasias, de imaginação, de jogos de representação; Linguagem limitada ou ausente - ecolalia - inversão pronominal; Anomalias do ritmo do discurso, do tom e das inflexões; Resistência às mudanças no ambiente e nas rotinas (COSTA; NUNESMAIA,1998, p.25). Relato de uma experiência Na escola, podemos notar as características do autismo na aluna, com exceção da linguagem limitada ou ausente, pois os sintomas não são os mesmos para todas as crianças diagnosticadas. A linguagem dela é bem formada e clara. No acompanhamento realizado com a aluna, são realizadas atividades diferentes dos demais alunos, pois a aluna está em processo de alfabetização. Pode-se observar a dificuldade do aprendizado pela fácil distração, algo característico do autismo. No início do ano, a aluna ainda tinha dificuldade com o alfabeto e com numerais, o que foi diminuindo com a repetição e atividades. Em, pelo menos, dois dias da semana os bolsistas têm a oportunidade de desenvolver essas atividades, que são passadas pela professora coordenadora da escola. Para facilitar o aprendizado do aluno com autismo, como observado em sala, usam-se folhas com fundo amarelo e a escrita preta, para que o aluno fixe o conteúdo. A repetição é muito usada, principalmente nesse início que é o alfabeto, sílabas e numerais.

13. CONEX Pôster Resumo Expandido 4 Segundo Khoury et al. (2014) na sala de aula, podemos ter algumas atitudes para facilitar a aprendizagem de um autista, por exemplo: dar instrução para uma atividade de maneira clara, direta e simples, para que o aluno tenha mais facilidade em captar o que foi pedido; uso de estímulos visuais para o estabelecimento de rotina e instruções, cartazes e figuras para orientar a criança; ensino de comportamentos de obediência a regras; ensino de comportamentos de solicitação; estímulo ao desenvolvimento da autonomia e da independência; controle de estímulos antecedentes e consequentes para facilitar a emissão de comportamentos adequados; uso de avaliação da funcionalidade do comportamento; utilização de reforçamento positivo para modificação de comportamento, o uso de elogios; alunos com TEA (transtorno do espectro autista) que têm deficiência intelectual precisam de currículos adaptados. Para minimizar a dificuldade de convívio social, vale criar situações de interação. Respeite o limite da criança autista, seja claro nos enunciados, amplie o tempo para que ele realize as atividades propostas e sempre comunique mudanças na rotina antecipadamente. A paciência para lidar com essas crianças é fundamental, já que pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual. Alguns, ao contrário, apresentam alto desempenho e desenvolvem habilidades específicas - como ter muita facilidade para memorizar números ou deter um conhecimento muito específico sobre informática, por exemplo. Descobrir e explorar as 'eficiências' do autista é um bom caminho para o seu desenvolvimento. Referencial teórico-metodológico Usando de recomendações da professora coordenadora da escola, e com sua supervisão, aplicamos atividades para a aluna. Foi utilizado o método do papel amarelo com escrita preta, ou usando marcador de texto em cima de letras pretas. A utilização de repetição foi bastante usada e foi observado que assim a aluna conseguia lembrar-se de sílabas, palavras e números. Os bolsistas que fizeram esse acompanhamento são da área de Ciências biológicas e Geografia e não foi possível trabalhar com essas disciplinas, pois a aluna está em fase de alfabetização, sendo assim, o trabalho foi feito apenas com Português e Matemática. Resultados Notou-se um progresso desde o início do ano, pois vemos que a aluna já consegue identificar algumas palavras. Com numerais a única dificuldade é com as contas que ela ainda

13. CONEX Pôster Resumo Expandido 5 não consegue fazer. A aluna apresenta mais interesse em artes, com desenhos e pinturas, ao contrário das características gerais do autismo, ela demonstra criatividade. Considerações finais A maior dificuldade com um discente autista é a falta de tempo que o professor tem em sala de aula e a falta de outros docentes para ajudar na sala de aula, pois uma professora só não consegue ensinar uma turma inteira e ainda separar um tempo somente para o(a) aluno(a). Na escola Reitor Álvaro Cunha conta-se com uma professora suporte que faz atividades separadas com a aluna, porém não são todos os dias. A aluna frequenta uma escola específica para autistas e faz com que ajude no desempenho. Esse trabalho contribuiu para um futuro em sala de aula em que pode ocorrer essa situação e diante dela podemos nos posicionar corretamente. APOIO: PIBID/CAPES Referências BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 2 out. 2013. BRASIL. Decreto nº 7.219, de 24 de junho 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID e dá outras providências, 2010. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/diversos/decretopibid_240610.pdf>. Acesso em 16 abri. 2014. BRASIL, Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências, 2013. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso em: 16 abri. 2014. COSTA, M. I. F. da; NUNESMAIA H. G. da S. Diagnóstico Genético e Clínico do Autismo Infantil. Arquivos de Neuro-psiquiatria, v. 56, n.1, p. 24-31, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/anp/v56n1/1860.pdf >. Acesso em: 27 maio 2015. GOULART, P.; ASSIS, G. J. A. de. Estudos sobre autismo em análise do comportamento: aspectos metodológicos. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 2002, v.4, n.2, p.151-165. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1517-55452002000200007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 junho 2015.

13. CONEX Pôster Resumo Expandido 6 KHOURY, P. L. et al. Manejo comportamental de crianças com Transtornos do Espectro do Autismo em condição de inclusão escolar Guia de orientação a professores. São Paulo: Menmon, 2014. Disponível em: <http://memnon.com.br/proesp2/assets/proesp2.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2015.