Obesidade infantil: fatores de risco e intervenções de enfermagem pertinentes REVISÃO Cristiane Matos da Silva Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem. Cláudia Polubriaginof Docente do Curso de Graduação em Enfermagem. Orientadora. RESUMO Trata-se de uma revisão bibliográfica onde foram selecionados 10 artigos científicos com o objetivo de levantar os fatores de risco para sobrepeso e obesidade infantil e propor intervenções de enfermagem pertinentes. O excesso de peso acometeu principalmente escolares com sobrepeso/obesidade em escolas particulares, em famílias com maior renda per capita, e com mães de maior escolaridade e com excesso de peso. Observou-se um aumento crescente até os 9 anos e uma diminuição desses valores entre as crianças com 10 e 11 anos e crianças que não realizavam atividades físicas. A gênese da obesidade infantil está mais fortemente relacionada aos hábitos de vida e alimentares, ao padrão socioeconômico, ao nível de escolaridade materna, ausência de atividade física e influências sociais. O enfermeiro deve saber manejar muito bem o aleitamento materno, acompanhar a criança em todas as fases da vida e detectar precocemente riscos para a obesidade e sobrepeso. Descritores: Obesidade infantil/fatores de risco; Criança; Enfermagem. Silva CM, Polubriaginof C. Obesidade infantil: fatores de risco e intervenções de enfermagem pertinentes. INTRODUÇÃO A estabilização na disponibilidade dos alimentos, iniciada no período histórico da antiguidade, com o domínio das técnicas agrícolas, foi um marco na vitória do homem contra a morbimortalidade desencadeada pela fome, e consequentemente, um passo decisivo para a ascensão e manutenção da espécie humana. Todavia, mesmo nesse período no qual a inanição era predominante, já se encontravam, esporadicamente, casos de sobrepeso e obesidade na população. Atualmente, na era da globalização, houve uma inversão desse quadro: a desnutrição diminuiu, mas continua causando mortes em países subdesenvolvidos, enquanto a obesidade é considerada uma pandemia mundial e importante problema de saúde pública em países desenvolvidos e também nos subdesenvolvidos (1). O excesso de peso e a obesidade são encontrados com grande frequência, a partir de 5 anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras. A POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) revelou um salto no número de crianças de 5 a 9 anos com excesso de peso ao longo de 34 anos: em 2008-09, 34,8% dos meninos estavam com o peso acima da faixa considerada saudável pela OMS. Em 1989, este índice era de 15%, contra 10,9% em 1974-75. Observou-se padrão semelhante nas meninas, que de 8,6% na década de 70 foram para 11,9% no final dos anos 80 e chegaram aos 32% em 2008-2009 (2). Considerando que a obesidade é uma pandemia mundial, e vem acometendo cada vez mais as crianças, podendo trazer riscos para a saúde por ser uma doença crônica causada por diversos fatores, acredita-se que as ações de saúde neste contexto deveriam ser mais divulgadas e exercidas por profissionais de saúde qualificados para atender a população de maneira efetiva a fim de orientar sobre a patologia e prevenir a obesidade infantil, pois é uma enfermidade que pode perpetuar na vida dessa população até a fase adulta, podendo causar transtornos metabólicos, e todos os problemas gerados pela obesidade, causam má qualidade de vida. O profissional de enfermagem tem um papel importante na promoção e prevenção de saúde da criança e de toda a sua família, pois pode acompanhar e avaliar o crescimento e desenvolvimento nas fases de vida da criança durante as consultas de enfermagem e intervir quando necessário, podendo orientar a família sobre a melhor forma de cuidados para garantir a saúde da criança. De que forma então, o 112
enfermeiro pode contribuir para diminuir o número de crianças obesas e quais são os fatores de risco mais comuns para a obesidade infantil? Com base nesta questão a pesquisa teve como objetivo levantar os fatores de risco para obesidade infantil e propor intervenções de enfermagem pertinentes. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada no período de agosto a novembro de 2012, onde foram utilizados artigos científicos publicados entre 2004 e 2011, a base de dados utilizada foi a LILACS, disponível no Portal da Biblioteca virtual de Saúde (BVS), acessível diretamente em: http//www.bireme.br. A pesquisa foi complementada através de dois livros publicados entre 2006 e 2009 relacionados com o tema da pesquisa disponíveis na biblioteca da Universidade de Santo Amaro do Campus I. Na consulta à base de dados foram selecionados para a pesquisa somente dez artigos. A seleção dos artigos foi feita através da leitura dos títulos de cada trabalho, seguida da leitura do resumo daqueles que eram pertinentes ao tema obesidade infantil. Na primeira busca à base de dados LILACS, utilizou-se os descritores obesidade infantil e enfermagem que resultou em 87 referências, no entanto foram selecionados somente cinco artigos publicados em Português. Uma nova busca foi realizada com os descritores: obesidade, crianças e fatores de risco que culminou em um acervo de 1.426 referências, sendo 130 em língua portuguesa, porém, foram selecionados cinco artigos relacionados com o tema da pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO O que é Obesidade? A obesidade pode ser compreendida como um agravo de caráter multifatorial envolvendo questões biológicas, econômicas, sociais, culturais e políticas. O determinante mais imediato do acúmulo excessivo de gordura e, por consequência, da obesidade, é o balanço energético positivo. O balanço energético pode ser definido como a diferença entre a quantidade de energia consumida e a quantidade de energia gasta na realização das funções vitais e de atividades em geral. O balanço energético positivo acontece quando a quantidade de energia consumida é maior do que a quantidade gasta (4). Os parâmetros antropométricos usualmente utilizados para avaliar a condição nutricional de crianças são: peso, estatura (altura ou comprimento), perímetro cefálico, torácico, braquial e abdominal. Se a criança tem até cinco anos recomenda-se a utilização das curvas de crescimento da Organização Mundial de saúde (OMS). As curvas na tabela de crescimento representam percentis. Um percentil é baseado em uma escala de 100. Se a criança está no percentil 50, metade das crianças da mesma idade é maior e metade é do mesmo tamanho ou menor. Em uma tabela de crescimento, estas linhas indicam padrões esperados de ganho de peso e altura. Ela é ideal quando os percentis de peso e altura estão se mantendo, mas pode diferir dependendo do crescimento da criança (3). O índice peso por altura é o índice mais sensível para diagnosticar o excesso de peso, pois expressa o equilíbrio entre as dimensões de massa corporal e altura. Quando maior ou igual ao percentil 97 indica risco para sobrepeso e menor que o percentil 3, desnutrição aguda (5). Contexto Familiar, Percepção Materna e a questão da Educação Alimentar. Os hábitos alimentares são formados por meio de complexa rede de influências ambientais. Os pais influenciam de maneira direta a escolha dos tipos e quantidades de alimentos que as crianças consomem. E acabam selecionando alimentos mais práticos ou alimentos que preferem consumir (3). Alguns estudos mostram que o controle da alimentação, na maioria das famílias tem sido da mulher. Ainda que esta exerça atividade remunerada, continua como a primeira responsável pela alimentação da família, assumindo, assim, uma das funções mais importantes nos trabalhos domésticos e na criação dos filhos (6). Nessa perspectiva, é necessário abordar a escolha correta dos alimentos no que se refere ao valor de seus nutrientes, sabor e apresentação estética, frequência entre as refeições, ambiente onde a refeição será realizada e a implementação de atividades físicas no caso das crianças com o peso elevado para a idade. Por outro lado, o fato de a criança conviver com outras pessoas, principalmente avos, faz com que as refeições saudáveis sejam substituídas por guloseimas (7). Há uma possibilidade de encarar, a obesidade e o sobrepeso infantil como algo normal para a idade, concebido como sendo um fenômeno passageiro devido aos padrões culturais (8), onde se acredita que criança saudável e bonita é aquela que é forte e gordinha, por isso é muito importante e fundamental a percepção materna quanto ao estado nutricional do filho. Aquela mãe que percebe que seu filho está acima do peso e sabe que isso pode trazer problemas para a saúde dele, tende a se preocupar com o ganho de peso excessivo e passa a monitorar o peso da criança, nesse momento é importante que a mãe procure o serviço de saúde para que possa ser orientada sobre a reeducação alimentar. Classe Social e Fatores de Risco O sobrepeso de escolares encontra-se condicionado aos padrões socioeconômicos e familiares e às características e comportamentos das crianças (9). Um estudo (10) realizado com crianças menores de quatro anos revela que a primiparidade e o trabalho materno aos quatro meses de idade das crianças também se associaram positivamente com o sobrepeso infantil, pois as mães não conseguem conciliar a amamentação com o trabalho e amamentam por um período mais curto, antes dos seis meses necessários para um bom crescimento e desenvolvimento da criança, e introduzem outros tipos de alimentos ricos em gordura animal e açucares, como o leite de vaca, farinhas lácteas, yogurtes, papinhas, etc. Quando a mulher é mãe de primeira viagem, ou seja, primípara ela 113
não tem muita vezes autonomia para cuidar do seu filho e é muito influenciada pela mãe e avós a dar antes dos seis meses da criança, outros alimentos que dizem melhoram cólicas ou alimentos que vai fazer seu filho ficar mais forte. Por isso a amamentação ineficaz atrelada a outras condições exógenas, possibilita a gênese do excesso de peso na população infantil (1). O organismo da criança antes dos 6 meses não está preparado para receber outro alimento que não seja o leite materno, e quando outro alimento é introduzido a metabolização torna-se mais difícil favorecendo o acumulo de gordura nos tecidos. A prevalência total de sobrepeso encontrada em crianças menores de quatro anos foi de 12,5%, sendo 11,2% entre as crianças do sexo feminino e 13,7% entre as do sexo masculino. Mães que trabalham fora do lar têm uma tendência de agradar os filhos com merendas, que na maioria das vezes apresentam alto valor calórico e baixo valor nutricional (10), essa tendência acontece talvez porque as mães se sentem culpadas por não dar a atenção que gostariam para seus filhos, ou por não terem tempo suficiente para preparar uma alimentação saudável. Outro estudo (11), revela que o excesso de peso acometeu, principalmente, as crianças com 6 anos de idade (26,7%). Porém, observou-se um aumento crescente até os 9 anos, em que foi observada uma prevalência de 5,4% de excesso de peso e uma diminuição desses valores entre as crianças com 10 e 11 anos. Houve predominância do sexo feminino (54,2%) com sobrepeso, talvez por que o número de participantes da pesquisa femininos foi maior. Foram identificadas 15,1% com sobrepeso e 6,5% com obesidade. O autor não levou em consideração a questão do gênero como fator para a gênese da obesidade infantil, pois em diversos estudos não houve um consenso com acometimento maior de um dos sexos. Outro estudo realizado com escolares de 6 a 11 anos mostra que houve prevalência de escolares com sobrepeso/ obesidade em escolas particulares, em famílias com maior renda per capita, e com mães de maior escolaridade e com excesso de peso. Escolares de escolas particulares apresentaram maior prevalência de sobrepeso (21,8%) em comparação às das escolas públicas (11,5%) (12). O fato de a mãe ter maior escolaridade possibilita um melhor emprego com um ganho melhor de salário, fazendo com que ela tenha maiores condições de pôr seu filho em uma escola particular. As escolas públicas fornecem uma alimentação mais saudável para as crianças servindo café da manhã no período da manhã e refeições seguidas de frutas. Nas escolas particulares os alunos são obrigados a levar lanches preparados em casa e muitas vezes os pais preferem escolher alimentos de fácil preparo e industrializados conforme a escolha da criança, por muitas vezes não ter tempo de preparar um alimento mais saudável e por satisfazer o gosto do filho, pois sabe que seu filho não come caso mande um alimento que ele não está acostumado a comer ou que ele não goste. Na maioria das vezes as crianças levam dinheiro para a escola, e se alimentam de lanches com alto teor calórico vendidos em cantinas como: coxinha, hamburguês, cachorro quente, pastel e doces, favorecendo o ganho de peso. As meninas, em comparação com os meninos, têm maiores prevalências de obesidade e sobrepeso nas escolas estaduais e municipais, mas ocorre o contrário nas escolas privadas, onde os meninos têm as maiores prevalências. Entretanto, a menor prevalência de obesidade entre as meninas com melhores condições econômicas possivelmente decorra da pressão do padrão cultural de beleza feminino, vigente (5). Os escolares de mães e pais com maior nível de escolaridade tiveram chances de 3,3 e 2,2 vezes, respectivamente, maior de terem sobrepeso em relação aos de baixa escolaridade. Observou-se uma relação diretamente proporcional entre a renda familiar per capita e a chance de sobrepeso. A chance de sobrepeso foi maior nos filhos únicos ou que tinham apenas um irmão. A obesidade é mais frequente nos segmentos populacionais de melhor nível socioeconômico, associação verificada de forma consistente tanto com a variável renda quanto com a variável escolaridade materna (9). Foi observada associação estatística forte entre IMC dos pais, especialmente o da mãe, e o sobrepeso dos escolares. A frequência de sobrepeso e obesidade nas crianças foi de 51,8% quando ambos os pais eram obesos, 50% quando um dos pais era obeso, e 19,6% quando nenhum dos pais era obeso. Houve uma correlação fortemente positiva entre o sobrepeso e a obesidade dos pais e o sobrepeso e a obesidade das crianças (13). No entanto esses dados foram coletados em uma parcela pequena de pais e escolares de uma escola em Brasília, por isso é importante realizar outros estudos em escolares no país. Houve também maior prevalência de escolares com sobrepeso/obesidade entre os que não realizavam atividades físicas não programadas o mesmo não ocorreu relativo às crianças que realizavam atividades físicas programadas. A prática de atividades programadas em academias, na população infantil, é esporádica e relacionada a melhores condições econômicas e fatores culturais (12), contudo, a criança com um nível social econômico mais baixo pode realizar atividade física não programada, ou seja, andar de bicicleta, jogar bola, pular corda, etc. No entanto a influência da mídia faz com que a tecnologia alcance também as classes menos abastadas, tornando possível o acesso a equipamentos eletrônicos, fazendo com que essas crianças adquiram o hábito de passarem a maior parte do tempo sentadas em frente à televisão, videogame e internet, sem praticar nenhuma atividade física. O medo, insegurança e a violência nas grandes cidades fazem com que os pais não permitam que seus filhos brinquem nas ruas com outras crianças, tornando as brincadeiras de rua cada vez mais raras. Consequências da Obesidade A obesidade infantil é uma enfermidade crônica de alto risco e dispendiosa e uma das mais prevalentes em todo o mundo, com tendência para aumentar. Para, além disso, reveste-se de particular gravidade uma vez que se acompanham vários fatores de risco e patologias, como hipertensão arterial, diabetes e doenças cardiovasculares, câncer, problemas gastrointestinais, problemas respiratórios 114
e artrite. O aumento do colesterol e diabetes tipo 2, ou não insulinodependente, que era observada em adultos, já está sendo diagnosticada em crianças obesas (6). Além disso, a criança pode desenvolver na adolescência problemas psicológicos devido apelidos, rejeição dos colegas, podendo levar a baixa autoestima do indivíduo, causando transtornos alimentares como a bulimia e anorexia. Lembrando que quando o tratamento na infância não for adequado, a obesidade pode perpetuar até a fase adulta. Todos esses problemas causam má qualidade de vida, e oneração aos cofres públicos por meio de tratamentos e internações dispendiosas e/ou até mesmo levar o indivíduo à morte (8). Papel da Enfermagem O cuidado à saúde infantil consiste em um conjunto de ações em ambientes nos quais a criança está inserida. Em um estudo (14), acredita-se que é fundamental, no cuidado de Enfermagem, a compreensão do contexto cultural no qual a criança obesa e sua família estão inseridas. Dessa forma, o enfermeiro busca fatores determinantes de risco para a gênese da obesidade infantil. A enfermagem pode contribuir de forma muito positiva para a prevenção da obesidade infantil uma vez que, participa dos cuidados direcionados a criança desde o ventre materno, nas consultas de enfermagem no pré-natal onde a enfermeira pode orientar a gestante quanto à escolha certa da alimentação mais saudável, contribuindo com a mudança dos hábitos alimentares, favorecendo toda a família, já que a mãe na maioria das vezes é responsável pela alimentação dos seus filhos. Entre os cuidados de enfermagem destaca-se o manejo do aleitamento materno orientando a mãe sobre a importância e benefícios da amamentação até os 6 meses da criança, já que a amamentação ineficaz pode favorecer o surgimento de um cenário propício para a gênese da obesidade infantil e a vulnerabilidade infantil frente à obesidade é uma temática relevante para a pesquisa e atuação terapêutica de enfermagem na prevenção dessa doença metabólica, através da educação em saúde, com incentivos corretos e suficientes acerca do aleitamento materno já que esse momento feminino é marcado, algumas vezes, por receio, insegurança e dor (1). Nas consultas de enfermagem seja em domicílio ou ambulatório, é importante medir e pesar a criança desde os seus primeiros dias de vida, os dados podem ser marcados nos gráficos da caderneta de vacinação para acompanhamento do crescimento e ganho de peso, conforme a idade. Desta maneira fica muito fácil perceber quando a criança está com excesso de peso e medidas de prevenção podem ser tomadas, com investigação da alimentação, questionando a mãe ou o responsável pela alimentação e cuidados da criança, sobre que tipo de alimento que está sendo dado e quais os intervalos das refeições e avaliar se a alimentação fornecida e o modo de preparar o alimento estão de acordo com a idade. Vale lembrar que é imprescindível orientar a mãe ou o responsável a levar a caderneta de vacinação em todas as consultas médicas e de enfermagem, já que deve conter dados importantes para avaliar o ganho de peso da criança. É muito importante ter conhecimento e autonomia nas consultas de enfermagem, deixando claro que a função do enfermeiro também é educar, e vigiar, percebendo não só o sobrepeso e obesidade, mas também avaliar risco para desnutrição. Explicar para os pais de crianças obesas sobre como o padrão alimentar ineficaz pode comprometer biopsicossocialmente a vida da criança. A enfermagem pode colaborar também no âmbito de creche, na detecção precoce de distúrbios nutricionais, além de realizar a educação em saúde para as famílias dessas crianças (8) e participar no desenvolvimento de ações de promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis, conhecer e estimular a produção e consumo dos alimentos saudáveis produzidos regionalmente (4). A enfermagem pode ainda realizar um valiosíssimo trabalho no Sistema único de saúde, estimulando a participação comunitária para ações que visem à melhoria da qualidade de vida da comunidade, realizar ações de promoção de saúde, prevenção do excesso de peso e a obesidade, realizar ações de vigilância nutricional, acompanhar as ações dos auxiliares de enfermagem e dos agentes comunitários, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares, aferir os dados antropométricos de peso e altura, avaliar os casos de riscos e quando for necessário buscar o apoio especializado, utilizar o serviço de nutrição, o clínico ou outros profissionais. Acompanhar o controle dos agravos à saúde associados, participar e coordenar atividades de educação permanente no âmbito da saúde e nutrição, sob a forma da coparticipação, acompanhamento supervisionado, discussão de caso e demais metodologias da aprendizagem em serviço, e participar das reuniões de equipe de planejamento e de avaliação (4). Cabe ainda registrar dados do atendimento no prontuário do paciente para que os outros profissionais possam visualizar as ações realizadas e dar continuidade a assistência. CONCLUSÃO Os fatores de risco mais comuns para a gênese da obesidade infantil estão mais fortemente relacionados aos hábitos de vida e alimentares da família que influencia nos hábitos da criança, ao padrão socioeconômico, ao nível de escolaridade principalmente materna, ausência de atividade física e influências sociais. Os resultados nos permite refletir que ações de saúde devem ser implantadas, em instituições de saúde. A mídia seria um meio de divulgar melhor os problemas relacionados com a obesidade, pois garante um meio de comunicação que leva informações para todas as classes sociais. Quanto às intervenções de enfermagem pertinentes é muito importante ressaltar a importância de profissionais de enfermagem na prevenção da obesidade infantil. O enfermeiro participa do processo cuidar, que permite a interação a partir da comunicação, respeito e responsabilidade com o indivíduo em todas as fases da vida. Neste caso conclui-se o enfermeiro deve ter bom conhecimento do manejo do aleitamento materno, para 115
proporcionar a nutriz segurança, conhecimento e perseverança, para dar continuidade à alimentação correta do seu filho de acordo com seu desenvolvimento. O enfermeiro deve ainda acompanhar a criança em todas as fases da vida, observando seu crescimento e desenvolvimento para detectar precocemente riscos para a obesidade e sobrepeso. Deve haver uma interação entre as equipes de saúde para que assistência seja dada de forma efetiva e contínua, uma vez que para cuidar da criança precisa-se também cuidar da família, pois é preciso conscientizar as pessoas sobre a importância da mudança dos hábitos de vida e hábitos alimentares, devido e os problemas de saúde gerados pela obesidade. REFERÊNCIAS 1. Araujo MFM, Beserra EP, Chaves ES. O papel da amamentação ineficaz na gênese da obesidade infantil: um aspecto para a investigação de enfermagem. Acta Paul Enferm. 2006;19(4):.450-5 2. 2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares POF 2008-2009. [citado em: 2010 Ago 27]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ home/presidencia/noticias/noticia_visualiza. php?id_noticia=1699&id_pagina=13. 3. Barbosa VLP. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência: exercício, nutrição e psicologia. 2ª ed. Barueri: Manole; 2009. 4. Ministério da Saúde (BR). Cadernos de atenção básica: obesidade: Brasília: Ministério da Saúde; 2006. 5. Felisbino MS, Campos MD, Lana FCF. Avaliação do estado nutricional de crianças menores de 10 anos no município de Ferros, Minas Gerais. Rev Esc Enferm USP. 2010; 44(2): 257-65. 6. Giampietro EB. Em busca da compreensão dos fenômenos revelados na relação família-obesidade.1ª ed. Franca: UNESP; 2006. 7. Silva DA, Andrade GN, Ferreira FMR Andrade E, Madeira AMF. Percepção materna acerca do distúrbio nutricional do filho: um estudo compreensivo. Rev Min Enferm. 2011;15(4): 498-503. 8. Araújo MFM, Lemos ACS, Chaves ES. Creche comunitária: um cenário para a detecção da obesidade infantil. Ciência Cuidado Saúde. 2006; 5(1): 24-31. 9. Guimarães LV, Barros MBA, Martins MSA, Duarte EC. Fatores associados ao sobrepeso em escolares. Rev. Nutr. 2006; 19(1): 5-17. 10. Jesus GM, Vieira2 GO, Vieira TO, Martins CC, Mendes CMC, Castelão ES. Fatores determinantes do sobrepeso em crianças menores de 4 anos de idade. J Pediatr. 2010; 86(4): 311-6. 11. Macedo SF. Sobrepeso e obesidade em crianças de escolas públicas de Fortaleza: um estudo exploratório. J. Bras. Enferm. 2009;8(2). 12. Travi MIC. Prevalência de sobrepeso, obesidade e Circunferência abdominal alterada em escolares de 6 a 11 anos de idade em campo Grande/MS. Rev. Bras.Psiq. 2011; 24(1): 54-62. 13. Giugliano R. Fatores associados à obesidade em escolares: Sobrepeso, sono, índice de massa corporal, sedentarismo. J. Pediatr. 2004; 80(1): 17-22. 14. Araujo MFM, Beserra EP, Araujo TM, Chaves ES. Obesidade infantil: uma reflexão sobre dinâmica familiar numa visão etnográfica. Rev. RENE. 2006; 7(1): 103-8. 116