INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL.

Documentos relacionados
Inventário extrajudicial

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Marcus Kikunaga. Aula dia 22/08/2018.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula 27 de sucessão ministrada dia 30/05/2018. Inventário extrajudicial.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

EM DIREITO IMOBILIÁRIO

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 31/10/2018.

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 12

Legale Educacional. INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL Prof. Kikunaga

Provimento nº 04/07-CGJ - Corregedoria Regulamenta Escrituras de Partilha, Separação e Divórcio Qui, 08 de Fevereiro de :51

INVENTÁRIO E PARTILHA

Maurício Pinto Coelho Filho Juiz Auxiliar da Corregedoria Superintendente dos Serviços Notariais e de Registro do Estado de Minas Geras

Inventário e Partilha Extrajudicial

O INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E SEU PROCESSAMENTO BREVES CONSIDERAÇÕES

DECLARAÇÃO DE ÚNICOS HERDEIROS

DIREITO CIVIL VI AULA 3: Aceitação da Herança e Herança Vacante

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 20/02/2019. Sucessão.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 02/05/2018. (Aula 19 de sucessão).

Procedimento A partir do artigo 693, NCPC Petição inicial Audiência de Conciliação e Mediação Contestação Réplica

Legale Educacional. INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL Prof. Kikunaga 2018


Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 16/05/2018. (Aula 23 de sucessão). Inventariante.

O inventário extrajudicial e seu processamento breves considerações

Direito Civil Prof. Conrado Paulino Rosa

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO ALCIDES (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA. São Paulo, 10 de julho de 2018.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 3ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 18/06/2018. Sucessão.

Noções Introdutórias Abertura da Sucessão. Transmissão da Herança. Aceitação e Renúncia da Herança. Cessão da Herança

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 29/10/2018. Divórcio e separação consensual.

Direito das Sucessões

DIREITO CIVIL VI AULA 1: Introdução ao Direito das Sucessões

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Art A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

DIREITO DE FAMÍLIA ROTEIRO DE AULA Profa. Dra. Maitê Damé Teixeira Lemos

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Direito Civil. Sucessão em Geral. Professora Alessandra Vieira.

PÓS-GRADUAÇÃO MBA - DIREITO IMOBILIÁRIO. Prof. Marcus Vinicius Kikunaga TURMAS 14 e 04 (on-line) 07/06/2018 DIREITO NOTARIAL

Na forma plúrima é feita por instrumento particular e instrumento público.

INVENTÁRIO E PARTILHA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

DIREITO CIVIL VI AULA 2: Sucessão e Herança

SUMARIO. Parte I SUCESSÃO EM GERAL I. INTRODUÇÃO AO DIREITO SUCESSÓRIO... 3

Direito Civil Aula 14 Profª Patrícia Strauss

Adjudicação A) ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA

DIREITO DAS SUCESSÕES DIREITO DAS SUCESSÕES. Prof. EDUARDO DOMINGUES

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

CARTILHA PRÁTICA PARA INVENTÁRIOS. Morrer é realizar o sonho de fugir de casa. (Mario Quintana)

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO CIVIL: FAMÍLIA E SUCESSÕES PROF.ª CARLA CARVALHO

ANOTAÇÕES E AVERBAÇÕES

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 52

Direito Civil VII. Direito das Sucessões

DOS SONEGADOS DA GARANTIA DOS QUINHÕES HEREDITÁRIOS. Da garantia dos quinhões hereditários. Dos sonegados 27/10/2016

T A B E L A Emolumentos Recompe-MG Emolumentos Taxa de Valor Final Código ATOS DO TABELIÃO DE NOTAS. ISSQN 1% Sobre Emolumentos Líquidos

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Sucessão.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

T A B E L A Sem Arredondamento Emolumentos Recompe-MG Emolumentos Taxa de Valor Final Código ATOS DO TABELIÃO DE NOTAS

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), RENATO SARTORELLI E VIANNA COTRIM.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 13/05/2019.

DIREITO CIVIL VI AULA 5: Petição de Herança e Ordem de Vocação

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Sucessão que segue as regras da lei quando: DIREITO DAS SUCESSÕES

APELANTE: DORVALINA BIANCO SCHLICKMANN. 1º OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DE FRANCISCO BELTRÃO. RELATOR: Desembargador MÁRIO HELTON JORGE

ESCRITURA escritura ato notarial tabelião,

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Separação, Divórcio e Inventário por Escritura Pública

1 - Introdução: 1 - Introdução: SUCESSÃO LEGÍTIMA: ASPECTOS ESPECÍFICOS 20/10/2014

LEI Nº /2007 ESCRITURA PÚBLICA DE INVENTÁRIO E PARTILHA

Da Solicitação. Do Prazo

DIREITO CIVIL. Direito das Sucessões. Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 1. Prof ª. Taíse Sossai

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 18/03/2019. Herança jacente (continuação).

SUMÁRIO PREFÁCIO INTRODUÇÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS AS ATUAÇÕES DO MAGISTRADO (ESTADO-JUIZ) E DO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Nome.

Corregedoria Geral de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ENUNCIADOS TABELIONATO DE NOTAS ANOREG SE

DIREITO DAS SUCESSÕES. CONCEITOS FUNDAMENTAIS E REGRAS GERAIS

Do INVENfÁRIo E DA PAKI'IIHA. Anotações e Prática DIREITO DAS SUCESSÕES. José Reinaldo Coser. Leme - SP 2015 EDIJUR. 4 a edição

ATA NOTARIAL. Ata notarial. Fato = gerar fé-pública, com a ata notarial pode-se relatar os fatos.

INVENTÁRIOS EXTRAJUDICIAS ATUALIDADES

PÓS-GRADUAÇÃO MBA - DIREITO IMOBILIÁRIO Prof. Marcus Vinicius Kikunaga TURMAS 14 e 04 (on-line) 20/03/2018 PRINCÍPIOS DO DIREITO NOTARIAL REGISTRAL

SUMÁRIO. Parte I TEORIA 1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES... 21

INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

CONVIVENTE: A PERSPECTIVA DE UM NOVO ESTADO CIVIL E SEUS REFLEXOS PARA O RCPN

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Renúncia.

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 03

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

RESOLUÇÃO Nº 35, DE 24 DE ABRIL DE 2007

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 24/04/2019.

" ",,~~~',j. arlo. \\1 Sum'.

PROJETO DE LEI N.º 4.725, DE 2004 (Do Poder Executivo)

Relações Familiares: efeitos sobre o patrimônio e possíveis soluções

Transcrição:

Prof. Marcus Vinicius Kikunaga TURMAS 14 e 04 (on-line) 13/09/2018 INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL. Testamento: o sistema prefere que a sucessão ocorre através do testamento, pois neste já está determinado a forma de partilha (negócio jurídico unilateral não receptício. Sucessão Adota o Principio Saisine (art. 1.784, CC) Morte = abre-se a sucessão; Civil; Regime Jurídico adotado Tributário. (Art. 110 CTN) Princípio de Saisine, princípio de origem francesa, pelo qual se estabelece que a posse dos bens do "de cujus" se transmite aos herdeiros, imediatamente, na data de sua morte. Esse princípio foi consagrado em nosso ordenamento jurídico pelo art. 1.784, do Código Civil. Legitima: adota critério que é o afetivo, por isso as pessoas acham desnecessário fazer testamento. A partilha de bens tem que ser analisada em dois aspectos: a) extrínseco = analise por documento (ex. valor venal); b) intrínseco = analisa a qualidade do bem, apurando o valor de mercado há muita confusão pois geralmente as pessoas omitem os verdadeiros valores (regra do CPC). OBS: A sucessão rege-se pela lei vigente ao tempo da sua abertura, o que ocorre com a morte do autor da herança. Página 1 de 17

Art. 1.787, CC. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela. OBS: A fixação da base de cálculo do ITCMD se dá no momento da morte transformando o valor integral do monte mor de moeda corrente para unidade fiscal do estado (UFESP). Exemplo: 2018 2002 Adequa-se a moeda UFESP Ano da morte OBS: O fisco estadual tem prazo de 5 anos para cobrança do ITCMD sob pena de prescrição tendo como termo inicial o 1º dia do exercício seguinte da ocorrência do fato gerador (morte). PRINCÍPIOS. Princípio da Confiança: Ao inventariante é livre a escolha do tabelião de notas, independentemente de seu domicilio, conforme disposto no art. 8º, da Lei nº. 8.935/94 e do Art. 1º da Resolução nº. 35/2007 do CNJ. Desta forma, abre-se uma exceção de competência processual, ou seja, não aplica-se a competência do prevista no art. 1.785, do Código Civil. Art. 1.785, CC. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido. (Não aplica-se este dispositivo). Art. 8º, Lei nº. 8.935/94. É livre a escolha do tabelião de notas, qualquer que seja o domicílio das partes ou o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio. (Negrito nosso). Art. 1º, Res. 35/07 CNJ. Para a lavratura dos atos notariais de que trata a Lei nº 11.441/07, é livre a escolha Página 2 de 17

do tabelião de notas, não se aplicando as regras de competência do Código de Processo Civil. (Negrito nosso). Princípio da Facultatividade: O inventariante pode escolher qual via quer adotar, judicial ou extrajudicial, podendo inclusive desistir ou migrar do inventário judicial para o extrajudicial, requerendo a suspensão do judicial por 30 dias, logrando êxito no procedimento extrajudicial extingue-se o processo judicial. Importante salientar, que não sendo beneficiário da justiça gratuita terá de arcar com as custas e despesas dos dois procedimentos. Art. 2, Res. 35/07 CNJ. É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou extrajudicial; podendo ser solicitada, a qualquer momento, a suspensão, pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via extrajudicial. (Negrito nosso). Princípio da Efetividade: A escritura pública tem força para transferência de bens e levantamento de valores, não dependendo de homologação judicial. Art. 3º, Res. 35/07 CNJ. As escrituras públicas de inventário e partilha, separação e divórcio consensuais não dependem de homologação judicial e são títulos hábeis para o registro civil e o registro imobiliário, para a transferência de bens e direitos, bem como para promoção de todos os atos necessários à materialização das transferências de bens e levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial, Registro Civil de Pessoas Jurídicas, instituições financeiras, companhias telefônicas, etc.) (Negrito nosso). Princípio da Acessibilidade: É possível que seja concedida a gratuidade nos procedimentos extrajudiciais realizados no cartório, com base no art. Página 3 de 17

6º da Resolução nº 35/2007, todavia a maioria dos registradores não concedem este benefício, utilizando-se da lacuna existente na alteração do Código de Processo Civil em seu art. 98, pois no entendimento dos registradores e notários somente são aceitos os casos que sejam decorrentes de processo judicial cujo benefício tenha sido concedido. Art. 6º, Res. 35/07 CNJ. A gratuidade prevista na Lei n 11.441/07 compreende as escrituras de inventário, partilha, separação e divórcio consensuais. (VIGENTE). Art. 98, CPC. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. 1o A gratuidade da justiça compreende: (...) IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido. OBS: O registrador somente pode recusar o registro nos casos de fraude a lei, vicio na manifestação da vontade e potencial prejuízo as partes. Desta forma, é possível sim a concessão da gratuidade nos procedimentos extrajudiciais, bastando apenas a declaração expresso dos interessados que estes não tem condições se arcar com os emolumentos. Item 79.1, capitulo XIV, NSCGJ/SP. A obtenção da gratuidade dependerá de simples declaração dos interessados de que não possuem condições de arcar com os emolumentos, ainda que as partes estejam assistidas por advogado constituído. (Negrito nosso). Concedido o benefício caso o registrador suspeite da fraude este deve comunicar por escrito ao Juiz Corregedor. Página 4 de 17

Ademais, conforme determinação do provimento nº. 53 de 16 de maio de 2016 do CNJ, existe ainda a possibilidade de averbação direta no RCPN da sentença estrangeira de divórcio consensual no assento de casamento, independentemente de homologação judicial, cuja previsão legal encontrase no art. 961 do Código de Processo Civil. Art. 961, CPC. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. (...) 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. (...) (Negrito Nosso). Princípio da Assistência Jurídica: O advogado é indispensável, requisito obrigatório. Art. 8º, Res. 35/07 CNJ. É necessária a presença do advogado, dispensada a procuração, ou do defensor público, na lavratura das escrituras decorrentes da Lei 11.441/07, nelas constando seu nome e registro na OAB. (Negrito nosso). Princípio da Vedação de indicação do Advogado: O tabelião não pode indicar advogado para os interessados, contudo, pode encaminhar para a defensoria pública ou para a OAB. Art. 9º, Res. 35/07 CNJ. É vedada ao tabelião a indicação de advogado às partes, que deverão comparecer para o ato notarial acompanhadas de profissional de sua confiança. Se as partes não dispuserem de condições econômicas para contratar advogado, o tabelião deverá recomendar-lhes a Defensoria Pública, onde houver, ou, na sua falta, a Página 5 de 17

Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. (Negrito nosso). OBS: Expedição de 2º traslado como verba honorária. Item 82, Capitulo I Tomo II, NSCGJSP. Caso as partes não disponham de condições econômicas para contratar advogado, o Tabelião de Notas deve recomendar-lhes a Defensoria Pública, onde houver, ou, na sua falta, a Seccional da OAB.5 Item 82.1, Capitulo I Tomo II, NSCGJSP. Sempre que nomeado advogado dativo em virtude do convênio Defensoria Pública-OAB, o Tabelião de Notas expedirá um segundo traslado do ato notarial, que servirá como certidão de verba honorária, nos termos do referido convênio. (Negrito nosso). Bem Jurídico: Objetivo principal do CNJ é tornar mais ágeis e menos onerosos os atos a que se refere e, ao mesmo tempo, descongestionar o Poder Judiciário; Regime Jurídico: Judicial Art. 610 caput, CPC. 1. Testamento 2. Incapacidade Herdeiro 3. Litigio Inventário Extrajudicial Art. 610, 1º, CPC. 1. Consenso 2. Capacidade herdeiro 3. Sucessão legitima Página 6 de 17

OBS: Mesmo se tiver testamento e houver consenso, pode ser feito o inventário extrajudicial, conforme Provimento nº. 37/2016 CGJ/SP, que alterou o item 129, do capítulo XIV, das NSCGJ. Item 129. Cap. XIV, NSCGJ. Diante da expressa autorização do juízo sucessório competente, nos autos do procedimento de abertura e cumprimento de testamento, sendo todos os interessados capazes e concordes, poderão ser feitos o inventário e a partilha por escritura pública, que constituirá título hábil para o registro imobiliário. Pressupostos: Art. 610, CPC. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. 9Negrito nosso). 1º Sucessão legítima; 2º Consenso; 3º Capacidade civil herdeiros: a. É possível o interessado emancipado; b. É possível a representação por procuração: Página 7 de 17

Art. 12, Res. 35/07 CNJ. Admitem-se inventário e partilha extrajudiciais com viúvo(a) ou herdeiro(s) capazes, inclusive por emancipação, representado(s) por procuração formalizada por instrumento público com poderes especiais. vedada a acumulação de funções de mandatário e de assistente das partes (excluído pela Resolução nº 179, de 03.10.13) (Negrito nosso). c. Inexistência de nascituro: Art. 1.798, CC. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. (Negrito nosso). Item 86.1. As partes devem, ainda, declarar ao tabelião, na mesma ocasião, que o cônjuge virago não se encontra em estado gravídico, ou ao menos, que não tenha conhecimento sobre esta condição. (Negrito nosso) Requisitos: 1º Presença de advogado, comum ou não (artigo 610, 2º do CPC): Autor da Herança Viúva Herdeiros Processo F1 F2 F3 Advogado Pode ser herdeiro e advogado? R. Sim. Página 8 de 17

Pode ser advogado e procurador dos demais interessados? R. Sim, desde que não haja conflito de interesse (caso de anulabilidade). OBS: A procuração para inventário tem como pressuposto ser um instrumento de nunciação = é aquele em que o representante não tem discricionariedade (procuração especial especifica, sinônimo de procuração em causa própria na sua estrutura apenas). OBS: O testamento é aberto, interpretado e registrado no oficio judicial em livro próprio. 2º Inexistência de débitos fiscais: Art. 22, Res. 35/07 CNJ. Na lavratura da escritura deverão ser apresentados os seguintes documentos: a) certidão de óbito do autor da herança; b) documento de identidade oficial e CPF das partes e do autor da herança; c) certidão comprobatória do vínculo de parentesco dos herdeiros; d) certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos herdeiros casados e pacto antenupcial, se houver; e) certidão de propriedade de bens imóveis e direitos a eles relativos; f) documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens móveis e direitos, se houver; g) certidão negativa de tributos; e h) Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR, se houver imóvel rural a ser partilhado. (Negrito nosso). (SP) 115.2. Os débitos tributários municipais e da receita federal (certidões positivas fiscais municipais ou federais) impedem a lavratura da escritura pública. O cartório não pode deixar de registrar se não houver a certidão na negativa cabe pedido de providência. Tal obrigatoriedade de apresentação das certidões foram objetos de ADIns nº 173-6/DF e 394-1/DF, cujo acórdão de julgamento foi Página 9 de 17

proferido pelo STF em 20 de março de 2009, que declarou a inconstitucionalidade do art. 1º, incisos I, II, IV, 1º à 3º e art. 2º da Lei nº. 7.711/88, que dispunha sobre a obrigatoriedade da apresentação de CND's - Certidões Negativas de Débitos das empresas que precisassem formalizar operações de crédito, registrar contratos em cartórios ou formalizar alterações contratuais nas juntas comerciais, assim como transferência de domicílio para o exterior. Neste sentido segue jurisprudência: REGISTRO DE IMÓVEL Dúvida Carta de sentença extraída dos autos de ação de adjudicação compulsória Exigência de apresentação de certidões negativas de débitos previdenciários, tributários e de contribuições federais, com base no artigo 47, I, b, da Lei 8.212/91 Posicionamento modificado e consolidado pelo Conselho Superior da Magistratura, baseado em precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, de que a exigência é indevida Certidões dispensadas Recurso provido. Acórdão CSM/SP 0001379-65.2013.8.26.0116. Relator: Hamilton Elliot Akel. Data julgamento: 18/03/2014. Temos ainda o Item 119.1 das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo. Item 119.1. Cap. XX, NSCGJSP. Com exceção do recolhimento do imposto de transmissão e prova de recolhimento do laudêmio, quando devidos, nenhuma exigência relativa à quitação de débitos para com a Fazenda Pública, inclusive quitação de débitos previdenciários, fará o oficial, para o registro de títulos particulares, notariais ou judiciais. (Negrito nosso). Página 10 de 17

3º Ausência de testamento: Testamento Eficaz: desde que haja autorização judicial expressa. Entrar com ação de abertura, interpretação e cumprimento do testamento, pedindo a aplicação do Item 129 da NSCGJ, que o juiz autorize expressamente o registro. Testamento Ineficaz: a) testamento revogado; b) testamento caduco e c) testamento declarado judicialmente ineficaz. Item 129. Cap. XIV, NSCGJ. Diante da expressa autorização do juízo sucessório competente, nos autos do procedimento de abertura e cumprimento de testamento, sendo todos os interessados capazes e concordes, poderão ser feitos o inventário e a partilha por escritura pública, que constituirá título hábil para o registro imobiliário. Alterado pelo provimento nº. 37/2016. (Negrito nosso). Item 129.1, Cap. XIV, NSCGJ. Poderão ser feitos o inventário e a partilha por escritura pública, também, nos casos de testamento revogado ou caduco, ou quando houver decisão judicial, com trânsito em julgado, declarando a invalidade do testamento, observadas a capacidade e a concordância dos herdeiros. (Negrito nosso). Item 129.2, Cap. XIV, NSCGJ. Nas hipóteses do subitem 129.1, o TN solicitará, previamente, a certidão do testamento e, constatada a existência de disposição reconhecendo filho ou qualquer outra declaração irrevogável, a lavratura de escritura pública de inventário e partilha ficará vedada, e o inventário far-se-á judicialmente. (Negrito nosso). Página 11 de 17

Qual é o objetivo da presença das testemunhas no testamento? R. Conferir a capacidade de exercício do testador, desse modo a testemunha não pode ter relacionamento afetivo. Garantindo desta forma, a proteção da manifestação da vontade escorreita. Art. 228, CC. Não podem ser admitidos como testemunhas: I - os menores de dezesseis anos; II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil; III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam; IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade. 1o Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo. 2o pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais pessoas, sendolhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) OBS: Pesquisa na CENSEC, só detecta testamento público ou cerrado. 4º Vedação a sonegação: Art.1.992, CC. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de outrem, ou que Página 12 de 17

os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia. (SP) 120. É admissível o inventário com partilha parcial, embora vedada a sonegação de bens no rol inventariado, justificando-se a não inclusão do(s) bem(ns) arrolado(s) na partilha. Sonegação = omitir dolosamente a intenção com objetivo de causar prejuízo a outrem. OBS: A sobrepartilha tem como objetivo permitir a eficiência da distribuição patrimonial nos casos emergenciais sem prejuízo da descoberta de novos bens materiais ou inclusão de herdeiros. 5º Declaração de boa-fé: (SP) 122. No corpo da escritura deve haver menção de que ficam ressalvados eventuais erros, omissões ou direitos de terceiros. OBS: Todo inventário é fundamental fazer Due Diligence para verificar eventuais credores do de cujus. ESTRUTURA JURÍDICA: I. Sujeitos: a) Cônjuge: analisar se havia separação de fato, deve comparecer para anuir, haja vista, eventual direito à meação (art. 1.723, 1º). Art. 1.723, CC. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. Página 13 de 17

1 o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. (...) b) Companheiro: A natureza declaratória do contrato de união estável (ato-fato jurídico) não impõe a união estável, necessário reconhecimento por sentença ou consenso de todos os herdeiros. Caso não haja reconhecimento consensual, e o companheiro tenha direito a sucessão, a via a ser adotada será a judicial. A escritura pública não reconhece é apenas indicio de prova. Art. 18, Res. 35/07 CNJ. O(A) companheiro(a) que tenha direito à sucessão é parte, observada a necessidade de ação judicial se o autor da herança não deixar outro sucessor ou não houver consenso de todos os herdeiros, inclusive quanto ao reconhecimento da união estável. Art. 19, Res. 35/07 CNJ. A meação de companheiro(a) pode ser reconhecida na escritura pública, desde que todos os herdeiros e interessados na herança, absolutamente capazes, estejam de acordo. c) Herdeiros: Verificar a capacidade do herdeiros. d) Cônjuges dos herdeiros: quando houver renúncia ou qualquer ato de transmissão (exceto separação total art. 17 Res.). O art. 1.647, CC é absoluto ou relativo? e) Cessionários: Geralmente é recomendado a cessão de direitos hereditários quando for transferir todo patrimônio. Por exemplo, caso não seja o caso de transferência total do patrimônio, pode fazer inventário de um imóvel e os demais patrimônios faz-se a sobrepartilha. Página 14 de 17

Art. 16, Res. 35/07 CNJ. É possível a promoção de inventário extrajudicial por cessionário de direitos hereditários, mesmo na hipótese de cessão de parte do acervo, desde que todos os herdeiros estejam presentes e concordes. Art. 1.793, CC. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. (...) 3 o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade. Na cessão de parte do acervo = obrigatoriedade de anuência dos herdeiros (item 110); Na cessão integral do acervo = dispensabilidade de anuência dos herdeiros (item 111). f) Credores: Pode se habilitar no inventário. O fato da Lei nº. 13.097/15 excluir os feitos ajuizados como requisito da escritura pública imobiliária alterando a Lei nº. 7.433.85, NÃO exime o tabelião de notas de orientar dos efeitos jurídicos de fraude contra credores e fraude à execução. g) Espólio: Representado pelo inventariante provisório. Obrigatoriedade de aceitar a 2ª herança para renunciar ou aceitar a 1ª herança (art. 1.809, CC). Art. 1.809, CC. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada. Página 15 de 17

Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira. Exemplo: 1ª herança = Sucessão do avô (falecido em 01.11.2013); 2ª herança = Sucessão do pai (falecido em 11.11.2013). h) Renunciante - É possível a renúncia de qualquer dos herdeiros capazes, tem como requisito a confirmação pelo tabelião de notas ou pelo juízo a inexistência de credores do renunciante nos termos do art. 1.813 do Código Civil. Art. 1.813, CC. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. 1 o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. 2 o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros. Ainda necessário ter cuidado com eventuais filhos de renunciantes (art. 1.811, CC): Art. 1.811, CC. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. Página 16 de 17

O cônjuge do herdeiro renunciante tem de expressamente anuir (art. 17 Res. e item 111) Art. 17, Res. 35/07, CNJ. Os cônjuges dos herdeiros deverão comparecer ao ato de lavratura da escritura pública de inventário e partilha quando houver renúncia ou algum tipo de partilha que importe em transmissão, exceto se o casamento se der sob o regime da separação absoluta. Aplicação da Lei nº. 7.433/85 ou Lei nº. 13.097/15? BONS ESTUDOS! Prof.ª Ana Paula Melo. * Aos alunos da Pós-graduação online está disponível o e-mail imobiliario4@legale.com.br, onde serão recebidas e respondidas as perguntas durante a transmissão das aulas. Página 17 de 17