SEMINARIO GESTÃO DA SEGURANÇA DE BARRAGENS DE MINERAÇÃO (24/11 a 25/11/2014) WALTER LINS ARCOVERDE Diretor de Fiscalização Minerária

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Transcrição:

SEMINARIO GESTÃO DA SEGURANÇA DE BARRAGENS DE MINERAÇÃO (24/11 a 25/11/2014) WALTER LINS ARCOVERDE Diretor de Fiscalização Minerária 24 de novembro de 2014

Promulgação da Lei 12.334/2010 Em sua decorrência foi criado um GT Interministerial com a participação do DNPM para a regulamentação dos artigos 7º e 20º da Lei (criar parâmetros para classificar as barragens e integração com o órgão gestor do SNISB (ANA)). Resolução CNRH nº 143/2012; Resolução CNRH nº 144/2012.

Conceitos na Lei 12.334/2010 Importantes definições advindas da Lei 12.334/10: 1. Órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável pelas ações de fiscalização da segurança da barragem de sua competência (Art. 2 º, inciso V); 2. O empreendedor é o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para garantí-la (Art. 4 º, inciso III); 3. A fiscalização da segurança de barragens caberá, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) (Art. 5 o ): (...) III - à entidade outorgante de direitos minerários para fins de disposição final ou temporária de rejeitos;

Critérios para inserção da estrutura na PNSB Para que uma barragem esteja inserida na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), definida na Lei 12.334/10, ela deve ter, pelo menos, um dos itens abaixo arrolados: I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15m (quinze metros); II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m³ (três milhões de metros cúbicos); III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas técnicas aplicáveis; IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos econômicos, sociais, ambientais ou de perda de vidas humanas, conforme definido no art. 6 o.

Parâmetros de Classificação das BMs As Barragens são classificadas de acordo com dois parâmetros em níveis alto, médio ou baixo: Dano potencial; Risco Crítico associado. Destes parâmetros, as barragens são classificadas em A, B, C, D ou E, e acordo com matriz Dano Potencial versus Risco Crítico.

Obrigações do Empreendedor Na nova legislação, o empreendedor da barragem é obrigado a (Art. 17): I - prover os recursos necessários à garantia da segurança da barragem; V - manter serviço especializado em segurança de barragem, conforme estabelecido no Plano de Segurança da Barragem; VI - permitir o acesso irrestrito do órgão fiscalizador e dos órgãos integrantes do Sindec ao local da barragem e à sua documentação de segurança; VII - providenciar a elaboração e a atualização do Plano de Segurança da Barragem, observadas as recomendações das inspeções e as revisões periódicas de segurança; VIII - realizar as inspeções de segurança previstas no art. 9 o desta Lei; IX - elaborar as revisões periódicas de segurança; X - elaborar o PAE, quando exigido; XIII - cadastrar e manter atualizadas as informações relativas à barragem no SNISB. OBS.: de acordo com o art. 18, 2 o na eventualidade de omissão ou inação do empreendedor, o órgão fiscalizador poderá tomar medidas com vistas à minimização de riscos e de danos potenciais associados à segurança da barragem, devendo os custos dessa ação serem ressarcidos pelo empreendedor.

Obrigações do Órgão Fiscalizador Assim como o empreendedor detêm suas obrigações legais perante a referida Lei, no art. 16 deste dispositivo legal é dito que o órgão fiscalizador, no âmbito de suas atribuições legais, é obrigado a : I - manter cadastro das barragens sob sua jurisdição, com identificação dos empreendedores, para fins de incorporação ao SNISB; II - exigir do empreendedor a anotação de responsabilidade técnica, por profissional habilitado pelo Sistema Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) / Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), dos estudos, planos, projetos, construção, fiscalização e demais relatórios citados nesta Lei; V - exigir do empreendedor o cadastramento e a atualização das informações relativas à barragem no SNISB. OBS.: Art. 16, 1 o : O órgão fiscalizador deverá informar imediatamente à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) qualquer não conformidade que implique risco imediato à segurança ou qualquer acidente ocorrido nas barragens sob sua jurisdição.

Ações do DNPM Outra obrigação imputada aos órgãos fiscalizadores foi a regulamentação dos artigos 7º (cadastramento), 8º (Plano de Segurança); 9º (inspeções); 10º (Revisões Periódicas), 11 e 12 (PAE). O DNPM já regulamentou, via Portaria, todos os dispositivos acima descritos: Portaria DNPM n 416/2012 (Cria o Cadastro Nacional de Barragens de Mineração e dispõe sobre o Plano de Segurança, Revisão Periódica de Segurança e Inspeções Regulares e Especiais de Segurança das Barragens de Mineração); Portaria DNPM n 526/2013 (Estabelece a periodicidade de atualização e revisão, a qualificação do responsável técnico, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Ação de Emergência das Barragens de Mineração (PAEBM)). OBS.: todas Portarias foram submetidas a Consulta Pública, visando a publicidade de seus atos normativos.

Ações do DNPM pós Lei 12.334/10 1. Cadastramento e classificação das Barragens de Mineração:

Ações do DNPM pós Lei 12.334/10 8. Criação de site (http://www.dnpm.gov.br/conteudo.asp?idsecao=931); 9. Elaboração de Guia Prático do Minerador, para que os empreendedores de Barragens de Mineração possam se familiarizar com o tema e constatar as obrigações destes para com o DNPM (http://www.dnpm.gov.br/conteudo.asp?idsecao=972);

Ações do DNPM pós Lei 12.334/10 2. Elaboração de mapas interativos (em kml Google Earth e pdfs) para que a sociedade possa ter acesso às informações de barragens do DNPM (conforme art. 15 da Lei 12.334/10). Disponibilizados no Site do DNPM.

Ações do DNPM pós Lei 12.334/10 1. Capacitação de 12 técnicos do DNPM No Depto Engª de Minas (UFOP); 2. Capacitação de 4 técnicos do DNPM em curso de Segurança de Barragens organizado pela ANA e PTI (Itaipú) com 320 horas/aulas; 3. Participação de 5 técnicos em curso de especialização em segurança de barragens pela UFBA; 4. Reciclagem anual com US Corps of Engineers (EUA) sobre segurança de barragens, via contrato ANA/Banco Mundial;

Agradecido! www.dnpm.gov.br walter.arcoverde@dnpm.gov.br