TÍTULO: AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE FOTOPROTEÇÃO NOS FUTUROS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Transcrição:

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE FOTOPROTEÇÃO NOS FUTUROS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: MEDICINA INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO AUTOR(ES): FERNANDA MORI FIGUEIREDO, CAMILLA CRISTINA IESCAS STREICHER, LAURO CÉSAR GODOY ORIENTADOR(ES): RAFAELA MAREGA FRIGERIO LOPES

RESUMO Introdução: O câncer de pele é o mais prevalente no Brasil e está em ascensão principalmente naqueles que se expõem ao sol sem fotoproteção. Assim, as pessoas que trabalham ao ar livre apresentam maiores riscos de desenvolver essa doença, sendo que as neoplasias dependem, em partes, do tipo de exposição sofrida. Objetivo: correlacionar o conhecimento sobre lesões/câncer de pele nos estudantes da educação física e o uso de protetores solares. Metodologia: estudo observacional do tipo transversal com aplicação de questionário sobre o conhecimento dos futuros educadores físicos quanto à fotoproteção. Resultados: Verificou-se que cerca de metade dos estudantes não fazem uso de protetores solares (49,1%) e que o maior período de exposição aos raios ultravioletas (UV) dos mesmos ocorre entre 10h e 16h. Conclusão: Como os estudantes estão mais propensos a realizar seu futuro trabalho em exposição solar e na grade curricular não há uma orientação quanto aos riscos que essa exposição traz, nem como se proteger, viu- se necessário a implementação de medidas que possam corrigir tal vulnerabilidade. Palavras-chave: Fotoproteção. Educação física. Neoplasia. INTRODUÇÃO O câncer da pele é a neoplasia de maior incidência no Brasil, logo é fundamental compreender quais são as atitudes que influenciam para tal fato. O culto ao corpo, levando tanto à prática de atividades físicas ao ar livre quanto à exposição solar prolongada para conquistar uma pele bronzeada são fatores que levam, muitas vezes, a uma exposição desprotegida, em particular nos adultos jovens 1. Os tipos mais encontrados desse câncer são: o carcinoma basocelular (CBC) que é responsável por 70% dos diagnósticos de câncer de pele, com predominância nos homens acima de 30 anos de idade e o carcinoma espinocelular (CEC), que abrange 20% dos casos e incide mais em adultos idosos, ambos são denominados câncer de pele não melanoma. Já o câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos e está presente em 4% dos diagnósticos, mas ele vem crescendo rapidamente nas pessoas de raça branca 2. Este pode ser um dos motivos de se tentar explicar o 1

aumento do uso de proteção solar na última década em seis vezes 3,4. Muitos fatores de risco contribuem para a gênese das lesões de pele, sendo alguns bem definidos, como: fatores genéticos, história familiar de câncer da pele e radiação ultravioleta (UV) 5. Assim, as pessoas que trabalham ao ar livre apresentam maiores riscos de desenvolver essa doença, sendo que as neoplasias dependem, em partes, do tipo de exposição sofrida 6. A exposição de forma intermitente é um fator importante nos tipos melanoma e CBC, diferentemente do CEC, cuja exposição continuada é mais relevante. Contudo, tem sido considerado que a exposição cumulativa e excessiva durante os primeiros 10-20 anos de vida aumenta muito o risco para a doença 7,8. Logo, neste estudo, procurou-se analisar os hábitos de exposição solar entre universitários do curso de educação física bem como os seus conhecimentos acerca do assunto. OBJETIVO Correlacionar o conhecimento sobre câncer de pele e uso de proteção solar nos estudantes de educação física das Faculdades Integradas Padre Albino, visto que eles poderão trabalhar ao ar livre. METODOLOGIA A metodologia desse trabalho foi baseada em um estudo observacional do tipo transversal, que teve como objetivo verificar os conhecimentos sobre proteção solar e o uso desses protetores nos alunos de educação física. Para tal, foi aplicado um questionário aos alunos do curso de bacharelado da educação física do 1º ao 4º ano das Faculdades Integradas Padre Albino. O questionário continha perguntas de múltipla escolha, relacionadas ao uso de protetores solares e conhecimentos sobre o câncer de pele. Os dados obtidos foram tabulados, analisados e discutidos com a literatura relacionada ao tema. Após a aplicação do questionário os alunos foram orientados e as dúvidas existentes sobre proteção ao sol e sobre câncer de pele, que não puderam ser revelados antes da aplicação do mesmo para que não houvesse interferência nos dados coletados, 2

foram sanadas. Atendendo à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde 9, os participantes do trabalho assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, garantindo a eles o anonimato e a confidencialidade dos dados. O questionário foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Integradas Padre Albino em novembro de 2016 com o número 1812588. DESENVOLVIMENTO Os resultados foram obtidos através da análise de um questionário por escrito entregue aos alunos do 1º ao 4º ano do curso de bacharelado em educação física das Faculdades Integradas Padre Albino. Ao todo, foram entrevistadas 118 pessoas, sendo 76 homens (64,4%) e 36 mulheres (33%); 6 não responderam o sexo. 50,8% dos participantes tinham entre 17 e 20 anos, 25,4% entre 21 e 24 anos, 13,5% entre 25 e 28 anos e 6,7%, mais 29 anos; 3 alunos não responderam a idade. Quanto à etnia, 49,1% se consideravam brancos, 17,7%, pardos, 4,2%, negros, 4,2%, amarelos e 24,5% não responderam, tendo como um viés por não saberem o que significava etnia. O assunto contido no questionário visava analisar o conhecimento dos futuros educadores físicos quanto ao uso de protetores solares e sobre lesões de pele. Todas as respostas estão representadas nos gráficos abaixo. A primeira pergunta (gráfico 1) tinha como objetivo saber quanto tempo os alunos ficavam expostos ao sol diariamente e, no total, 57,6% responderam que permaneciam entre 1 a 2 horas expostos, 25,5%, entre 2 a 4 horas e 16,9%, mais de 4 horas. Então perguntou-se sobre o horário de maior exposição (gráfico 2) e 25,4% responderam permanecer ao sol das 8h às 10h, 61,8% das 10h às 16h e 18,6% das 16h às 18h. O gráfico 3 representa a quantidade de alunos que fazem uso de loção fotoprotetora e dentre eles, 21,1% a usam todos os dias, 49,1% nunca usam e 29,6% usam apenas quando se expõem ao sol. A partir da pergunta 4 até a pergunta 8 analisouse apenas os questionários nos quais tinham como resposta da pergunta 3 sempre usam proteção solar ou usam proteção solar quando expostos ao sol, sendo no 3

% total 60 alunos (50,7%). Assim, o gráfico 4 compõe a resposta do FPS utilizado pelos alunos, dos quais 1,66% usam FPS 15, 51,66% usam FPS 30, 36,66% usam FPS 50 e 10% usam FPS maior que 50. Já o gráfico 5 apresenta quem indicou o uso da fotoproteção, sendo 20% recomendado por dermatologista, 8,33% por amigos, 58,33% por familiares e 13,33% por outros. A questão 6 visava saber se além da loção, outros meios eram utilizados com o objetivo de se proteger do sol, dentre eles o uso de boné e roupas longas, e obteve-se que: 26,67% usavam boné, 6,67% vestes compridas, 1,67% luvas e 5% assinalaram outros. Ainda, quis-se saber se os futuros profissionais reaplicavam a loção protetora e, se sim, com qual frequência. O resultado foi que 43,33% responderam reaplicar o protetor e 56,66% nunca fazer. Dos que reaplicam, 53,84% o fazem apenas 1 vez e 42,3%, de 3 em 3 horas; 3,8% não responderam. A outra etapa do questionário teve como meta avaliar se os entrevistados já tiveram alguma lesão de pele. Apenas 3,38% já apresentaram alguma doença de pele e 9,32% possuem história positiva de câncer de pele na família. As perguntas 11 e 12 não foram analisadas por razão de um viés de entendimento, no qual a maioria dos alunos assinalaram quase todas as alternativas ao invés de uma só. 100,00% 80,00% 60,00% 57,6% 40,00% 20,00% 25,4% 16,9% 0,00% 1 a 2 horas 2 a 4 horas Mais de 4 horas Gráfico 1. Tempo de exposição solar. N = 118. 4

% % 5 100,00% 80,00% 60,00% 61,8% 40,00% 20,00% 25,4% 18,6% 0,00% 8 às 10 horas 10 às 16 horas 16 às 18 horas Gráfico 2. Período de exposição solar. N = 118. 100,00% 80,00% 60,00% 49,1% 40,00% 20,00% 21,1% 29,6% 0,00% Sempre Nunca Ao se expor ao sol Gráfico 3. Uso de proteção solar. N = 118.

% % 100,00% 80,00% 60,00% 51,66% 40,00% 36,66% 20,00% 0,00% 1,66% 10% FPS 15 FPS 30 FPS 50 FPS maior que 50 Gráfico 4. FPS usado pelos alunos. N = 60. 100% 80% 60% 58,33% 40% 20% 20% 8,33% 13,33% 0% Dermatologista Amigos Familiares Outros Gráfico 5. Quem indicou uso de fotoproteção. N = 60. RESULTADOS O uso de protetores solares é fundamental para a prevenção de lesões de pele, dentre elas, o câncer de pele. Sabe-se que quanto mais se é exposto à radiação UV, maior a chance de ocorrer uma mutação nas células e futuramente se transformar em um câncer. Profissionais da área da educação física tendem a trabalhar com frequência em ambientes abertos e, portanto, expostos aos raios solares. Assim, é de interesse tanto dos profissionais e alunos quanto dos contratantes o conhecimento sobre medidas de prevenção que podem ser tomadas. 6

Neste estudo, avaliou-se os alunos da educação física, ou seja, buscou-se analisar o conhecimento dos profissionais antes de entrarem no mercado de trabalho. A exposição solar diária destes, que são ainda estudantes, era em sua maioria abaixo de quatro horas, totalizando 83,1% dos entrevistados; e somente 16,9% disseram se expor por mais de quatro horas diárias, porém, desse total, 60% afirmam nunca fazer uso de loções fotoprotetoras. Contudo, o tempo de exposição tende a se inverter com a inserção deles no mercado de trabalho 10, onde em geral, os locais mais vulneráveis são o de maior exibição direta ao meio ambiente como: a face, o pescoço, a área superior do tórax ("V" do decote), os dorsos das mãos e os braços 11. O uso de loção fotoprotetora diária após certo tempo se torna um hábito, porém a população brasileira no geral não tem tal costume, fazendo uso quando muito, em situações especificas, como uma ida ao clube ou à praia. Consequentemente, isso refletiu nos resultados da entrevista, na qual 49,1% responderam nunca fazer uso da fotoproteção. Dos demais, 29,6% o fazem somente quando se expõe ao sol e apenas 21,1% disseram fazer o uso diário da loção. Dentro destes, a maioria, isto é, 51,66% utilizam loção com FPS 30 e 36,66% utilizam FPS 50. Embora apenas metade dos entrevistados faça uso da fotoproteção, percebe-se que os que o fazem, utilizam de fatores considerados bons ou até excelentes de cobertura, uma vez que o fator 30 é o fator mínimo recomendado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) 12. Contudo, há ainda uma outra questão a melhorar: a reaplicação do protetor. De acordo com a análise dos questionários, menos da metade dos alunos (43,33%) reaplicam mais de uma vez por dia a loção. A reaplicação ideal, para garantir uma boa proteção aos raios solares, deveria ser feita de 3 em 3 horas ou quando ocorre transpiração excessiva / contato com água 13. Outro dado interessante que a entrevista mostrou foi por quem veio a indicação para o uso da proteção solar. Como resultado, teve-se que em 58,33% dos casos a indicação partiu de um familiar. Isso pode significar que os meios de comunicação, onde provavelmente essas pessoas obtiveram tal informação, estão alcançando seus objetivos. Considerando-se que estes serão os futuros profissionais, saber o nível de 7

conhecimento sobre a exposição solar e seus riscos é fundamental para que assim haja um planejamento na elaboração de medidas de prevenção como: programar os as aulas para o início da manhã e, principalmente, para o final da tarde quando a incidência das radiações passa a declinar, pois pelo questionário o maior horário de exposição (61,8%) dos estudantes ficou entre às 10h e 16h, no qual se observa a maior incidência de radiação UV 14. Além disso, também se deveria conversar com os alunos sobre o uso de vestimentas especiais e complementos do uniforme esportivo para que estes tivessem maior segurança durante seu ofício, afinal pouco menos de 40% fazem uso desse método, o que pode predispor a perda da integridade física da pele. Um outro ponto que deve ser sempre abordado tanto aos educadores físicos quanto àqueles que ficam muito expostos ao sol é realizar o autoexame de pele, afinal tal procedimento é essencial na prevenção dos problemas dermatológicos, pois auxilia na detecção precoce. Portanto, todos eles devem ser encorajados a examinar a superfície cutânea incluindo áreas que não são expostas ao sol como: axilas, nádegas, genitais, além do couro cabeludo. Esta atitude é particularmente importante e recomendável para parentes de primeiro grau de pacientes com histórico de câncer de pele 15, o que ocorreu em 9,32% dos entrevistados. Logo, é de suma importância que na grade curricular dos futuros educadores físicos haja um espaço em que se possa discutir sobre como se proteger das radiações solares, tendo em vista a maior incidência de lesões de pele nessas pessoas 16. Também deve-se lembrar que a exposição contínua leva à uma maior chance de desenvolver CEC e a intermitente, de melanoma e CBC. CONSIDERAÇÕES FINAIS O câncer de pele é o mais prevalente no Brasil e está em ascensão principalmente naqueles que se expõem ao sol sem fotoproteção. Assim, as pessoas que trabalham ao ar livre apresentam maiores riscos de desenvolver essa doença, sendo que as neoplasias dependem do tipo de exposição sofrida. Os educadores físicos tendem a exercer seu oficio, em grande parte, sob a exposição de raios ultravioletas, logo o conhecimento sobre as formas de proteção e 8

o risco de desenvolvimento de lesões de pele por estes é imprescindível. Neste artigo evidenciou-se que a maioria dos entrevistados, embora permaneça menos de duas horas exposta ao sol, o maior período que isso ocorre é o de maior incidência solar, entre às 10h e 16h, sendo que somente metade dos alunos faz uso de fotoproteção, ou diariamente ou quando em atividades em ambientes abertos. Como a indicação do protetor solar foi feita em mais da metade dos casos por familiares e não por um dermatologista, as recomendações sobre a reaplicação não foram seguidas adequadamente, porém os fatores de proteção indicados foram maiores ou iguais a 30FPS. Assim, fica claro que os estudantes de educação física, futuros profissionais vulneráveis à exposição solar excessiva, precisam de maiores orientações sobre fotoproteção, o que poderia ser feito durante o curso, com implementação na grade curricular. Afinal, pelos resultados obtidos, o conhecimento dos mesmos ficou aquém do esperado. FONTES CONSULTADAS 1. CASTILHO, I. G.; LEITE, R. M. S; SOUSA, M. A. A; Exposição e fatores de risco para o câncer de pele: uma avaliação de hábitos e conhecimentos entre estudantes universitários. An Bras Dermatol. 2010;85(2):173-8 2. OLIVEIRA L. M. C.; GLAUSS N.; PALMA A.; Hábitos relacionados à exposição solar dos professores de educação física que trabalham com atividades aquáticas. An Bras Dermatol. 2011;86(3):445-50. 3. DAVOLOS, J. F.; DAVOLOS, M. R; CORREA, M. A.; Protetores Solares. Quim. Nova, Araraquara, vol. 30, n. 1, pag. 153-158, 2007. 4. SANTOS, A.G.; SANTOS, L.M.; GRIGNOLLI, C. R. E; et al. Relação do uso de proteção solar e a incidência do câncer de pele. Revista Científica da Uniararas, Araras, v.1, n.2, 2013. 5. BALOGH T. S.; VELASCO M. V. R.; PEDRIALI C. A.; et al. Proteção à radiação ultravioleta: recursos disponíveis na atualidade em fotoproteção. An Bras Dermatol. 2011 ;86(4):732-42. 6. COPEC, Eficiência de tecidos fotoprotetores como equipamento de proteção individual contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta: XIV Safety, Health 9

and Environment World Congress. Cubatão. 20-23 de julho de 2014. 7. UFRRJ, Fator solar. Rio de Janeiro. Disponível em< http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/fator.htm>; Acesso em 02 de janeiro de 2015. 8. SCHALKA, S.; STEINER, D.; Consenso Brasileiro de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 1ª ed. Rio de Janeiro, 2014. 9. Ministério da Saúde (BR), Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196, de 10 de outubro de 1996: Diretrizes e Normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília (DF); 1996. 10. LIM, H.; NAYLOR, M.; HONIGSMANN, H.; et al. American Academy of Dermatology Consensus Conference on UVA protection of sunscreens: summary and recommendations. J A Acad Dermatol 2001;44:505-8. 11. BAUER J.; BÜTTNER P.; WIECKER TS.; et al. Effect of sunscreen and clothing on the number of melanocytic nevi in 1812 german children attending day care. Am J Epidemiol 2005;161:620-7. 12. SANTOS, S. Esclareça suas dúvidas sobre proteção solar. Disponível em: <https://www.sbcd.org.br/pagina/2274>. Acesso em: 14 abr. 2017. 13. LUNA, F. P.; CASSINO S.; CASSINO, F.; et al. Inovação em Fotoproteção II. Revista Pharmaceutical Compouding Vol. 6 Nr.6, Nov-Dez, 2004. 14. MOEHRLE M. Outdoor sports and skin cancer. Clin Dermatol 2008;26:12-5. 15. HUNCHAREK M, KUPELNICK B. Use of topical sunscreens and the risk of malignant melanoma: a meta- analysis of 9067 patients from 11 case-control studies. Am J Public Health 2002;92:1173-7. 16. PURIM, K. S. M; LEITE, N. Fotoproteção e exercício físico: [revisão]. Rev. bras. med. esporte; 16(3): 224-229, maio-jun. 2010. 10