Como tornar o isopor um aliado (e não um inimigo) do meio ambiente. O caminho é um só: reciclar, reciclar, reciclar. Veja como isso é possível.



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Transcrição:

Como tornar o isopor um aliado (e não um inimigo) do meio ambiente. O caminho é um só: reciclar, reciclar, reciclar. Veja como isso é possível.

Reciclar em grande escala para preservar o ambiente Enquanto boa parte dos municípios brasileiros ainda despejam resíduos em lixões e muitos políticos ainda fazem vista grossa a essa prática, a qualidade de vida da população agrava-se a cada dia. Quantidades crescentes de resíduos sólidos contribuem de modo perverso para o aquecimento global, a escassez de recursos hídricos, a perda de biodiversidade e o esgotamento dos solos. No interesse do conjunto da sociedade, assim como de indústrias, prefeituras e recicladoras, o poder público não pode mais se omitir. Adiar a implementação da Lei 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e determinou a extinção dos lixões, é o mesmo que admitir a incapacidade de resolver o problema. E tanto o Poder Executivo quanto o Congresso Nacional caminham para isso. Sendo incapaz de resolver o problema, o poder público deveria ao menos parar de atrapalhar a iniciativa privada. Um excelente começo seria eliminar a pesada tributação que incide sobre a reciclagem. A lei que está em vigor, embora descumprida com a complacência do governo, estabelece que apenas os materiais não passíveis de reutilização e reciclagem poderão ser destinados a aterros. Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes deverão estruturar sistemas de logística reversa para seus resíduos. Viabilizar a reciclagem em grande escala, portanto, deveria passar ao topo das prioridades governamentais. Existem hoje no Brasil algumas iniciativas isoladas de reciclagem em maior escala que poderiam se disseminar. A maior parte são empresas dedicadas à reciclagem de resíduos de maior valor de mercado, como o alumínio. Resíduos de baixo valor de mercado, embora muito danosos ao meio ambiente, acabam lotando os lixões e poluindo os cursos d agua. É o caso, emblemático, dos plásticos expandidos, como o poliestireno expandido ou EPS, mais conhecido como isopor, e do poliuretano. Seja na forma de embalagens, copos, bandejas, brinquedos, placas para a construção civil ou uma série de outros produtos, o impacto dos resíduos de isopor é duplamente negativo em aterros e lixões: além de demorarem muito para se degradar, eles retardam a degradação de outros materiais descartados. O mesmo ocorre com os resíduos de poliuretano, muito usados na indústrias de refrigeração como isolantes térmicos. Por serem leves, volumosos e de logística complicada, plásticos como o isopor e o poliuretano impõem grandes dificuldades de transporte e transformação para serem reciclados. É por isso que das milhares toneladas esses materiais consumidas anualmente pelo Brasil, apenas uma pequena parte são recicladas. Isso dá causa a um grande problema ambiental. Em razão do seu baixo valor comercial, esses materiais são rejeitados pelas cooperativas de catadores, pelos caminhões da coleta de lixo e pelas usinas de triagem, como é o caso da nova central de triagem do município de São Paulo, a recém inaugurada CMT Carolina Maria de Jesus. Com tecnologia europeia, a CMT contempla a separação de papel, papelão, embalagens de cartão para alimentos líquidos, materiais ferrosos e não-ferrosos e vários plásticos. Mas não de isopor nem de poliuretano. Iniciativas de algumas poucas empresas que decidiram aumentar a escala da reciclagem de plásticos expandidos enfrentam grandes dificuldades. A maior pressão de custos da atividade de reciclagem no Brasil decorre dos tributos - federais, estaduais e municipais -- que incidem sobre a cadeia de reciclagem e gestão dos resíduos sólidos, de acordo com extenso estudo realizado pela LCA Consultores a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

As exigências fiscais, segundo a LCA, tornam os produtos reciclados mais caros que os elaborados com insumos novos. Aí está o grande entrave para a implementação da Lei de Resíduos Sólidos, de acordo com o estudo. Por causa dos impostos, sai mais barato para a maior parte da indústria usar matéria prima nova do que reciclada. E a conta recai sobre toda a sociedade e o meio ambiente. Se a iniciativa privada for incentivada a reciclar resíduos, poderiam ser poupados elevados investimentos públicos em remediação de danos ambientais. Só em infraestrutura para levar a destinação final adequada dos resíduos sólidos para todo o País seriam necessários investimentos de R$ 11,6 bilhões até 2031, segundo estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). De acordo com a estimativa, pelo menos R$ 15,59 bilhões por ano seriam necessários para custear a operação e a manutenção de uma estrutura que envolva aterros, coleta seletiva, reciclagem e reaproveitamento do biogás. Em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Proposta de Emenda à Constituição - PEC 1/2012 prevê a imunidade de impostos a produtos acabados elaborados preponderantemente (75%) com insumos provenientes de reciclagem ou reaproveitamento. A PEC 1/2012 tramita em ritmo lento desde 2012 no Congresso Nacional e desde janeiro deste ano aguarda sua inclusão na ordem do dia do Senado para votação. Mas a proposta de adiar a implementação da Lei de Resíduos Sólidos, esta sim passou rapidamente no Senado. Enquanto isso, toneladas de isopor são lançadas diariamente nos aterros e lixões, levando centenas de anos para se decompor, ocupando muito espaço, diminuindo a área útil dos lixões e aterros e impedindo que outros materiais se decomponham. A aprovação da PEC 1/2012 estimularia a disseminação da reciclagem de resíduos como os poucos existentes no Brasil. Mesmo diante de limitações impostas pelo ajuste fiscal do Brasil, tão necessário para reequilibrar a economia brasileira, a desoneração de tributos incidentes sobre a reciclagem impõe-se como instrumento fundamental de política tributária e ambiental. Até porque todas as etapas da cadeia industrial dos produtos que um dia se tornam resíduos são tributadas e resultam em receitas para a administração pública. A tributação da reciclagem é por isso uma bitributação, incompatível com as regras do nosso sistema tributário e com a política pública comprometida com a qualidade de vida da população. Marcos Effting Zanette, economista, presidente do Sindicato das Indústrias de Molduras da Região da Amurel e Amrec (Sindimolduras), de Santa Catarina sindimolduras@gmail.com mzanette@industriasantaluzia.com.br (48) 3658-3679 I (48) 3651-1300

Reciclagem de plásticos. Circulo virtuoso beneficia a sociedade, a economia e o meio ambiente.

5 O cenário da reciclagem no Brasil O país produz 240.000 toneladas de lixo por dia 70% acabam em lixões por ano, são destinados a lixões 61.320.000 toneladas de lixo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

6 O cenário da reciclagem no Brasil Hoje, estão em funcionamento mais Apenas18% dos municípios apresentaram projetos oficiais de coleta seletiva de 2,9 mil lixões no país, em 2,8 mil municípios Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

7 O cenário da reciclagem no Brasil Nos centros urbanos atuam cerca de1 milhão de catadores, que são responsáveis por 90% do material reciclado nessa indústria. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)

8 O cenário da reciclagem no Brasil Nos últimos dez anos A população aumentou 9,65% o volume de resíduos cresceu 21%

Novo cenário no Brasil: Política Nacional de Resíduos Sólidos 9 a partir de 2014 Política Nacional de Resíduos Sólidos mudança no cenário para empresas Ampliação da cadeia de reciclagem A Política Nacional de Resíduos Sólidos exige que empresas dêem um destino final a seus resíduos. Apenas os materiais não passíveis de reutilização e reciclagem poderão ser destinados a aterros. A Lei nº 12.305/2010 estabelece que todos os lixões do País devem ser desativados.

10 Empresas no novo cenário Necessidade de adequação das empresas ao novo cenário Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes deverão estruturar sistemas de logística reversa para seus resíduos. Nessa nova política estão incluídas as embalagens pós-consumo, como as de EPS (isopor) e o poliuretano utilizado em geladeiras e outros equipamentos de refrigeração

11 A Reciclagem e o Isopor O poliestireno expandido (EPS), também conhecido como isopor, é usado em várias aplicações, tais como: Copos, bandejas, pratos Embalagens em geral (caixas térmicas e proteção para aparelhos e máquinas como televisão e geladeira, remédios) Isolantes térmicos na construção civil (preparação de concreto leve, lajes, telhas, forros e câmeras frigoríficas)

12 A Reciclagem e o Isopor Propriedades do isopor: 100% reciclável e reaproveitável. Não polui nem contamina o solo, mas demora centenas de anos para se degradar e ocupa grande volume nos aterros sanitários Não contem qualquer produto tóxico ou perigoso para o ambiente e camada de ozônio. Composição química: carbono e o hidrogênio. Processo de fabricação consome pouca energia e gera pequena quantidade de resíduos sólidos ou líquidos Não contamina o solo, a água e nem o ar. Como isolante térmico, permite poupar energia que, durante a vida útil do edifício, pode chegar a ser centenas de vezes superior à energia consumida durante o seu processo de fabricação. Por preservar os recursos energéticos, o uso de isopor reduz a emissão dos gases poluentes e dos gases que contribuem para o efeito estufa na atmosfera.

13 Dificuldades para a reciclagem do EPS Volume X Alto Custo de Destinação Ambientalmente Correta Material muito leve, de baixa densidade em relação a outros resíduos recicláveis e, consequentemente, muito volumoso. Custo de Processo de Reciclagem Logística Complicada (transporte caro, resíduo de baixo valor comercial). Falta de apoio do poder público Elevada carga tributária e financiamentos a taxas altas. Informalidade Concorrência desequilibrada por empresas que não pagam impostos e pressionam preços no mercado. Falta de informação Pouca gente sabe que o isopor é reciclável.

14 O preço do descarte indevido de EPS Grande espaço ocupado nos lixões Impede a permeabilidade do solo Longo período para degradação Apenas uma pequena parte das milhares de toneladas produzidas no Brasil é reciclada.

Tributação onera cadeia de isopor e desestimula a reciclagem Tributação onera cadeia de plásticos e desestimula a reciclagem 15 IPI ICMS PIS Cofins TOTAL 1º Extração Retirada do petróleo e produção do monômero de estireno 0% 12% 1,65% 7,6% 21,25% 2º 1º Transformação Monômero transformado em EPS (Produto) 15% 12% 1,65% 7,6% 36,25% 3º Reciclagem do EPS (Produto) 0% 12% 1,65% 7,6% 21,25% 4º 2º Transformação EPS reciclado 10% transformado em produto (NOVAMENTE) 12% 1,65% 7,6% 31,25% 5º Produto Distribuído - Atacado 0% 12% 1,65% 7,6% 21,25% 6º Produto Distribuído Varejo (Simples) 0% 0% 0% 0% 4% Carga Tributária Total 135,25%

16 O desafio de reciclar isopor: o papel do setor produtivo É preciso construir cadeias produtivas de reciclagem para: Reduzir o impacto ambiental dos resíduos sólidos nos ecossistemas dos cinco biomas; Garantir acesso à matéria-prima; Tornar preços viáveis; Conquistar mercado para os produtos reciclados. A reciclagem do isopor demanda elevados investimentos em tecnologia e equipamentos industriais para aumentar a escala e atingir níveis de custo adequados. As cooperativas de catadores em geral não têm interesse pelo isopor porque é barato, volumoso e de logística complexa. Por isso, o papel das indústrias é fundamental para viabilizar a reciclagem do isopor.

17 Produto útil, resíduo nefasto Assim como o isopor, o poliuretano traz inúmeros benefícios para a indústria e para o consumidor. É amplamente usado como isolante térmico em refrigeradores, freezers e câmaras frigoríficas, assim como em paredes de alvenaria e em estofados de móveis. Mas quando os resíduos são descartados demoram muito para se degradar e retardam a degradação dos outros materiais nos aterros.

18 Benefícios do programa de reciclagem Para o meio ambiente: Preserva os recursos naturais. Para a sociedade: Melhora a qualidade de vida; Estimula empregos nas empresas e nas cooperativas. Para o governo: Facilita a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para o gerador de resíduo: Reduz custos (aterros); Alinha o processo produtivo à Política Nacional de Resíduos Sólidos; Fortalece imagem de empresa sustentável; Agrega valor à marca.

19 O desafio de reciclar isopor: o papel do governo Desoneração tributária - Para estimular empresas a reciclar isopor e evitar concorrência de empresas que estão na informalidade - Imunidade tributária sobre produtos elaborados com material reciclado ou reaproveitado (aprovação PEC 1/2012) Desoneração de encargos trabalhistas Para estimular a contratação e treinamento de mão-de-obra para coleta e separação de isopor Incentivos financeiros Para estimular a expansão do negócio da reciclagem do isopor Educação Ambiental Para aumentar a consciência social sobre a importância da reciclagem do isopor e da siginificativa redução dos impactos ambientais que o lixo causa na natureza.

20 Tributação excessiva inviabiliza reciclagem A maior pressão de custos da atividade de reciclagem no Brasil decorre dos tributos - federais, estaduais e municipais. As exigências fiscais tornam os produtos reciclados mais caros que os elaborados com insumos novos. Por causa dos impostos, sai mais barato para a maior parte da indústria usar matéria prima virgem/nova do que reciclada. E a conta recai sobre toda a sociedade e o meio ambiente. Tributação excessiva é o grande entrave para a implementação da Lei de Resíduos Sólidos. Todas as etapas da cadeia industrial dos produtos que um dia se tornam resíduos são tributadas e resultam em receitas para a administração pública. A tributação da reciclagem é por isso uma bitributação, incompatível com as regras do nosso sistema tributário e com a política pública comprometida com a qualidade de vida da população. Principais conclusões de estudo realizado pela LCA Consultores a pedido da Confederação Nacional da Indústria - CNI

21 Solução tramita em ritmo lento A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição - PEC 1/2012 estimularia a disseminação da reciclagem de resíduos no Brasil. A PEC 1/2012 prevê a imunidade de impostos a produtos acabados elaborados preponderantemente (75%) com insumos provenientes de reciclagem ou reaproveitamento. Porém: A PEC 1/2012 tramita no Congresso Nacional em ritmo lento desde 2012. Enquanto isso, toneladas de isopor são lançadas diariamente nos aterros e lixões, levando centenas de anos para se decompor, ocupando muito espaço, diminuindo a área útil dos lixões e aterros e impedindo que outros materiais se decomponham.

22 Apoio a proposta de incentivo ao setor da reciclagem, nos sustentáveis moldes adotados pela Indústria Santa Luzia, como forma prática e viável de reduzir os impactos ambientais nos ecossistemas dos biomas brasileiros. Tadêu Santos - Ambientalista, integrante da ONG Sócios da Natureza e Conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) Se um país adota as políticas econômicas erradas, o progresso social pode estancar. Se um país adotar as políticas sociais erradas, o desenvolvimento econômico também pode estancar. Michael Porter Universidade de Harvard University Professor Fonte: Guia Exame de Sustentabilidade 2013

23 Contatos Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Rodovia Admar Gonzaga, 2765 - Itacorubi - 88034-001 - Florianópolis - SC Telefone: (48) 3241-4100 Sindicato das Industrias de Molduras da Região da Amurel e Amrec (SIndimolduras) Presidente: Marcos Effting Zanette Avenida Felipe Schimdt, 3041-88750 000 - Braço do Norte SC Telefone: (48) 3658-3679 I (48) 9192-3779 sindimolduras@gmail.com

Reciclagem do isopor: Circulo virtuoso beneficia a sociedade, a economia e o meio ambiente